Verdade Ou Desafio? - 9a Temporada escrita por Eica


Capítulo 15
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Leonardo

- Não vai fazer almoço, não? – disse Rafael, deitado no sofá de três lugares.

- Eu não sou muito bom na cozinha. – respondi.

Estava na sala junto com ele. Michelangelo também estava conosco. A televisão estava ligada, mas nenhum de nós prestava atenção a ela.

- Se não é bom na cozinha, como tem sobrevivido todo esse tempo sozinho? Antes você tinha o Du pra cozinhar pra você, mas e agora? O que você come?

- Eu me viro. Como é comida pra mim, não acho que precise caprichar nas refeições.

- Mas agora que Mick e eu estamos morando aqui, necessitamos comida de qualidade.

Ri.

- Por que você não cozinha?

- Eu não sei cozinhar.

- E você, Mick? Sabe cozinhar?

- Você sabe que eu não sei.

- Então nós três morreremos de fome.

- Hei! – disse Rafael, levantando do sofá, pondo-se sentado. – Por que não convida seu namoradinho pra vir morar com a gente? Assim ele cozinha pra nós.

- Ah! É mesmo! Leonardo está namorando o aluno dele!

- Ele sabe cozinhar, Lê?

- Eu sei lá. Nunca perguntei. Por que iria perguntar isso também?

- Convida ele pra vir aqui e aproveita e pede pra ele fazer nosso almoço. Melhor. Convida ele pra morar aqui de uma vez.

- Que história é essa? – disse, rindo. – Mal começamos o relacionamento... Morarmos juntos?

- E daí? Qual o problema? Só por que ele é seu aluno? Só por que a relação pode dar errado? Só por que, estando eu morando aqui também, haja a inquestionável probabilidade do Danilo se apaixonar por mim?

Mick e eu rimos.

- Você nos deixou ficar aqui porque se sente sozinho, - disse Mick. – não vejo nada demais em você chamar o seu namorado pra vir morar aqui também, afinal, será bom. Vocês ficarão juntos por mais tempo e com este tempo extra poderão se conhecer melhor.

- É. – concordou Rafael. - Agora chama ele aqui pra fazer nosso almoço. Estou morrendo de foooome.

- A geladeira está lotada de comida. É só preparar.

- Estou com preguiça. Espera, melhor fazermos pizza que é mais fácil.

- Viu? Vai lá fazer.

Nós três fomos à cozinha para preparar a pizza. Na verdade preparamos duas massas de pizzas para o almoço. Recheamo-las com atum, molho, mussarela, provolone e azeitonas. Depois colocamos as pizzas no forno. No momento em que voltávamos para a sala, ouvi a campainha tocar. Fui até o portão para ver quem era.

- Danilo!

- Oi!

Surpreso, cumprimentei-o com um beijo nos lábios.

- Vim na sorte. Não queria avisar que eu vinha, por isso não te liguei.

- Tudo bem. Vai entrando.

Fechei o portão social depois que ele entrou. Chegamos à sala. Mick e Rafael estavam sentados cada um num sofá vendo televisão. Rafael cumprimentou Danilo e eu apresentei-o a Michelangelo. Depois sentamos no mesmo sofá onde estava Rafael.

- Dunca? Danilo? Posso te chamar de Dunca? – disse Rafael, ao lado de Danilo.

- Pode.

- Dunca, Dandan, você sabe cozinhar?

- Hmmm, mais ou menos.

- Mais para mais ou mais para menos?

- Não sei dizer ao certo, por quê?

- Não sei se o Leo te contou, mas Mick e eu estamos morando com ele agora.

- Ah, é? – disse, virando o rosto para mim.

Eu confirmei balançando a cabeça.

- Os dois estavam planejando morar juntos e eu sugeri que viessem morar aqui em casa. – expliquei. – É uma casa grande e, como eles são meus amigos...

- Ele disse que era pra eu me sentir como se estivesse em casa. – disse Rafael. - Eu não tenho nenhum problema com isso, por isso me sinto no total direito de te convidar pra morar com a gente.

Danilo soltou um risinho.

- Ah, não. O professor... Quero dizer...

- Eu não vejo problema algum em você vir morar aqui. – confessei, olhando-o nos olhos. – Mas você é quem sabe. Minha porta estará sempre aberta para você e também para esses dois desocupados.

- Nenhum de nós sabe cozinhar. – disse Rafael. – Ou somos preguiçosos demais para aprender.

- Já que estamos neste assunto, e o Samanosuke, Mick? – indaguei.

- O que tem ele?

- Ele não mora sozinho?

- Está hospedando duas primas. Inclusive uma delas está grávida.

- É mesmo? – disse Rafael.

- Ele disse que ela não tem juízo. O namorado mora em São Paulo e só vem para Sorocaba de vez em quando. A família dele está preocupada com o futuro dela. E, xiii! Não liguei pro Du nem ontem e nem hoje! Queria saber sobre o teste de paternidade.

- Eu soube que ficará pronto esta semana. – respondeu Rafael.

- Sério? – dissemos Mick e eu quase ao mesmo tempo.

- Primeiro falei com o Du, depois falei com o Donatelo. O coitado está uma pilha de nervos.

- Também ele tem cem por cento de certeza que a Sofia é filha dele, – disse Mick. – e se não for... Não sei o que ele fará.

- Eu sempre disse que a Sofia não se parece em nada com ele. – comentou Rafael. - É mais parecida com a Carine. E esse cara que diz ser pai dela? Alguém já o viu?

- Você, que está mais por dentro do assunto, é quem deveria saber disso. Eu nem sei o nome do cara. Qual é o nome dele?

- Robson. – respondeu Rafael. – Segundo o Du, esse cara andou visitando a casa da Carine antes do Donatelo entrar no gramadinho dela.

Mick gargalhou e Danilo não conseguiu segurar um riso.

- Mas que mulherzinha dada também, né? – completou Rafael.

