Amor e orgulho escrita por Karmen Bennett


Capítulo 8
Capítulo 8: Sempre acima de mim?


Notas iniciais do capítulo

Oi aqui estou eu com mais um cap da fic. Eu sei q vcs estão aborrecidos pr eles só brigam mas eles saberão nos recompensar, podem acreditar! Queria perguntar tbm se vcs conhecem minha outra fic, Conexão Seattle, não to dizendo pra vcs lerem (quem sou eu pra isso rsrs), mas se quiserem, vale o aviso...
Nesse cap, reencontros e despedidas, troca farpas, e... boa leitura!



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O aeroporo estava cheio. Famílias se despedindo, outras se encontrando e la estava ele. Se segurando para não pular no chão e se agarrar firmemente ás pernas daquela garota para ela não partir. Mal sabia que bastava muito menos que isso pra fazê-la ficar. Porém em sua mente, o resultado de qualquer ação apaixonada seria a humilhação total na frente de todos.

Ao invés disso, se portava da pior maneira que podia. Estava ao lado da amiga com que vinha saindo há alguns dias. Esta chorava emocionada pela partida da loirinha que parecia radiante. Mas só parecia. Estava destruída por dentro. A mãe da menina lhe deu um abraço forte e a acompanhou até o saguão. Ele a observou partir. Sem fazer nada, completamente em silencio, nem ao menos um abraço lhe dera. Aquilo o flagelava por dentro, sentia como se o coração estivesse se partindo, sangrando dentro do peito. Não sabia se a veria de novo. E ela não demonstrava estar triste, ao contrario, passou as semanas restantes debochando dele. Como podia amar tanto alguém que só o desprezava?

O avião levantou voo. Ela se foi, talvez para sempre. Ele observava o avião decolar pela enorme janela de vidro e não percebeu as lágrimas rolarem em cascatas pelo seu rosto o fazendo soltar grunhidos baixos. Mas a garota ao seu lado percebeu. Não só as lágrimas como a expressão de dor em seu rosto como se estivessem arrancando dele algo de que ele precisasse pra viver. Naquele momento percebeu o erro que cometia, não podia continuar com aquilo, assim que chegasse em casa terminaria aquilo tudo.

Flah back off

Freddie acordou do sonho. Mas não foi um sonho, foi uma lembrança. Talvez a mais triste de todas. A que talvez o tenha feito perder pra sempre a mulher da sua vida. O rosto estava molhado. Não sabia se era suor ou lágrimas. Talvez os dois.

Sentou na cama e pegou seu notebook na cômoda ao lado. Abriu algumas de suas redes sociais e foi respondendo as mensagens doa amigos. Não que os tivesse esquecido, mas desde o momento em que a reencontrou era como se o vazio em sua mente tivesse sido preenchido de uma maneira que nem dez anos de estudo e trabalho árduos e muitas farras foram capazes de preencher.

Sua ex já havia ligado diversas vezes, mas ele fugia. Não queria outras, disso sempre soube. Mas ao menos “pegar” outras ele conseguia antes do reencontro. O reencontro mudou tudo. O reencontro mostrou que nada mudou.

Levantou, fez seu ritual matinal e saiu de casa. Entrou no carro, e foi dirigindo pelas ruas só para espairecer. Ainda eram sete horas e os poucos compromissos que tinham eram só mais tarde.

Chegou a Apple por volta das nove e se dirigiu a sua sala. Sim, ainda pequena dentro de suas ambições, mas ele mal aparecia, trabalhava mais em casa e usava a sala só pra pegar relatórios que eram deixados na mesa e assinar contratos. Quanto menos pudesse ficar ali melhor.

Já ia saindo quando algumas estagiárias o pararam na recepção do primeiro andar.

O lugar era amplo, e elegantemente decorado em azul e prata. Tinha quatro mesas, duas em cada parede onde alguns funcionários trabalhavam em contato direto com os setores internos, e três guichês na parede do fundo para atendimento aos clientes. E na frente, o elevador que dava acesso a garagem. O lugar estava pouco movimentado devido ao horário, na verdade só haviam os funcionários.

–Senhor Benson? –Perguntou a mais nova. Podia ter uns 18 anos, era magra, loira e tinha lindos olhos verdes.

–Eu mesmo. –Respondeu serio mais simpático.

–Eu sou Elizabeth, essa são minhas amigas, Mary e Vera.

As meninas acenaram sorridentes. Eram morenas, também magérrimas e deviam ter todas a mesma idade.

–Em que posso ajudar? –Perguntou Freddie.

–Na verdade só viemos cumprimentar o senhor, já ouvimos muito falar do seu trabalho estávamos ansiosas para conhecê-lo pessoalmente.

