Verdade Ou Desafio? - 9a Temporada escrita por Eica


Capítulo 16
Você ri quando gostaria de chorar


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora em postar, mas é que por conta do meu vício em um jogo, isto atrapalhou o andamento do capítulo, hehe.



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Donatelo

Não me dei conta quando anoiteceu. Minha cabeça já estava fervendo. Agora eu sentia o peso dos meus chifres. Ainda não conseguia acreditar que Eduardo estava me traindo. Ele continuava agindo normalmente comigo e saber que por trás dos seus sorrisos havia uma verdade tão cruel me partia o coração. Quando fui para o quarto para ficar sozinho, deitei na cama e refleti sobre o que deveria fazer, se contava que eu já sabia ou se continuava me fingindo de asno.

Revirei-me no colchão até deitar de lado, numa posição mais confortável. Naquele instante, ouvi o barulho da porta. Não me virei para ver quem era, e nem me foi preciso virar. Era Eduardo, que se inclinou sobre mim e me deu um beijo no rosto.

- Por que está aqui sozinho?

Seus carinhos em meus cabelos me deixaram irritado. O quanto que ele me achava um imbecil?

- Quero descansar.

- Você parece tristinho. Que foi?

- É a Sofia. Me lembrei dela. – menti.

Para meu tormento, ele não me largou. Ao contrário. Deitou do meu lado e me abraçou. Juro que tive vontade de repeli-lo, mas achei melhor me passar por idiota e deixar que ele continuasse achando que eu era um.

Lucas

Acordei depois de receber um golpe na bunda. Ao virar o corpo, vi Rafael ao lado da minha cama, com um sorriso idiota no rosto, segurando uma tábua de madeira.

- Que porras está fazendo?

- Já amanheceu, boiolinha. Acorda.

- Eu quero dormir mais um pouco. Me deixa em paz. – falei, escondendo a cara no travesseiro.

- Está um dia lindo lá fora. Por que não levanta?

- Porque quero continuar dormindo.

- Já que não vai levantar, então vou passear com a minha namorada.

- Vai tarde.

Como não desenterrei meu rosto do travesseiro, não pude ver se Rafael saíra do quarto até o momento em que recebi outro golpe na bunda. Depois dessa, levantei correndo da cama e corri atrás do engraçadinho. Ele achou graça e começou a rir enquanto fugia de mim. Consegui encurralá-lo na garagem e dei-lhe uma chave de braço.

Mais tarde quando todo o pessoal foi à praia, caminhei pela areia ao lado de Mick e tive que agüentar as provocações infantis do Rafael quando ele passava por nós com sua namorada.

- Ele é tão infantil. – disse, suspirando.

Mick deu risada.

- Não está incomodado com o namoro?

- Nem um pouco.

Observamos Rafael e Júlia há alguns metros de distância de nós.

- Eu acho que por dentro ele não está se agüentando. – comentou Mick, rindo.

Olhei para ele.

- Do que está falando?

- Da distância entre vocês. Ele também não gostou quando você se distanciou dele antes de vocês terminarem.

- Eu não me distanciei. O Rafael que fica vendo coisas que não existem.

- Ele não deve ter te contado, mas ficou xeretando a sua página do Face. Aposto como quis ver se você estava ou não namorando.

Balancei a cabeça.

- É um idiota.

- Ele gosta muito de você e quer que você goste dele também.

- Infelizmente eu já gosto dessa praga.

Mick riu.

Caminhamos pela areia da praia, depois fomos para a água. Mais tarde encontramos Donatelo sozinho num quiosque em frente ao balcão, aparentemente bebendo cerveja. Fomos até ele. Ele não nos viu se aproximar, já que estava de costas. Mick deu uma beliscadinha em suas costas. Ele não se mexeu até finalmente virar o rosto para trás.

- Achei que fosse o Du. – disse ele.

- Porque belisquei suas costas?

- É.

Mick ficou do lado direito de Donatelo e eu do lado esquerdo.

- Por que está sozinho? Cadê o Du? – perguntei.

- Não sei. Também não quero saber. – respondeu, olhando para o próprio copo sobre o balcão.

- Ué! Por que não? – indagou Mick. – Brigaram?

- Se eu contar, prometem guardar segredo?

- Claro. – dissemos.

- O Eduardo está me traindo.

- QUE?? – dissemos, ao mesmo tempo.

- Aparentemente... Não. Não aparentemente. Não há dúvidas de que Eduardo e Leonardo estão tendo um caso.

- Que? Como é? – disse.

- Tem certeza disso? – indagou Mick. – Como ficou sabendo?

- Danilo descobriu e me contou.

De repente, Donatelo riu.

- Incrível, não é? – disse ele. – Perdi minha filha, agora meu namorado... Que mais Deus falta tirar de mim? Meus testículos?

