My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!!! Espero que gostem!



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Corri com fúria por toda a loja, algumas mulheres me olharam de uma forma estranha, pelo meu jeito afobado de passar pelo corredor.

Vi Hotaru sentada logo à frente, e parei na hora, tentando recuperar meu fôlego.

— Taru-chan, gomen... — falei por entre ofegos. Ela se virou para mim com o sorriso de sempre e levantou-se.

— Está tudo bem, Usagi-chan! E então, o que aconteceu com o seu vestido? — seus olhos me olharam intrigados. Meus nervos congelaram.

“Gomen... era mentira, Taru-chan... o seu irmão estava lá comigo... mas eu fiquei com medo de você nos ver juntos! Não tenho nada com ele, nada mesmo!”

Era bem o que eu gostaria de dizer... mas apenas continuei com a história que tinha contado antes.

Me senti tão mal por mentir para Hotaru... mas, se eu contasse a verdade, o que ela pensaria de mim?

Eu mesmo lhe falei que não gostava dele, mas... se, naquela hora, ela presenciasse nós dois daquela forma...
Pensaria que tudo o que eu havia lhe falado... era mentira.

Hotaru é muito querida para mim... minha amiga... única amiga que tenho, na verdade, e não quero feri-la por culpa desse cara miserável!

— Me-meu vestido... a-ah... emperrou o zíper... então... então...

— Eu poderia tê-la ajudado, se você quisesse... — ela sorriu amorosamente. — Era só ter pedido.

— Arigatou, Taru-chan... — ela pegou minha mão e me puxou para fora da loja.

— Faz um bom tempo que não venho comprar algo assim... sem a companhia de algum empregado... — disse Taru-chan, enquanto passávamos por algumas vitrines. — Mamoru está sempre ocupado... — ela fez um bico e se voltou para mim. — Obrigada por ter me chamado para sair, Usagi-chan... Faz tempo que não me divertia desse jeito! — sorri com a alegria dela.

Hotaru deve ser muito sozinha...

Nunca tinha parado para pensar sobre isso, acho que, desde que seus pais faleceram, ela devia ter passado por muita coisa.

Assumir responsabilidades sozinha...

É claro que perdi meu pai, e isso dói muito, mas, para Hotaru, perder as duas pessoas que mais lhe importavam ao mesmo tempo, deve ter sido terrível.

Viver naquela mansão cheia de lembranças.

— Olha ali, Usagi-chan! — Hotaru apertou minha mão e eu a olhei. — Eu não sabia que colocavam isso em shopping centers! — ela apontou, e segui seus dedos com meus olhos.

Era algo tipo uma montanha russa.. mas bem pequenininha.

— Nossa... há muito tempo que não vejo uma dessas...

Eu a olhei, e seus olhos pareciam brilhar pelo brinquedo.

Voltei para frente.

Eu poderia proporcionar um pouco de alegria, não podia?

Mesmo que fosse só por alguns minutos.

Eu queria vê-la feliz, e tirar aquela tristeza de seu olhar, mesmo que fosse por pouco tempo.

Sorri comigo mesma e apertei sua mão.

— Vamos, Taru-chan! — a puxei, começando a correr, ela apenas piscou várias vezes e começou a correr comigo.

Dessa vez eu paguei a entrada, bem, pelo menos eu tinha que fazer algo por ela! Mesmo que ela recusasse!

Sentamos no carrinho e nos seguramos.

Gritamos, e como gritamos...
O carrinho nem ia tão rápido assim, mas cada vez que ele descia, gritávamos a todo pulmão. Hotaru, no começo, pareceu um pouco envergonha, dava uns gritinhos. Então eu lhe falei para se soltar e gritar com mais força comigo.

E foi o que aconteceu.

Parecíamos duas doidas gritando naquele carrinho.

Mas estava tão divertido...

Quando o carrinho parou, não parávamos de rir, Taru-chan tinha até lágrimas nos olhos.

— Ahahah faz tempo que não ando em um desses! — disse ela por entre gargalhadas.

Ri com ela por um tempo. E, aos poucos, nossas risadas foram parando.

— Foi divertido... — Taru-chan disse limpando suas lágrimas.

— Sim, Sim! — sorri de lado, Acho que vou levar Taru-chan à melhor loja de doces! — Tenho uma ideia, Taru-chan... — falei pulando e ficando de frente para ela e começando a andar para trás, e ela veio me seguindo.

