40 Dias Para Te Reconquistar escrita por jamxx


Capítulo 37
Capítulo 26 - Acreditar?! Não me peça isso, Benson


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito, certo?! Estou sem celular, então estou incomunicável e isso é triste rs Porém não é desse tipo de tristeza que veremos nesse capítulo... Aliás, nele tem alguns níveis desse sentimento. Esse capítulo eu dedico á Hello Mellark, como forma de um agradecimento especial por nunca abandonar a fic e sempre me fazer rir com seus comentários hilários. Também irei dedicar esse capítulo para a minha Gigi, em nome da grande saudade que estou por ela. Bom... Boa leitura e ótimas surpresas...



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– Você não precisa ficar aqui. - Cléo falou amargamente e fitou o caixão pequeno em sua frente.

– Você precisa de mim... - Fred sussurrou. - Além do mais, eu já liguei para ela avisando. A Sam pareceu entender.

Fred mentiu, pois a sua esposa nem ao menos esteve atendendo o celular. As várias vezes que ele tentou se comunicar com ela falharam, de forma estranha, ela não o atendeu. Então ele achou conveniente em pensar que o celular da mulher estaria descarregado ou que ela tivesse esquecido o celular em algum lugar.

Até porque ele acordou mais cedo para a esposa não o encontrar na cama com a secretária, não tardou para ele estranhar a demora da esposa em chegar em casa. Por isso ele pensou que ela poderia ainda dormir profundamente na casa da Jade. Então, Fred tomou outra prioridade: Cléo.

Cléo suspirou fundo e voltou a olhar os detalhes do rosto da criança dentro do pequeno caixão branco com detalhes douradas. Era seu filho. Enzo faleceu no início da madrugada de ontem e Cléo não sabia a quem recorrer. Tanto é que a primeira pessoa que veio em sua mente fora o seu patrão.

Ela se lembra de ter desabado em cima dele e ter desabafado, não em palavras, mas em lágrimas e múrmurios incomprieensíveis. Porém isso não foi tudo. Depois de duas horas falando sobre o filho, ela passou realmente mal e começou a tremer violentamente. Fred não soube o que fazer e tentou acalmá-la da melhor forma, mas fora uma noite difícil para ele também. O homem nunca passou por algo igual e sentiu-se impotente nessa situação. Afinal, tem como saber a forma de reagir quando alguém próximo perde um ente tão querido?! Provavelmente não e por isso ele tornou todas as tentativas válidas.

O que aconteceu ontem mudou a forma com que ele enxergava a secretária e também como Cléo o enxergava. Inconscientemente ele se tornou o único porto seguro dela. Pelo menos ontem, na madrugada, nas horas e minutos de consolo amigo. Pelo menos hoje, em um dia que ela mesma não pode prevê. Ou até pelo menos no dia de amanhã se ela ainda permanecer viva e encontrar um motivo novo para viver.

Ninguém esteve pela Cléo no passado, quando ela deu a luz ao Enzo na Itália. Ninguém se importou com ela nos dias que ela sumiu, quando ela tentava procurar uma cura para o filho e ainda tentando resistir as criticas afiadas de quem deveria ser a família dela. Ninguém esteve com ela ontem quando a mesma recebeu pela noite a notícia da morte de seu filho e quando ela foi acusada pelo ex-namorado de ser culpada do acontecimento. Ninguém nunca fez algo por ela, mas isso mudou quando Fred apareceu. Tudo mudou. Pois ela tomou a doce consciência que alguém se importa com ela.

O fato é que isso ameniza a dor que ela sente. A pior dor que tem: a dor da perca. Ela perdeu o filho, quem teve o amor verdadeiro dela. Cléo pode ter dúvidas se realmente amou o pai de Enzo, porém nunca duvidou do quanto ama o filho. Esse foi de fato o único amor que ela pode dizer que foi verdadeiro. E mesmo assim este amor foi tirado dela. Ela o perdeu e sente que nada vai substituí-lo. Nada mesmo.