- Não só isso. Mentirosa também. Por que não foi atrás desse Robson ao invés de ir atrás do Donatelo quando suspeitou de gravidez?

- Você está falando na hipótese da Sofia não ser filha do Donatelo? – disse.

- Sim. Não que eu ache que ela não seja.

- Donatelo é... – começou Danilo.

Nós três explicamos a situação para ele. Falamos do namoro de Donatelo com Eduardo e da relação estritamente carnal que houve entre Donatelo e Carine há mais de dois anos atrás. Na verdade, quem mais falou foi Rafael que ainda contou coisas que nem havia necessidade de falar, já que não era o assunto que Danilo queria compreender. O ‘boca grande’ falou sobre quase todo nosso passado: o namoro entre Mick e Dodô, o namoro entre B.B e Dodô, o namoro entre Duda e Marco, o namoro entre Duda e Sandro, a doença de Lucas, nossas viagens à Itália, as casas e apartamentos onde já moramos, enfim, relatou tudo e só terminou de contar sobre nós depois do final do almoço.

Mais tarde, subi para meu quarto para tentar arrumar uma gaveta do meu guarda-roupa que não queria manter-se direita. Danilo subiu comigo. Rafael e Mick continuaram no andar térreo. Enquanto eu mexia na gaveta, Danilo aproximou-se da janela aberta.

- Não imaginei que você tivesse feito tanta coisa na vida. – comentou, de repente.

- É, - ri. – fiz muita coisa mesmo.

- Precisa de ajuda?

- Não, pode deixar. Só preciso parafusar essa pecinha aqui e já estará pronto. A gaveta ficava caindo toda hora.

Rafael

Cara! A vingança tem um gostinho delicioso! Comecei a ignorar Lucas. Não liguei pra ele, não mandei sms, não o procurei no hotmail, no Orkut, no Facebook, em todas as contas de e-mail que tínhamos. Um dia ele foi à casa de Leonardo, quis conversar comigo, mas eu fui bastante frio com ele.

- Qual o seu problema? – indagou, quando virei a cara para ele.

- Fale com a mão. – disse, mostrando a palma da mão para ele.

- Você tem estado estranho, Rafael.

- Tem que se lembrar que eu não sou seu cachorrinho. Acha que tenho a obrigação de ficar abanando o rabo atrás de você o tempo todo?

Ele riu.

- E você acha que eu gosto de ter você vinte e quatro horas atrás de mim?

Soltei um grito de indignação. Ele concluiu:

- É até bom você ficar longe. Já estava sentindo dor de cabeça com você atrás de mim. Meu cérebro já queria explodir.

- QUE? Está certo, se não quer minha companhia, então não terá minha companhia. Mas pode acreditar que vai sentir falta de mim!

Ele riu novamente.

- Duvido muito.

- Eu não duvido nada. E pode dizer praquele seu amigo, Pernalonga, que ele pode arrastar a asinha de morcego pro seu lado que eu não estou nem aí.

- Do que está falando?

- Acha que não sei? Ele está de olho em você, seu loiro oxigenado. Pode ficar com ele. Fica com ele. Quer saber, acho melhor a gente terminar essa porra de namoro. Se você não está satisfeito, podemos terminar agora mesmo.

Ele fez uma cara de surpreso, mas disse que tudo bem.

- Então a gente termina.

- Certo. – falei, sem olhar pra cara dele.

Quando Lucas foi embora, Leonardo, que estava conosco na sala, balançou a cabeça.

- Vocês são muito estúpidos. – disse ele. – Terminam por nenhum motivo.

- Vou mostrar pra esse idiota que tem gente que gosta de mim. – falei. – Conheço um monte de garotas que já pediram pra ficar comigo. Ele vai ver só uma coisa.

- Aaaaah, não vai fazer ciúme, né? Isso é tão brega.

- Não farei ciúme, mas vou mostrar pra ele que ele sentirá falta de mim. Pode apostar.

Livre de qualquer comprometimento, acabei convidando uma amiga, Júlia, para sair. Fomos ao Pub do Hiro. Lá nós dançamos, tomamos uns drinks e depois voltamos para casa. Como ela estava interessada em mim, resolvi iniciar um namoro e espalhei a tal novidade para todos os meus amigos.

Farei o Lucas voltar de joelhos. Isso sim!

Danilo

Eu enfrentava um grande dilema. Depois que descobri a identidade do ex-namorado do professor, passei a olhar para Eduardo com outros olhos. Não o tratei diferente, isso não. Só fiquei confuso com o que deveria sentir por ele. Leonardo tinha razão, ele era uma boa pessoa. Não que eu já não soubesse disso. Hoje deu certo de sairmos para almoçar no mesmo horário, por isso fomos juntos ao Carmela Restaurante. Durante o almoço, decidi contar-lhe que estava namorando Leonardo, só não sabia como entrar no assunto.

Meu cérebro só pensou numa boa maneira alguns minutos depois. Acabei mencionando a Uniso e o curso que eu fazia. Só precisei esperar que ele ligasse os pontos.

- Um amigo meu leciona letras na Uniso. Por um acaso ele não é seu professor?

- Leonardo?

- Isso mesmo! – riu. – Você é aluno dele então?

- Bem, sim. Aluno e... Começamos a namorar há pouco tempo.

- Puxa! É sério? – disse, parecendo encantado.

- Eu soube que vocês dois tiveram um relacionamento.

- É, verdade.

- Tudo bem se eu namorá-lo?

- Mas é claro que sim. Puxa! Então vocês estão namorando? Ele não chegou a comentar nada.  Sempre pergunto se tem alguma novidade e ele não disse nada pra mim.

- Desculpe, não quero parecer intrometido, mal nos conhecemos, mas soube sobre a filha do seu namorado.

- Ah, sim. O teste de paternidade ficará pronto nesta quarta-feira. Já acabou de comer? Vamos voltar?

- Vamos.