— O quê, Usagi-chan?

— Eu vou te levar à melhor loja de todos os tempos... — falei com meus olhos brilhando, já imaginando todos aqueles doces em minha boca. — Um lugar em que, se você entrar, não vai querer mais sair... eheheh — juntei minhas mãos, quase babando. Taru-chan me olhava com seus olhos interessados.

— Tenho certeza que você vai adorar! É o meu lugar preferi-


#Bump#

Bati minhas costas em algo duro e quente.

Minha respiração acelerou e meu corpo estremeceu por inteiro. Pisquei várias vezes, como poderia ficar assim só por simplesmente bater em algo?

Um perfume irresistível surgiu no ar, e eu paralisei.

Oh, Deus...

Eu não acredito...

Virei minha cabeça bem devagar, mas bem devagar mesmo, e olhei de soslaio para a pessoa que estava ali.

— Konban wa, Tsukino-san — estremeci inteira só por vê-lo, aqueles olhos escuros e aquela mecha de cabelo na testa. Seus lábios, que havia pouco tinham me beijado...

— ICCKKK... — pulei de susto, me afastando da besta, e corri atrás de Hotaru sem pensar. Esqueci por completo que ele estava por aqui...

Hotaru me olhou e voltou para frente.

— Mamoru? — disse ela, e colocou a mão atrás da cabeça. — Ah... Konban wa, nii-chan... — sua voz pareceu um pouco envergonhada.

Os olhos dele se voltaram para ela, e ele os cerrou um pouco, revelando alguma insatisfação.

— Gostaria de saber o que a senhorita faz aqui — sua voz saiu suave e grave ao mesmo tempo.

— Er... — eu ainda tentava controlar minha tremedeira, enquanto eles falavam.

CREDO! POR QUE EU ESTOU TREMENDO TANTO DESSE JEITO?

Meu coração...

Ahhhh!

Calma, calma... respira...

Não estou conseguindo... calma...

RESPIRA!

UAHH!

ESTOU PERDENDO O CONTROLE!

CALMA!

UAHH!

NÃO TÁ ENTRANDO AR, NÃO TÁ ENTRANDO!

Claro que está entrando!! Se não tivesse você já tava caída dura no chão!

TENHA CALMA!

Ah... é verdade... estou respirando... só me ajuda a controlar as minhas pernas!

Isso, respira, e inspira...

Que idiotice!

Tudo isso é por medo dele?

Medo? Eu não estou com medo...

Calma lá... eu não...

— ... o seu carro está te esperando lá na frente, eu quero que você vá para casa... — pisquei voltando para a conversa. Hotaru tinha o cenho franzido.

— Você não manda em mim, Mamoru! — Hotaru bateu o pé no chão, nervosa.

— Não aja como criança, você desobedeceu à minha ordem... — Chiba continuou a olhando seriamente. — Você deveria estar na aula de flauta algumas horas atrás, e depois disso tinha que ter voltado para casa!

— Você não tem o direito de me ditar ordens, Mamoru... — ela olhou para o lado.

— Sou o seu responsável até você completar 20 anos, enquanto não tiver idade o suficiente para assumir compromissos, terá que viver seguindo minhas regras! — pisquei algumas vezes, ele parecia mais um general! Não a tratava como irmã!

— Ei, espera aí... — falei, me intrometendo e ficando na frente de Taru-chan. — Hotaru não teve culpa alguma por fugir da aula, eu fui a responsável por trazê-la para cá! — esse cara me irrita de uma forma! Sua postura não mudava, e ele permanecia sério enquanto me fitava.

— Vá para o carro, Hotaru... — ele disse, como se nem ao menos tivesse ouvido minhas palavras.

— Eu estou falando com você! — senti o sangue subir à minha cabeça.

— Gomen, Usagi-chan... — ouvi Hotaru falar atrás de mim e me virei para ela. — Eu preciso ir — ela sorriu, me olhando. — Obrigada por hoje, eu me diverti muito, espero que possamos repetir novamente! — ela acenou e começou a se distanciar.

— Taru-chan... — ela se virou mais uma vez e assentiu com um sorriso, saindo do shopping sem mais.

