Boulevard Of Broken Songs (Glee x GG) escrita por CrisPossamai


Capítulo 2
Admirável Mundo Novo




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O primeiro dia em uma escola nova é sempre uma porcaria, ainda mais se estiver no meio do ano letivo e não tiver nenhum conhecido neste novo meio. É, o segredo é respirar calmamente e tentar sobreviver cinco minutos por vez. Agora, a sua situação se torna trágica se não tiver acostumado ao ambiente de escola publica com a falta de uniformes e das pessoas mais esnobes da face da Terra. Nate Archibald estava perdido e completamente apavorado com a maré de estudantes perambulando pelos corredores. Ele desvia de um grupo de alunos, se desculpa com algumas garotas e suspira ao não ter noção de onde encontrar a sala da conselheira estudantil. Ele passa as mãos pelos cabelos e bufa derrotado ao escutar o alarme da primeira aula soar. Os adolescentes entram a contragosto nas salas e o caminho se torna muito mais fácil. Gracejos ecoam pelos corredores e ele vislumbra uma negra rindo ao telefone. Confuso, ele acena e quase agradece a desconhecida pela gentileza de encerrar a ligação e lhe dirigir a palavra.

_ Ei, você! Bom dia! Aluno novo, certo? – a negra acha graça no desconforto alheio.

_ É, primeiro dia... Preciso encontrar a senhorita Pillsbury para pegar meu horário de aulas... Mas, estou totalmente perdido! Ah... Eu sou Nate... Nate Archibald. – ele estende a mão.

_ Relaxe, você se acostuma com essa loucura... Então, já perdi o primeiro período... Posso te mostrar a sala... Bem-vindo, Nate. A propósito, sou Mercedes Jones – ele segue os passos até uma sala extremamente organizada – Senhorita Pillsbury, achei esse calouro perdido pelos corredores atrás da sua sala. – Mercedes fala em tom brincalhão.

_ Entrem, crianças! Me esqueci totalmente... Deveria ter lhe esperado na entrada, Nate.

O rapaz descarta o pedido de desculpa e se acomoda na cadeira indicada pela profissional. Sem esperar autorização a negra se acomoda no assento ao lado e presta atenção na ficha do novato. As matérias escolhidas seguem a linha de sua grade em Nova Iorque, a dificuldade é encaixa-lo nas atividades extras com o ano em andamento. As equipes esportivas e artísticas já estavam formadas e as opções possíveis não agradam muito. Ele se interessa pelo time de basquete, o clube de administração e quase cede diante da insistência da nova amiga para uma audição no Glee Club. Mas, aquilo estava fora de cogitação! A única coisa que Nate sabia fazer decentemente era dançar valsa e, mesmo assim, reprimindo muito a sua timidez. Cantar em público? Não, nem que lhe devolvessem o acesso à fortuna da família para isso!

Mercedes entrega os pontos e se contenta em levar o novo amigo para o seu respectivo armário e, na seqüência, para a segunda aula. Coincidentemente, os dois dividiriam a disciplina de química e ela sabia que Kurt, Finn e Mike estariam lá. O garoto novo joga a mochila sobre uma carteira no fundo da sala e desperta o interesse dos poucos alunos que não aproveitavam o intervalo para dormir. A negra puxa a cadeira ao lado e apresenta o brutamontes como seu namorado e Nate calcula que pensaria três vezes antes de rejeitar outra proposta vinda da garota.

Química, literatura, inglês e, finalmente, o almoço. Aquilo parecia mais um universo alternativo para o garoto acostumado com o luxo do Upper East Side. Ele apanha a respectiva refeição e dá uma boa olhada no refeitório lotado, nenhuma mesa vazia a vista. Ele coça a cabeça e escuta o seu nome ser chamado duas, três vezes. Mercedes Jones era insistente. Sem alternativa, o calouro ruma para a mesa ocupada pela negra, o garoto extravagante da aula de química, outro garoto bem arrumado e uma menina asiática com trejeitos góticos. Quem era ele para julgar o estilo dos outros? Nate se sentia desconfortável com a calça jeans, a blusa informal e os tênis. Escolher as roupas mais adequadas para a escola não fora a melhor tarefa daquela manhã. Por mais que não estivesse tão deslocado, não estava acostumado com tanta informalidade.

_ Ei, garoto novo! Você já tem candidato para as eleições do representante de turma? - o novato demonstra confusão – As eleições são hoje...Vote Kurt Hummel, está bem? 

_ Não sei se posso votar... Hoje é o meu primeiro dia... Não sei se vai valer! – o rapaz dá de ombros. O candidato torce o nariz e gera gargalhadas nos outros.

_ Desculpe o nervosismo do Kurt, ele está bem envolvido com a campanha... Seja bem-vinda à escola... Sou Blaine Anderson, este é Kurt... Tina, e acho que você já conhece a Mercedes, certo?

_ É, Mercedes me salvou mais cedo... Eu estava perdido nos corredores... Sou Nate Archibald... Ei, vocês estavam na peça, não é? Parabéns, estavam ótimos! – o elogio desmancha a carranca de Kurt, que se empolga em interroga-lo.