Mick e eu ficamos calados por um tempo. Nos entreolhamos algumas vezes, imaginando se o caso era verdadeiro ou não.

- Você conversou com o Du? – indagou Mick.

- Não. Acho que só conversarei quando voltarmos para casa. Assim eu termino o namoro... Este é o pior Natal da minha vida.

Olhamos ele beber um gole da cerveja. Eu ainda não acreditava nesta história. Não achava que Eduardo e Leonardo fossem capazes de enganar o Donatelo, nem o namoradinho do Leonardo. Não. Esta história estava muito estranha.

- Por que não pergunta ao Eduardo? – sugeri.

- Ah, qualé, Lucas. Ele vai desmentir. É lógico.

- Mas o Eduardo mudou o comportamento? – disse Mick. – Tem saído em horários estranhos, se arrumado demais, esse tipo de coisa?

Donatelo levantou o olhar, como a pensar.

- Bem, às vezes ele sai com o Bruno, mas vá lá se saber se é com ele mesmo. Vai ver ele se encontra com o Leonardo em algum lugar.

Assim que Donatelo terminou a cerveja, saímos do quiosque em sua companhia. Quando perguntamos como Danilo ficou sabendo da traição, Donatelo falou do presente encontrado na mala de Leonardo.

- O que vocês pensariam se vissem um presente desses na mala de alguém? – indagou ele.

- Bom, é meio sugestivo. – confessei.

- Exatamente. – confirmou Donatelo.

Enquanto andávamos lentamente pela areia da praia – que já estava muito movimentada – vimos Eduardo e Leonardo logo à frente, há uns trinta metros de distância, conversando.

- Olhem só para eles... – disse Donatelo. - Fingidos... Aposto como estão marcando de se encontrar depois que voltarmos para Sorocaba.

Eduardo

- Comprei um veneno no supermercado outro dia. Deu cochonilhas na minha árvore da felicidade. – informou Leonardo.

- Putz! Sua árvore está tão linda. Que pena!

- É isso o que me deixa mais triste. Mas vou ver se o veneno resolve. Imagine se dá cochonilhas nas outras plantas. Vou surtar.

Ri.

Lucas

- Eu não suporto ver isso. – disse Donatelo.

- Então não olhe. – disse Mick, rindo.

- Me sinto tão idiota. – continuou Donatelo, um pouco mais revoltado. – Eles, eles devem rir de mim. Devem achar que eu não vejo nada, que não sei de nada. Há quanto tempo não devem se encontrar às escondidas?

- Não fique se martirizando, cara. – disse, fazendo carinho em suas costas.

- Eu melhorei meu psicológico justamente por causa do Eduardo, e pra que? No fundo eu tinha razão em tudo o que pensava e dizia. Eles ainda se amam. Bem, então que fiquem juntos. Quando voltarmos para Sorocaba, eu acabo com esse namoro. Não vai fazer falta a ele mesmo.

Ele dizia isso com revolta, mas eu via, no fundo de seus olhos, o quanto estava magoado. Para sua agonia, Eduardo e Leonardo nos viram e vieram até nós.

- Eu estava te procurando, Do. – disse Eduardo, abraçando Donatelo.

- Eu dei uma passada no quiosque. – disse Donatelo, mascarando debilmente o desânimo.

Andamos até Bruno, Marco e Danilo, que estavam sentados na areia, embaixo de um guarda-sol. Leonardo sentou ao lado de Danilo (que não parecia muito contente).

O dia para esses dois (Donatelo e Danilo) não estava sendo dos melhores. Eduardo puxou Donatelo para o mar e lá ficaram por um tempo, curtindo as ondas (acho que o único que curtiu foi Eduardo). Como Michelangelo e eu não tínhamos nada melhor para fazer, tentamos extrair nos gestos e expressões de Leonardo e Eduardo qualquer coisa que evidenciasse a traição. Contudo, Leonardo e Eduardo não trocaram olhares, não se esbarraram de propósito para se tocarem e não ficaram de gracinha um com o outro. Tal constatação me deixou em dúvida. Ou eles disfarçavam muito bem, ou não tinham caso algum.

Na volta para casa, que se deu por volta das seis horas da tarde, a maioria de nós ainda foi para a piscina. Os únicos que não estavam em casa eram Rafael e Júlia. Quando Donatelo, Marco e eu curtíamos a água fresquinha da piscina, Leonardo apareceu e juntou-se a nós. Neste momento, creio, o humor de Donatelo azedou ainda mais.

- O que é essa vermelhidão no seu ombro, Marco? – indaguei a ele, que estava ao meu lado.

- Ah, picada de mosquito.

- Já essa outra vermelhidão aqui é outra coisa. – apontei, rindo.