Pelo caminho de volta, Eduardo falou um pouco do teste de paternidade. Disse que o namorado estava muito nervoso e relutou um pouco em aceitar que fosse feito o teste, já que ele gostava muito da filha.

Na quarta-feira, eu estava sentado em minha cadeira em frente ao balcão de recepção da clínica. Até este momento, não havia nada para fazer. Duas mulheres estavam sentadas no sofá. Há pouco tempo eu as atendi. Uma delas teria consulta dali a quinze minutos. No momento em que eu checava o e-mail da clínica, alguém entrou na recepção. Ergui meus olhos e deparei-me com um moço alto, de longos cabelos negros, vestindo uma camiseta social preta e jeans. Os olhos eram bastante intensos, o rosto bonito e a pele bem clarinha. Era muito charmoso, por sinal.

Ele veio até o balcão, inclinou o tronco e disse:

- O Eduardo está?

- Tem consulta com ele?

- Na verdade eu vim buscá-lo. Meu nome é Donatelo. Ele disse que não teria mais consultas esta tarde.

Verdade! Somente agora o reconheci! Era um dos rapazes que estava na fotografia junto de Leonardo e Rafael.

- Claro, desculpe. Já vou chamá-lo. – falei, levantando.

- Obrigado.

Subi a escada e caminhei em direção a sala de Eduardo. Verifiquei que a porta estava aberta, portanto só precisei parar no limiar da porta para avisá-lo que Donatelo o esperava na recepção.

- Obrigado. – disse ele. – Eu já estava mesmo esperando que ele viesse. Já estava na hora.

Eduardo arrumou sua bolsa e saiu da sala junto comigo. Descemos a escada ao mesmo tempo e chegamos à recepção. Eu dirigi-me ao balcão. Eduardo parou em frente a ele e esperou que Donatelo levantasse do sofá e viesse até ele. Observei os dois. Donatelo aproximou-se e deu-lhe um beijo no rosto. Cochicharam qualquer coisa e depois Eduardo despediu-se de mim com um “Até amanhã”.

- Até amanhã.

Despediu-se das mulheres sentadas no sofá e saiu da recepção com Donatelo.

Eduardo

Entramos no carro. Donatelo sentou em frente ao volante.

- Onde está Sofia?

- Na casa dos meus pais.

- Você contou pra eles?

- Contei.

- E o que eles disseram?

- Eles não sabem o que dizer. Estão como eu, eu acho.

Ele ligou o carro. O automóvel teve que parar em frente à faixa de pedestres quando o sinal ficou vermelho.

- Me admira que esse cara tenha conseguido convencer a Carine de fazer o teste. – comentou. – Ela não se importa com a Sofia. Por que se importaria com quem é o verdadeiro pai dela? Olha, vou te dizer uma coisa, eu queria muito que ela estivesse presente no laboratório. Se a Sofia não for minha filha, quero dizer umas poucas e boas pra ela.

Seus polegares batucaram levemente o volante. Eu sabia que ele estava nervoso. Para mostrar que me importava, afaguei-lhe a nuca. O sinal ficou verde. O automóvel tornou a se mover. Semana passada havíamos encontrado um laboratório que fazia teste de DNA. Diagsom Diagnósticos ficava na avenida Moreira César, bem próximo de onde eu trabalhava. Em poucos minutos chegamos em frente a ele. Donatelo estacionou em frente. Saímos do carro e aguardamos a chegada de Robson.

- Quer esperar lá dentro? – indaguei, quando Donatelo aproximou-se.

- Não,vamos ficar aqui mesmo.

Donatelo encostou-se ao carro e eu aproximei-me dele. Ele acabou me puxando para junto de seu corpo e encostou os lábios na minha testa.

- Você está bem?

- Não sei.

Suas mãos apertaram minha cintura com mais intensidade. Não sei quanto tempo depois, um carro branco estacionou em frente ao laboratório. Robson saiu do automóvel. Donatelo e eu fomos até ele.

- Já pegaram o exame?

- Ainda não. Queríamos te esperar. – respondi.

Entramos juntos na recepção do laboratório. Donatelo informou à recepcionista que queriam pegar o resultado de um teste de paternidade. Robson teve de dar o seu nome para que a moça procurasse nos arquivos. Em poucos minutos, a recepcionista apareceu com um pacote lacrado. Passou-o para Robson. Nos afastamos do balcão e, próximos da porta de entrada, aguardamos Robson abrir o envelope. Dentro dele constavam duas folhas de papel. Robson olhou para a última folha. Seus olhos correram para as palavras escritas no papel e depois passou o resultado para Donatelo ver. Olhei de um para outro. Ansioso, esperei encontrar qualquer reação na face de Donatelo enquanto ele lia, mas não extraí nada de seus olhos.

- E então? – indaguei, já inquieto.

- Está evidenciado que o suposto pai, Robson Freire...

Encarei-o, aflito.

-... É o pai biológico...

Eu entrei em choque. Realmente fiquei em choque. Meus olhos continuaram fixos na figura de Donatelo, que agora demonstrava um pouco de decepção em conjunto com incredulidade. Então ele não era o pai! Depois de todo este tempo, cuidando de Sofia como se fosse filha dele e amando-a, descobriu-se que ambos não tinham o mesmo sangue.

No instante em que Donatelo passou o teste para mim, olhei para as frases finais da última folha. Realmente. Robson era o pai biológico de Sofia.

- Onde você viu a Carine? Sabe onde ela mora? Tem o telefone dela? – indagou Donatelo.

- Sim, eu tenho. Você quer...

- Me dê tudo o que tiver.

Donatelo e Robson ainda conversaram rapidamente no estacionamento do laboratório. Depois nos despedimos e cada um entrou em seu carro. Sentei no banco ao lado de Donatelo e vi-o levar as mãos e a cabeça ao volante.

- Eu... Sinto muito.

- O que sinto por ela não vai mudar.

- O que eu sinto também não. – disse, com ternura.

