Flamma Amoris escrita por Karla Vieira


Capítulo 25
Decisão


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde amores! Esse capítulo é bem curtinho, e vocês vão querer me matar por isso e pelo final desse capítulo, é. Só não me matem não... Gosto de viver. E se eu estiver morta, nada de Flamma Amoris pra vocês. É.
E eu quer agradecer a linda da Miiia H que me deixou uma linda recomendação! Obrigada flor, e este capítulo é em sua homenagem.



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Marie Jean POV – Entardecer de 04 de Maio.


Com o capuz sobre a minha cabeça, caminhei naquela hora de crepúsculo até a casa de Harry, que ficava na rua detrás da minha. Minhas mãos estavam dentro dos bolos do meu casaco, e eu caminhava quase que encolhida, dando olhadas para trás para ver se eu não estava sendo seguida. Eu havia ficado paranoica depois da noite do baile. Quem não ficaria?

Subi os três degraus e atravessei a pequena varanda. Parei diante da porta e respirei fundo, tentando relaxar um corpo que tremia nervoso. Tirei a mão do bolso e toquei a campainha. A luz estava acesa; então eu sabia que Harry estava em casa. Ouvi um “já estou indo!” abafado lá dentro e o som de passos, e então a porta se abriu.

– Marie! – Exclamou ele, abrindo um de seus lindos sorrisos a me ver. – Entra.

Sorri de canto e entrei na casa, bagunçada como era de se esperar que a casa de um adolescente de dezoito anos fosse.

– É... Não repara na bagunça. – Disse ele, levemente constrangido, passando a mão pelos cabelos cacheados. Dei de ombros. Ele sorriu. – A que devo a honra da visita?

Eu sorri, sentando-me em seu sofá sem sequer pedir permissão – eu já sabia que podia. Harry se sentou ao meu lado.

– Bom... Lembra da sugestão que você me deu a alguns dias atrás?

– Sim. – Ele disse imediatamente, olhando-me apreensivo com seus olhos verdes.

– Então... Tomei minha decisão.

– Diga.

– Eu vou fugir com você.

Ele arregalou os olhos, surpreso. Provavelmente não esperava essa decisão. Harry segurou a minha mão, olhando-me nos olhos fixamente.

– Você tem certeza? – Perguntou.

– Sim. Eu preciso ir. Preciso fugir desta cidadezinha onde qualquer coisa me lembra... Aquela noite. Preciso fugir de Ethan e os outros, preciso fugir e deixar minha família e meus amigos a salvo. Naquela noite eles podiam ter sido mortos! Por minha culpa!

– Você sabe que não foi culpa sua. – Disse ele, com tom tranquilizante e carinhoso. – Mas você tomou a melhor decisão.

– Assim espero. – Falei baixinho, mais para mim do que para ele. Harry sorriu, acariciando minha mão.

– Vamos ter que ir o mais rápido possível. E você não pode contar a ninguém, está bem? Assim há menos chances de saberem disso e virem atrás de você antes.

– Tudo bem... Sabe, eu estou com medo. E se não der certo?

– Se você ficar pensando que vai dar errado, vai dar. Pensamentos tem força, sabia?

Sorri fracamente, assentindo com a cabeça. Eu esperava do fundo da minha alma, estar certa no que eu estaria fazendo. Logo Harry começou a planejar a fuga nos mínimos detalhes, e eu só fui concordando com tudo o que ele dizia. Uma parte de mim queria permanecer, perdoar Ethan; mas essa parte era minúscula. A maior parte estava exclamando que Ethan era um traidor que queria me ver morta e que eu devia fugir. Acho que essa parte era correspondente ao meu cérebro, que eu pensava que parava de funcionar quando estamos apaixonados. Talvez, quando somos decepcionados, ele volta a funcionar e deixa o coração no devido espaço dele, sofrendo sozinho e tentando tomar o controle do corpo de volta.

Quando essa doença chamada amor acaba com o sistema imunológico do coração, só os anticorpos da decepção podem revertê-los, após muita luta. Não há vacinas contra essa doença. A cura só vem com o tempo, e às vezes, sequer tem cura. Os meus anticorpos estão fracos. A luta vai ser grande. Desconfio que sucumbirei a doença.

– Marie? Marie? – A voz de Harry despertou-me dos meus pensamentos. – Você está aí?

– Sim, desculpa, estava apenas pensando.

– Eu percebi. Posso saber em quê, ou é ser intrometido demais?

– Não é nada, Harry. É besteira. O que você tinha dito?

– Nada de importante, também.

Ele sorriu, e eu forcei um sorriso amarelo. Ele não merecia a pessoa que eu estava sendo. Ele merecia alguém melhor do que eu. Entretanto, Harry era a minha única saída.


Ethan Williams POV – Noite de 04 de Maio.


Entrei em casa com as minhas sacolas de supermercado, que continham nada que fosse saudável. Não estava nem um pouco me importando com saúde, no momento. Passei direto pela sala, que estava com a televisão ligada (Fred dera um jeito de consegui-la) e entrei na cozinha, pegando imediatamente um copo e minha nova garrafa intacta de vodca e me servindo de uma dose generosa e pura. Abri o pacote de salgadinhos e me sentei na cadeira, comendo o salgadinho intercalado com goles de vodca. A mistura provavelmente não cairia nada bem, mas era só resolver com magia. Ultimamente, beber vinha se tornando mais do que um hábito. Não que ingerir álcool fosse resolver meus problemas, mas pelo menos, eu conseguia esquecê-los quando meu sangue estava com uma alta porcentagem de álcool.

Meu olhar estava desfocado, enquanto minha mente estava perdida em pensamentos, quando alguém entrou na cozinha.

– Isso não vai cair bem. – Disse Andrew.

– Ah é? Legal.

– Dá um gole.

– Pegue um copo para você. – Resmunguei, e assim ele o fez, enchendo seu copo com vodca pura, como eu.

– Você tem que correr atrás dela, se a ama. E não ficar enchendo a cara, como você vem fazendo. Daqui a pouco teremos um estoque de garrafas vazias de uísque e vodca.

– Ela não quer mais saber de mim. Eu consegui seu ódio, desprezo e mágoa. A perdi, acabou o jogo para mim.

– Ethan.

Olhei para Andrew, que segurava o copo com uma pose de filósofo, mas sua expressão era de preocupação.

– Já passou pela sua cabeça que se você não conseguir levá-la até ele, você morrerá?

– Já passou pela sua cabeça que se eu a levasse, ela morreria?

– Nós poderíamos dar um jeito nisso. – Disse ele, e eu me surpreendi por ele estar contra o mestre. – Mas não poderemos dar um jeito na sua morte. Você lembra de que ele vai matá-lo, não lembra?

– Eu não me importo. Não tenho mais Marie.

– Eu acho melhor começar a se importar. – Disse Fred, entrando na cozinha, preocupado.

– Por quê? – Perguntei. Fred me olhou, extremamente sério.

Porque ele está vindo para cá.



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Notas finais do capítulo

E então, o que vocês acham que vai acontecer?