Ele corou.

- Soube que o Rafael xeretou no seu Face? – comentou Leonardo, olhando pra mim.

- É, o Mick falou. Sei o que ele está tentando fazer, mas vai acabar tendo efeito contrário.

Marco soltou um riso abafado e Leonardo riu.

- E você não fará nada a respeito? – indagou Leonardo.

- Não, vou deixar que ele ceda. Não vai demorar até isso acontecer.

Leonardo riu de novo.

- Nossa! Que cara cruel! – disse.

- Não só o Lucas – comentou Donatelo, de repente, sem sorrir, sem demonstrar nenhuma emoção.

“Que indireta!”, pensei comigo.

Mais tarde todos jantamos. Depois fui para o quarto, sentei na cama e liguei meu game boy. Alguns minutos depois, Rafael apareceu. Ergui os olhos para ele. Ele não disse nada. Só se aproximou e sentou ao pé da cama.

- O que está jogando?

- Castlevania.

Ele não disse nada por um tempo, até:

- Posso jogar depois?

- Não vai dar.

Ergui os olhos para seu olhar zangado.

- Que foi? Agora não vai dar pra você jogar. Tenho que terminar essa parte.

Ele desviou o olhar, colocou as mãos sobre o colchão e inclinou o corpo para frente.

- Que bom que terminamos. Eu não conseguiria agüentar um cara hostil como você por mais tempo.

- Se não gosta de mim, então sai do quarto, ora. – falei, calmamente.

Rafael olhou para mim e depois levantou.

- Claro. Vou sair. A companhia da Júlia é melhor que a sua. Além do mais, você não tem peitos.

- Lógico que não. – falei, rindo. – Sou homem.

Ele continuou me olhando feio até, sem eu esperar, vir até mim, me abraçar fortemente por alguns segundos e depois sair do quarto batendo os pés. Sorri. “Ele vai ceder”, pensei, divertido.

Eduardo

Entrei no meu quarto e vi que Donatelo já estava lá. Fechei a porta e fui até minha cama. Sentei, olhando para Donatelo, deitado de lado, com as costas para minha direção.

- Do?

- Oi?

- Não te acordei, né?

- Não.

Levantei da cama e fui até ele. Beijei seu rosto após me inclinar.

- Sabe o que comprei hoje?

- O que?

- Camisinhas.

Beijei-lhe mais algumas vezes.

- Hoje não quero.

- Não? – indaguei, surpreso. – Bem, tudo bem. Qualquer coisa, estarei na cama ao lado.

Afastei-me dele e deitei em minha cama.

Donatelo

Ao virar-me, vi Eduardo deitado de costas na sua cama, de olhos fechados. Senti raiva dele. Por que me procurar para sexo se ele nem ao menos gosta de mim? A revolta que eu sentia me fez ir até a cama dele, sentar sobre ele, segurar seus pulsos e dar o que ele queria. Fiz tudo da maneira mais perfeita possível para mostrar-lhe o que estava perdendo.

Eduardo

Na manhã seguinte, todos fomos para a praia novamente. Rafael colocou um guarda-sol na areia e sentou ao lado de Júlia debaixo do guarda-sol. Passaram protetor solar e lá ficaram, olhando para o mar. Perdi-me de Donatelo quando fui molhar os pés na água junto de Lucas. Mais tarde dei-me com Mick comprando um picolé. Comprei um também e tomei-o em companhia dele.

- Que foi? – indaguei, quando Mick me olhou pela centésima vez.

- Nada, é que... Você me surpreendeu um pouco.

- Por que?

- Bem, me pediram para guardar segredo, mas... Soube que você está traindo o Donatelo.

- Que? Como é? De onde tirou isso?

- É o que o Donatelo pensa.

- O que? De jeito nenhum! Não estou traindo ele! Por que ele pensa isso? – disse, indignado.

- Pelo que ele me falou, o Leonardo está de te entregar um presente.

- E?

- O presente dá a entender que vocês estão se relacionando.

- Não, não estou me relacionando com ele. Jamais faria isso com o Do... Aaah! Vou resolver isso agora!

Olhei para todos os lados e depois perguntei se Mick sabia onde ele estava.

- Naquele quiosque. – apontou.

Afastei-me de Michelangelo e fui para o quiosque, a poucos metros de nós. Donatelo estava sentado em frente a uma das mesas do lugar, em companhia de Bruno e Marco. Aproximei-me, a passos apressados, e parei ao lado dele.

- Donatelo!

Ele virou o rosto para mim.

- Você acha que eu estou te traindo?

De repente, uma gota de surpresa misturou-se a sua expressão séria.

- Quem te contou?

- Isso importa?

Ele virou o rosto.

- Eu já descobri. Não tem que continuar fingindo. Pode confessar, assim a gente termina essa farsa que é o nosso namoro.

