“Você pode mudar seu endereço, trocar seus amigos e até reinventar seu visual. Mas, não pode, simplesmente, ignorar o seu passado. A reputação pode lhe perseguir até o fim do ano, ou no caso do jovem Archibald até o interior de Ohio. Xoxo, Gossip Girl”

_ Alguém pode explicar o que está acontecendo aqui? Vocês se conhecem desde quando? – Mercedes interfere.

_ Antes de me mudar para cá, eu morei por alguns anos em Nova Iorque. Upper East Side nunca mais será o mesmo sem nós, não é Nate?

A garota lhe abraça fortemente e ele pensa em como se safar desta vez. Se bem recordava, Sugar Motta era conhecida pela fraqueza doa a quem doer.

_ Então, garoto novo... O que estava fazendo? Nos espionando? – a negra dispara.

_ Não... Bem... Eu vi a Sugar e decidi esperar para cumprimenta-la... Não queria atrapalhar... E gostaria de saber se está tudo bem... Aquele cara foi muito grosseiro...

_ Um cara precisa de muito mais para abalar Santana Lopez. – calouro ri pela petulância da latina.

_ Ei, Nate, como foi o primeiro dia? Emma contou que você estava com dificuldades para se achar pelo colégio. Estou de saída, posso lhe dar uma carona se quiser. – o professor de espanhol é solicitado ao novo aluno.

_ Não se preocupe, senhor Schue. Meu motorista pode levar Nate para casa mais tarde, agora, temos que colocar três anos de escândalos em dia, não é?

O rapaz mal tem direito a resposta e tem o seu braço entrelaçado ao da filha de Al Motta. Ao adentrar na casa do rico empresário, o nova-iorquino se impressiona pela personalidade excêntrica de Sugar se manifestar em boa parte da decoração e nos moveis. A síndrome de não conter a própria língua dentro da boca concedera total liberdade para que a jovem dominasse os pais e transformasse a residência em uma extensão de si mesma.

_ Então, como é que Blair Waldorf acabou nos braços de Chuck Bass? Não acredito... Vocês namoravam desde o jardim de infância! – Sugar disparou ao se acomodaram na imensa sala de estar. O cômodo era quase do tamanho da casa de seu tio.

_ A volta de Serena bagunçou as coisas... E acho que eu e Blair não deveríamos acabar juntos. Estávamos apenas acostumados com a situação, entende? – confessa o rapaz.

_ A volta de S.! Não acredito que perdi isso... Mas, eu acompanhei tudo através da Gossip Girl. Serena está mesmo com aquele garoto do Brooklyn? Pensei que ela acabaria se declarando à você, Nate. 

_ Em algum momento, também acreditei nisso... Mas, Serena mudou bastante. Quando eu sai de Nova Iorque, ela e Dan não estavam se falando... – a menina parece confusa - Dan Humphrey é o garoto solitário que a Gossip Girl costuma citar. Enfim, os dois devem se resolver em breve.

_ Ainda não acredito que você está aqui, Nate! Até gosto do pessoal do Willian Mckinley, mas, é bom estar com alguém do mesmo nível social para variar, sabe? – o rapaz quase gargalha – Você acredita que a maioria só conheceu NY no ano passado?

_ Se parar para pensar, eu só conheci Ohio neste fim de semana... Então, não estamos com tanta vantagem assim, Sugar. – o novato brinca com a anfitriã, que logo muda radicalmente o assunto para o início de sua promissora carreira no palco.

O monologo se arrasta por longíssimos quarenta minutos até ser interrompido pelo megaempresário Al Motta. O homem de negócios desconfiou da novidade narrada pela mulher sobre a presença do jovem herdeiro em sua casa em Lima. A fuga do pai do garoto era notícia ultrapassada e a investigação sobre a corrupção no tradicional banco era acompanhada com certo interesse nos jornais e sites especializados. Entretanto, o envio do jovem para o interior de Ohio pareceu bastante radical e no momento em que Sugar desaparece pelo gigantesco corredor surge a oportunidade ideal para interrogar o visitante.

