Idas E Vindas De Salazar escrita por RockStar


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Na noite em que os fundadores começaram a idealizar o projeto Hogwarts Salazar já impôs sua aversão a Mestiços e a descendentes de Trouxas, ou chamados Sangue Ruins, mas o que poucos sabem, é o porquê disso.



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Todas as noites em que Salazar passava sozinho meditando sobre quais as cores e princípios que teriam a sua casa, lhe vinham a mente itens do passado que o deixavam furioso. Itens que nenhum dos outros três fundadores, tinham sequer consciência que ocorrera.


POV - Salazar


Acordei essa manhã com uma vontade inútil de sair desse lugar. A construção desse castelo parece que nunca vai acabar! Mal posso esperar o dia da inauguração. Ver esse lugar cheio de crianças nobres, de sangue puro, de famílias que merecem ter a fama de bruxos, e não desses malditos trouxas que conseguem adquirir algum tipo de habilidade de forma suspeita.

Todas as manhãs são exatamente iguais aqui nesse local onde conceberemos esse sonho. Godric tem demonstrado aversão à minha ideia de desejar apenas os de puro sangue na escola, assim como Rowena, mas eu os convencerei. Até por que Rowena pode vir a ser útil num futuro próximo. Helga é uma inútil disfarçada de bruxa, e não é tão importante como alguém que me impedirá de ter o que eu quero.

Olhei-me no espelho ao levantar da cama e percebi que meu rosto estava demasiado vermelho, suco de abóbora demais, conclui. O fato é que eu estava com uma barba maior que eu gostaria, por isso comecei a me preparar para retirá-la. Peguei minha varinha e conjurei algo para fazer com que os pelos caíssem sobre a pia. Passei a mão no queixo e sorri sozinho olhando para meu rosto pálido e frio, imaginei o quão idiota soava eu sorrindo sozinho olhando para o espelho do banheiro. Arrumei-me em cerca de cinco minutos, lembrando de colocar um casaco pesado e um cachecol extra no pescoço. O grande casaco era negro, e o cachecol um azul esverdiado com detalhes pratas. Meus cabelos já pareciam ser de um senhor bem velho, mas minha idade não me delatava tanto quanto meus cabelos brancos. Saí do quarto em que estava dormindo dentro da construção do que seria o futuro dos bruxos, e segui para onde deveria ser o refeitório quando estivesse pronto. As quatro mesas que se separariam por casa já postas em ordem, e o teto básico e sem graça que mantinha um ar trouxa na construção.

Não tardou Godric chegou dando-me um tapa nas costas.

– Vai ficar ótimo, não? Esse lugar é a nossa maior realização.

– Talvez, se não tivesse um ar tão comum, e desprezível, como dos...

– É melhor não começar Salazar. Não concordamos com esse seu julgamento. Você sabe que ótimos seriam prejudicados se instaurássemos uma lei que os proibissem de frequentar esse lugar por conta de seus antecessores. Não é por ser filho de trouxas, ou serem mestiços, que serão menos dignos.

– Sabes que não concordo com isso Godric.

– Sei sim... E é por isso que evitamos tal assunto, correto?

– Por enquanto.

– Ok então... Por enquanto.

Godric sorriu e eu me permiti dobrar os lábios em um quase sorriso. Eu nunca fui tão sociável, mas Godric era um bom amigo, e boas amizades geralmente lhe influenciam com bons conselhos.

Helga dobrou o espaço e seguiu para o pequeno local em destaque à frente das mesas e parou ali.

– Godric. Por favor, venha aqui, sim?

– Bom dia para você também Helga. É sempre bom vê-la de bom humor.

– Oh! Perdoe minha falta de educação nesta manhã, mas acordei meio lenta hoje. Estou vendo coisas para depois ver pessoas.

Eu apenas acenei a ela depois de rir de Godric indo ouví-la. Talvez mais uma de suas reclamações estapafúrdias e “divertidas” de se ouvir, apesar de eu não ver nenhuma graça nelas.

Não concordava com o modo o qual minha futura querida escola estava sendo construída. A passos de lesma, diga-se de passagem. Suspirei imaginando a construção finalizada, e a inauguração do lugar. Rowena saudou-me com um beijo rápido no pescoço o que fez-me travar como pedra. Olhei-a friamente enquanto seus olhos brilhavam de contentamento.

– Corvinal está ficando linda. Vai ser a casa mais bem elaborada.

– Parece bem disposta de mais para ser somente isso. Ocorreu algo o qual não tomei conhecimento?