- O que realmente me dói é ter de me separar dela. Você ouviu o que Robson disse. Ele quer criá-la.

- Por que pegou o endereço da Carine? O que pretende fazer?

Donatelo levantou o tronco, pôs o cinto, ligou o carro e dirigiu-o até a rua.

- Só quero conversar.

Chegamos ao bairro Vila Progresso, onde Carine estava morando. Donatelo foi o único a sair do carro. Olhei-o bater palmas em frente ao portão. Naquele momento, uma moça saiu pela porta da frente. Era Carine. Ela permitiu que ele entrasse na casa, sendo assim, não sei o que ambos conversaram. Mais tarde, Donatelo voltou para o carro. Perguntei a ele o que dissera para ela. “O que merecia ouvir”, foi o que me respondeu.

Nesta tarde, fomos para a casa dos pais de Donatelo. Senti-me meio desconfortável entrando na sala, já que ambos não concordavam com meu relacionamento com o filho. Mesmo assim ele pediu que eu entrasse com ele e contou aos dois que Sofia não era sua filha. Ambos ficaram tão ou mais incrédulos do que nós ficamos. Levei Sofia à garagem da casa para que Donatelo e os pais pudessem conversar sossegados. Depois disso, Donatelo, Sofia e eu voltamos para casa.

Este primeiro mês que se passou sem a Sofia – que foi levada por Robson – foi extremamente difícil para Donatelo. Não só ele, mas todos nós tivemos de nos acostumar com a falta que ela fazia. Dos pertences da pequena princesinha, só ficaram as fotos e as recordações. Robson tinha uma namorada, que não estava conseguindo engravidar. Ambos já eram adultos. Sabiam bem o que queriam, e o que queriam era um filho. Disse-nos ele, antes de fazer o teste de paternidade, que encontrou Carine por acaso e, papo vai papo vem, descobriu que ela havia tido uma filha. Como os dois se relacionaram, ele ficara intrigado com a história da menina, por isso procurara Donatelo.

Foi doloroso, mas Donatelo deu a Robson todos os pertences de Sofia para que não lhe faltasse nada. “Cuide bem dela”, pediu Donatelo – não foi bem um pedido, foi mais uma advertência -, “se eu descobrir que a está tratando mal, eu a tirarei de você”. Robson me parecia uma pessoa séria. Não achei que ele chegaria a fazer-lhe algum mal e ele tratou de acalmar Donatelo, dizendo que poderia visitá-la quando quisesse.

- Você cuidou dela durante todo esse tempo. É o mínimo que devo fazer em gratidão.

No mês de novembro, Donatelo parecia um pouco melhor de espírito, mas ainda sentia saudade da pequena. O quarto que antes era da Sofia, permaneceu vazio. Nossos amigos vieram nos visitar para tentar reconfortar Donatelo e para tentar animá-lo.

- Vocês continuarão se vendo. – disse Mick. – Além do mais, mesmo não sendo o pai de sangue, você é o pai do coração. Isso também é importante.

- Verdade, cara. Sorria. – disse Rafael. – Eu acredito que a Soo esteja em boas mãos. Mas se não estiver, nós todos vamos atrás dela e a tiramos do imbecil.

Danilo

Saí de férias no dia 21 de dezembro. Antes desta data, Leonardo me convidara para passar as férias em Peruíbe junto com seus amigos. Meus pais tinham planos de passar o Natal na casa de meus tios, todavia, eles permitiram que eu aceitasse o convite de meu professor (na verdade eu não disse que quem me convidara fora meu professor. Disse que era apenas um amigo do curso). Pois é. Meus pais não sabiam do meu envolvimento amoroso com meu professor, menos ainda da relação física que tínhamos. Sim! Verdade! O professor e eu já transamos! Foi o melhor dia da minha vida! Tanto é que não sossegarei até contar, nos mínimos detalhes, como aconteceu.

Pois bem. Estávamos no mês de outubro. Até este dia, já havíamos saído muito. E eu freqüentava muito sua casa. No dia em questão, havíamos ido ao cinema. Assistimos a um filme, depois passeamos pelo shopping e, em seguida, fomos para sua casa. Como era sábado, não me importei de ir a sua casa, já que não teria compromisso no dia seguinte. Dentro de seu carro, batemos um papo enquanto ele dirigia.

- E o serviço? Está indo bem?

- Estou. Lá é muito tranqüilo.

- Continua almoçando com Eduardo?

- Sim, quando dá. Conversamos bastante também.

Ele virou o rosto para minha direção.

- Não está mais o odiando?

Olhei para seu sorriso.

- Não, na verdade não.

- Que bom.

Chegamos em sua casa. Leonardo deixou o carro em frente ao portão. Saímos do automóvel e entramos na sala.

- Michelangelo e Rafael estão?

- Não. Rafael saiu com a namorada e o Michelangelo foi dar uma passada na casa da mãe. Sente. Quer beber alguma coisa?

- Não, obrigado.

Sentei no sofá de três lugares. A casa estava silenciosa. Já eram oito horas da noite. Só a luz da sala estava ligada. Leonardo subiu a escada e me deixou sozinho. Por dentro eu estava ansioso e nervoso, já que, era noite e estávamos sozinhos em sua casa. E é geralmente nestes momentos que as coisas costumam acontecer. Eu sabia bem o que era. Já havia transado com meu ex numa noite como esta. Infelizmente, hoje não vim preparado.

Quando Leonardo desceu a escada, continuava usando a mesma roupa, contudo, calçava sandálias. Ele veio até o sofá, sentou do meu lado e ligou a TV com o controle. Eu fiquei em dúvida se rolaria alguma coisa entre nós. Seria perfeito se rolasse, mas ele estaria a fim?