_ Eu costumava manter contato com seu pai, Nate. O Capitão era um excelente consultor financeiro e sinto muito pelo o que aconteceu... Seu avo tentou abafar o escândalo para não derrubar as ações do banco, estou certo? – Al Motta pergunta.

_ Imagino que seja isso, senhor. Minha vida em Nova Iorque estava problemática e meu avo achou que seria bom sair deste turbilhão temporariamente. Ele está lidando com o processo e toda a investigação... Eu acabaria sendo mais uma preocupação...

_ Lima não se parece em nada com Upper East Side e com o tempo, você enxerga as vantagens disto. Fico feliz que Sugar tenha mais um rosto conhecido no Willian Mckinley, mas, estranhei que você esteja matriculado na escola publica... A Academia Dalton não se compara a Nightingale-Bamford School, mas, é o que temos de melhor na região.

_ É um assunto delicado, senhor Motta. – o homem desconversa e o rapaz se sente a vontade para revelar a real situação econômica – Minhas contas estão bloqueadas e desconfio que as finanças de toda a minha família estejam sendo investigadas... E meu tio não tem como bancar a mensalidade da Academia Dalton por conta própria... – o constrangimento é visível e o adolescente encara o chão.

_ Podemos encontrar oportunidades mesmo nas dificuldades... É bom passar um tempo no mundo real, rapaz. Minha casa sempre estará aberta à você... E acho que minha empresa também. Faça o seguinte, depois de suas aulas... Me procure amanhã, está bem? – o garoto concorda – Ótimo! Você fica para o jantar, não é?

Nate senta-se tenso a mesa, entretanto, se solta ao perceber a discrição do empresário e a ausência de comentários sobre o caos na família Archibald. A conversa se limita a adaptação do convidado à nova escola e Sugar lhe apresenta um relatório completo dos alunos e da própria estrutura do colégio. Rapidamente, ela cita a rivalidade com entre os corais e a proximidade da competição local. O rapaz ri com o entusiasmo dela diante das Seletivas e revela que acompanhara o desempenho do Novas Direções nas Nacionais no ano anterior. Na seqüência, Sugar segue os conselhos do pai e se oferece para mostrar os pontos mais interesses da cidade e lhe deixar na casa do tio.

Beirando as dez da noite, ele encontra Cooter e a Shannon Beiste assistindo a um jogo de futebol americano na televisão. Por mais que a treinadora fosse um tipo peculiar, se tornara uma das pessoas favoritas de Nate rapidamente. Divertida, bem humorada, inconseqüente e mais entendida do que ele na maioria dos esportes. A companhia ideal para um agente esportivo como Cooter Menkins.

_ Nem lembrava que a filha de Al Motta freqüentava a escola. Pelo jeito, o seu primeiro dia não foi tão ruim, não é? – o homem questiona perante o horário da chegada.

_ Também me surpreendi... Tirando a confusão para achar a sala da senhorita Pillsbury, consegui me virar bem... Tenho um teste para a equipe de basquete na quarta-feira e acho que consegui um emprego.

_ Emprego, Nate? Você não deve se preocupar com isso. Se precisa de dinheiro, basta me dizer! – Cooter não aprova a iniciativa do sobrinho.

_ Não é isso... O pai de Sugar pediu que lhe procurasse amanhã... E eu gostei da ideia de ganhar algum dinheiro por conta própria... Além disso, me sinto bem podendo decidir as coisas pela minha cabeça, sabe?

_ É, ainda lembro como é complicado viver sobre as regras de Nova Iorque... Mas, quero que mantenha os estudos como prioridade, estamos entendido?

_ Eu não gostei disso, sabe? – a fala da técnica assusta o garoto – Você se inscreveu no basquete e ignorou o meu time de futebol! – o trio gargalha.

_ Estou fazendo um favor para a senhora, é serio. Me viro bem no basquete, mas, sou péssimo no campo... Ah! Conheci um cara negro, enorme, praticamente um armário... Que comentou sobre o senhor, tio...Ele namora Mercedes Jones, do Glee Club.