Soluçando e passando as mãos no rosto do pequeno filho, murmurou ela um quebrado "eu te amo". No seu lado, Fred prende as lágrimas e abraça mais uma vez a mulher abatida tentando assim consolá-la. Cléo levanta o rosto e olha para o homem no seu lado com os olhos cheios de lágrimas. O olhar dela permitiu a ele ver sua alma sofrida. Fred respirou fundo e colocou sua atenção no que a loira estaria prestes a dizer.

– Enzo quase morreu quando nasceu... - Cléo falou com a voz falhada. - Eu pensei que iria perdê-lo pra sempre e quando ele se recuperou...

Ela fungou e lágrimas transbordaram seu rosto.

– Oh Meu Deus... Fred... Eu o amo tanto... Ele se recuperou e eu pensei que morreria vendo ele se tornar um homem de caráter... Se formar... Se casar... Essas coisas...

Mais uma pausa e em um impulso Fred pegou a mão dela, apertou carinhosamente ainda atento.

– Eu nunca... Nunca vou vê-lo se formar, não é?! - Ela aumentou o tom da voz se descontrolando e voltando a olhar o rosto pálido, duro, gélido e com olheiras roxas grandes do filho.

– Eu... - Ela chorou se levantando da cadeira e se debruçando por cima da criança. - Ma-ma-mamãe te ama... Oh... Porque não fui eu?! Filho? Escute... Mamãe te ama...

Fred limpou uma lágrima que caira do seu olhar e ele sentiu a garganta apertar. O coração explodir e de repente nada mais importou. Ele desejou ter a amiga calma e poder de alguma forma sentir a dor invés dela sentir... Mas isso não o impediu de ter um pouco dessa dor. Ver a Cléo assim também o destruía.

Fred está em uma capela junto a Cléo no lado leste da cidade e mal sabe ele que algo impressionante aconteceu durante a mesma noite da morte de Enzo, ontem, só que no lado oeste da cidade.

______

– Eu estou te falando não há jeito deles não estarem juntos! - Sam vociferou para o homem na sua frente.

– Tem certeza? Até onde sei ele é honrável e bla bla bla - Jonny falou com tédio.

Sam tinha lhe deixado claro que não o queria e por uma razão forte, da qual ele não entendeu bem ainda, ela o procurou para colocar metade da raiva para fora...

Uma manhã realmente difícil para ela. Uma manhã de decisões e retomadas de ideias do passado. Sam não quis saber de atender as ligações de ninguém, muito menos de Fred. Nem ao menos pensou em ouvir a versão do marido, simplesmente tomou como verdade o que viu e imediatamente se comunicou com seu advogado de confiança. Logicamente para pedir o processo de divórcio.

Samantha Puckett nunca poderia estar mais decidida e mortal. Sim, Puckett... Afinal, ela teria que se acostumar novamente com este sobrenome. Não seria mais Samantha Benson e sim, Samantha Puckett. Uma triste realidade que ela esta planejando com o peito inchado de orgulho. Ela mesma decidiu que a madrugada chorando por Fred nunca mais iria acontecer e tanto é que ela não vacilou. Nenhuma lágrima fora derramado desde que saiu de casa para ir encontrar o advogado. Ela decidiu que seria assim... Nunca mais choraria por Fred.

Além, claro, da certeza que mora nela que conversar com Fred seria idiotice, pois o que ele falasse ou agisse poderia desencadear uma fraqueza nela. Essa fraqueza pode vim agora, depois da entrada de divórcio, pois não iria afetá-la tanto... Está feito! Só basta ele assinar e ele prometeu que não iria implorar para ela ficar. Ele prometeu. Fred fez uma promessa da qual entrara em prova em pouco tempo.

– Eu só quero que finja até ele assinar o divórcio. - Sam pediu ao desabar no sofá de couro do novo apartamento de Jonny.