— Hotaru tem suas obrigações, ela não pode ficar passeando por aí como qualquer aluna normal... — ele murmurou. — Diferente de você...

— Como assim diferente de mim? — me virei para ele, louca para surrá-lo.

— Ela estuda... — ele sorriu de lado. E eu corei violentamente.

— O QUE QUER DIZER COM ISSO, SEU RIQUINHO IDIOTA? — falei por entre meus dentes, apesar de ter saído alto, e mostrei minha mão fechada.

— Ela precisa ser responsável... para, quando crescer, não precisar mais de mim...

— Isso é o que você pensa? — cruzei meus braços o olhando.

— Hum? — finalmente seus olhos se voltaram para mim.

— Ela é uma adolescente, não pode ficar trancada o dia inteiro! Precisa se divertir! — suspirei com chateação . — Você é o irmão mais velho dela! Não um comandante!

Olhei para o lado...

— Deveria tratá-la com mais carinho quando conversa com ela! Se quiser um conselho meu, saiba agir como um irmão, se ela quiser sair deixe que saia... se ela-


— Não preciso de seus conselhos — ele me interrompeu.

— ME DEIXA TERMINAR DE FALAR... — falei por entre os dentes.

Ele me deu as costas e começou a andar.

O quê???
Ele por acaso acabou de dar as costas para mim e foi embora assim, sem mais nem mesmo???


— EI!

Raiva correu por minhas veias...

— SEU CRETINO!!!!

Creio que o shopping inteiro parou, e eu me calei na hora.

Todos me olharam com cara feia, e eu apertei meus lábios.

Ai, que vergonha...

Chiba parou e se virou para mim, e, com um suspiro, caminhou de volta e me pegou pelo braço.

— Vamos...

Pisquei várias vezes.

— EI! O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? — tentei me soltar de seu aperto, mas sua mão continuava firme em mim.

— Pare de fazer escândalo... e me acompanhe — sua voz saiu tão suave que fez minha pele inteira se arrepiar.

Droga...

Ele virou só a cabeça para mim e sorriu.

Droga!

Droga!

Droga!

Ele sentiu, não?

Ahhhhhhh...

Corpo traidor! POR QUE VOCÊ FAZ ESSAS COISAS QUANDO ESSA CRIATURA ESTÁ POR PERTO, HEIN?

Ele me arrastou até fora do shopping e me levou em direção a uma limusine.

— ME SOLTA... — comecei, tentando me soltar de novo; ele não falava nada, apenas me puxava pelo pulso.

— Droga, Chiba... trate de me soltar! — me debati, tentei me segurar em algum poste, mas, ah... aquele maldito era forte demais!

— Pode deixar que eu abro — ele falou para um homem que estava parado perto do carro, o homem assentiu e foi em direção à frente da limusine.

OH, MEU DEUS!

TENTE SE LIVRAR, USAGI!

TENTE SE LIVRAR!

Chiba abriu a porta do carro e, sem pensar duas vezes, eu mordi sua mão, que me segurava.

— Arg... — disse se voltando para mim. Meus dentes estavam cravados em sua pele. — Não sabia que mordia, Odango... — sorriu sedutoramente. — Tente se segurar até entrarmos no carro...

Soltei sua mão na hora, meu coração batendo a mil.

Ele me puxou com força e, como se eu fosse um pacote, me tacou dentro do carro.

Bati minha cara no assento fofo e levantei rapidamente. Chiba entrou no carro, fechando a porta atrás de si.

— Pode trancar... — ele apertou um botão enquanto se sentava à minha frente. E eu ouvi uns “clicks” vindo das portas...

— Deixe-me sair daqui, Chiba... — falei olhando para o seu rosto, e ajeitei minha saia.

Seus olhos famintos se voltaram para mim.

— Tarde demais, odango-chan...

Novamente senti arrepios acima de arrepios, como se aquele lugar em que me encontrava fosse um terreno perigoso.

Tentei abrir a porta, mas estava fechada, achei o botão para abaixar a janela, mas esse não funcionava!
— QUE DROGA, CHIBA! — falei com raiva.

Ele se acomodou mais no banco e abriu uma mala que estava ali, que eu nem tinha reparado.

Tirou uma camiseta branca.

— Hum? — murmurei ao vê-lo começar a tirar a camisa que usava. — O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? — puxei minhas pernas para cima do assento e me agarrei no sofá.