_ Um dia no colégio e já definiu o seu lado... – ele estranha – Você se lembra dos meninos do Novas Direções, mas, não consegue gravar o nome da estrela do time? É o Shane, seu tio lhe recomendou para uma bolsa de estudos integral na Ohio State.

O rapaz não se anima em acompanhar a partida e se recolhe ao quarto. A mochila é abandonada no chão e o computador ligado depois de dias. A maioria dos seus pertences ainda esperavam para serem arrumados nas novas instalações. Ele vasculhas sites de notícias, dá uma olhada no blog da GG e se recorda do fofoqueiro da nova escola. O site de Jacob é totalmente amador se comparado à fofoqueira do Upper East Side e sem a menor paciência para esse nicho de interesses, a página do email é aberta e o sorriso toma o seu rosto. Jenny Humphrey era a primeira pessoa de seu antigo ciclo de amizades a dar pela sua falta. Como você se atrever a partir sem se despedir, Nate? Mande notícias imediatamente! O email ainda continha diversas ameaças se não entrasse em contato logo, entretanto, a resposta é impedida pela janela que pisca na tela do computador. Dan Humphrey publicou em sua linha do tempo. Ironicamente, as pessoas que menos participaram de sua vida eram as que mais se mostravam preocupadas com seu sumiço repentino. Ele gasta as últimas horas daquela segunda-feira respondendo as dúvidas dos irmãos do Brooklyn e se compromete em atualizá-los sempre que possível a respeito da nova rotina. Antes de desligar o computador, ele nota os novos pedidos de amizade na rede social. Você conhece Mercedes Jones, Kurt Hummel, Blaine Anderson Mike Chang e Tina Cohen-Chang? Ele clica no sim e se desconecta. Novos amigos, novas possibilidades e ninguém para lhe ditar as ações. Finalmente, Nathaniel Archibald poderia experimentar a sensação de caminhar com as próprias pernas.

As batidas na porta acordam Nate em cima da hora. Segundo dia de aula e já atrasado! Que excelente forma de recomeçar em Lima. Por sorte, a namorada do tio lhe oferece uma carona e o rapaz consegue chegar antes do primeiro sinal. A treinadora lhe indica a sala de espanhol e esclarece que Will Schuester seria seu primeiro professor naquela manhã. Mike reconhece o novo amigo e acena lhe indicando uma carteira ao lado. A primeira novidade que tumultua a escola anunciava a vitória esmagadora de Brittany S. Pierce sobre Kurt Hummel para o cargo de representante de classe. O calouro dá de ombros e cumprimenta Finn Hudson e o candidato derrotado. Com a chegada da dupla, o assunto migra para o ensaio do Glee Club e a suspensão de Rachel Berry, aparentemente, a grande estrela do coral. Nate se concentra na matéria repassada pelo professor de espanhol e confere o horário. Ainda encararia história, física e literatura antes da reunião com Al Motta. Com o sinal, ele pergunta aos conhecidos o caminho para a disciplina seguinte e não tem muito trabalho para chegar, a dificuldade fica reservada inteiramente para o terceiro período. Um alvoroço justamente antes da matéria de física? Ele era péssimo nisso e chegar depois da professora não contribuiria para aumentar a sua média. Para piorar, a mulher já havia dividido a turma em grupos e para variar... Ele estava deslocado!

_ Ei, Nate, aqui! Você pode se juntar à nós... Estamos com um integrante a menos!

_ Muito obrigado mesmo, Mercedes! Você sempre me salvando! – o calouro brinca e puxa uma cadeira perto da negra.

_ Eu não repetiria isso, novato. O namorado dela te mataria se ouvisse! – uma loira debocha e os três adolescentes gargalham.

_ É, estou sabendo disso. Prometo tomar mais cuidado. – ele deixa a mochila no chão e analisa os rostos desconhecidos – Lembro de vocês... São do Glee Club, certo?

_ Não do mesmo Glee, enfim... Sou Quinn Fabray e esse é Noah Puckerman. Espero que você entenda alguma coisa de física, novato!

