P.O.V. Harry

Quando decidi ir até a casa de Niall naquela noite não tinha pensado muito no que estava fazendo. Quero dizer, eu tinha pensado em ir lá e me desculpar o dia todo, mas sabia que quando chegasse a hora eu não ia saber o que fazer.

Parei em frente à casa e esperei alguns minutos, tentando ensaiar algo para dizer. Não deu muito certo. Tomei coragem e fui até a porta da frente, mas assim que toquei a campainha me arrependi do que estava fazendo. Pensei em sair correndo e desistir de tudo, afinal, eu tinha outros amigos e podia achar outra garota... mas não, eu tinha sido um idiota e tinha que arcar com as consequências. E eu não poderia substituir um amigo como o Niall ou simplesmente desistir da Taylor. Quando a porta se abriu não tive mais tempo para meus pensamentos, que na verdade sumiram da minha mente com todo o resto das coisas que estavam ali...

–Éhr, oi Niall – disse totalmente sem graça.

–O que você quer aqui Harry? – ele perguntou com cara de poucos amigos, e era meio estranho ver o Niall daquele jeito.

–Calma ok, eu só vim aqui... me desculpar – falei com as mãos para o alto em sinal de rendição – Me desculpar por ter sido um idiota com você e com a Taylor. Vocês é meu amigo Niall, não quero ficar brigado com você.

Ele hesitou um pouco e ficou ali me encarando por um tempo, mas depois de um tempo sua expressão relaxou um pouco e ele pareceu ceder.

–Tudo bem Harry, eu te perdoo. Mas me prometa que você NUNCA mais vai fazer uma besteira dessas...

–Eu prometo – disse sem hesitar.

–Então tudo bem – ele respondeu satisfeito com minha confiança – Agora acho que... você quer ver outra pessoa, certo?

–É, eu... acho que sim – disse já não tão certo do que afirmava.

Niall subiu as escadas e minha vontade de ir embora dali só aumentava. Eu não fazia ideia do que iria dizer a ela ou de como iria olhar para ela, depois de tudo o que aconteceu. Fiquei ali parado como um idiota trocando de pés e olhando para o chão, até que percebi alguém vindo em direção à porta. Levantei a cabeça e ensaiei meu melhor sorriso amigável, o que naquele momento deve ter sido um riso nervoso e apavorado.

Taylor parou diante à porta e ficou ali me encarando por alguns segundos (que pareceram séculos), enquanto eu tentava achar um jeito de falar com ela.

–Então... érh, oi – eu disse do jeito mais idiota possível.

–Oi Harry – ela não parecia estar tão fria ou zangada quanto o Niall, mas pelas experiências que já tinha passado eu conhecia a capacidade das mulheres de esconder seus sentimentos.

–Bom, eu... – disse olhando para o chão e depois para ela, torcendo para conseguir ser um pouco mais confiante agora – Eu sei que você deve me odiar e que não quer me ver nem pintado de ouro, mas...

–Mas o quê Harry? – ela disse e dessa vez pude sentir um pouco de frieza em sua voz.

–Mas eu... Não quero que a gente fique assim, não quero te afastar pra sempre – falei agora olhando firmemente para ela – Eu gosto de você, mas o que fiz foi muito errado. Não espero que você me perdoe, eu sei que não mereço, mas quero me desculpar e dizer que reconheço meu erro. Me desculpe Taylor, eu nunca deveria ter feito aquilo.

Terminei de falar tudo isso tão rápido como comecei, jogando as palavras em cima dela de uma vez só. Quando terminei, esperei por sua resposta, e quando ela veio, quebrando o silêncio mortal, me senti extremamente aliviado.

–Olha Harry, eu realmente tenho motivos pra não querer mais te ver e não te perdoar – ela começou – Mas eu não sou assim e nunca conseguiria conviver com isso. Eu também gosto de você e é por isso que vou te perdoar. Não quero que a gente se afaste, mas você vai ter que me prometer que nunca mais vai fazer uma coisa dessas.

–Eu prometo – disse prontamente.

–Tudo bem – ela respondeu e pela primeira vez um sorriso se abriu em seu rosto, me fazendo sorrir também.

–Mas sabe... isso que você disse, sobre gostar de mim também – eu falei fazendo-a ficar vermelha e dar outro sorriso.

–Bem, isso é uma outra história senhor Harry Styles – ela respondeu e eu logo aproveitei a brecha.

–Então quer dizer que meu charme funciona mesmo? – disse me controlando para não fazer nenhuma coisa estúpida.

–Você nunca irá saber – ela respondeu rindo e se aproximando de mim.