Os minutos foram passando até que eu resolvi arriscar. Chamei pelo professor e, quando consegui sua atenção, pus um joelho sobre o sofá, inclinei-me em sua direção e beijei-lhe na boca. Agarrei sua nuca e não soltei mais, querendo deixar clara a minha intenção. Ele não me parou e não me afastou. Ao contrário, levou as mãos à minha cintura. Enquanto nos beijávamos, fui desabotoando sua camisa até deixar todo seu peito à amostra. Antes de continuar, contemplei seu corpo rapidamente. Ele era maravilhoso!

- Danilo?

- Oi?

- Tem certeza de que quer fazer isso?

- Tenho.

Não pude agarrá-lo novamente, pois ele se levantou do sofá e me levou até o quarto. Tirei meus tênis, minhas meias, ele tirou as sandálias e nos ajoelhamos na cama. Durante um beijo de língua, derrubei sua camisa e abracei-o, sentindo aquele corpo quente e aquela pele maravilhosa com os dedos. Ele me beijou muito e arrancou minha camisa. Depois me beijou no pescoço e no peito. Passou a mão por minha nuca, meu peito e meu abdômen. Nos abraçamos novamente. Cada toque seu me fazia tremer. Ele deslizava os dedos sobre minha pele com uma delicadeza sensual. Eu o desejava muito. E estava pronto para dar-me a ele.

No momento seguinte, fui deitado de costas na cama e ele em minha frente ajudou-me a tirar o jeans. Depois eu o ajudei a tirar o seu. Deitou sobre meu corpo e beijou-me todo outra vez. Dali a pouco tempo, minha cueca foi tirada e ele removeu a dele. Foi neste momento em que eu pirei totalmente com o roçar de nossos pênis. Como minhas pernas estavam abertas, sentia-o ir e vir próximo do meu bumbum. Eu estava delirando. Cheguei a fechar os olhos e a ofegar no momento em que seus lábios molharam meu peito. Sua língua percorreu todo meu abdômen. Subiu e desceu várias vezes causando-me sensações muito intensas.

Eu gemi várias vezes enquanto ele continuava me fazendo carinho e me estimulando. Daquele momento em diante, meu corpo esquentou drasticamente. Senti que ia começar a suar. O professor continuou sobre mim. Beijou-me de língua muitas vezes. Levantei os braços até a cabeça e deixei que ele tomasse conta de mim por inteiro. Nos beijamos suavemente, sem pausas. Depois percorri suas costas com as mãos. Dávamos beijos molhados, demorados, sem pressa. Ele foi muito carinhoso comigo. Fez-me muito carinho. Em quase todo meu corpo. O momento parecia interminável, e eu desejei que não acabasse nunca.

Foi então que o professor buscou uma camisinha em sua cômoda. E lubrificante. Meu corpo já estremecia todo, sentindo tanto tesão que já não se agüentava. Agarrei-me à cabeceira da cama no momento em que ele me penetrou devagar e começou a socar. Senti seu perfume, o calor do seu corpo de encontro ao meu, ouvi sua respiração... A cama balançou muito. Ele abriu mais minhas pernas com as coxas e moveu-se com mais fúria. Chegou a me beijar nos ombros. Eu estava gozando muito. A sensação era indescritível. Ele não parava de socar. Abracei-o, apertei sua cintura, toquei em seu peito, pedi que me beijasse.

Ele começou a ofegar, e eu também. Seu olhar estava extremamente sensual. Senti-me muito desejado. Levantei um pouco a perna esquerda para cima da sua coxa. Nas últimas socadas, mais lentas e profundas, não pude segurar mais e gozei. Só então meus ofegos sossegaram...

Antes do dia 22, preparei uma mala, guardando nela roupas confortáveis e objetos importantes, e esperei que Leonardo passasse em casa para me buscar. No sábado, Leonardo apareceu em frente de casa em seu Dobló. Entrei no carro. Michelangelo, Rafael e Leonardo me cumprimentaram, assim como a namorada de Rafael, Júlia, que iria à praia conosco. Era de madrugada. O céu ainda estava escuro.

- Aonde o Donatelo e o Marco vão nos encontrar mesmo? – indagou Michelangelo.

- Na Comendador Pereira Inácio. – respondeu Leonardo, ao volante.

- Liga o rádio aí, Lê. – pediu Rafael.

Ouvimos música (músicas que eu nunca ouvira em minha vida) durante o caminho até a avenida Comendador. Quando entramos na avenida, todos começaram a procurar – menos eu e Júlia, pois não conhecíamos – os carros de Donatelo e Marco.

- Olha ali! São eles! – apontou Rafael.

Havia dois carros parados em frente a uma escola técnica.

- Buzina aí, Leo, é o Marco.

Leonardo buzinou e parou ao lado do primeiro carro, à nossa direita. Aproximou-se da minha janela e falou, em voz alta:

- Tudo beleza?

- VIADOS! – gritou Rafael.

Júlia riu. Um dos rapazes do outro carro – não o motorista – disse alguma coisa em resposta antes de Leonardo começar a andar. Os dois carros começaram a nos seguir. Em pouco tempo chegamos à rodovia. Houve muita conversação pelo caminho. Rafael pediu que eu colocasse vários CDs para tocar. Neste momento ouvíamos Alice Cooper. Passamos por várias rodovias. Ao todo foram sete até entrarmos em Peruíbe. A viagem durou cerca de três horas. Ainda era de manhã quando encontramos a casa em que íamos ficar. Todos nós havíamos contribuído para pagar pela estadia.

A casa ficava numa esquina, a quatrocentos metros da praia. Era pintada de salmão. Os carros foram estacionados em frente. A casa, como era grande, tinha garagem para três carros. Leonardo, que estava com a chave, foi quem abriu o portão social. Depois abriu a porta da sala.

- Que lindo! – disse Bruno, a quem me foi apresentado na calçada.

- Muito legal!

- Parece bem limpinha, não?

