Idas E Vindas De Salazar escrita por RockStar


Capítulo 2
Capítulo I - Molly Morgan.


Notas iniciais do capítulo

Seguinte meus queridos, o formato dessa fic vai ser dividido de 10 em 10 anos, então para saberem a idade na qual a história está sendo cotada, eu colocarei sempre a idade, e um número que vai dizer qual parte da vida dos personagens. Exemplo: 15/1 = 15 anos, 1° fase.
Espero que gostem. ;*



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15 / 1


Eu estava deitado sob um pessegueiro durante a primavera enquanto via o sol se pôr de um ângulo extremamente lisonjeiro. O prestígio era só voltado a mim, eu era o único aclamador daquela beleza.

Os meus cabelos deslizavam sobre meu rosto como um rio desliza de sua nascente em direção ao mar. Olhei para cima admirando a beleza da árvore que me dera sombra durante a tarde toda e cocei os olhos me sentando. Uma cesta com alguns sapinhos de chocolate estava a meu lado. Peguei um e comi rapidamente, como um bom e esperto bruxo que sempre fui. Naquela época os sapinhos eram vendidos em saquinhos marrons, mas eram muito gostosos.

O lugar que eu me encontrava era como um morro, de onde eu podia ver algumas casas bem ao longe, e pouco mais perto, algumas crianças bruxas treinando sua magia pouco avançada.

– Oi Salazar.

Uma voz me surpreendeu enquanto eu voltava a meu corpo.

– Oi... Quem é você?

A garota dos cabelos loiros e cacheados, olhos azuis, corpo esguio e um sorriso branco como neve dobrou os lábios num sorriso convidativo e sentou-se a meu lado.

– Sou Morgana Morgan. Mas pode chamar-me de Molly. É como todos me chamam mesmo.

– Molly. Como sabe meu nome?

A garota sorriu deitando-se sobre o pano que eu havia estendido de baixo do pessegueiro e suspirou. Seus seios fartos quase saltaram das roupas azuis que ela vestia, e vi-me corar por reparar em tal detalhe.

– Saber, eu não sabia, descobri. Mas aqueles garotos ali falaram que você é todo estranho, então pensei que pudesse ser como eu.

Meus olhos cruzaram os dela enquanto ela saltava sentando-se novamente me olhando nos olhos.

– Você também é um bruxo, certo?

Meus olhos arregalaram, e eu sorri como um orgulhoso membro das famílias bruxas desse lugar.

– Assim como você, suponho.

Naquela época, não me importava com a origem das pessoas, e com o porquê delas serem de um jeito ou de outro. Para mim, tanto fazia ser filho de bruxos, ou de trouxas.

– Sou sim. A única da minha família. Devo aprender sozinha, já que não tenho condições para ir para uma escola ou algo do tipo.

A garota não era de família nobre, ou de família bruxa, por isso teria que se virar. E por tais fatos que coincidiram, ficamos conversando por horas, e mais horas. Foi então que passou pela minha cabeça a ideia mais absurda que já tive em todos os tempos.

– E se você viesse morar na minha casa? Eu falaria a meus pais que você é filha de uma criada, e você estudaria comigo...

– Eu não quero me tornar sua empregada pra aprender escondido...

– Você não seria isso, só... Fingiria. Seria nosso segredo, e o de Zilá.

– Quem é Zilá?

– A sua futura mãe bruxa.

A garota sorriu e me abraçou. Eu não entendia o por quê de estar fazendo isso, mas eu queria ajudá-la. Ela me parecia, uma pessoa interessante.

Me levantei recolhendo o pano estendido em baixo da árvore, e ela me ajudou com tudo isso. Segurei firme a mão dela e saímos correndo dali, indo até uma casa meio sombria no final das colinas daquela pequena cidade sem nome. Molly e eu entramos pelos fundos e subimos uma escadaria que dava no dormitório de Zilá, minha ex-babá, e agora, governanta da casa.

Bati à porta duas vezes e a porta se abriu sozinha. Enquanto eu entrava e guiava Molly para dentro, Zilá já aparecia em frente a uma mesa com chá e biscoitos postos para mim.

– Salazar! Meu querido. Hoje você demorou a vir me pedir uma xícara de chá. Oh! Vejo que encontrou uma nova amiga. Seja bem vinda querida. Qual seu nome?

Zilá era uma pessoa surpreendentemente perfeita e acima de suspeitas. Ela me ajudava em qualquer pendência, e isso era mais que digno de confiança.

– Sou Morgana. Mas pode me chamar de Molly.

– Seja bem vinda Molly. Aceita uma xícara de chá? Ou prefere suco de abóbora?

Molly aceitou o chá e eu esperei ela se sentar para começar a falar.

– Zilá, você sabe que te amo não é mesmo?

Zilá balançou a cabeça em sinal de quem discorda, e depois sorriu.

– Sei sim, senhor Salazar. Sei sim...

– Pois então. Preciso de sua ajuda. Ia ser muito importante para mim se você concordasse...

Ela pois a mão no peito e suspirou como sinal para que eu continuasse a falar.

