Vampire Memories .:: Meia-noite escrita por William Grey


Capítulo 4
Escolha


Notas iniciais do capítulo

"Louise sempre pensara como seria sua morte. Não é tão ruim. Louise não sentia nenhuma dor. Ela conseguia ouvir as batidas do seu coração. Durante os segundos que se passaram ela ficou apenas de olhos fechados. Até que seu coração parou."



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- Como deve ser sua morte? - Joseph perguntou, no fundo desejando não ter que fazer aquilo.

- Faça como quiser. Você já matou minha mãe. Não tenho mais ninguém. Eu estou sozinha! Faça! - ela gritou.

Joseph relembrou sua infância naquele momento. Se viu jogado no chão, de baixo da mesa da cozinha, se escondendo. Havia acordado no meio da noite com um barulho horrível. Seu pai e sua mãe correram para o quarto do filho e o forçaram a se levantar. Joseph não sabia o que estava acontecendo. Seus pais estavam desesperados. Neste momento, dois homens altos, vestidos de preto entraram na casa. O pai gritava, ditando ordens ao filho e à esposa. Eles correram e se esconderam. Da cozinha, Joseph podia ver os homens andando pela casa, sorrindo friamente. Quando um dos homens encontrou o pai, o arremeçou contra a parede.

- Onde está a pedra Jhon? - perguntou o homem apertando o pescoço do pai de Joseph.

- Eu nunca entregaria ela a vocês! - gritou Jhon.

- Realmente não queria fazer isso. Mas você nos traíu. Como pode? Como pode confiar mais nelas do que em sua própria raça Jhon? Nós te ajudamos, nós protegemos sua família, e você se juntou ao inimigo.

- Elas têm a razão ao lado delas. Vocês querem fazer algo perigoso. Algo que vai favorecer somente vocês. Elas não podem permitir!

O homem de preto sorriu.

- Acabe com isso. Ele não vai falar, temos outros meios de achar a pedra. - disse o segundo homem se aproximando.

Joseph não se lembrava bem do que veio a seguir. Ele ouvira o grito do pai, e depois viu sangue escorrendo pelo chão. Sua mãe agora gritava. Um dos homens segurava ela. Joseph saiu de baixo da mesa e correu em direção da porta. Precisava pedir socorro. Um dos homens de preto viu o garoto de seis anos correr.

- Deixe ele ir. É só uma criança! - disse ele.

Quando Joseph voltou com ajuda, a casa estava vazia. O chão todo sujo de sangue. Não havia corpos, só sangue. Depois disso, Joseph cresceu em um orfanato até seus quinze anos, quando foi adotado pela família Martin. Dois anos depois, ele conheceu Julliét. Então ele morreu.

Joseph balançou a cabeça. Passado é passado! E por mais que ele imaginava o que a garota estava sentindo, ele não podia falhar. Julliét não falhou. Ela não teve pena de Joseph quando o transformou. Eu também não terei!

- Me desculpe senhorita - disse ele. - Mas é preciso, são ordens.

Louise chorou olhando o corpo da mãe atirado ao chão.

Ela fechou os olhos, imaginando que a qualquer momento sentiria seu sangue sair do corpo. Sentiria sua vida ir embora.

- Notre Père qui es aux cieux, ton Nom soit sanctifié... - Louise começou a rezar o Pai Nosso. Pedia a Deus pra que tudo terminasse logo.

- Pare de rezar! - ordenou Joseph. - Deus não pode te ajudar.

- Deus sempre ajuda os fracos. Rezo para que ele tenha pena de você. No fundo, você tem sua parte humana. Este monstro não habita você por completo.

Ela tem razão!

- Droga! - gritou Joseph soltando Louise. - Por que não posso simplesmente te matar? Ele quer que eu faça isso. Você é um perigo para ele.

- Ele quem? - perguntou Louise. Ela pensou se haveria alguma possibilidade de fugir distraíndo o vampiro, mas por algum motivo, ela queria ficar. - Pode me falar?