Ela me olhou com olhos distantes vidrados, como se tentasse me decifrar. Ela me pegou pelo colarinho e me puxou para mais perto de seu rosto.

– Salazar, eu já venho aturando essa “onda” de ser tua amante por cerca de seis meses, não vou tolerar que continue me fazendo de idiota.

Meu sorriso frio cortou seu olhar vidrado como uma navalha corta a pele rosada de um trouxa enquanto se barbeia.

– Rowena, você é inteligente, deve entender os meus motivos. - Falei soltando suas mãos de minha roupa e selando nossos lábios rapidamente enquanto me afastava dela. - Então não me pressione, ou vou me cansar de você.

Sua pose de mulher que tudo sabe pareceu abalar-se por alguns segundos. Caminhei até Godric e Helga, e fiquei parado ouvindo-os.

– E como eu disse, aqui acho que poderia ser um lugar mais vivo, mais mágico!

– E como pretende isso Helga?

– Que tal enfeitiçar o teto? É bem a cara de Helga isso. - Meu tom era de escárnio, mas ambos adoraram a ideia.

– Isso! Era isso que faltava aqui! Algo que envolva-os enquanto comem, imitando o tempo do lado de fora, e mantendo um ar mágico no local.

– Vai ficar maravilhoso Helga! Ótima ideia Salazar!

Rowena revirou os olhos com os comentários dos dois. Era a única que tinha um temperamento parecido com o meu. Rowena sempre foi determinada e inteligente, algo que eu admirava muito, por isso estamos dessa forma.

– Coloque velas flutuando no teto, vai ficar ótimo.

O tom irritado dela me surpreendeu, e novamente a concordância absurda dos dois.

– Adorei!

– Eu também! - Disse Godric olhando bobo de mim para Rowena. - Vocês pensam igual.

Dei de ombros olhando para o teto e imaginando o quão idiota era enfeitiçar um teto. Suspirei dando de ombros mais uma vez e me deixei amadurecer a ideia.

Godric e Helga começaram a discutir a melhor imagem a ser deixada no teto do refeitório, e eu me sentei ao lado de Rowena numa das mesas enquanto os dois decidiam essa questão.

Parei alguns instantes olhando para Rowena e um passado próximo começou a atormentar-me. Marcas passadas e futuras se misturando e um peito inchado como o meu ardia em chamas como um garoto de 12 anos que se apaixona por sua professora que lhe dá bom dia com um sorriso branco todas as manhãs. A verdade é que meu peito não suportava a ideia de eu colocar uma outra no lugar daquela que já havia devorado o meu ser por completo. Alguém que nunca deveria ter entrado em minha vida. Alguém que nunca deveria ter existido, nunca deveria ter nascido, nunca...

– Salazar? Você está bem?

A voz firme de Rowena me trouxe à tona novamente e eu suspirei. Godric e Helga já haviam saído dali, foram estudar paisagens. Rowena me olhava como um cão que pede biscoitos a seu dono na esperança de ganhar um afago na barriga. Me pergunto como uma mulher como ela pode ter se entregado a alguém como eu, afinal, tenho consciência de que não sou o melhor bruxo do mundo, em questões sentimentais, claro.

– Estou sim. Estou sim...

– Quer tomar um ar?

Levei minhas mãos ao seu rosto alisando seus cabelos que caiam próximas ao olho e depois passei meus dedos sobre suas bochechas rosadas e lisas.

– Eu preferia algo mais... Quieto.

Rowena aproximou seu rosto e eu permiti que seus lábios tocassem os meus com um fervor imensurável que ela transmitia. Uma garota repleta de qualidades, posso afirmar isso, mas não tinha tanto fervor como a outra.

Meus olhos começaram a queimar minhas pálpebras enquanto eu me ardia em dores de raiva, e ciúme excessivo.

O beijo de Rowena comia parte de minha alma como um corvo abocanha parte de um corpo que apodrece ao chão, e isso de certa forma era bom para mim, fazia me sentir menos sujo de usá-la para encobrir um amor mal resolvido.

Meus olhos ainda ardiam enquanto ela afastava o rosto para me encarar sorrindo.

– Um dia ficarem juntos Salazar. Eu sei disso.

Me permiti sorrir de forma quase doce e alisar seu rosto. Não queria maltratá-la com palavras duras, já que ainda poderia precisar dela mais tarde, então teria que mantê-la enganada por um amor que não era correspondido, mas que fingia muito bem.

Afastamo-nos quando Godric e Helga voltaram ao refeitório com ideias e suas varinhas em mãos.

– Ao trabalho!

Gritou Helga, e começamos a jogar feitiços no teto. Até que fora divertido...



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