Aos poucos, a mesa ganha novas figuras. O rapaz asiático, namorado da menina gótica, o conhecido grandalhão, um rapaz alto com jaqueta do time de futebol e sua namorada, a atriz principal do musical. Rachel Berry, era um nome que jamais esqueceria. O fôlego da garota e a compulsão em monopolizar a conversa quase acabam com o bom senso de Nate. Por sorte, o chinês teria as mesmas aulas e lhe acompanha de bom grado até a sala. Mike Chang era um sujeito decente e de poucas palavras. O que representou um belo descanso para o cérebro do nova-iorquino. Os dois conversaram sobre esportes, videogame e as manias dos professores. O bom humor do asiático só é quebrado por uma mensagem de celular, que decretou sua saída em disparada logo após o alarme do fim das aulas. O novato ignora a estranha saída e trata de recolher seus materiais e rumar para o armário. Não estava com pressa para voltar para casa ou aparecer no ginásio para a comentada eleição. A sua intenção era vagar e conhecer mais a cidade, afinal, a casa do tio ficava apenas a dois quilômetros dali. Distancia mais do que suficiente para ser vencida em uma rápida caminhada.

Facilmente, ele reconhece o armário e estava prestes a fecha-lo ao notar a confusão alguns metros a frente. Algum atleta estava discutindo com um grupo de garotas e ele reconhece Tina, Mercedes e Rachel no meio do tumulto. Nate tranca o armário e abre espaço entre os curiosos. Algo sobre um comercial, opção sexual, preconceito e uma bela lição de moral. Aquilo tinha acabado de forma bem ridícula para o idiota... Nate ri e pergunta ao grandalhão Shane o motivo da algazarra. O negro apanha o celular e mostra a propaganda citada anteriormente. Então, a latina com roupa de líder de torcida havia se assumido e o carinha da equipe de rúgbi estava lhe importunando por isso.

_ O mais estranho é Santana Lopez costumava ser a maior bitch deste colégio. – comenta o atleta – Mas, não me importo, sabe? Alguns idiotas gostam de mexer com os carinhas do coral... Por isso, essa confusão toda.

_ Por que? O auditório estava lotado no sábado... E o musical estava bem divertido.

_ É, verdade... Mas, as coisas são assim por aqui, novato. E você vai se inscrever em alguma equipe? Já pensou no futebol americano? Seu tio é bem influente no time.

_ É, eu tenho um teste para o time de basquete nesta quarta-feira... Acho que vou me focar mais na quadra... Só me dou bem como torcedor de futebol, cara.

_ Boa escolha, então... Mande um abraço para o seu tio, ok? Ele me ajudou muito! – o nova-iorquino concorda – Ah! Caso, você veja um judeu, de cabelo encaracolado e com uma câmera na mão... Corra, está bem? É Jacob Bem Israel, o maior fofoqueiro de Lima... E soube que ele estava atrás do carinha novo. Então, mantenha a distancia!

O calouro agradece o conselho e gargalha logo após se despedir do grandalhão. Ele sobreviveu a mira certeira da Gossip Girl por dezessete anos e não seria um amador do interior de Ohio que lhe desestabilizaria. Entretanto, ele estava gostando de não estar nos holofotes e manchetes a cada novo escândalo. Era bom passar despercebido para variar um pouco.

Distraído, ele custa a encontrar a saída do colégio e precisa pedir instrução a gentil senhorita Pillsbury. No caminho, ele se detem ao escutar vozes femininas em plena sincronia e a agitação em uma sala qualquer. Discretamente, o rapaz se escora na parede e observa a movimentação pela fresca da porta. A música, a dança, as palmas e a agitação só poderia ser o ensaio do bendito Glee Club. Ele sorri. Aparentemente, a latina não se deixara se abater pela confusão de antes e estava se divertindo com os amigos. Ele leva as mãos a cabeça e se procura por apoio na gélida parede. A sensação de solidão lhe corroi profundamente pela primeira vez desde que pisara em Lima há setenta e duas horas... Setenta e duas horas e nenhum amigo de Nova Iorque demonstrara a menor preocupação com o seu sumiço. Amigos? Ele balança a cabeça contrariado... Aparentemente, Nova Iorque não lhe brindara com nenhuma relação intima em seus dezessete anos de existência. Ninguém. A reflexão do garoto é suspensa ao ser flagrado pelos integrantes do coral, que saiam da pratica. A vermelhidão se espalha pelo rosto e a demorada para elaborar alguma explicação para a espionagem não melhora a sua delicada situação. Contudo, o ar sumiria totalmente dos seus pulmões ao escutar uma voz aguda bastante familiar aos seus ouvidos.

_ Nathaniel Archibald estudando no Willian Mckinley? Eu sabia que a Gossip Girl jamais erraria em uma bomba dessa!

Aquilo não poderia estar acontecendo... Poderia? É, quem diria, mas, Sugar Motta, filha do bem-sucedido empresário Al Motta, freqüentava um colégio público na atrasada Lima. O problema é que muito antes de se enclausurar nos confins de Ohio, Sugar havia estudado no Nightingale-Bamford School no Upper East Side, em Manhattan, coincidentemente o colégio que Nate Archibald freqüentou durante toda sua vida. 


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