_ Vocês vão me expulsar se eu confessar que sou uma negação nessa matéria?

_ Pelo menos, eu vou ter com quem conversar, enquanto vocês resolvem os problemas. – debocha o dono do moicano sendo estapeado pela negra.

_ Não se preocupem... Eu e Quinn podemos nos preocupar com os problemas e vocês cuidam da pesquisa, pode ser?

Sem alternativa, os dois dão de ombros e começam a folhear o livro de física. As garotas riem e se ocupam com as tarefas do trabalho escolar.

_ Nós temos que entregar esse trabalho na quinta-feira... Quando podemos nos reunir para terminar? Realmente, preciso desta nota! – afirma a negra.

_ Sempre estou livre para encontro com duas gatas. Só me dizer a hora e o lugar! – debocha o judeu.

_ Cala a boca, Puck! Estamos sobrecarregados com os ensaios do coral... Mas, acho que amanhã conseguimos sair mais cedo... O horário está bom para todos? Certo, pode ser na sua casa, Mercedes? Minha mãe surtaria se encontrasse com o Puck.

O trio continua planejando o melhor horário para a continuação da tarefa e Nate precisa manter o foco para acompanhar a quantidade de informações. A loira e o bad boy tiveram alguma coisa séria ao ponto da mãe da garota detesta-lo, o que não importava muito para o cara do moicano. O sinal e o aluno novo pede a localização de sua próxima aula e a loira consente em orienta-lo, afinal, seriam colegas de classe. O tumulto ganha os corredores e nova-iorquino se esquiva de uma dezena de alunos antes de esbarrar em um cadeirante. O pedido de desculpa é imediato e o novato ainda se abaixa para recolher os materiais derrubados com o encontrão. O deficiente físico agradece o gesto, cumprimenta a loira e segue seu caminho. Quinn quase se espanta com a gentileza do desconhecido. A maioria dos garotos teria sido grosseiro e culpado Artie pelo incidente.

_ Aquele menino na cadeira de rodas é Artie Abrams, meu colega no Glee Club.

_ Sério? Não reconheci da apresentação nas Nacionais... Ainda não me acostumei com essa correria, sabe? Preciso tomar mais cuidado nesses corredores! – ele brinca.

_ Não sei quem você costumava ser em Nova Iorque, mas, tem que entender como as coisas funcionam em Lima. O pessoal do Glee Club gosta de acolher todo mundo, de ser legal, entende? Só que essa gentileza quase nunca é retribuída.

_ O que você ta querendo me dizer? Eu não entendi muita coisa... – a confusão é visível na feição nova-iorquina.

_ Não estou querendo te julgar... Mas, eu já estive do outro lado e sei como as coisas são diferentes para os mais influentes. Então, você deveria decidir bem rápido com quem vai andar por esses corredores.

_ Uau... Olha, eu agradeço o conselho, mas, não estou preocupado com isso... Mercedes foi a primeira pessoa realmente legal comigo nesse colégio e imagino que ela esteja forçando vocês a me fazerem companhia... – a loira ri pela gracinha – E sério, estou bem satisfeito com as pessoas que tem caminhado ao meu lado.

O sorriso também brota nos lábios dele e Quinn analisa mais detalhadamente o novo colega de classe. A sinceridade latente, o jeito tímido, a fala mansa e o tom educado servem apenas para aumentar os seus pontos positivos. O cara era lindo! Porém, o chamado de Santana para se acomodar nas cadeiras vazias lhe impede de concluir a primeira impressão sobre o nova-iorquino. O namorado brutamontes de Mercedes surge e sem a menor cerimônia, ocupa a carteira na frente da latina. Aparentemente, o destaque do time de futebol não se importava com as fofocas maldosas sobre a antiga bitch do colégio. Inesperadamente, a aula se torna bastante divertida. Os comentários ácidos de Santana Lopez, as piadinhas irônicas de Quinn Fabray e as provocações de Shane ao descobrir que a equipe favorita de beisebol do novato era a principal rival da sua facilitam a passagem do tempo. O restante do dia é preenchido com disciplinas, a conversa preliminar com o treinador de basquete, a sua confirmação no teste do dia seguinte e a carona com Sugar para a empresa paterna. Al Motta não leva mais do que trinta minutos para encaixar o jovem Archibald como estagiário no seu setor administrativo.