- Eu não estou te traindo. Por que acredita nisso?

- Quantos presentes você já ganhou? – disse ele, olhando novamente para mim. – E essa pulseira prateada no seu pulso? Onde conseguiu?

- Eu comprei no shopping, e na sua frente!

- Isso é o que você diz.

Irritado, peguei seu braço e o fiz levantar da cadeira. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele abriu a boca:

- Não adianta! Pare de me magoar e confessa! Confessa logo, Eduardo! Não vai me magoar mais do que já magoou.

- Eu não estou te traindo! – falei, já me sentindo cansado e agoniado.

- Você nunca gostou de mim. – disse, com os olhos um pouco molhados. – Na certa ficou comigo por pena. Volte pro Leonardo de uma vez. Você sempre quis isso.

Não consegui evitar. Quando ouvi aquilo, meu sangue ferveu e eu lhe dei um tapa. Foi um tapa tão forte que até doeu minha mão.

- Que tipo de pessoa você acha que eu sou? – falei, chorando.

Ele me olhou, com os olhos mais molhados, e tornou a sentar-se a mesa. Saí do quiosque com o povo em volta me olhando. Enquanto caminhava apressado pela areia, querendo voltar para casa, alguém pegou no meu ombro e me fez parar.

- Du.

Era Bruno.

Ele me abraçou e eu desmoronei em lágrimas.

- Por que ele está falando isso? Eu não o traí, Bruno. De jeito nenhum!

- Ele me contou o que houve. Ele me falou do presente na mala do Leonardo.

- É, eu soube disso, mas eu não estou tendo caso com ele. – falei, soluçando.

- Se acalma, tá?

- Você acredita em mim, não é?

- Claro que acredito. Eu sei que você o ama. Sei que não faria isso.

- E essa ainda! Que presente? Eu não sei de nada disso.

- Converse com o Leonardo então.

- É, vou fazer isso.

Olhei para a direção do quiosque. De onde eu estava, não dava para ver Donatelo.

Donatelo e eu não nos topamos o resto da tarde até que Bruno e eu voltamos para casa juntos. Lá, encontrei Danilo na garagem e resolvi abordá-lo.

- Posso falar com você um momento?

Ele consentiu. Fomos até o corredor lateral da casa.

- Eu soube que você encontrou um objeto na mala do Leonardo e que o objeto tem o meu nome escrito.

Quando ele ia abrir a boca para falar, continuei:

- Olhe, eu não estou tendo caso algum com o Leonardo. Talvez não acredite em mim agora, mas eu quero deixar claro que não tenho nada com ele. Eu também queria que me mostrasse esse presente que está em sua mala.

De repente, Bruno, que estava na garagem, anunciou, em voz alta:

- O Leonardo está vindo.

Olhei para o portão social, por onde Leonardo apareceu, trazendo uma sacola na mão. Estava sorridente. Olhou para nós. Fui até ele.

- Leonardo? Podemos ir ao seu quarto?

Ele consentiu. Sendo assim, fomos Danilo, Leonardo e eu para o quarto que ambos estavam dividindo. Pedi a Danilo que me mostrasse o presente que estava guardado na mala de Leonardo. Ele, confuso, olhou de mim para Danilo.

- De qual presente estão falando?

- Danilo disse que encontrou um presente na sua mala. Um presente que está escrito meu nome. – expliquei, enquanto Danilo abria a mala de Leonardo.

- Mas não tem presente nenhum.

- Ele e Donatelo acham que estamos tendo um caso.

- O que? Isso é verdade, Danilo?

- Me desculpe, mas o que eu poderia pensar? – disse.

- Não há presente nenhum em minha mala. – disse, aproximando-se de Danilo e da mala, que foi colocada sobre a cama.

Para ajudar Danilo, Leonardo tirou suas roupas e pertences de dentro da mala.

- Que estranho... Não está aqui... – murmurou Danilo, abrindo um zíper e depois outro. – A caixinha sumiu. Estava no zíper lateral. Encontrei-o aqui. Era uma caixinha preta, com um anel dentro.

- Anel?? – dissemos Leonardo e eu, um depois do outro.

- É, era um anel.

- Estou tão confuso quanto você. – confessou Leonardo. – Eduardo, eu não lhe comprei anel algum.

- Eu sei que não.

- Alguém tirou o anel daqui. Estava aqui. Juro que estava.

- Aposto que quem colocou o anel na minha mala, foi o mesmo que tirou.

- Vamos descobrir então.

Esperamos que todos da casa voltassem. Assim, quando estavam todos reunidos na sala, declarei, olhando especialmente para Donatelo, que não me olhava diretamente:

- Eu quero que todos vocês saibam, principalmente o Donatelo, que Leonardo e eu não estamos tendo um caso. Leonardo não comprou nenhum presente para mim e nós dois temos certeza de que alguém o colocou em sua mala.