– Porque? Foi duro te esquecer para você vim e pedir para atuar nisso. - Jonny falou com um meio sorriso.

– Por favor? Eu preciso de você... Jonny...

– Está bom. - Tudo pela a irmã de uma amiga internauta, pensou Jonny com carinho.

– Comprou uma cobertura. Ótimo gosto. - Comentou Sam com intenção de desviar a conversa, pois sua cabeça poderia estourar a qualquer momento se continuasse a falar sobre o futuro ex-marido.

– Eu sei que você sabe que estou desempregado... - Ele falou rapidamente. - Está desconfiada, sim?!

Sam balançou a cabeça afirmamente, pois não tinha ideia como seu ex-cozinheiro, e ex-amante, poderia conseguir algo assim sem emprego.

– Tinha uma boa quantia guardada de trabalho pesado antes de te conhecer... - Ele falou com cuidado.

– Ah...

O celular de Samantha começou a tocar novamente, mas dessa vez fora uma mensagem de texto de sua irmã:

" Comida envenenada, ou melhor, sal com veneno. Sansa na UTI e Antônio... "

A sombra de Jonny quase montando nela não a deixou terminar de ler e ela reclamou o empurrando, mas percebeu que ele estava um tanto pálido demais.

Ela terminou de ler a mensagem e se levantou com a mesma palidez do ex-amante. Seus olhos cresceram e ela teve vontade de chamar o marido. Tal vontade logo passou quando ela lembrou de encontrá-lo com Cléo... Na cama, na noite passada.

– Puta Merda! - Jonny exclamou se recuperando e sorriu de lado. Um a menos, pensou surpreso, obra do Charlie será?! Mas este está morto...

Em instantes Sam e Jonny foram correndo primeiro para o hospital e depois, talvez, iriam para um velório. Ou dois. No caminho ligou para Carly, pois além de tudo soube que sua afilhada estava passando por um momento difícil e fazia de tudo para ver pela a última vez o amigo... Mesmo que morto...


No caminho de volta para a casa a loira, Mel, recebeu uma ligação de um dos seguranças da casa dela. Era o Rúben avisando que o Cão andou vasculhando as poucas coisas que ainda haviam na casa. Essa notícia a pertubou muito e ela ficou feliz de levar Sansa com ela nessa visita repentina.

(Capítulo 24 - Justiça)


Sam ficou chocada quando encontrou a irmã no hospital do tanto que ela estava devastada e triste. O abraça entre as irmãs durou mais de cinco minutos e pela primeira vez, Melanie, sentiu que podia contar com a irmã sem ter medo que alguém podesse ferí-la.

– Olá...- ... Amiga internauta, Jonny completou em pensamento. Mas tudo ficaria em pensamento, isso faz parte do seu verdadeiro trabalho e também fazia parte da sua própria segurança. - Sinto muito...

Melanie fungou.

– Eu prometi que cuidaria de Sansa como se fosse minha... - Melanie fungou. - E o pior que ela é minha, sabe?!

Jonny a olhou com compreensão. Ele sabia.

– Ela vai se recuperar. - Sam falou firme e passou uma energia positiva para a irmã.

– O que aconteceu? - Jonny quis saber e Sam o repreendeu com o olhar.

Mal sabia Sam que ele saberia de qualquer maneira. Como Jonny ou... É.

– Estavámos juntas, no chá... - Ela pausou e reformulou o que falaria. - ... no chá de pijama e eu só voltei para casa ás dez da manhã. Encontrei Sansa agonizando e vomitando sangue com... Bem... Eu não sei com o que, mas ela estava vomitando sangue e isso me desesperou...

Melanie chorou silenciosamente por dois minutos enquanto gaguejava ao tentar falar mais coisas. Ela se acalmou brevemente e aparentemente.