– Molly não pode estudar, por não ser mestiça, nem puro sangue, então pensei que...

– Menino Salazar, nunca imaginei que me pediria algo assim! Já imaginou se teus pais descobrem isso? Nos 15 anos que cuidei de você, nunca o vi com ideia mais absurda! Como pode pensar isso?

Cada palavra que ela falava parecia cortar minh'alma. Eu e Molly abaixamos o rosto como crianças que recebem uma advertência de um adulto morto de raiva de alguma bagunça que elas aprontaram. Zilá continuou e eu me abaixava mais e mais com isso.

– O senhor acha que isso é direito? Como pode imaginar tais absurdos? Pensar que eu deixaria de ajudar uma loira encantadora, bruxa, amiga do meu quase filho preferido, que quer aprender magia, por medo de contrariar meus patrões?

Eu e Molly olhamos um para o outro sem entender mais nada e voltamos a olhar Zilá.

– É melhor a garota estar em uma escola, aprendendo como se defender, e como atacar, do que testar isso na frente de trouxas, e sem um material necessário.

Eu sorri e Molly também. Pulamos em cima de Zilá beijando o rosto dela como dois pirralhos e começamos a rir muito. Zilá caiu na gargalhada enquanto balançava os quadris grandes de tanto rir.

Fase “vamos rir de tudo” passada, sentamo-nos para resolver os detalhes.

– Eu pensei nela ser sua filha, mas agora me lembrei que mamãe conhece Godric. E você já havia dito que ele é filho único.

–Também me lembrei disso querido. Mas eu tenho uma ideia. Minha prima, é mãe de uma loirinha, alegre, divertida, e da sua idade. Talvez pudéssemos falar que Molly é Helga, e fingir que veio morar comigo para poder estudar na escola de magia que você frequenta.

Eu franzi o cenho e tentei ligar o nome à pessoa. Helga Hufflepuff... Não era má ideia.

– É uma ótima ideia Zilá. Meus pais nunca vão ao instituto de magia mesmo, nunca desconfiariam disso.

Molly tombou a cabeça como uma menina que tenta entender uma conversa adulta complicada e não consegue. Eu sorri e balancei a cabeça.

– Molly, terá que fingir que é uma loira alegre, e bem... Isso você já é.

Molly gargalhou saltando da cadeira que estava sentada.

– Chegou a hora de aprender magia como uma verdadeira bruxa! Vamos ao trabalho Salazar! Tia Zilá é um anjo por me acolher na casa de bruxos como seus pais, que podem me permitir ter um bom ensino em magia.

Sua pose de atriz me fez gargalhar e Zilá sorriu brandamente.

– É exatamente assim que deve agir querida. Impulsiva! Helga é uma garota alegre e completamente entusiasmada. Nós vamos te ajudar a crescer.

Vi os olhos de Molly brilharem, e sorri com isso. Eu estava imaginando se ela sabia que era tão bonita... Até que uma batida na porta me acordou de meus pensamentos.

Zilá olhou para mim e apontou para o guarda-roupas. Empurrei Molly para dentro dele e apontei minha varinha para ela. Ela começou a tremer e eu apontei meu dedo indicador em meus lábios para que ela fizesse silêncio. Conjurei um feitiço simples que fechou o guarda-roupas com uma espécie de cortina mágica espelhada e acenei para que Zilá permitisse que a porta fosse aberta, ninguém podia ver Molly agora.

Quando a porta abriu eu e Zilá fingimos que terminávamos de rir de algo engraçado que estávamos conversando, e quem entrou me fez levantar da cadeira.

– Godric! Um bom amigo! Por onde esteve essa semana?

– Salazar! - Ele correu ao meu encontro e demos um abraço apertado enquanto começávamos a rir bastante. - Eu estava por aí, buscando sapos de chocolate que não pulassem tanto.

– Como se fosse conseguir algo assim!

– Claro que conseguiria! Sou um bruxo de primeira linha!

– Claro, claro! Você é o tipo de bruxo, que eu não encararia. Sério. Seu jeito de arrumar os óculos da sua mãe me dão medo.

Gargalhei e ele mostrou a língua. Zilá o abraçou e ele correspondeu suspirando. Nos sentamos e ele começou a falar.

– Eu estava tentando arrumar emprego no banco daqueles malditos, mas eles não permitem. Disseram na minha cara que não sou confiável, acredita? Idiotas! Estou revoltado! Há alguém mais confiável que eu mamãe?

Eu segurei um riso tampando a boca e olhei de lado para ele.

– Tudo bem, eu admito que sou meio atrapalhado. Mas sou de confiança!

Sorri acenando enquanto Zilá suspirava pelo filho.

– Já disse que não precisa se preocupar com dinheiro Godric. O salário que recebo aqui, é o suficiente para pagar seus estudos, e ainda sobram galeões para que eu vá ao beco diagonal tentar negociar aquela loja de varinhas para meu amigo. Olivaras faz as melhores varinhas que conheço, e merece ter uma loja decente. É isso que eu acho.

