New Stories escrita por Karina Motoda


Capítulo 5
Desabafos e revelações


Notas iniciais do capítulo

"And I said
Romeo take me
Somewhere we can be alone
I'll be waiting
All that's left to do is run
You'll be the Prince
And I'll be the Princess
It's a Love Story
Baby just say Yes"
[Love Story-Taylor Swift]
Aqui vai mais um capítulo,só que esse é narrado pelo Harry.Boa leitura!



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Ela tinha seus olhos curiosos fixos em mim. Respirei fundo tentando organizar a confusão em minha cabeça. Eu realmente não gostava de falar sobre aquilo, mas achei que ela merecia saber disso e apesar de não conhecê-la muito bem, não acreditava que ela era o tipo de pessoa que tem os assuntos de suas conversas fundados em algo particular que alguém lhe contara. De alguma maneira eu confiava nela, sem razão aparente, apenas confiava.


–Não quero jogar meus problemas em cima de você-disse tentando mais uma vez fugir do assunto, mesmo que isso parecesse algo bobo, era meu jeito de tentar não dificultar ainda mais a vida das pessoas.


–Não precisa, mas eu não vou me importar de ouvir o que você quiser me contar. Dizem que isso às vezes ajuda-disse ela paciente, como eu não sabia o que responder, fiquei calado - Tudo bem, então, mas caso precise desabafar com alguém me procure.


–Onde você mora?-minha pergunta pareceu confundi-la e pegá-la de surpresa-Eu te levo até sua casa e explico no caminho.


–Só se for perto da sua, não quero te atrapalhar...


–Se não for eu vou para casa de ônibus, afinal, dizem que desabafar às vezes ajuda... -sorri e repeti o que ela falara-Mas se quiser, nos falamos amanhã, não quero ser inconveniente.


–Não, imagina... É que para falar a verdade, eu não sei direito o caminho da minha casa... Se você puder me ajudar eu agradeceria...


Taylor sequer lembrava do número de sua casa, só conseguiu me dizer o nome da rua, não era tão perto da escola, mas também nem tão longe, por isso decidimos caminhar, e quando saímos da escola quase todas as pessoas já tinham ido, eu perdera a noção do tempo.


–Sabe o violão da foto?Ele foi um presente do meu avô. Acredita que ele me deu quando eu tinha três anos de idade?-disse sorrindo – Eu nem ler sabia!Mas acho que foi naquele dia que eu comecei a gostar de música. Toda noite meu avô pegava o meu violão, que ele tinha desde que tinha catorze anos e tocava uma, duas... sete músicas!Até que eu pegava no sono... Quando eu cresci, ele me ensinou a tocar um pouco e eu também comecei a ter aulas de música em uma escola. Em todas, todas as apresentações que eu tinha, lá estava ele sentado na platéia... Sinto muita falta dele... O violão era a única coisa que eu tinha dele...


–Era?-perguntou ela arqueando a sobrancelha.


–Pois é... Era até eu vende-lo. Meu pai nunca quis que eu fizesse isso, mas eu não encontrei outra solução... Depois que ele teve um problema no trabalho e foi demitido, toda a tentativa de acabar com as nossas dívidas não davam certo... Tudo virou uma bola-de-neve. Para ajudar com as despesas, eu quis começar a trabalhar, mas meus pais não permitiram, disseram que isso ia me prejudicar nos estudos e sempre falavam que tudo ia ficar bem e eu poderia ficar tranquilo... Mas como?Eu sabia que vender o violão não ia quitar nem metade das nossas dívidas, mas não conseguia ver de braços cruzados o sofrimento deles. Foi terrível fazer aquilo... Mas eu via, quando meus pais achavam que eu tinha dormido, quase toda noite eles deixavam algumas lágrimas escaparem... Meu pai não conseguia um novo emprego e o salário da minha mãe não dava conta dos nossos gastos. Tivemos então que nos mudar para uma casa menor em outra cidade, mas depois que a situação melhorou um pouco, voltamos para cá, voltei para minha escola. Mas é claro que não ia estudar lá se não tivesse a bolsa. Sei que falam pelas minhas costas que eu sou só um pobre coitado que não tem condições de pagar facilmente todos os custos de lá e por mais que eu não goste, finjo que não ligo.


Percebi pelo olhar de Taylor que ela nunca tinha passado por aquilo, mas entendia minha situação.


–Eu... eu sinto muito.


–Obrigado por me ouvir. Sabe que você tem razão?Isso alivia. Só espero não ter acabado com a sua paciência.


–Claro que não. Eu só não entendi uma coisa... Aquela foto, a foto da sua apresentação estava na minha casa por quê?


–Porque era lá que eu morava...





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Notas finais do capítulo

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