– E ele estava caído no chão com os olhos abertos. - Melanie olhou para Sam de forma controlada. Definitivamente a Mel já havia passado e presenciado por coisa pior, porém doía saber que ele estava morto. Apesar do fio de alívio que percorreu o corpo dela na hora.

– Algum sinal de arrombamento?! Ou algo assim?! - Jonny perguntou atento. Essa seria uma notícia boa para um dos seus clientes assíduos.

– Não. - Ela suspirou. - Só sei que foi veneno colocado no sal e açucar... Viajamos por duas semanas e estavámos em um hotel, mas eu insisti para dormir em casa... Afinal, era meu lar...

Ela respirou fundo antes de continuar.

– O café da manhã de hoje seria nossa primeira refeição em casa depois... - Melanie pausou. Ela quis dizer "Depois de matar Charlie", porém ela se conteve. - ... Depois de viajarmos para a Disney.

– Nossa... - Sam exclamou pasma e matutando quem poderia querer o mal para sua irmãzinha. Afinal, o único monstro que ela conheceu foi Antônio.

.

– Porque? Vai mandar isso pra quem, infeliz? - Ele vociferou. - Vou sair daqui e matar você. Estuprar sua irmã, fazer sua filha engolir minha porra e voltarei a pegar a Anita.

(Capítulo 24 - Justiça)


– Que tipo de veneno?! - Perguntou Jonny ainda curioso.

– Eu não sei. Porém encontraram partículas de esperma nos cristais de açucar e sal.

Sam sentiu um calafrio de repente. Certamente ela iria trocar todo sal e açucar de sua casa hoje mesmo. Um médico chamou Melanie e ela prontamente foi ao seu encontro.

O celular de Samantha vibrou e ela teve convicção que seria um longo, triste e estressante dia de tragédias. Antes de ler a mensagem de Carly, ela abriu a mensagem anterior e releu em voz alta suficiente para Jonny escutar:

" Comida envenenada, ou melhor, sal com veneno. Sansa na UTI e Antônio está na funerária. Meu marido faleceu e estou perdida. Enzo também faleceu. Por favor apareça... Melanie. "

Um nó se formou na garganta de Sam.

– Antônio morreu. - Ela falou com um fio de alegria.

O homem que a torturou, a fez perder um filho e tentou estuprá-la faleceu. Antônio. O mesmo homem que fez Carly sofrer miseravelmente e ainda assim deu o maior presente para ela: Anita. Um homem cuja natureza é obscura e o passado misterioso, e que entrou na vida dela de forma inesperada.

Antônio, marido de Melanie. Antônio, filho de um pai que foi condenado a morte letal por estuprar e matar dez meninas de doze à quinze anos. Antônio, filho de uma mãe que parecia e era comparada com um anjo de tal virtudes que a mulher possuía e foi ainda uma mãe solteira, sobrevivente das garras de um estuprador mortal. Antônio, um menino que com dez anos teve que vender drogas para dar de comer a mãe doente de câncer e as duas irmãs gêmeas de três anos. Antônio, homem do qual saiu das ruas e foi para o topo do mundo capitalista, como promoteu para a mãe antes dela morrer. Ele tinha prometido que seriaalguém nesse mundo. Antônio, infeliz apaixonado por Shae e infeliz por nunca ter aprendido ou roubado uma base de como se expressar. E mais uma vez, homem que errou por causa da natureza que foi criado e que se redimiu a duas semanas se esforçando para ser (pela primeira vez) um bom pai e marido.

Por fim, Antônio, o homem que morreu pelo próprio veneno que gerou em seus homens.


Charlie causou muito mal, destruição e conflitos. Agora com o corpo enterrado em um terreno baldio na saída de Seattle foi impossibilitado de terminar o mal que fez. Pelo menos é o que parece.