- Donatelo, eu não estou tendo caso com o Eduardo. Acredite. – disse Leonardo, aproximando-se de Donatelo.

- Alguém aqui colocou aquele anel na mala do Leonardo e queremos saber quem foi. – disse.

- Era um anel? – indagou Bruno.

Confirmei.

- Bem, já viu que não fui eu. – disse ele, rindo.

- Eu também não. – disse Marco.

- Eu menos. – disse Lucas.

- Não precisam olhar pra mim. Eu não coloquei anel algum na mala do Leonardo. – disse Mick.

- Eu não sei do que estão falando, por isso... – disse Júlia.

- Foi um de vocês. Eu não comprei o anel ao Eduardo. Não comprei. – enfatizou Leonardo.

- O único aqui que não respondeu foi o Rafael. – disse Lucas.

Todos olhamos para ele.

- Que? Eu? Eu não coloquei nenhum anel, pessoal. Que isso! – gaguejou.

Só de ele ter gaguejado já foi razão suficiente para Leonardo ir pra cima dele e pegá-lo pela camisa.

- Rafael, não minta! Foi você quem colocou aquele anel na minha mala? Foi?

- E por que eu faria isso? Por quê?

- Eu sei lá, você sempre tem idéias malucas. Foi você? Foi? Foi?

Ele ficou calado por um momento, nervoso pela insistência de Leonardo, depois:

- Tá, tá bom. Fui eu.

- QUE?? – dissemos todos.

- E por que fez isso, seu idiota? – indignou-se Leonardo, ainda segurando sua camisa. – Olha o que você me apronta! Olha o que fez! Fui acusado injustamente, e por quê? Por que raios colocou o anel na minha mala, seu besta?

- Eu não devia dizer isso, – disse Rafael, soltando calmamente as mãos de Leonardo da sua camisa. – mas pediram que eu escondesse o anel porque o Du não podia ver.

- E RESOLVEU ESCONDER NA MINHA MALA? – disse Leonardo, agarrando a camisa de Rafael outra vez.

- Mas foi por pouco tempo! – explicou Rafael. – Eu já tirei da sua mala.

Leonardo soltou-o.

- E quem pediu pra esconder o anel? – indagou Mick.

Lucas disse que não foi ele. Bruno também negou. Marco negou, Júlia – que não precisava ter dito nada -, negou... Naquele momento, cheio de emoções em meu peito, todos olhamos para Donatelo, que estava sentado no sofá, caladinho.

- Donatelo? – disse, olhando-o.

Ele ergueu lentamente os olhos para mim.

- Foi você?

-... É, foi.

- Mas então por que...

- Por que achou que Eduardo e eu estávamos tendo um caso se o anel te pertencia? – disse Leonardo.

Donatelo levantou-se do sofá.

- Espere, eu não sabia que o tal presente na mala do Leonardo era o anel que eu comprei. Danilo não disse que o presente era um anel e... Bem, eu também não perguntei o que era.

- Aaaaaaaah, que confusão ridícula. – exclamou Mick. – Bem, já vimos que não houve traição alguma aqui.

- Tsk, claro que não. – disse Leonardo.

- Acho que você me deve desculpas. – disse a Donatelo, olhando para seu rosto, cuja bochecha esquerda estava vermelha pelo tapa que lhe dei.

Ele olhou-me, aparentemente sem jeito.

- Não quer ver o anel antes de me dar bronca?

- Que espertiiiiiiiinho. – riu Rafael.

- Cale a boca. – disse Leonardo, para Rafael. – Foi você o responsável por toda esta confusão.

- Fui nada. Eu só fiz o que o Donatelo me pediu. Escondi o anel.

- E onde está ele? – disse Donatelo.

- Peraí que eu vou pegar.

Rafael saiu da sala e foi para um dos corredores da casa que dava acesso aos quartos. Enquanto estava longe, Leonardo saiu da sala com Danilo e eu fiquei olhando para Donatelo, um pouco irritado pela falta de confiança que tinha em mim e um pouco emocionado por saber que ele me comprara um anel. Em menos de dois minutos, Rafael apareceu na sala, pálido.

- Minha mala sumiu!

- Como é? – indagou Donatelo.

- Eu guardei o anel na mala, mas a mala sumiu! Não está no meu quarto!

- Como é? Você perdeu o anel? – indagou Donatelo, agarrando a camisa de Rafael.

De repente, ouvimos Lucas rir. Olhamos para ele.

- Eu joguei a mala do Rafael no lixo. – declarou.

- QUE?? – disseram Rafael e Donatelo ao mesmo tempo.