– Fica tranquila mamãe. Já falei para não se preocupar com isso, e outra coisa, eu não estava apenas lá, eu também fui visitar uma amiga. Reconheci ela no beco, e ficamos realmente amigos, por isso fui com ela para a casa dos pais, e conversamos bastante tempo. Eu nunca tinha parado para conversar com Helga mamãe, mas ela parece ser bem divertida. Agora, muito me admira eu ficar 15 anos sem conversar com uma garota a qual me dei tão bem.

Eu e Zilá nos entreolhamos como dois mafiosos prestes a serem desmascarados. Engoli seco enquanto voltava meus olhos para Godric e tentava não suar de nervoso. Godric franziu o cenho e se aproximou mais de mim.

– O que eu perdi?

– N-nada... Quê is-isso Godric... V-você acha q-que eu tô te esc-condendo alg-go? Nun-nunca!

Godric mostrou a língua para a minha falta de nexo e se voltou para a mãe dele.

– O que está acontecendo mamãe? O que houve aqui?

– Nada meu filho...

Ela falou com uma voz trêmula e eu comecei a suar frio enquanto ele começava a caminhar para perto do guarda-roupas. Meu pulso parecia disparar enquanto ele andava de um lado para o outro tentando descobrir o que havia falado de mal.

– É algo com Helga?

– NÃO!

Eu e Zilá gritamos juntos, e nos olhamos após isso. Ele balançou a cabeça e começou a dar voltas na mesinha que havia no quarto.

– Helga estava recebendo uma amiga o dia que passei lá. Ela é muito inteligente, muito esperta. O nome dela é Rowena. Lembra dela Salazar? Ela fez o primeiro ano no instituto, e depois foi para a escola Russa, se não me engano. Acho que ela tem problemas hormonais, é meio sombria demais. Fria e calculista. Mas é uma ótima pessoa, só pensa sem sentimentos. Deve ser bom para ela, mas eu sei lá...

Ele começou a falar de outra pessoa e aquilo me aliviou a tensão e a de Zilá também. Suspirei agradecendo a Rowena por ter aparecido na frente dele na casa de Helga, afinal, ela fora o escape da nossa saia justa aqui, minha e de Zilá. Balancei a cabeça a Godric e sorri.

– Claro, claro. A garota dos corvos né? Ela conseguiu reviver aquele corvo lá. Não sei se tava morto, ou quase morrendo no parapeito da janela da sala de aula. Foi bem, interessante... Achei ela bem enigmática naquela época.

– É sim. Ela pra mim tá mais para esquisita do que para enigmática, apesar de ser um crânio! A garota é quase um gênio de tão inteligente!

– Imaginei...

Godric riu e eu tentei gargalhar, mas meu riso me engasgou e eu comecei a tossir. Zilá Deu dois tapinhas nas minhas costas e eu comecei a respirar melhor de novo.

– Ela me disse que vai voltar para o instituto. Sabe... E Helga vai junto. Legal né? Não seremos só eu e você lá mais, agora também teremos as duas “coleguinhas”.

Eu voltei a engasgar e Zilá sorriu piscando para mim enquanto me afagava. Parei para pensar e sorri o maior sorriso que meus lábios conseguiam mostrar.

– Vai ser ótimo!

Com Helga no instituto, meus pais não poderiam nem mesmo desconfiar de que estaríamos mentindo a origem de Molly. Tudo conspirava a nosso favor.

– Mas então. Agora que se acalmaram, me contem. Por que aquele nervosismo todo?

Godric cruzou os braços e me encarou como um carrasco encara sua próxima vítima: Sem misericórdia!

Olhei para Zilá e balancei a varinha sem querer enquanto me preparava para falar. Foi um ato tão sem pensar que eu nem percebi que eu havia desfeito o feitiço do guarda-roupas.

– Godric... Eu...

Foi quando Molly espirrou e o feitiço desapareceu. Godric virou-se para o guarda-roupas e viu a garota loira de azul, e ela, coitada, toda assustada. Ele deu um grito e ela caiu no chão.

– AAAAHHH!!! - Ele gritou apontando para ela.

– BAM! - Fez o estrondo dela caindo no chão.

– Ai... Isso doeu.

Ela levantou a cabeça com os cabelos bagunçados e olhou para mim. Eu dei um tapa na testa e suspirei olhando para Godric.

– Godric, Molly. Molly, Godric.

Molly sorriu meio sem jeito enquanto se levantava e acenou para Godric que estava com cara de bobo.

O nosso plano agora teria que ser explicado para um novo integrante, e esse integrante, teria que ser mais um cúmplice, ou nós não poderíamos fazer nada.

– Oi? Alguém pode explicar isso pro Godric aqui, ou está difícil?

As mãos cruzadas dele significavam incredulidade e eu gargalhei com isso. Lá vamos nós explicar a história toda novamente.



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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Um Salazar bem diferente daquele do prólogo não é? Espero que gostem. Não esqueçam de dar Review. Quem tiver críticas e sugestões, por favor, não deixem de falar. É sempre bom ler críticas, nos faz melhorar. Obrigado delicinhas *-*



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