- Boa tarde Senhorita, já chegamos. - Dizia uma mulher alta, elegante e sorridente.

Érika dormiu praticamente as 14horas de viagem, por um lado foi bom, pois se ficasse acordada sua mente não pararia de trabalhar e criaria alguns monstros sobre essa nova fase que ela começaria a viver.

- Ah! Obrigada. - Responde sem jeito ao perceber que estava toda torta na poltrona.

- Seja bem vinda ao Canadá, que você tenha uma ótima estadia. - Desejou toda sorridente a aeromoça que ainda estava na sua frente e após terminar saiu.

- Tomara mesmo. - Suspirou Érika levantando e pegando sua bagagem de mão e saindo do avião.

Ao entrar dentro do aeroporto ela fica olhando por toda a volta.

- Nossa! Como aqui é lindo, eu já tinha me esquecido. - Fala para si

Ela segue para a esteira para pegar suas malas, assim que as pegas segue para o corredor que a levará para a saída, como não era a primeira vez que ela vinha para a casa do pai, ninguém á buscaria no aeroporto, ela pegaria um táxi e lá a mulher do seu pai estaria a sua espera. No corredor ela para em um determinado ponto e fica olhando para o alto, do seu lado esquerdo em cima tinha uma grande parte toda em vidro, onde dava para ver o subir e o descer dos aviões, ela fica um tempo olhando para eles.

- É quando será a minha volta agora? - Suspira com o olhar perdido.

Depois de algum tempo ela volta a ir em direção a saída, passando por aquele enorme corredor branco, que na sua cabeça mais parecia um shopping de tão lindo que era, no corredor havia também várias bandeiras do Canadá.

- Nossa realmente eles são patriotas. - Falou baixo rindo.

Depois olha para o relógio para ver que horas seriam, marcavam 17hs.

- Ai esse fuso horário vai me matar no inicio. - Suspirou

Não demora muito ela já estava no táxi indo para a casa do seu pai, que agora seria sua casa, faziam três anos que ela não vinha ver o pai, eles apenas estavam se falando por e-mail, ou por telefone.

“ Nossa deve estar tudo diferente na casa do velho. A Dona Alice deve estar finalmente velha e gorda (riu do que pensou, pois ela sempre fora linda e magra), A Emma deve estar enorme e ainda mais chata e seus olhos mais parecidos com os meus e do meu pai... ai meu pai Ethan deve estar uma fera comigo, como será que serei recebida? Com certeza vou estudar em um colégio semi-interno como Emma, capaz de ser até no mesmo. Como será o novo colégio? Será que farei novos amigos? Ai amigos? Como queria ter me despedido da Thina, ela vai querer me matar 'de novo', quando souber que eu vim para o Canadá sem me despedir dela, nossa o Keko, meu Deus, tadinho, ele se declarou e eu fugi 'literalmente' dele, ele nunca vai me perdoar, eu não gosto dele, mas não queria que ele sofresse por mim, assim que me instalar irei mandar um e-mail para ele, tadinho. A Thalia nem tive oportunidade de me desculpar, no fundo ela falou a verdade, ela me deu um 'choque de realidade' e tanto, também preciso enviar um e-mail para ela. Sentirei saudades da minha vida, dos meus amigos, da dança, do Vitor (sorriu ao lembrar do beijo), bom, agora é hora de enfrentar o novo”

Ela chega na casa de seu pai e Alice está no jardim em frente a porta de entrada com um sorriso enorme à esperando. Érika sorri de volta, ela sempre gostou da esposa do seu pai, ela era mais nova que sua mãe e chegou a achar que ela estaria dando o golpe em seu pai, mas ela sempre à viu tratando tão bem ele, que sua sisma passou.

Ela saiu do táxi lentamente enquanto Alice se aproxima.

- Ai minha querida quanto tempo. - Diz a esposa de Ethan à abraçando feliz.

- Obrigada pela recepção Dona Alice. - Falou Érika rindo.

- Ah! Começou né? Sem essas de Dona, principalmente agora que você será a minha segunda filha. - Fala em tom de brincadeira.

- Está bem, como a Senhora quiser. E meu pai está em casa?