- Mas não se preocupem. Eu só joguei a mala. Tudo que estava dentro continua no quarto.

- Então vamos procurar! – disse Donatelo, puxando Rafael junto com ele.

Antes de sumirem da sala, Rafael apontou o dedo para Lucas e disse:

- Eu ainda te pego, seu viadinho traiçoeiro!

Lucas riu.

Todos seguimos Donatelo. Chegamos ao quarto de Rafael. Ambos começaram a procurar o anel entre os pertences de Rafael, que estavam espalhados pelo chão.

- Vê se não caiu debaixo da cama. – sugeriu Bruno.

- ACHEI! – gritou Rafael, com metade do corpo debaixo da cama.

Assim que ele saiu debaixo dela, Donatelo pegou a caixinha preta da sua mão e se levantou. Levou-me para nosso quarto e lá nos fechamos. De frente para mim, passou-me a caixinha preta. Peguei-a e a abri. Quando li os dizeres no seu interior, me emocionei, assim como me emocionei vendo aquele lindo anel dourado. Engoli o choro e fechei a caixinha.

- Não gostou?

- Eu não gostei das coisas que você me disse. Tudo o que disse é o que pensa?

- O que eu disse... Eu disse porque estava magoado e quando estamos magoados, dizemos coisas que...

- Que estão entaladas na garganta?

Sentei na beira da minha cama.

- Você não acredita no meu amor. Então por que está comigo?

- Eduardo... – disse, se ajoelhando em minha frente e apoiando os braços em minhas pernas. – Me desculpe. Eu sei que você gosta de mim. Claro que sei.

- Tudo o que eu faço parece não ser suficiente. O que mais quer que eu faça pra você acreditar?

- Mas eu acredito. O caso é que, quando soube do presente, quando achei que vocês estivessem de caso, eu... Sei lá... Fiquei muito triste. Até pensei que, que alguma coisa em mim não lhe atraía. Eu sempre tive problemas nos meus relacionamentos, mas no seu caso, no nosso caso, é insegurança. Quero muito que você me ame.

- Mas eu te amo.

- Eu sei disso, por isso comprei o anel.

Tornei a abrir a caixinha.

- É de compromisso?

- Não... De noivado.

Ergui os olhos imediatamente, espantado, sentindo meu coração explodir.

- O que?

Ele sorriu levemente.

- É de noivado. Eu pensava em, quero dizer, ainda penso em... Eu acreditava que nunca fosse me casar. Isso não me interessava. Até certa época não me interessava, mas quando penso em você, meus planos são totalmente diferentes. Se eu tiver que passar muitos anos de minha vida com alguém, por que não com você?

Enquanto ele falava, minha garganta começava a arder.

- Outro dia eu estava conversando com um colega de trabalho pelo e-mail, e a família dele é espírita. Ele começou a falar sobre espíritos que estão sempre juntos em várias vidas por conta de sua perfeita sintonia que os fazem credores de um amor recíproco. Não falo de alma gêmea, ele disse que isso não existe no espiritismo, e quando conversamos fiquei pensando se você não seria essa pessoa que está sempre comigo me fazendo evoluir. Porque, de uma coisa você pode ter certeza, eu senti uma empatia muito grande por você quando te conheci. Não vou mentir dizendo que foi amor, não, não foi, mas eu gostei de você. Talvez você não pense o mesmo que eu, mas se você ao menos aceitar ficar comigo... Se aceitar casar comigo...

Com os lábios trêmulos, tentei olhar novamente para o anel, já que as lágrimas embaçavam minha visão. Naquele momento, Donatelo pôs suas mãos sobre as minhas e disse:

- Quer casar comigo?

Danilo

- Me desculpe. – pedi, envergonhado, quando Leonardo e eu fomos para a calçada.

- Tudo bem. Acho que eu também me equivocaria se visse um presente como aquele na sua mala. – disse ele, calmamente.

- Estou muito envergonhado...

- Devia ter me falado o que viu. Devia ter me mostrado. Conversado comigo. Eu já lhe disse que Eduardo e eu somos amigos. Donatelo e ele estão felizes juntos e eu estou feliz com você, por isso não haveria motivo para traições.

- Está feliz comigo? – indaguei, sentindo um apertinho no peito.

- Claro que estou. – sorriu. – Há muito tempo que eu precisava ser, mas por teimosia eu não me deixava sorrir outra vez. Mas hoje eu estou feliz.

Ele tocou em meu rosto e me deu um beijo na testa. Tranqüilo por tudo ter sido esclarecido, e feliz por não ter sido traído, abracei-o.

- Vem, vamos passear um pouco. Depois a gente volta.

Deixei que ele pegasse minha mão e me levasse pela calçada.

