Vampire Memories .:: Meia-noite escrita por William Grey


Capítulo 5
Sangue Frio


Notas iniciais do capítulo

[...] Durante muito tempo ela ficou nas sombras. Visitando os quatro cantos do mundo. Mas agora ela precisava voltar pra casa. Voltar pra onde tudo começou. Mesmo que isso significasse sua morte. [...]



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O silêncio foi quebrado com o grito de Louise. Uma dor dilacerante percorria seu corpo. Sentiu seu coração voltar a bater em um ritmo anormal.

- Parabéns, você começou a se transformar - disse Joseph segurando a garota em seus braços.

Eu sou uma vampira? Louise ficou apavorada com a ideia. Sua garganta estava queimando.

- Me dá água, por favor! - gritou ela.

- Acredite minha querida, água será a última coisa que vai fazer esta dor parar.

Louise sentia sua cabeça rodar. Suas veias pulsarem. Louise gritou mais forte. Somente quando sua cabeça parou de girar que ela conseguiu ficar de pé. Se sentia muito fraca.

- Você precisa se alimentar. - disse Joseph olhando curioso para ela.

- Eu não quero ser uma vampira! - gritou ela. - Você não tinha o direito de fazer isso comigo!

Ele se aproximou.

- Eu realmente não tinha esse direito. Mas consegui tê-lo depois de você dizer que preferia a morte à suportar a dor da perda de sua mãe.

Louise olhou para o corpo de sua mãe no chão. Ela não sentiu nenhuma dor. Não tinha nenhuma vontade de chorar. Ela apenas sabia que sua mãe estava morta. E isso não despertava nenhum sentimento agora.

- O que está acontecendo? Por que parece que não consigo chorar?

Joseph sorriu.

- É a maior vantagem de ser um vampiro. Você consegue desligar uma parte de você. A parte onde estão os sentimentos. Você não sentirá mais dor emocional. Nunca mais.

Nunca mais! Louise se sentou no sofá. Sua garganta ainda queimava.

- Por que minha garganta está queimando? Por que isso não passa?

- Vai passar. Quando você tomar sangue humano.

Ela se levantou com um salto.

- Não vou machucar ninguém! - ela gritou.

- Vai sim - Joseph disse com tranquilidade. - Agora existe um instinto de caçador dentro de você. É como alguém uma vez me disse: É nossa maior fraqueza. É matar, ou morrer. A fome vai sempre falar mais alto do que seus sentimentos.

Joseph lembrou novamente de Julliét. Ah, Julliét! Que saudade!



Julliét e Nicholas se sentaram um ao lado do outro no avião. Julliét havia conseguido passagens de última hora. Hipnotizando todo mundo, é muito fácil! Disse Nicholas. Mas Julliét sabia o quanto era importante chegar em Paris.

Durante muito tempo ela ficou nas sombras. Visitando os quatro cantos do mundo. Mas agora ela precisava voltar pra casa. Voltar pra onde tudo começou. Mesmo que isso significasse sua morte.

Um homem alto, moreno, vestido com jeans e jaqueta de couro passou por eles e lançou um olhar pervertido para Julliét. Depois se sentou em um dos últimos bancos no fim do corredor.

- Parece que alguém ainda faz sucesso com os homens - zombou Nicholas.

Julliét revirou os olhos.

- Odeio os homens! Perderam o romantismo. Não dá pra confiar. Eles te conhecem, te faz sentir especial, prometem todo o amor do mundo, e no final se mostram todos iguais. Não dá pra confiar em um homem de sangue frio!

- Nossa... depois o revoltado sou eu.

Julliét se levantou.

- Onde você vai? - Nicholas perguntou.

Mas Julliét já estava caminhando até o fim do corredor. Nicholas ficou olhando por cima do banco.

Julliét parou ao lado do homem.

- Oi - disse ela provocante. - Reparei que você me olhou quando passou. Gostou do que viu?

O homem sorriu maliciosamente.

- E quem não gostaria?

- Pode vir comigo um instante? Tenho um jogo muito divertido.

O homem se levantou. Julliét olhou ao redor. Ninguém, ecxeto Nicholas estava olhando. E o avião ainda não havia decolado. Julliét abriu a porta do banheiro e entrou. O homem a seguiu, olhando para os lados. Quando entrou, fechou a porta e sorriu para a mulher a sua frente.

- Fique à vontade! - disse ela.

O homem agarrou Julliét, envolvendo seu corpo em seus braços musculosos. Ele a beijou. Julliét retribuiu o beijo intensamente. O homem tirou sua própria jaqueta e começou a abrir o zíper da calça. Julliét segurou a mão do homem e balançou a cabeça.

- Tenho uma outra ideia. - disse ela. - Que tal a gente brincar de funeral? Eu juro que levo uma rosa no seu túmulo.

Ela sorriu. Sua aparência mudou. Seus olhos castanhos agora estavam negros, e seus dentes caninos evidêntes. Sua pele bronzeada ficou pálida e fria.

- O que é isso? - o homem recuou.

- Nunca confie em uma mulher de sangue frio!

Ela avançou para cima do homem. Ele tentou gritar, mas Julliét tampou sua boca com a mão. Sentiu uma dor intensa no pescoço e sua visão começou a escurecer. Em uns instantes, Julliét saía do banheiro segurando o homem. Uma aeromoça apareceu no corredor. Lançou um olhar estranho para Julliét. Esses passageiros não têm mais vergonha! Pensou ela.

- Desculpe, é que ele bebeu muito antes de embarcar, e pediu minha ajuda para levá-lo até o banheiro. - mentiu Julliét. - O coitado vomitou muito lá dentro.

- Ele parece que está desmaiado...

- Ele dormiu. Sabe como a gente fica depois de beber muito com os amigos, não sabe? - Julliét sorriu.

- Sei sim.

Julliét colocou o corpo do homem no banco. Sua cabeça tombou para o lado. O ferimento em seu pescoço estava oculto pela gola da jaqueta.

- Preciso que volte para o seu lugar. Vamos decolar em um minuto. - disse a aeromoça parecendo desconfiada.

Julliét passou por ela.

- Ah! - ela se virou. - Estava me esquecendo.

Ela olhou nos olhos da aeromoça.

- Você vai voltar a fazer seu serviço e esquecer do que viu, ou vai morrer, e você não quer morrer, não é mesmo?

- Eu vou fazer meu serviço. Eu não vi nada aqui, e eu não quero morrer. - a mulher repetiu sem piscar os olhos.

- Ótimo! - Julliét sorriu e voltou para o seu lugar ao lado de Nicholas.

- Você não vale nada mesmo! - disse o amigo.

- Como se você pudesse me julgar, Madre Tereza!

Julliét e Nicholas apertaram os cintos.

- Senhores e Senhoras, peço que desliguem os aparelhos eletrônicos. Verifiquem se os cintos estão bem presos. Estamos decolando agora. Rumo a Paris! - disse a aeromoça.

Julliét sorriu.

- Depois vai me explicar melhor esse seu ódio pelos homens - disse Nicholas.

Ela não respondeu. O avião começou a se mover. Em minutos, Julliét e Nicholas estavam a caminho de casa.  


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Notas finais do capítulo

Genteee. O que acharam da Julliét?
E qual será o motivo deste ódio pelos homens, ein?