Vi uma parte de seu abdômen, e coloquei a mão em meus olhos.

— SEU HENTAI! PARE COM ISSO! — gritei com todas as minhas forças e com meus olhos bem fechados.

O QUE ELE VAI FAZER COMIGO?

O QUE ELE VAI FAZER COMIGOOOOOOOOO?

UAAAAHHHHHHHH!

ALGUÉM ME AJUDA!

— Baka odango... — ouvi sua voz, e eu solucei algumas vezes, mesmo sem estar chorando. — Pode olhar...

— VOCÊ É UM IDIOTA! EU POSSO PROCESSAR VOCÊ! — falei sem tirar a mão de meus olhos.

O ouvi rir por um pouco.

— Pelo quê? Por ser sexy?

— CLARO QUE NÃO, IDIOTA! NÃO COLOQUE PALAVRAS NA MINHA BOCA!

— Posso colocar outra coisa, então? — eu abri meus olhos, pronta para revidar, quando senti seus lábios quentes me calarem.

— HUM! — quando eu ia empurrá-lo, ele se afastou. Tirei minha mão dos olhos, e ele já estava sentado no seu lugar.

— DESGRAÇADO! — falei com meus nervos pulsando.

Ele terminava de fechar sua camisa social até o último botão, o que me fez ficar um pouco mais segura.

Eu fiquei quieta enquanto o observava pentear todo o cabelo para trás, vi a marca vermelha em sua testa.

Minha marca, eu fiz isso nele... de novo...

Acho que, se ele continuar fazendo essas coisas comigo, vou acabar o matando! Sério, nunca bati tanto em alguém...

E, apesar disso, ele continua a insistir em vir atrás de mim.

Acho que esse cara tem um sério problema, será que ele não sabe o que é “já chega?”

Hum...

E não sei por que eu tenho essa vontade de ficar assim...

Só olhando para ele...

— Eu odeio você... — murmurei sob minha respiração.

— Diga-me algo que eu não saiba... — urgggg!
Ele pegou a mala e a colocou em seu colo.

— Você foi o culpado por eu perder meu lanche... — falei novamente cruzando meus braços.

— Hum? — ele parecia entretido com o que estava dentro daquela mala.

— Eu vi você pagando àquelas meninas depois do que elas fizeram comigo... — seus olhos vieram para mim. — Por que você fez isso?

— Divertimento. Pude me aproveitar um pouco mais de você... — ele falou simplesmente, pegando alguns papéis e colocando ao seu lado. Tirou a mala do colo, deixando no lugar de antes.

— Devia imaginar... — virei os olhos com um suspiro. Sim, eu aparentava calma, mas por dentro eu estava...

DESGRAÇADOEUMATOVOCÊEARREBENTOESSESSEUSDENTESETESUFOCOESGANOCORTOEMPEDAÇOSMANDOVOCÊDEVOLTAAOINFERNOBAKABAKABAKABAKABAKABAKABAKABAKABAKABAKABAKA!UUUUUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Meu rosto estava queimando, de tanta raiva.

— Não vai explodir? — sua odiosa voz surgiu, e eu o olhei com raiva.

EXTREMA RAIVA!

— Eu te odeio — falei por entre os dentes.
Ele sorriu apenas, olhando para baixo, e pegou uma gravata. Colocou em volta de seu pescoço e começou a fazer um nó.

Voltei a cruzar meus braços, tentando me segurar.

Eu ia explodir a qualquer minuto... JURO QUE IA!

Voltei para ele, que ainda continuava a fazer o nó da gravata.

Tentava e ficava toda torta, então ele desmanchava e começava de novo.

— Você é tão estúpido assim que nem consegue fazer um nó de gravata? — falei sem olhá-lo.

— Sou tão óbvio assim? — posso garantir que ele sorriu. Ele não ia revidar? Olhei para ele, que continuava tentando fazer o nó.

— Totalmente... — bufei, retirando toda a raiva acumulada em mim.

— Sou péssimo para essas coisas, Hotaru que faz sempre para mim... — o ouvi num tom de desânimo.

— Argh... — levantei de meu assento, empurrei sua mala e sentei de joelhos ao seu lado. — Deixa que eu faço para você, seu idiota... — ele me olhou de uma forma diferente dessa vez.