- Não vou discutir esse Senhora, ouviu Dona Érika, mas respondendo a sua pergunta ele não está, deve estar na empresa, vive para os negócios como você sabe, mas já vou avisando ele está uma fera com você.

- Nossa! Minha mãe deve ter falado um monte de abobrinhas pra ele. - Fala fazendo careta.

- Olha não sei o que sua mãe falou com ele, porque ele só me disse que você estaria vindo morar conosco, quando perguntei o motivo ele apenas falou. “Adolescentes”.

- Ishi, o sermão será grande então. - Suspirou.

- Será sim, se prepara.

- Mas vamos entrar, Emma está aciosa para te ver.

- Ué ela não está na escola?

- Hoje pedimos para deixá-la vim para te recepcionar, como disse ela está muito aciosa para te ver.

- Ah tá! Até parece. - Falou rindo.

- Ela gosta de você, acredita, ela sempre quis ter a irmã mais velha por perto, agora ela terá essa oportunidade. - Sorriu.

- Acho melhor entrarmos mesmo, porque ouvir mãe coruja falando da filha não vai rolar. - Falou rindo.

Érika entrou na grande casa branca, com grandes janelas, sim o pai de Érika é rico e bem sucedido, por isso os avós de Érika obrigaram sua mãe á se casar com ele, achando que com isso estariam proporcionando um bom futuro à filha, mas sabemos que não foi bem isso que aconteceu. Ao entrar Emma desce correndo as escadas em direção de Érika para abraçá-la.

- Keka, Keka. - Gritava e pulava

- Emma, Emma. - Zombava Érika, fazendo com que ela lhe desse uma careta e mostrasse a língua.

- Quanto tempo, você está tão diferente, tão lin...da! - Falou admirando Erika

- Obrigada pelo elogio pirralha. - Brincou Érika

- Eu não sou mais pirralha. - Fez biquinho.

- É sim, minha pirralha favorita. - Fez apertando a bochecha dela.

- Agora chega as mocinhas, Érika deve estar exausta com a viagem, deixa ela ir para o quarto descansar ouviu Emma?

- Na verdade não estou Alice, vim dormindo o tempo todo no avião, mas queria mesmo arrumar minhas coisas, tomar um banho e esperar pelo meu pai.

- Ok então, pode ir, você ainda se lembra qual é o seu quarto depois de tanto tempo?

- É .. eu acho que sim. - Falou sorrindo, saindo e levando as suas malas para o quarto.

Era claro que ela lembrava onde era seu quarto, seu pai o programou especialmente para ela, dizendo que ele sempre seria dela, para quando quisesse, ela sempre achava muito legal da parte dele, mas ela nunca imaginou longe da mãe, mas agora era diferente.

Ela entra em seu quarto e a primeira coisa que faz é subir em cima da cama pular sobre três vezes e depois cair sobre ela, era uma cama de casal enorme e muita macia, ao derramar na cama ri do que acabou de fazer e depois se levanta para ir arrumar suas coisas, mas desiste, prefere tomar um banho. E é isso que ela faz, separa uma roupa da mala, leva para o banheiro e algumas lembranças de casa à faz ficar pensativa debaixo do chuveiro, mas ela logo tenta esquecer. Na verdade ela quer esquecer muitas coisas enquanto mora com o pai. Ela termina seu banho se arruma rapidamente, ao sair vê um notebook em cima da comoda, vai até ele e o liga, senta no pufe respirando fundo ao ver o e-mail da Agatha em sua caixa de entrada. O titulo da mensagem era “Como assim?” Erika então o abre e começa a ler, nele estava escrito.