(Capítulo 24 - Justiça)


O que Antônio e ninguém sabia é que o Cão procurava a morte faz tempo. Mas não qualquer morte, o homem de ideias contrárias e tensas, procurava morrer com o grande amor de sua vida: o seu patrão. E a casa do mesmo, foi grampeado, como também seu celular. Cão sabia de tudo e quis caminhar para morte, mas deixou uma certeza que levaria aquela família com ele.

Seus alvos, por ódio, foram claros: Antônio, Melanie e Sansa. Primerio Antônio por desprezar o seu amor. Segundo Melanie por ter matado o seu irmão e por último, Sansa por ser a única descendente de Shae. Cão sabia que Shae merecia isso, pois foi ela quem tinha marcado seu rosto a muitos anos.

Os planos de Charlie, porém, não foram concretizados da forma que quis. Pois Melanie está viva, Sansa na beira da morte e Antônio com ele. Da tentativa, positivamente teve dois resultados... Sendo somente um resultado ter sido concluído.

Charlie poderia ter feito outras coisas, explodido a casa do patrão com todos dentro ou até ter atirado no coração de cada um. Mas, por algum motivo ele não o fez. Ele preferiu isso. Ele quis isso. E ele fez isso. Com tantas habilidades macabras, Charlie, decidiu plantar uma semente do mal e deixar que o destino se encarregasse de quem iria morrer por causa dele.

E foi assim que o destino o fez, levou Antônio e ainda parece entrar em um impasse com Sansa. A menina está ainda entre a vida e a morte.

Depois de trinta minutos, Melanie se sentou novamente no banco acochoado do hospital e encarou as paredes brancas em sua frente. Mas, na realidade ela estava recriando na própria mente seus erros irreversíveis. Ela estava recriando seu único ato de infidelidade que teve em todo o tempo que ficou com o Antônio, pelo menos da qual ela quis fazer.

Melanie não percebeu quando as lágrimas inundaram seu rosto e muito menos quando Jonny segurou sua mão. Simplesmente, de repente, ela se viu amargurada e acidamente arrepentida. Ela fez amor com Joffrey em uma dispensa qualquer. Oh. Ela se sente suja, terrivelmente sem valor e com desejo extremo de voltar atrás.

Pela primeira vez, Melanie concluiu que tem um arrependimento que levara para a vida toda.

– Eu o amo. - Melanie sussurrou e encarou os olhos de Jonny.

– Todos sabem que sim.

– Oh. Eu o amo mais do que nunca pensei... - Ela se lamentou com uma dor latejante. - Deus, eu amo aquele homem horrível... Bom... E depois Cruel...

Jonny assentiu não sabendo o que dizer.

– Eu nem lembro a última vez que eu disse que o amava... - Melanie soluçou um pouco e passou os dedos nos lábios. - Fui tão suja quanto ele já foi um dia...

– Não diga isso, você não está suja...

– Eu me deitei com vários homens...

– Porque ele mandou ou obrigou, Melanie, você não tem culpa...

A loira não percebeu a informação que Jonny deixou escapar, ninguém sabia daquilo a não ser ela e seu amigo internauta.

Passou-se uma hora e Sam entrou novamente na sala, avisando que os três iriam para o velório de Antônio.

–-

Sam só foi para casa no dia seguinte e ainda assim no final da tarde. Ela não se surpreendeu em encontrar Cléo no sofá com o rosto inchado e se entupindo de chocolate. Mas, ela se surpreendeu em encontrar Cléo com roupas largas, sem maquiagem alguma e com os curtos cabelos desarrumados. Sam ignorou a presença de Cléo, apesar de Jonny cumprimentá-la dando-lhe os pesâmes pelo Enzo.

– Onde esteve? - Fred perguntou alarmado descendo as escadas com um cobertor nas mãos.

– Onde? - Sam perguntou se fazendo de boba e depois respondeu firmamente: - Com Jonny.

– Como assim com ele? - Fred exclamou com força, sem entender nada e encarou Jonny.

Fred entregou o cobertor para a Cléo e se voltou para a esposa com um olhar incompreensível.