Rafael

Assim que saí do meu quarto, corri para a sala para dar umas porradas no desgraçado do Lucas que jogou minha mala. Infelizmente ele me viu chegando e correu para a garagem. Tentou abrir o portão social, mas eu o alcancei e apertei seu pescoço com o braço.

- Seu tonto! Por que jogou minha mala? Cadê minha mala?

O tonto riu.

- Você mereceu. Vive pegando no meu pé.

- Vivo nada! Quando que eu fiz alguma coisa, seu monte de bosta?

- Me larga!

- Onde jogou minha mala?

- Não vai querer saber. – disse ele, tentando se soltar. – Já era. Não tem como recuperar.

- Então vou pegar sua mala pra guardar minhas coisas.

- Vai nada!

- Vou sim!

Larguei-o e corri para seu quarto.

LUCAS, VOCÊ ME PAGA!

Bruno

Tenho certeza de que estava sendo o melhor fim de ano para Donatelo e Eduardo, tirando o fato de que Donatelo perdera Sofia. Apesar deste triste episódio, a notícia do casamento deixou a todos muito felizes. Depois que todos haviam abraçado os noivos, ouvi Leonardo e Donatelo conversarem no quintal.

- Ninguém melhor do que você para cuidar dele. – disse Leonardo.

- E ninguém melhor do que ele para cuidar de mim.

Leonardo abraçou Donatelo, e disse:

- Meu irmão, que você seja muito feliz.

- Eu já sou. E muito. Se for mais feliz ainda, sou capaz de morrer.

- Não sei se você acreditará, mas eu estou muito feliz por vocês e quero que uma coisa fique clara, vou considerá-lo o cara mais burro deste mundo se deixá-lo. Agora você terá uma grande responsabilidade nas mãos.

- Meus pais vão enfartar quando souberem do casamento. – disse Donatelo, rindo. – Mas eu não me importo. Já deixei de fazer muita coisa que gostaria. Mas não mais.

Os próximos dias que se seguiram após o anúncio do casamento, foram os mais divertidos de nossas vidas.

- Vai ter casamento, vai ter casamentoooo! – cantarolou Rafael, quando estávamos curtindo a praia. – Eu quero ser o padrinho!

Foi muito fofo ver a interação entre Dodô e Du enquanto estávamos na praia. Quando Donatelo passava por nós (Duda, Lucas e eu) este enviava um sorriso e um aceno para Eduardo. Eles trocavam olhares demorados em conjunto com sorrisos demorados.

- Que tal fazermos uma despedida de solteiro? – sugeri a Du, que estava sentado na areia ao meu lado.

- É, pode ser divertido.

- Convidamos todos os nossos amigos e colegas... Podemos fazer a festa lá em casa. Tem bastante espaço.

Donatelo

Estava caminhando pela areia da praia com Leonardo e Danilo quando Rafael apareceu em companhia de Júlia e Mick.

- Hei, Dodô. – começou Rafael. – O Bruno e o Du estão planejando uma despedida de solteiro pra ele. Por que você não faz uma também?

- Despedida de solteiro?

- É. Afinal, você estará dando um grande passo. Precisará de um dia para aproveitar sua “solteirice” enquanto pode.

- Podemos fazer lá em casa. – disse Leonardo.

- Mas como será essa despedida de solteiro? – indagou Mick.

- Podemos pensar em algo memorável. – disse Rafael, com os olhos brilhando.

Passamos a noite de Natal num restaurante chamado A Ponte, cujas especialidades eram peixes e frutos do mar. O único prato que eu consegui engolir numa boa foi o filé de pescada grelhada com legumes. O resto simplesmente me pareceu nojento, como o Polvo a espanhola, por exemplo. O restaurante não ficava longe da casa onde estávamos dormindo. Sentamos numa longa mesa com uma toalha amarela sobre ela, tomamos vinho, cerveja e continuamos comendo peixe, sentindo os diversos aromas do ambiente.

Eu estava feliz. Não era corno – ainda bem – e ganhara um noivo. Eduardo estava sentado do meu lado esquerdo. Eu era o que estava sentado na ponta da mesa. A todo o momento Eduardo cochichava com Bruno, ao seu lado. Em sua mão direita estava o anel dourado que eu lhe dera. Eu me sentia ótimo. Me sentia importante. Mesmo que nosso relacionamento nos unisse, agora, pelo menos eu, me sentia muito mais próximo a ele com o noivado.

Voltamos para Sorocaba no dia 28. Passamos o réveillon na casa de Leonardo. Somente no dia dois de janeiro é que Eduardo e eu pudemos descansar em casa, já que ficamos festejando na casa de Leonardo. Caímos em nossa cama, exaustos, com a barriga cheia de comida e bebida. Olhei para ele ao meu lado no colchão e sorri. Ele me sorriu de volta.