A sala não era grande. À nossa esquerda ficava um pequeno rack com uma TV em cima e dois sofás de dois lugares. À nossa direita, ficava um pequeno armário e uma mesa de jantar de quatro lugares. O pessoal dispersou-se pela casa. Acompanhei Leonardo até os quartos e conheci todos os sete. Quatro deles tinham apenas três camas de solteiro postas uma ao lado da outra. Os outros três quartos restantes tinham apenas duas camas.

- Onde vai querer dormir? – indaguei, enquanto víamos o último quarto, com duas camas.

- Qualquer lugar.

- Vamos ficar aqui então.

- Certo.

Saímos do quarto. Leonardo tratou de avisar a todos que ficaríamos com aquele quarto antes que alguém se apoderasse dele. Bem, conhecemos o restante da casa. A cozinha (pequena, com uma pia de inox, armário, fruteira, bujão de gás, geladeira, microondas, liquidificador e outros utensílios), o banheiro e o quintal, que tinha uma piscina simples e uma churrasqueira. A casa era realmente belíssima. Bastante ampla e limpa.

Depois que nos reunimos no quintal, os carros foram estacionados na garagem e nossas malas retiradas dos porta-malas. Leonardo e eu fomos para o nosso quarto e colocamos nossas malas no chão. Havia um guarda-roupa pequeno em nosso quarto que tratamos de usar para pendurar nossas roupas. Rafael e Júlia ficaram num quarto só para eles. Michelangelo e Lucas dividiram um quarto. Donatelo e Eduardo ficaram noutro, assim como Marco e Bruno.

- Antes dos casais aqui se animarem, não quero ouvir baixaria durante a noite, falou? – advertiu Rafael, em voz alta.

- Você não manda em mim! – gritou Donatelo.

- Vá tomar banho, Rafael. – disse Leonardo.

Todos zoaram com o pobrezinho.

Como o dia estava quente, resolvemos ir para a praia. Vestimos roupas leves, passamos protetor solar e saímos da casa. Caminhamos, aos papos, pela avenida até chegarmos à calçada do gramado que ficava de frente para o mar.

- Ó! Tem um quiosque ali! Vou tomar uma cervejinha. – disse Donatelo, cujo braço esquerdo estava sobre os ombros de Eduardo.

Não havia muito movimento na rua, nem mesmo na praia. O quiosque já funcionava, por isso passamos ali primeiro antes de seguirmos para a areia. O céu estava limpo e a água muito calma.

- Esperem só dar meio dia. Essa porra vai lotar. – disse Rafael.

Ajeitamos os três guarda-sóis na areia, sentamos em cadeiras de armar e bebemos umas geladas. Sentei numa cadeira ao lado do professor. Enquanto os outros conversavam, animados, Bruno anunciou:

- Se me dão licença, eu vou passear com o meu marido.

O pessoal o vaiou.

- Metido! – disseram.

- Invejoso!

- Só porque é casado.

Bruno fez careta aos engraçadinhos, enlaçou seu braço no de Marco e saiu com ele pela praia, distanciando-se. Ainda ouvi comentários a respeito. Mais tarde, Rafael e Júlia também se afastaram para passear. O restante de nós foi para a água. Sendo assim, Leonardo e eu ficamos na areia, tomando conta dos nossos pertences.

- Que dia lindo! – falei, me espreguiçando.

- É.

No momento seguinte, ele virou o rosto para mim, sorrindo, e nos aproximamos para um beijo de língua, que durou mais de trinta segundos, creio.

- Depois quer nadar?

- Claro, está ficando quente.

Bruno e Marco retornaram. Assim, o professor e eu pudemos ir à água.

Curtimos a praia por longas horas até que ela começou a lotar de gente. Voltamos para casa de tarde, quando os sorvetes e as águas de coco não acabaram com nossa fome com eficiência. Donatelo e Rafael foram obrigados a ir ao mercado mais próximo para comprar comida.

Donatelo

Jantamos pizza. Bebemos muito refrigerante e muita cerveja. Mais tarde, Marco, Leonardo e Mick reuniram-se em volta da mesa para jogar cartas. De noitinha, tomamos banho. Eu fui o último a entrar no banheiro. Ao sair de lá, voltei para meu quarto. Quando entrei e fechei a porta, vi Eduardo deitado de bruços em sua cama, mexendo no celular. Fui até sua cama e deitei sobre ele. Beijei seu pescoço.

- Não faz isso, Du.

- Não estou fazendo nada.

- Está sim. Por que deitou nessa posição? – disse, ainda beijando seu pescoço.

Em seguida beijei sua nuca.

- Não deitei pra você pular em cima de mim. – riu.

- Mas é isso o que causou. Você me dá muito tesão.

Ele riu mais.

- Sai pra lá, pervertido. Rafael falou que não podemos fazer.

- E você dará ouvidos àquele idiota? Ele deve estar pegando a namorada também. Além do mais, é só fazermos silêncio. Nada que não possamos resolver.

Tornei a beijar seu pescoço até o momento em que ele virou o rosto e permitiu que eu o beijasse nos lábios. De repente ele começou a rir.

- Que foi?

- Você está super excitado.

- Claro que estou! Já falei que você me dá muito tesão. E se não transarmos, como vou me acalmar?

Ele virou o corpo, deitando de costas. Permaneci debruçado sobre ele.

- Eu não trouxe nenhuma camisinha. – disse.

- Hmmm, acho que eu também não.

Saí de cima dele e procurei por algum preservativo na minha mala, mas não achei nada.

- Espere que eu já volto.

- Aonde vai?

Peguei uma camisa antes de sair do quarto (para ocultar a minha ereção) e bati na porta de Marco. Ele abriu.

- Ham, Marco, amigão... – murmurei. – Você tem camisinha pra emprestar?

De repente, ele corou.

- Eu tenho, mas... Pretendo... Usá-la.

- Só tem uma?? Não tem outra?

- Desculpe, não tenho.

Agradeci. Ele fechou a porta. Refleti no corredor. Quem poderia ter camisinha além dele? Rafael? Leonardo? Resolvi arriscar. Bati na porta de Rafael. Ele a abriu.