– Eu estou indo embora, Fred. - Sam falou calmamente e subiu as escadas.

Fred seguiu ela e Jonny ficou na sala, se acomodou ao lado de Cléo e começou a conversar com ela calmamente. Como se nada de grave estivesse prestes a acontecer.

– O que houve na porcaria desse chá para você querer ir embora? Porque? O que aconteceu? - Ele perguntou confuso e fechou a porta do quarto com força desnecessária. Não fazia ideia dessa reação dela. Afinal, eles estavam muito bem. Sua mente rodava e ele começou a pensar tantas coisas... Mas, nenhuma explicava o porquê da sua esposa ter praticamente sumido por dois dias e estar indo embora de casa.

Samantha tentou ser firme ao se virar e olhar nos olhos do marido. É mais fácil do que eu pensei antes, meditou Sam ao olhar para ele com desprezo. Podia-se sentir a raiva queimando nos olhos dela de longe. Ela está sendo dominada pela raiva da infidelidade do marido.

– Porque está querendo ir embora? Eu não entendo...

– Sua primeira mulher foi a Mishelle? - Sam perguntou tentando manter sua voz estável, mas falhou. Segundos depois ela percebeu o rosto de Fred enrijecer e ele a olhou sério, embora a surpresa tomasse conta da sua mente.

Passaram-se aproximadamente quatro minutos com o casal se chocando com os olhares, até que ele fez menção de responder.

– Você fez... Mentiu pra mim depois de todos esses anos... - Sam concluiu e pegou uma mala grande no guarda-roupa, jogando em cima da cama king e abrindo enquanto pensava com raiva o quanto foi estúpida por tanto tempo.

– Você também mentiu, naquela noite... - Fred falou baixo e Sam o encarou com ódio.

– Mas eu não transei com o Hugo, ao contrário de você que comeu aquela puta. - Gritou Sam. - Escolheu bem sua primeira vez... Imbecil...

Ela fechou as mãos com força, tanto que suas unhas começaram a machucar sua carne. Sam estava realmente tentando se manter calma e não bater em mais ninguém mais. Ela achara um absurdo ter que pagar a conta médica de Mishelle, imagine pagar a conta de Fred. Isso não pagaria mesmo. Afinal, ele que é o cretino.

– Eu pensei que você...

– Idiota. - Ela xingou e se virou para o guarda roupa, pegando o máximo de roupas que conseguia e jogando na grande mala. - Eu era completamente louca por você... É lógico que eu não faria realmente...

– Mas... Você não pode me deixar agora por um erro do passado... - Ele falou um pouco desesperado.

Fred tomou o impulso do desespero e segurou puxou o braço dela. Tudo para que a atenção dela estivesse cem por cento nele. Ele não poderia perdê-la. Não seria justo. Não. Ele não iria perdê-la... Não...

– E quanto aos seus erros do presente? - Ela encarou os olhos dele e falou em um fio de voz.

Se ele admitisse agora que estaria dormindo com Cléo, bem, isso poderia fazê-la adquirir um pouco de respeito por ele. E quem sabe, daqui a algum tempo ela consiga perdoá-lo por conta dessa atitude.

– Quais erros? - Ele perguntou enquanto vasculhava a própria mente. Buscava os tais erros que poderia ter cometido.

– Você e Cléo.

– Ela dormiu aqui na madrugada em que o filho dela morreu. - Fred disse rapidamente. - Você saberia de mim se estivesse atendido as minhas chamadas pelo menos uma vez.

Sam riu e puxou o braço da mão dele, fechando em seguida a mala.

– Dormiu onde? No quarto de hóspedes? - Sam perguntou e ele se questionou se contaria a verdade ou mentiria sobre isso.

– Sim... - Ele respondeu tentando ser convicente.

Sam riu novamente, mas agora com amargura.

– Adeus, Fred. - Ela falou e se dirigiu a porta com a mala na mão.