Na quarta-feira, a disposição de Nate pelas recentes conquistas lhe rende fôlego extra para acordar antes das sete da manhã e retomar o seu habito predileto. Correr de manhã cedo. O tio se assusta ao flagrar o rapaz na volta do exercício e extremamente animado ainda em seu terceiro dia na nova rotina. Aparentemente, a distancia das intrigas e jogos de poder de Upper East Side só estava sendo favorável ao crescimento do sobrinho.

Na segunda aula, ele encontra o rosto conhecido de Mike Chang e o mal-humorado Kurt Hummel, ainda se refazendo da derrota nas urnas. O assunto se concentra na viagem de Finn e Rachel até o Kentucky para resgatar Sam Evans, que deveria ser outro integrante do Novas Direções. Nate trata de acompanhar as explicações do professor e esquecer a conversa paralela. Entretanto, a sua neutralidade é totalmente ofuscada no intervalo para o almoço. Ele havia encontrado uma mesa vazia no refeitório, fato totalmente ignorado por Blaine, Tina e Kurt que se acomodaram a sua volta ainda tecendo analises sobre a escassez de participantes do coral. A loira e o asiático chegam juntos trocando resultados de uma provável avaliação matemática e o cara de moicano aparece no recinto empurrando o menino na cadeira de rodas. De alguma forma irônica, o destino tramava para lhe arrastar ao bendito Glee Club. De outra mesa, Mercedes e Sugar lhe acenam antes de voltarem a prestar atenção na latina. Kurt se cansa dos palpites do descendente de chinês para a coreografia e passa a interrogar o calouro sobre a vida na capital do mundo.

_ Aposto que as festas de Nova Iorque são verdadeiros bailes de gala! Os indicados ao Oscar passariam por cafonas em Upper East Side, não é?

_ Não sei, Kurt. Eu achava irritante a obrigação de estar de smoking em todo o evento social. Às vezes, queria só sair com os meus amigos, entende?

_ É, só que eu gostaria de ter um pouco desde glamour todo. Ah! Não deve ter sido ruim dançar com Blair Waldorf no Baile de Debutantes do ano passado! Ela foi capa de uma das minhas revistas prediletas!

_ Podemos mudar de assunto? O Baile de Debutantes não me traz boas recordações...

_ Por que você socou o cara que estava tentando roubar sua acompanhante? Sério, Nate, eu achei isso tão romântico! Toda festa que se preze precisa de um escândalo.

O rapaz cora violentamente e Quinn e Tina se olham como se estivessem partilhando o mesmo pensamento. Mike percebe as intenções femininas e trata de verbalizar a ideia.

_ Então, você consegue se mexer!

_ Mexer? Você quer dizer que eu consigo andar e acertar um cara? É, eu consigo fazer isso! – responde o novato sem entender nada.

_ Não esses movimentos... Queremos saber se você consegue dançar no palco! – Tina introduz o plano que se propaga entre os colegas de clube.

_ Não, não... Nem pensar! Eu tive uma noção muito vaga de dança de salão, o que não... – a fala dele é cortada pela certeira afirmação de Quinn Fabray.

_ Alguém que foi príncipe no Baile de Debutantes mais concorrido do país e ainda nocauteou alguém diante de câmeras e paparazzos nem sentiria a pressão das Seletivas.

_ Todos de acordo? Ótimo! Nate Archibald, bem-vindo ao Novas Direções! Você sabe o caminho para a sala de ensaio, não é? Ok! Te esperamos às 15h30min!

O sinal toca e todos somem da mesa antes que o rapaz consiga processar o que aconteceu a sua volta. A única que permanece o suficiente para gargalhar da sua confusão é a loira responsável pela sua entrada no clube musical. A loira acha engraçado a forma com que ele abre e fecha a boca diversas vezes sem emitir ruído. As pessoas tendiam a perder a fala perante a ação coletiva do gleeks.