- Que foi? – indagou.

- Você tem camisinha? – sussurrei.

- Desculpe, mas não tenho. Não pra você.

- Qualé, você não pode emprestar uma?

- Desculpe, mas não tenho outra além da que eu pretendo usar.

Fiz careta de indignação.

- Como só tem uma camisinha?

- Pior você que não tem nenhuma e ainda pede a dos outros.

No momento seguinte, ele aproximou o rosto do meu e murmurou:

- Se não pode fazer sexo anal, então faça sexo intercrural.

- ‘Inter’ o que??

- Intercrural. Nunca ouviu falar em sexo intercrural?

- Claro que não. E como é?

Ele falou-me ao ouvido. Em seguida, voltou para o quarto. Eu voltei para o meu. Quando fechei a porta atrás de mim, vi Eduardo sentado em sua cama, com as costas apoiadas na cabeceira, ainda mexendo no celular.

- E então?

- Ninguém tinha para me emprestar.

- Você foi emprestar??

- Fui.

- Que vergonhoso!

- Vergonha nada. Todos nesta casa vão transar, por isso não quiseram me emprestar a única camisinha que tinham.

Sentei na beira de sua cama, próximo a ele.

- Mas... O Rafael me deu uma idéia.

- O que ele disse?

- Já ouviu falar em sexo intercrural?

- Como é?

Ri.

- Pelo jeito nunca ouviu falar.

- Como é isso?

- Bem, segundo o Rafael, um de nós tem que colocar o... Pênis entre as pernas do outro e... Fazer o que se costuma fazer durante uma penetração normal.

- Ah... Nunca tinha ouvido isso.

- Você... Quer experimentar?

Ele sorriu levemente.

- Você quer? Nunca fizemos isso antes, então... Tudo bem.

Eduardo deitou de costas. Arranquei a camisa e sentei sobre ele. Nos beijamos nos lábios. Quando beijava seu peito, ele levantou os braços e me observou, em silêncio. Aqueles seus olhos azuis...

- Continue me olhando assim.

- Oi? - disse, abrindo um sorriso.

- Seu olhar é muito atraente. Me atrai muito.

Aproximei meu rosto do dele e o beijei.

- Sou apaixonado por cada pedacinho de você. Sei que não é hora pra dizer isso, mas, eu perdi a Soffy, se eu perder você também...

Aquele seu sorriso sem dentes e aqueles olhos iluminados encheram meu peito.

- Tem idéia do que faz comigo? De como me afeta?

Afaguei seu queixo. Ele passou a mão esquerda em meu peito.

- Seu cabelo está crescendo.

- É, verdade... Vamos continuar?

Nos beijamos. Em seguida, tirei sua camiseta. Ele deixou a mão direita em minha nuca enquanto eu o beijava novamente. Depois, beijei seus mamilos, fui descendo um pouco até chegar ao seu abdômen e abaixar um pouco sua bermuda. Resolvi fazer-lhe sexo oral antes de qualquer coisa. Enquanto eu o chupava, ele acariciou minha cabeça. Parei de fazer e arranquei sua bermuda totalmente. Quando o deixei nu, deitei sobre ele e o beijei nos lábios. Suas mãos desceram das minhas costas até minha bermuda. Abaixou-a para mim. Eu a tirei e tornei a ficar sobre ele. Posicionei-me entre suas pernas, colando-me ao seu corpo, beijando-o e me movendo para estimulá-lo todo. Beijei seu peito, acariciei suas coxas e tornei a chupá-lo. Fizemos tudo com bastante carinho e lentidão, aproveitando cada momento. Estando tão próximo dele, era evidente que quisesse penetrá-lo, mas não podia, só rocei-me a ele sem pudor.

Beijei-lhe na boca e mordi os seus lábios. Depois beijei seu peito. Rolamos naquele pequeno espaço do colchão até que eu deitei ao seu lado e ele ficou numa posição extremamente erótica e provocadora. Suas pernas ficaram abertas. Com isso, toquei em seu pênis e depois enfiei meu dedo indicador lá dentro.

- Pare de fazer... Isso.

Não parei. Fui e voltei agora com dois dedos enquanto ele gemia.

- Pa...mmmm...annmmm...

Tirei os dedos de dentro dele e voltei a colocá-los enquanto o beijava. Sem eu esperar, ele empurrou-me e veio pra cima de mim.

- É mancada fazer isso. – disse, rindo.

Ficou sobre mim. Aproveitei a nossa posição e toquei em seu bumbum. Nos beijamos. Enfiei o dedo lá dentro de novo. A partir daí ele começou a mover-se devagar. Beijei-lhe no pescoço e movemos as pélvis para causar fricção.

- Mmmmm... Está bom assim.

- Está?

Nossas línguas se roçaram.

- Eu não estou agüentando... Tira sua mão daí.

Ri e o virei. Fiquei sobre ele novamente.

- Eu não trouxe nem lubrificante... Está a fim de cheirar a protetor solar?

Riu.

- Se ajudar, pode ser.

Saí de cima dele, peguei o protetor solar, passei uma boa quantidade em meu pênis e deitei atrás dele depois que ele deitara de lado como eu pedira. Ele esticou as pernas. Levei meu pênis até suas coxas e o enfiei entre elas. Deixei-o bem próximo do seu e comecei a movê-lo. Com o protetor solar, foi mais fácil me mover e extremamente estimulante quando Eduardo contraiu as coxas.

- Está gostando?

- É bom. Mais em cima.

Levei meu pênis mais para perto do seu. Contemplei as curvas do seu corpo enquanto ele, muito calmo, mantinha um sorriso no rosto.

Danilo

A maioria acordou cedo no domingo. Pedi a Leonardo que fosse comigo à praia, por isso nos arrumamos. Enquanto eu me vestia no quarto, Leonardo pediu, do corredor, que eu pegasse o carregador do seu celular.