Seus olhos estavam parados em mim, e simplesmente não desgrudavam!

E eu...

NEM A PAU QUE EU IA OLHÁ-LO!

Minhas mãos estavam tremendo, mas eu tentava ao máximo que passasse despercebido por ele...

Parecia que havia um tambor batendo em meu peito, e aquele frio na espinha...

BRRRR

O perfume saindo da pele dele, o calor, a boca dele a alguns centímetros de mim...

UUUAHH!

U-USAGI! HENTAI!

— Não sabia que tinha tanta habilidade... — ele disse de repente.

Uaahhh por Deus!

Até o jeito de ele falar me dá arrepios!

— Me-meu pai me ensinou — eu o olhei e voltei para a gravata. — Quando eu era criança, ele me tirava da cama para aprender a fazer nó de gravatas... — eu sorri lembrando. — Pode ser besteira, mas ele dizia que, quando eu crescesse e me casasse, eu teria que saber para fazer isso para meu futuro marido... — ri um pouco, e olhei para Chiba . Havia um sorriso em seus lábios.

— Seu pai é uma boa pessoa... — ele sussurrou, ainda sorrindo. Olhei para seu rosto e voltei para a gravata.

— Ele era uma boa pessoa... — murmurei. — Ele faleceu há seis anos...

Ficamos em silêncio.

— Sinto muito... — seu sussurrou soou mais uma vez.

E silêncio.

Terminei de fazer o nó e me afastei para ver como tinha ficado.

— Acho que está bom... — falei analisando. Chiba olhou para baixo, ajeitando a gravata.

— Está ótimo... — voltou-se para mim. — Obrigado...

E ficamos assim, um olhando para o outro.

Não sei de onde, mas seus dedos surgiram à minha frente, e levei um susto na hora com seu movimento.


— Tem um fio de cabelo no seu lábio — ele murmurou com os dedos próximos ao meu rosto. Engoli em seco com suas palavras.

Ele se aproximou lentamente, e seus dedos tocaram minha pele, e bastou seu toque para me dar arrepios. Vi seus olhos desviarem dos meus e irem para minha boca.

Fechei meus olhos, senti o fio sendo solto e ele colocando atrás de minha orelha.

— Se você soubesse o quanto estou me segurando... — ele sussurrou, já perto de mim.

Aquilo me fez respirar com dificuldade, e abri meus olhos.

E, por Deus...

Estamos perto de nos beijar...

— Diga que me quer, Usako... — e ele me beijou bem de leve e afastou-se só um pouco.

Deixando nossos narizes se tocando.

Seus olhos estavam escuros demais, e brilhavam tanto...

A respiração dele parecia com a minha, falhava às vezes.

O vi avançar novamente, e coloquei meus dedos sobre seus lábios.

— Iie...

— Já chegamos, senhor Chiba... — ouvi uma voz vinda de algum lugar e me afastei voltando para me sentar no lugar onde antes estava.

Preciso me afastar dele.

Tudo parecia rodar.

— Já chegamos à sua casa... — eu nem mais sabia de onde vinha a voz dele, eu estava me sentindo tão tonta.

— Hum... — assenti indo em direção à porta.

Não quero olhar para ele...

Abri a porta e seus dedos seguraram meu pulso.

— Eu quero você, Usa, quero você só para mim... — ele murmurou perto do meu ouvido.

Estremeci novamente e, quando ele voltou a me olhar, havia até certa seriedade ali.

— Não nessa vida, Chiba — sussurrei enquanto fitava seus belos olhos. E me afastei, saindo do carro, mas sua mão voltou a me segurar.

— Farei você se apaixonar por mim, Usa, para que, na próxima vida, você venha a me amar loucamente.

Pisquei algumas vezes, e ele me largou. Fechando a porta, o carro partiu, me deixando ali, sem fala.
Apenas com a respiração acelerada e o rosto queimando.

— Baka... — por que ele me faz sentir dessa forma?

Eu odeio ele...

— O que estava fazendo com Chiba Mamoru? — a voz veio de trás, e levei um susto. Me virei e vi Mando-chan parado ao lado do muro de casa

Meu coração foi a mil.


Continua...


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Notas finais do capítulo

Esperamos por REVIEWS, MINNA-SAN!
Bjs