– Não, não... Você não pode simplesmente me abandonar... - Fred disse rapidamente e se encostou na porta.

– Saia do meu caminho... Eu preciso ir... Jonny me espera. - Sam falou alto.

– Porque Jonny está aqui?

– Porque ele sempre esteve aqui... - Sam começou a botar o plano "Sem motivos para você lutar por mim" e sorriu de forma forçada.

– Eu não entendi.

– Eu nunca o deixei. - Ela falou encarando o olhar dele e percebeu o quanto aquela afirmação fora um choque para ele.

– Porque?

– Não importa. Mas estamos quites, sabe... - Sam tentou falar calmamente, porém sua voz saiu alterada. - Você ficou com a Cléo para consolá-la da morte do filho e eu fiquei com Jonny pra consolar a mim mesma, claro, do marido horrível que eu tenho. Fim.

– Você não está falando sério... Eu não transei com a Cléo...

– Não? Eu não acredito. Ela dormiu aqui, querido. Na nossa cama e nos seus braços. Em tudo que deveria ser somente meu. - Ela respirou fundo. - Agora me dê licença, porque tenho que me instalar na cama do Jonny.

Fred abriu a boca para argumentar, porém Sam foi mais rápida.

– Você me prometeu que se eu quisesse ficar com qualquer outra pessoa não me impediria. - Sam falou calma, não aparentemente, mas tristemente calma. - Lembra?

– Sim... Mas... Eu te amo, Sam. Por favor, não me deixe. - Fred falou se aproximando dela e tomando o rosto da loira em suas mãos. Um gesto simples que quase quebrou a muralha de aço que Sam construiu entre eles, mas isso não a abalou realmente. Pelo menos, seria isso seu argumento até o fim.

– Eu também te amo. - Sam respondeu baixinho de forma automática. - Mas, eu não gosta das suas atitudes, não gosto das suas mentiras e odeio você por isso... Por me fazer não gostar mais de você...

Sam foi sincera. Tanta sinceridade que Fred entendeu, teria que deixá-la ir. Ele prometeu e não faria dessa promessa uma mentira. Não mesmo.

– Eu não fiquei com a Cléo. Por favor, acredite. - Ele sussurrou e descansou a testa na testa dela. Sam fechou os olhos lutando para as lágrimas não caíssem de seus olhos.

– Eu não acredito. - Ela falou olhando nos olhos dele. - Daqui a sete anos, posso descobrir que você realmente fez amor com ela e eu não vou suportar. Isso aconteceu agora... Com Mishelle...

– Acredite em mim... - Ele não perguntou, mas foi uma afirmação com o desejo que sentiu para ela acreditar realmente nele.

– Não me peça isso, Benson. - Ela falou e se afastou.

Fred já estava fora do seu caminho e não estava mais encostado na porta, assim ela saiu por aquela porta do seu quarto. Ela saiu com o coração sangrando e a cabeça pulsando. Suas pernas tremiam e ela se sentiu sufocada. Estava acabando com o casamento deles. Acabando. Sam segurou as lágrimas ao passar pela sala e chamar Jonny.

– Adeus, Cléo. - Jonny falou com carinho e beijou o alto da cabeça da loira ao seu lado no sofá. - Espero que na próxima vez que ver você, esteja bem.

– Obrigada... - Cléo sussurrou. - Tchau Jonny... Tchau Sam...

Samantha não respondeu e saiu da casa dela com raiva. E Cléo olhou para aquela cena curiosa, se desfez do chocolate que segurava na mão. Tirou de dentro do cobertor a garrafa de Old Tom Gin que estava pela metade e levou a garrafa para a boca, dando grandes goles da bebida.