- Será que a Sofia está comendo direito?

- Claro que está. Não se preocupe. Poderá vê-la e verá que está bem fortinha.

- Me desculpe, Du.

- Pelo que?

- Não sei... Só senti que deveria lhe pedir desculpas. Agora meu espírito está mais calmo.

Ele sorriu. Expliquei:

- Não sei, mas às vezes tenho a necessidade, lá no fundo de minha alma, de às vezes pedir perdão. É algo sincero, entende? Que vem lá de dentro.

- Já que está pedindo, eu te perdôo. – disse ele, se aproximando de mim.

- De verdade? Eu preciso ouvir.

- Claro, é de verdade.

- Obrigado... Não sei, mas acho que as coisas podem melhorar.

Lucas

Num final de semana ensolarado, fui ao quintal de casa para ajudar meu pai a trocar algumas telhas quebradas que cobriam a área de serviço. Meu pai subiu no telhado e foi me passando as telhas quebradas. Num momento em que eu recebia uma telha, ele me disse que ouvira alguém chamar em frente de casa.

- Vá lá ver quem é. – pediu.

Deixei a telha quebrada no chão e abri a porta da sala. Quem eu vi em frente ao portão social foi Rafael.

- Posso entrar?

- O portão está aberto. – disse.

Ele entrou e veio até a porta onde eu estava.

- Podemos conversar?

- Pode esperar uns cinco minutos? Estou ajudando meu pai lá no quintal.

- Está certo. Vou pro seu quarto.

Nos afastamos. Terminei de ajudar meu pai a tirar mais cinco telhas. Depois passei para ele as telhas novas para que substituíssem as antigas. O processo não foi tão demorado, e quando acabamos, me dirigi ao quarto onde vi Rafael folheando uma revista.

- Terminou?

- Sim. Você queria conversar?

- É.

Ele levantou da cama onde estava sentado, fechou a porta e de repente caiu de joelhos diante de mim, agarrando minhas pernas.

- Q...

- Volta pra mim, Lucas! Volta!

- Como é? Por que isso agora? E a Júlia?

- A gente terminou porque eu queria ficar com você. Volta pra mim! Volta!

Ri.

- Achei que não gostasse de mim. Achei que preferisse a Júlia.

- Não prefiro. Sinto sua falta. Você gosta de mim? Diga que gosta.

- Eu já te falei isso. Já disse que gosto.

- De verdade?

- Sim, de verdade.

- Você me faz sofrer muito, Lucas. Sabia disso? Nunca ninguém me fez sofrer assim.

- Sabia que você gostava de mim, mas não neste nível.

- Você não sabe de nada... Desde o dia em que te conheci, senti que precisava ficar com você. Para sempre.

- Para sempre é muito tempo. – falei, rindo.

- Eu te amo. Te amo. Te amo. Te amo. Quantos “te amos” cabem aqui dentro? Você sabe?

- Vai, se levanta.

- Só vou levantar quando você voltar pra mim. Não tem como eu viver sem você, Lucas.

- Como é?

- Quando você não está por perto, fico desanimado. Não é a mesma coisa quando você não está do meu lado.

- Você nunca falou tantas coisas gays num único dia.

- E posso falar muito mais. Não me importo. Só volte pra mim. Pode voltar?

Finalmente consegui fazê-lo levantar, e quando se levantou, me abraçou muito forte.

- Você vai voltar pra mim?

Sorri.

- Você é uma contradição, sabia, Rafael? Eu te odeio porque te amo, e te amo porque te odeio. Confuso isso, né?

Ele afastou-se de mim e me olhou fixamente.

- Disse que me ama?

- Infelizmente. Você é uma praga necessária em minha vida.

- Então você vai voltar pra mim? – indagou, sorrindo.

- Tudo bem.

- Está certo! Então voltamos. – disse, me soltando e sorrindo largamente. – Me dá um beijinho?

Ri do biquinho ridículo que ele fez.

- Me dá?

- Só se fechar os olhos, senão vou rir da sua cara.

- Não quero fechar. Quero ver que é você quem está me dando um beijo. Vamos lá. Vamos lá, Tiffany.

- Do que me chamou?

- Tiffanyyyyyyyyyy.

Afastei grosseiramente seu rosto do meu. Ele pegou meu braço, me puxou para sua direção e conseguiu me dar um beijo na boca. Depois me abraçou novamente.

- Deixa eu ficar assim um pouco. Não. Espere. Aqui é desconfortável.

Rafael me levou até minha cama e pediu que eu deitasse. Deitei de costas e ele deitou do meu lado. Depois descansou a cabeça em meu peito e me envolveu com seu braço esquerdo.

- Agora sim.

- Você parece uma criança. – disse, olhando para o teto.

- Então cuide de mim.


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