Vampire Memories .:: Meia-noite escrita por William Grey


Capítulo 6
Adivinha quem veio pro jantar?


Notas iniciais do capítulo

Estou apavorada
Então, onde eu estou agora?
De cabeça para baixo
E não consigo parar agora
Não pode me parar agora.
Eu vou sobreviver! (Avril Lavigne)



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O sol já estava nascendo. Joseph fechou todas as cortinas da casa. Louise ainda estava deitada sobre o sofá. A garganta queimando.

- Você disse que eu preciso de sangue - disse ela enquanto ele voltava para o centro da sala. - Por que não posso ir buscar agora? Por que não posso fazer com que essa dor termine logo?

Ele se sentou tranquilamente no outro sofá. Pegou um exemplar da revista Guia Da TV que estava sobre uma mesinha ao seu lado.

- Vai ler? - Louise ficou incrédula. - Faz ideia da dor que eu estou sentindo? - ele não respondeu. - Você não se importa, não é? Mas deveria se importar, já que foi você quem me transformou!

Joseph sorriu, foleando a revista.

- Você ainda ri?!

- Não estou rindo de você. - ele respondeu finalmente. - O canal 7 vai exibir Entrevista com o Vampiro esta noite. Muita coincidência, não acha? - ele deu um sorriso largo.

Louise se sentiu profundamente irritada.

- Achei que vampiros não assistissem televisão.

- Ah, não... Quase não temos tempo. Passamos muito tempo trancados em nossos caixões, no nosso sono eterno. Quando despertamos é pra nos alimentar. Depois viramos morcegos e passeamos pela cidade de Paris, só para ver a Torre Eiffel. Depois, cansados, voltamos para nossos castelos sombrios para dormir mais um pouco.

Os olhos de Louise se arregalaram quando ele disse caixão. Joseph explodiu em risos.

- Não! - disse ele tentando não rir. - Você acreditou?

- Rá-Rá! Que senso de humor. Não se preocupe que eu vou rir quando encontrar a graça.

- As pessoas de hoje em dia acreditam em várias lendas diferentes. Graças aos filmes, aos romances que lançaram.

- Está dizendo que nada que é retratado nos filmes é real?

- Não, eu não disse isso. Tem coisas que é real. Como o fato de não andar na luz do sol, ou uma estaca de madeira no coração matar um vampiro. Se tiver que escolher entre as opções mais modernas, escolha Anne Rice, ou Lisa Jane Smith. Que saudade de Lisa, e dos papos que tivemos sobre seus livros. Uma escritora maravilhosa!

- Já ouvi falar. Ela é autora dos livros que deram origem a uma série de televisão, não é isso?

- The Vampire Diaries. - ele sorriu. - Muito bom. Anne Rice também não fica atrás. Já que vamos ficar aqui trancados o dia todo, podemos fazer uma pipoca, ver o filme, o que acha?

Louise sorriu desanimada. Sua garganta ainda queimava, e aquelas piadas sem graça não estavam ajudando em nada.

- Então, você não anda no sol? Deve ser chato.

- Eu ando.

- Mas você disse que...

- Eu sei o que eu disse - interrompeu ele, mostrando a ela um colar em seu pescoço. Era uma pedra vermelha, bem pequena, amarrada por um cordão de prata. - Se o vampiro tiver isso, ele pode. Poucos tem.

Louise olhou a pedra maravilhada.

- E como um vampiro consegue isso?

- Precisa da permissão de um mestre. Tem algumas mulheres com poderes especiais que estão do lado dos vampiros. Elas fazem uma espécie de feitiço para que a luz solar não nos afete. Os vampiros que possuem isso, são chamados de favoritos.

- Está me dizendo que além de vampiro, também existe bruxa? O que mais quer me contar? Que você de vez enquando toma um chá com o Peter Pan e com a Sininho na Terra do Nunca ?

Ele explodiu em risos novamente.

- Na Terra do Nunca não. Eles sempre me visitam. Não gosto de avião. - Joseph sorriu, depois percebeu a reação de espanto de Louise. - É brincadeira.

- Quem são os mestres? - ela secou o suor da testa com um lenço de papel.

- Armand, Patrick, Lawrence e Bernard. Os primeiros vampiros.

- Não tem lógica. É preciso de um vampiro para criar outro, não é mesmo? Então, quem os criou?

- As bruxas.

Louise ficou confusa.

- As bruxas são a raça superior no mundo sobrenatural. Mesmo que os vampiros estejam em maior número, elas possuem um poder incrível. Além do mais, elas são nossas criadoras. Conhecem nosso ponto fraco. As bruxas criaram quatro de cada espécie para dar um equilíbrio.

- Cada espécie? Existe outra?

- Sim. Acho que me esqueci de dizer que os lobisomens não são uma lenda. Existem. Mas hoje em dia, estão quase extintos.

- Por que você veio atrás de mim? Por que disse que o mestre me queria?

Joseph ficou sério e se levantou. Não posso contar a verdade. Pensou ele. Ela não pode saber que agora é uam espécie rara. Mais forte que Armand. Não pode saber que ela é uma criatura única.

- Pode me responder por favor? - insistiu ela.

- Bom, já que você não pode sair para caçar, acho melhor eu trazer a comida pra você. - Joseph foi até a porta. - Mantenha esta porta trancada. Não convide nenhum estranho a entrar. Volto logo.

- Mas espere! Não vai me responder?

Joseph fingiu não ouvir. Abriu a porta e saiu da casa.



Não muito longe dali, Armand e a garota bruxa pararam na beira da estrada.

- Espere! - disse a bruxa, ela fechou os olhos. - Joseph saiu da casa. A garota ainda está lá dentro. Ela não se tranformou ainda.

- Pode entrar na cabeça dela? Qualquer coisa, faça um feitiço para matá-la! - ordenou Armand.

- Não sou tão poderosa assim. Sou uma bruxa iniciante.

Armand avançou pra cima dela, apertando seu pescoço e erguendo a garota do chão.

- Eu estou cercado de incompetentes! Você, Joseph! Todos são iguais.

- Você está me machucando Armand! - gritou ela.

- Dê graças ao seu Deus por eu não poder sugar o seu sangue agora!

Um caminhão buzinou e parou no encostamento. Um homem muito gordo, usando jeans, camiseta e um chapéu de cowboy desceu do caminhão.

- Ei, largue a moça! - gritou ele.

- Sorte pra você, muito azar pra ele.

Armand largou a garota e se virou para o homem.

- Vocês caminhoneiros sempre fazem rir. Acha que salvando a linda garota ela vai entrar no seu caminhão e fazer o serviço imundo pra você? É muita necessidade mesmo.

Os olhos de Armand ficaram vermelhos. Ele sorriu enquanto seus dentes cresciam. O homem recuou.

- Quem é você? O que é isso?

- Quem é você? O que é isso? - imitou Armand. - Sempre as mesmas perguntas, e uma mesma resposta: O seu maior pesadelo. - ele se virou para a bruxa. - Minha querida, adivinha quem veio pro jantar? 


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora gente. *--* O que acharam deste capítulo? Ansiosos para o encontro de Julliét e Joseph? E o Armand? Vai chegar na casa de Louise? Ela está sozinha ein ;s