Cléo pensou em ver como o amigo/patrão estava, porém decidiu que ele poderia precisar de um tempo sozinho. Ela bebeu mais goles do conteúdo da garrafa e sentiu-se mais triste, vazia e sozinha. Começou a chorar silenciosamente quando apertou uma blusa pequena infantil nas suas mãos e depois levou a blusa próximo ao seu nariz até inalar o cheiro de Enzo. Seu choro aumentou.

No andar superior, Fred também tentou encontrar algo que amenizasse a dor do coração dele. Este, ele encontrou também no álcool.

A noite veio e com ela vieram incertezas, decisões não pensadas e uma definição de futuro. Tanto para Cléo quanto para Fred.

E foi assim que a noite começou para eles, com músicas, bebidas alcoolicas e danças. Sim, dançaram descalças na sala. Cléo tropeçou inúmeras vezes, mas a cada tropeçada que dava era uma gargalha a mais. Eles não estavam conversando mais, apenas agindo pelo calor do momento. E o calor do momento indicava várias vezes o que queriam... O que iriam fazer... Claro, além dos beijos sem paixão. Apesar que das inúmeras vezes que se beijaram foi com total afeto, carinho e companheirismo.

A noite veio e com ela vieram ações pela madrugada. E quando a manhã chegasse, talvez terão que arcarem com tais acontecimentos. Ou talvez, fingissem que nunca aconteceu nada.

– Você é linda... - Fred sussurrou depois beijando o ombro nu de Cléo, sua voz estava embrigada. Instável, ele suspirou puxando a mulher para mais perto de si. A dor da perca dele era diferente da dor de perca dela. Ela perdeu o filho e ele perdeu seu único amor verdadeiro.

Ele esperou resposta da voz manhosa de Cléo, mas não escutou nada a não ser sua respiração lenta e calma. Ele então que ela estava dormindo. Fred levantou o braço e pegou em cima do sofá a garrafa de gim, tomando o último gole da sexta garrafa compartilhada com a secretária naquela noite. Ele se ajeitou novamente no chão, encontrou uma posição confortável e tentou dormir.

Os cabelos dela tem cheiro de frutas, ele pensou e cheirou mais uma vez os curtos cabelos de Cléo. Só não sei qual fruta é, ele meditou e assim, adormeceu tentando definir a fruta do aroma de Cléo.



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Notas finais do capítulo

O QUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE?! FREDDIE NÃO TINHA FICADO COM A CLÉO E NO FINAL FICOU?! QUE AUTORA INFELIZ, VAMOS ATIRAR PEDRAS NELA. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Eu pensei que a reação de alguns de vocês tenham sido assim, revoltante. Me desculpem, mas não pretendo fazer com que o destino distancie a Cléo do Freddie. Obviamente, eles NUNCA vão terminar juntos. Respirem, please. AAAAAAAAAAAAH, sacaram a aproximação da Melanie e do Jonny?! Sacaram quem é o Jonny?! Oi, alguém se lembra do amigo internauta que da Melanie?! Eu acho que não... Que pena... Bom, e aí... Acho que a partir daqui dá para criar teorias sobre o final da fic, quem arrisca?! AOPSKPOASKPOSAKPOKAS'E NOSSA O ANTÔNIO MORREU '_' Surpreendeu?! Se não, me desculpem, eu tentei kaka Se sim, viram como é bom esse mar do 40 dias?! Eu amo isso. Mesmo. _______________________ MEUS AMADOS *O* ESTOU TERMINANDO DE ESCREVER CRUEL FAIRY TALE, me desculpem a eterna demora D: Posso dizer que saberemos mais de Liz e vamos ter a Marissa lindamente arrogante s2 s2 Aliás, quem gostou do PAUL COLLIN?! As obras da Yo Mismo sempre me surpreendendo... ___________________ Pessoal, vou terminar de responder os reviews hoje, oks?! Naquele esquema s2 Prontos para o próximo capítulo de CTF (pra a semana)?! E para 40 dias na segunda- 08.10-?! Vai demorar um pouquinho né... xoxo da Jaqs :*