–Me chame de Freddie e de você, por favor. –Disse sorrindo. -Está me fazendo parecer velho.

–Como quiser. –A garota sorriu largamente. –Queria saber se não quer almoçar conosco mais tarde, assim podemos conversar melhor.

A última coisa que Freddie faria era arranjar “casos” no trabalho, mas flertar não fazia mal a ninguém. E ser paquerado por garotas lindas e jovens como elas levantavam a moral de qualquer um. Pelo menos foi o que ele pensou até Ela entrar.

Foi como se um raio de sol muito forte entrasse naquele ambiente. Estava de cabelos soltos, com um macacão branco, de óculos escuros e uma bolsa na mão. Simplesmente linda. As garotas que estavam conversando com eles não eram nada comparadas a ela. Passou direto por todos que estavam na recepção, dando um bom dia inaudível que ironicamente quase todos responderam.

Os homens a olhavam, não só com cobiça, mas com respeito e admiração que não se repetia com as demais funcionárias ali presentes.

–Então, nos vemos mais tarde? –Perguntou a loira que agora ele achava sem sal..

–Ah, claro. Me dão licença agora?

–Vai falar com a senhorita Puckett? –Perguntou uma das morenas que ele nem lembrava mais o nome. –Cuidado, ela tem fama de chata.

–Devia saber que no trabalho não existe chata, somos todos colegas –Falou a Elizabeth fulminando a amiga com o olhar.

Pelo tom deu pra notar que não se tratava de uma defesa, apenas uma correção do deslize da amiga. A loira era esperta, não deixou de notar o desconcerto de Freddie após a entrada de Sam. Freddie concluiu que era comum falarem mal de Sam por ali, principalmente menininhas despeitadas. De uma hora pra outra a simpatia pelas garotas sumiu dando lugar a uma certa impaciência. Sorriu falsamente e se afastou.

Freddie sabia que não devia fazer aquilo. Mas só iria cumprimenta-la e sair dali. Aproveitou-se da ausência de Erika e entrou sem bater. Ela estava sentada em sua mesa esfregando a têmpora como se sentisse forte dor de cabeça. Levantou os olhos azuis fazendo o rapaz sentir um arrepio percorrer seu corpo.

–Sai agora. –Foi tudo o que disse baixando a cabeça novamente.

–Queria saber como tem passado. –Disse fechando a porta atrás de si.

Ela levantou a cabeça e pôs os óculos. Freddie fantasiou mil perversões com aquela visão e pensou se não era mesmo melhor sair dali.

–Estou bem e agora vou trabalhar. –Disse tomando um ar sério. -E você me dê licença, tenho muito trabalho a fazer, afinal meu projeto não foi promovido pela empresa, e eu não ganhei um contrato cheio de brecha pra farrear.

–Pra concluir meu doutorado.

–Chame como quiser. Agora dê meia volta se não se importa.

–E ai tem visto o modelo de cemitério? –Perguntou sentando na cadeira a sua frente.

Ela soltou um riso forçado.

–O Pedro é advogado. Mas está certo teria futuro como modelo. O problema é que ele não é exibicionista e não gosta de ficar se mostrando pras desesperadas que vê pelo caminho.

–Se acha tudo isso dele por que enfiou o pé na bunda dela?

–Por que não é da sua conta, e sai daqui antes que eu perca a paciência.

–Fui mais carinhoso com você quando foi me visitar no meu apê.

Sam esfregou a testa. Ele não ia sair, estava ali para tira-la do sério.

–O que quer, Freddie? Que eu perca meu emprego pra você poder ser promovido mais rapidamente?

–Eu vou ser promovido, mas não preciso tirar você do meu caminho. Esses são métodos seus.

–O que quer dizer com isso?

–Não é a mais inteligente por aqui?

–Que diferença faz se você diz uma coisa, mas demonstra outra?

–E sou apenas eu?

Sam torceu os lábios e ergueu a sobrancelha.

–Vai mesmo ficar falando em códigos? –Perguntou decidida.

–Não. Eu não vou falar mais nada, vou sair da sua sala, diretora Puckett, mas antes...

–Isso, Freddie. –Interrompeu bruscamente. -Engula a ideia de que você sempre estará um ou mais degraus abaixo de mim.

Era a velha Sam. Provocando, debochando com seu arrogante ar de superioridade. “A que joga pra ganhar”. Freddie resolveu não se mostrar vulnerável como antes.

–Não me importo de que você fique em cima de mim –Disse rindo cinicamente. –Principalmente no sentido literal da palavra.

–Agora eu to falando serio, sai daqui. –Disse com voz firme.

–Você não pareceu se importar em dormir com um subalterno agora vem com esse papo de chefa?