- Onde está?

- Na minha mala. Em algum lugar.

- Está certo.

- Obrigado.

Fui até sua mala, que estava no chão ao lado de sua cama. Abri alguns zíperes dela e não encontrei o tal carregador. Por fim, resolvi abrir um dos zíperes laterais. Ali não encontrei o carregador do celular, mas uma caixinha aveludada na cor preta. Peguei-a e a abri. Ali dentro havia uma aliança dourada. Quando a vi, meu coração acelerou imediatamente, no entanto, minha alegria acabou rapidamente, pois do lado de dentro da caixinha estava escrito, em preto: “Eduardo, que nosso amor continue eterno. Nesta, e em outras vidas. Te amo”.

Eu quase desmoronei. Quase chorei, mas me segurei. Guardei a aliança no lugar onde estava e achei o carregador. Saí do quarto, super abalado, e encontrei Leonardo na sala, em companhia de Lucas. Passei-lhe o carregador. Ele agradeceu-me. Tentei parecer feliz, como eu estava há alguns segundos atrás, mas estava difícil.

- Vamos? – disse ele, após deixar o celular carregando.

 Saí com ele e chegamos à praia. Enquanto andávamos pela calçada, de mãos dadas, a dor no peito foi tornando-se mais forte.

Como fui tolo! Como fui idiota! É claro que o amor que ele sente não ia acabar tão rapidamente. Estão tendo um caso! Estão me enganando! Não posso acreditar!

- Vamos lá pra areia. – disse ele.

Deixei ser levado. Ele falou bastante. Parecia feliz. Empolgado. Agora entendo o porquê. Senti ódio dele e ainda mais ódio de mim mesmo por ter-me enganado sozinho. Eu estava tão esperançoso, tão cheio de sonhos... Senti tanta dor que acabei derramando lágrimas na frente dele. Ele viu.

- Danilo! O que foi?

Paramos de caminhar. Enxuguei os olhos rapidamente.

- Eu só... Estou feliz... Por estar com você.

Ele sorriu. Tocou no meu rosto.

- Ainda não me disse o que quer ganhar de Natal. Pense em alguma coisa. Ainda está em tempo.

- Eu... Não quero nada.

Colocou o braço sobre meus ombros e continuamos caminhando.

Donatelo

A galera e eu fomos à praia lá pelas dez da manhã. O dia estava bem quentinho. Paramos num quiosque para tomar umas e outras. Mais tarde, Leonardo e Danilo nos encontraram e se juntaram a nós em volta da mesa. Num momento de descontração, batemos palma no ritmo da música ‘That Thing You Do’.

- Everytime you do that thing you do.

- Essa música é muito gay. – cantarolou Rafael, no ritmo. – Assim como o Lucas é.

Lucas olhou-o feio.

Soube pelo Leonardo que Rafael estava de caso com a Júlia só para provocar o Lucas, mas a meu ver, Lucas estava extremamente tranqüilo. Não parecia nada aborrecido com a relação dos dois. Ele não olhava para ambos com aquela típica expressão de gente enciumada e nem falava aos montes sobre o caso. Era o velho Lucas de sempre, aquele que nos conhecia como ninguém, e que principalmente conhecia Rafael como ninguém.

Depois daqui, deixamos o quiosque e fomos para a praia. Cada um foi para um canto. Eu caminhei pela areia com Eduardo, Michelangelo e Lucas. Depois de muito tempo, voltamos para casa. Lá, encontrei Leonardo e Danilo. No momento em que fui até meu carro para pegar um cd que estava no porta-luvas, Danilo se aproximou de mim rapidamente e disse que precisava falar comigo.

- É importante. E particular. – acrescentou.

Chamei-o para dentro do carro. Lá dentro, liguei o rádio para que ninguém nos ouvisse conversar. Danilo e eu não tínhamos nenhuma intimidade, por isso achei curioso que quisesse falar comigo.

- Pode falar. – disse, baixinho. – Acho que ninguém vai nos escutar aqui.

- Bom... Eu... Não sei se estou sendo correto, mas acho que também não posso ocultar isto de você, já que também lhe diz respeito.

Ele parecia abalado.

- Algo ruim?

- É sobre o Leonardo... E o Eduardo. Encontrei um presente na mala do Leonardo, dirigido ao Eduardo. Na mensagem do presente, dizia: “nosso amor”.

- O que está querendo dizer? Espera, espera. Um presente? Ao Eduardo?

- Sim. Está na mala dele. Eu não queria acreditar, mas parece que está óbvio...

Fiquei parado por um momento, tentando organizar os pensamentos.

- Acha que estão tendo um caso? – indaguei.

- Eu queria que não. Mas o presente é... É algo muito sério e... Eu estou me sentindo um idiota. Achei que o presente fosse para mim, mas está escrito o nome dele.

Fiquei meio incrédulo por um momento, mas Danilo parecia muito decepcionado e triste. Além do mais, essa história do presente... Agradeci a ele por me informar sobre o caso. Depois indaguei a ele o que pretendia fazer.

- Eu não sei. Só não quero continuar com esse namoro. Se ele não gosta de mim, o que posso fazer? Infelizmente eu estou aqui e não posso voltar para casa. Mas neste momento só o que penso é em voltar pra casa e não vê-lo mais.

Acalmei-o. Por pouco ele não chora. Quando ele se acalmou, saiu do carro. Permaneci sentado no banco em frente ao volante, matutando sobre o assunto.

Não pode ser. Fui enganado?

Quanto mais pensava nisso, mais meu peito doía. Saí do carro e entrei na sala. Vi Eduardo sentado no sofá. Quando me viu, presenteou-me com aquele seu sorriso gracioso e me chamou para sentar com ele. Ao sentar-me, colocou as pernas sobre as minhas.

- Você está com uma cara estranha. Que foi?

- Nada. – respondi.

O dia foi entardecendo e minhas dúvidas foram acrescentando dores ao meu coração.


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