–Bem, eu acho que sei como fazer isso... Taylor, você me permite segurar suas mãos? – perguntei já que de agora em diante qualquer pequeno movimento seria feito através de uma autorização prévia.

–Sim, eu permito haha – ela disse e eu peguei suas mãos, aproximando-a mais de mim.

–E você me permite consertar meu erro e fazer isso do jeito certo? – perguntei e ela me encarou com seus lindos olhos azuis.

–Bem, acho que não custa tentar mais uma vez, agora do jeito certo – ela respondeu e aproximei nossos rostos, sentindo sua respiração e o calor de seu corpo cada vez mais fortes.

Fechei os olhos e a beijei. Não como da última vez. Dessa vez ela também me beijou. Não durou tanto tempo, mas durou o necessário. Ficamos ali abraçados por uma eternidade, pelo menos foi uma eternidade pra mim. Quando enfim nos separamos, eu não queria mais ir embora dali, queria contemplar seus olhos azuis pra sempre. Mas mesmo assim eu fui. Me despedi rapidamente de Niall e fui embora (não antes de um beijo de despedida), fazendo todo o caminho de volta pra casa com meus pensamentos nela.

Eu não sabia se amava aquela garota, mas com certeza ela tinha algo que me atraía muito.

P.O.V. Taylor

Depois que Harry saiu, era como se ele ainda estivesse lá, já que todos os meus pensamentos sempre e voltavam para ele. Eu não fazia a menor ideia do que estava fazendo, mas eu gostava dele e era um risco que estava disposta a correr.

Eu sabia muito bem da fama dele e a primeira coisa que pensei quando o vi foi “Esse garoto é problema”. Mas mesmo assim eu iria arriscar. Sabe aquela coisa de filmes em que a garota fica com o menino popular e ele muda só porque ama ela? Então, era ridículo pensar assim, mas era exatamente o que passava pela minha cabeça.

Era o primeiro garoto com quem eu tinha qualquer tipo de relacionamento além de amizade. Eu não esperava que fosse perfeito (porque com certeza não seria), só esperava que sei lá... algo acontecesse.

Tudo na vida acontece por um motivo, nem que o motivo seja te mostrar o quão idiota você é. Eu não sabia o que esperar de um garoto como o Harry, mas àquela altura eu já não tinha mais controle sobre o que acontecia em meu coração. Na verdade não sei se era o coração, mas é o único órgão que parece capaz de fazer uma confusão dessas na minha vida.

Fiquei perdida nesses pensamentos por toda a noite, e não consegui desligar minha mente sequer para dormir. Levantei da cama diversas vezes durante a noite, e em todas elas pude ouvir Niall falando com alguém no telefone. Na última vez resolvi ir perguntar quem era, pois já passava das 2h da manhã.

–O que foi Tay? – ele perguntou quando me viu parada na porta de seu quarto.

–Nada, é só que já são 2h da manhã e você não sai do telefone... quem é? – perguntei e mesmo estando um pouco escuro senti que ele corou.

–Não... não é ninguém que te interesse – ele respondeu apressadamente, meio nervoso.

–Ahh não me diga que é...

–Nem venha com esse papo Taylor! – ele disse jogando um travesseiro em mim.

–Aww que coisa mais fofa, os dois apaixonados se amando por telefone – falei rindo da cara de raiva dele.

–Cale a boca – disse deixando o celular na cabeceira da cama e vindo até a porta.

–Você sabe que manhã ela vai dormir em umas 3 aulas e a culpa vai ser sua, certo? Pelo menos peça a menina em namoro logo e diminua o sofrimento da coitada hahaha – disse e saí correndo pelo corredor antes que ele me matasse.

Entrei em meu quarto rindo e me joguei na cama, ouvindo Niall bater a porta e voltar ao telefone. Aqueles dois eram tão fofos.

Finalmente consegui dormir, porém meus sonhos foram tão confusos quanto os pensamentos que tinha tido a noite toda...

P.O.V. Niall

Virei a noite conversando com Demi, e se não tivéssemos aula logo cedo eu teria ficado ali até o Sol nascer. Só ouvir a voz dela já me deixava tão... tão... tão bem.

Depois que Taylor enfim foi dormir e parou de me encher o saco, fiquei pensando sobre o que ela tinha falado, mas pareceu ser algo muito precipitado para se fazer naquele momento. Era óbvio que eu gostava muito dela e ela de mim, na verdade eu estava começando a creditar que amava aquela menina, mas era melhor esperar um pouco para se comprometer em algo mais sério.

Resolvi deixar aquilo de lado e só esperar o tempo passar... e como ele passou rápido.