–Você ta lembrado do grampeador, Freddie? –Ela pegou o objeto em cima da mesa. –Ele ainda esta aqui, doido pra cantar na sua cabeça!

–Sadismo? É essa sempre foi a nossa linha mesmo, pode ser.

Sam o encarou absorta. Ele estava impassível.

–Freddie vou perguntar novamente antes de chamar a segurança. –Disse buscando calma. –O que você quer aqui?

–Vim te ver, ué. Te convidar pra sair, queria recuperar nossa amizade, não sei onde você mora, você não atende minhas ligações, então...

–E por que deveria tender? –A mulher passou a gritar.-Você se preocupou em me ligar quando estava na França? Você se preocupou em me mandar um mísero cartão postal?Não! Então não vem com esse papinho de amigo com saudade, por que não cola.

Freddie baixou a cabeça. Como explicar o que ela mesma havia acabado de dizer? Como explicar que se sentiu tão humilhado por levar um ano a mais pra entrar na faculdade, que resolveu não falar mais com ela? Como explicar que o medo de seu desprezo e seus deboches fez ele se afastar dela?

–Só queria saber se você teria atendido se eu ligasse naquela época. –Disse com a voz embargada.

–E por que não atenderia? –Perguntou dando de ombros.

Ele riu secamente, se levantou dirigindo-se até a porta. Abriu e se virou antes de sair.

–Por que eu sempre estive há alguns degraus abaixo de você. -A voz era cheia de amargura

Ele saiu fechando a porta com calma. Cumprimentou Erika que já estava na sua mesa e saiu. Sentiu fortes ímpetos de voltar e toma-la nos braços de uma vez, mas se manteve firme na caminhada.

Agradeceu a Deus por não ter visto as estagiárias e nem cogitou ir almoçar com elas. Já bastava as primas assanhadas de Brad na semana passada. Não foi fácil ser simpático durante a festa. Não se interessava por meninas fúteis, nunca se interessou, não importava quão bonitas fossem.

Foi dirigindo pelas ruas passando por alguns lugares que lembrava de ter ido com ela e Carly. Passou pelo parque onde muitas vezes ficaram juntos namorando. Respirou fundo.

Voltou pro apartamento. Entrou e sentou no sofá. Sentiu falta de uma família. De uma criança vindo abraça-lo, de alguém para dormir junto a noite. Não sabia se ficava feliz ou triste em não ter preenchido esse lugar com alguém que não fosse a verdadeira dona. Não sabia se lutava por ela, ou se desistia. Vivia nessa luta a anos. Tentava esquecê-la e não conseguia. Ia atrás e fazia tudo errado.

Tentava prender as esperanças aos momentos doces passados ao lado dela. As palavras de amor, as noites que passaram juntos. Não era possível que ela não sentisse nada. Não era possível que tudo não passasse de ilusão sua. Desejava aquela mulher desesperadamente, e ela o olhava tão friamente como quem olha uma pedra. Mas quando estava em seus braços ela parecia deseja-lo quase tanto quanto ele a desejava.

Freddie achou que estava ficando louco. Pegou o notebook e caiu no trabalho, sua melhor forma de não pensar em Sam. Quase não pensar.

Mal sabia mais uma vez que se ficasse mais cinco segundos na sala com ela, depois de ter dito aquilo, e ela cairia em seus braços. Mal sabia mais uma vez que ela caíra em um pranto desolador assim que ele saiu. O amor pode ser cego, mas o orgulho é burro, o que é muito pior.



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Notas finais do capítulo

O amor facilita. O orgulho impede.
O amor explica. O orgulho complica.
O amor estende a mão. O orgulho não abre a mão.
O amor alivia. O orgulho pesa.
O amor liberta. O orgulho guarda mágoas.
O amor é pacífico. O orgulho é conflitivo.
O amor cede. O orgulho não cede.
O amor cativa. O orgulho julga.
O amor vence. O orgulho fracassa.
O amor perdoa. O orgulho culpa.
O amor ama. O orgulho desarma.
O amor evolui. O orgulho fica estagnado
O amor enfrenta. O orgulho tem medo
O amor unifica. O orgulho separa
(by Maria Vent)
http://mariavent.blogspot.com.br/2006/03/amor-ou-orgulho.html
Mas o amor sempre vence. Sempre
É isso gente espero que tenham gostado. O que vcs acharam dessa briga? Alguem se arrisca a dizer o q vem por ai? No prx cap, Sam resolve perdoar Freddie (como amigo) pra tentar seguir adiante. Sem ele. Mas o que será que acontece se eles voltarem a se entender? Será que eles conseguem voltar a se entender? Será que só Freddie precisa ser perdoado?
Bjos! Xau aguardando os reviews!!