_ O que diabos aconteceu? Eu não entendo... Vocês... Minha cabeça vai explodir!

_ Relaxa, ta bom? Nós estávamos desesperados atrás de mais integrantes... Você ouviu que Finn e Rachel atravessaram o país para trazer um amigo nosso... Sei que parece ridículo, mas o clube do coral é a coisa mais divertida deste colégio.

_ Eu acredito, só que... Sempre fiz fiasco no karaokê e nunca impressionei na pista de dança.

_ Ah...Isso...Não se preocupe, ninguém vai cobrar que você dê espetáculo, apenas que seja parte da equipe. Qual a sua próxima aula, novato?

Ele mostra o horário e a loira lhe acompanha até a sala. Nate ao se despedir de Quinn Fabray e a observa mais atentamente. A primeira vista, a simpatia, o cabelo loiro, a personalidade confiante e o sorriso poderiam lembrar bastante Serena. No entanto, a loira de Ohio possui algo diferente, algo único...Algo que definitivamente chamou a atenção do jovem Archibald naquela tarde de quarta-feira.

Pressa. Muita pressa. O relógio em seu pulso marcava quase quatro horas, quando o nova-iorquino foi liberado do treino de basquete com a permissão do treinador para participar dos treinamentos e apanhar o fardamento da equipe no dia seguinte. Ele estava exausto, pingando suor e não tinha a menor chance de chegar em um estado tão deprimente no primeiro ensaio do Clube do Coral. Por isso, tratou de correr para o vestiário e tomar a ducha mais rápida de sua vida. Ele colocou a primeira camiseta limpa que achou na bolsa, não se importou com a blusa meio amassada, jogou o cabelo para trás e rezou para achar a sala de ensaio facilmente. 4h12min. A música country foi de grande ajuda para identificar o local de encontro dos adolescentes, todavia, ficou em duvida do que fazer ao entrar no recinto. Um cara desconhecido cantarolava algo sobre um copo vermelho e o restante acompanhava com bastante entusiasmo erguendo o bendito copo. Ele riu da visão. Realmente, era a coisa mais divertida que havia visto em três dias como aluno do Willian Mckinley.

A música cessa e a entrada intempestiva da latina rouba a sua vontade de falar e lhe decreta a maior seqüência de gargalhadas em seus dezessete anos de vida. O discurso de boas-vindas proferido por Santana Lopez para o Boca de Caçapa, era um conjunto de absurdos tão descabidos que todo o mundo compartilha das risadas. O loiro encara com bom humor as tiradas da latina e saúda a antiga colega. O maestro repara na sua presença e lhe chama.

_ Ei, Nate! Achei que você não viesse mais! – Mike cumprimenta o novo amigo.

_ É, quarenta e cinco minutos de atraso seria desistência ou a sua mania em se perder nesses corredores, novato. – o deboche de Quinn deixa o rapaz sem graça.

_ Desculpe pelo atraso... Com toda a confusão no meio-dia, esqueci completamente de avisar sobre o meu teste para a equipe de basquete.

_ O time ainda está selecionando jogadores? Ótimo! A propósito, eu sou Sam Evans e você deve ser Nate Archibald, certo?

_ Bom, já temos o número exato de participantes... Então, menos conversa e mais ação!

Repetições de passos, repetições de coreografias. Saltos, giros, braços esticados e mais repetições. Repetições de coro, repetições de solos, repetições de passos e repetições das repetições. Nem mesmo o treino de basquete havia acabado com seu fôlego como as duas horas de ensaios para as Seletivas. Como alguém poderia achar esses ensaios divertidos? Nate Archibald estava completamente esgotado quando chegou na empresa para o seu primeiro dia como estagiário. É, a quarta-feira ensinou que a parte fácil de se virar por conta própria era o discurso. Na pratica, bancar o adulto era bem mais complicado. Pelo menos, o banho quente e a possibilidade de se esticar na cama nunca pareceram tão sublimes. O sono dos justos tinha lá suas vantagens.