- O mestre. Ele quer você morta. Você representa perigo. Ele me pediu que te levasse até ele. Morta.

Louise sentia medo, mas não conseguia correr.

- Tem uma solução! - Joseph disse. - Eu vou te deixar partir, digo que você fugiu.

- Ele mataria você, não é?

- Certamente.

Louise caminhou até o vampiro, suas mãos tremiam.

- Não posso ir, sabendo que minha mãe morreu.

Vou ter que passar por cima de Armand! Pensou Joseph. Não posso matá-la. Não posso ser igual Julliét.

- Louise, eu fiz tudo errado em minha vida até hoje. Mas você me fez perceber que mesmo sendo um vampiro, a opção de ser um monstro ou não é minha. Eu não posso voltar no tempo e deixar sua mãe viva, mas com você vou fazer diferente.

Joseph segurou Louise pelos ombros. Olhou intensamente nos olhos dela.

- Termine seu serviço e vá embora! - gritou ela.

- Você não vai conseguir viver com a dor da perda de sua mãe, não é mesmo? - perguntou Joseph.

Louise assêntiu.

- Prefere a morte?

- Sim.

Joseph pensou por algum momento e só encontrou uma saída. Seus caninos cresceram novamente. Seus olhos ficaram negros. Louise ficou espantada. Era o fim.

O vampiro cravou seus dentes na pele macia de Louise. Ela fechou os olhos. Sentiu muita dor e depois, sentiu prazer. Era como se seu corpo estivesse produzindo muita adrenalina. Sua mente ficou vazia. Ela não conseguia se lembrar de nada. Joseph se afastou. Louise se sentiu fraca. Joseph a segurou quando ela caiu. Louise abriu lentamente os olhos piedosos e olhou seu assassino. Minha última lembrança será a do assassino de minha mãe. Ela fechou os olhos novamente.

Louise sempre pensara como seria sua morte. Não é tão ruim. Louise não sentia nenhuma dor. Ela conseguia ouvir as batidas do seu coração. Durante os segundos que se passaram ela ficou apenas de olhos fechados. Até que seu coração parou.



Armand olhou curioso para a mulher morena, de cabelos longos e cacheados que se aproximava.

- Você deve ter conseguido a informação que eu te pedi. - ele disse. - Venha.

A mulher chegou mais perto dos quatro vampiros sentados em grandes cadeiras vermelhas.

- A pedra está comigo. As bruxas já sabem do seu plano Armand. Elas neste momento estão criando um plano para atacar os vampiros. Já conseguiu tudo que precisa?

- Sim. Temos Joseph e Louise.

- O vampiro só servirá para o ritual se ele matar a descêndente. Tem certeza que ele realizou o serviço?

- A esta hora, sim. Ele deve estar a caminho.

A mulher tirou do bolso uma pequena pedra vermelha.

- Revelat tristes veritatem. Ostendere vivere filiis quod posset non mori. - disse a mulher em latim. "Revele a verdade sombria. Mostre a descêndente viva daquela que não podia morrer."

A pedra flutuou no ar por alguns intantes. A bruxa fechou os olhos. Viu perfeitamente Louise nos braços de Joseph. Por um instante pensou que o vampiro havia mesmo cumprido a ordem. Mas quando estava prestes a encerrar o feitiço, viu a garota abrir os olhos. Eles estavam negros.

Assustada, a bruxa encerrou o feiticço. A pedra caiu no chão.

- O que viu? - perguntou Armand.

- Louise está definitivamente morta - ela disse.

Armand olhou vitorioso para os outros vampiros originais.

- Porém, hoje ela começou uma nova vida. Deu início a transformação.

O sorriso de Armand desapareceu. Não é possível!








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Notas finais do capítulo

Gente, me digam, o que estão achando? Está interessante? Me digam se devo continuar! *--*