“ Ai Dona Érika, eu quero muito te matar! Como você vai embora sem se despedir, eu sei que estava muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito chateada com você, mas agora estou ainda mais, pode ter certeza. Fui em sua casa para deixar o material que você havia deixado na sala, meio de contra gosto, já que você não tinha ido pra escola hoje, achei que você ainda estava mal por tudo que aconteceu, mas quase cai para trás quando sua mãe falou que agora você estaria morando com o seu pai. Pensei pai da Keka? Mas tipo ele mora no CANADÁ, tem ideia de quanto é longe?, mas fiquei um pouco mais feliz quando sua mãe me passou o seu recado. '- Mãe, se a Thina me procurar pede para ela me mandar um e-mail, pede desculpas por não se despedir, mas a dor só aumentaria, diz que ela é muito importante para mim e que espero acinosamente por um e-mail dela.', bom estou mandando um e-mail ok? Espero que você esteja bem, espero que tudo se ajeite aí, estou triste com você ainda, não pensa que só porque foi embora, vou falar que que esqueci tudo, rum, sentirei a sua falta, até o próximo e-mail. Thina”

- Ai essa Thina! - Falou sorridente

- Posso entrar? - Pergunta uma voz grave na porta do quarto.

- Pai? Claro, pode sim. - Respondeu colocando o notebook na cama e colocando-se de pé.

- Bom, primeiro um abraço nesse velho pai. - Disse o pai de braços abertos.

Érika sorri e corre para os braços do pai, fazia muito tempo que não o via, mesmo sabendo que depois viria uma bronca, era muito bom sentir aquele abraço apertado.

O pai vai se afastando lentamente com um sorriso e depois ficando sério aos poucos.

- O que você andou aprontando hein mocinha?

- Pai, eu posso explicar tudo!.

- Tá bom, então vamos nos sentar e pode começar, tenho a noite inteira.

Érika sorri sem jeito e o segue indo se sentar ao seu lado no puf branco que fica na frente da sua cama. Respira fundo e começa contar os últimos acontecimentos da sua vida, desde o seu envolvimento com o Braian, até ontem quando sua mãe ligou para ele, não escondeu nada, absolutamente nada. Na verdade ela tinha se esquecido como era bom falar com o seu pai, ele sempre foi um ótimo ouvinte, muito mas bravo que sua mãe, mas extremamente justo, um pouco surpreendente as vezes, mas isso era normal, ao terminar olha para baixo tentando fugir dos olhos verdes que estavam fixados nela.

- É Érika, você sabe que cometeu alguns erros não sabe? - Perguntou o pai seriamente.

- Sei sim pai, mas eu já me arrependi eu juro. - Disse com a voz falha.

O pai respira fundo e abraça a filha novamente.

- Eu sempre quis você ao meu lado, mas nunca esperei que fosse dessa forma, você sabe que aqui comigo o seu futuro seria bem diferente, mas mesmo assim você sempre escolheu sua mãe, eu ficava triste, mas respeitei, mas agora que você está comigo, quero tentar aproveitar cada minuto ao seu lado e que nesse tempo você possa crescer e amadurecer com os erros que cometeu, não vou te dar um sermão, mas quero que saiba o quanto eu fiquei triste com tudo isso e espero que aqui tudo seja diferente, tá bom?

Érika corresponde o abraço e balança a cabeça afirmativamente para o pai, ela também espera que tudo fosse diferente. Ele novamente se afasta sorrindo

- E como foi de viagem filha?

- Ah, eu dormi o caminho todo, mas foi tudo bem, o problema é o fuso horário, eu sai de lá as 09hs da manhã, são 14horas de viagem, chegaria aqui as 21hs, tipo de noite, mas quando sai do avião ainda estava claro, olhei no relógio do aeroporto marcava 17hs, parece que o dia voltou para trás

Ethan ri do comentário da filha e Érika ri também

- É filha, no inicio é um pouco complicado, mas logo você se acostuma, mas deixa eu fazer uma pergunta. Você já ligou para sua mãe para avisar que você chegou bem?

- Ishi! - Érika leva as mãos à cabeça. - Esqueci pai.

- Então liga logo, antes que ela abra um chamado no consulado, pedindo que a Interpol te ache. - Falou em tom de brincadeira.

- Não duvido nada, vou ligar agora. - Érika vai rápido até ao raque pega o telefone e começa a discar para mãe. O pai aproveita para ir saindo, na porta fala.

- Logo o jantar será servido, então não demore. - Érika apenas responde sim com a cabeça.

Depois de alguns toques, uma voz sonolenta atende o telefone, era sua mãe, elas conversam por um bom tempo, depois da bronca por não ter ligado logo em seguida que chegou. Sua mãe fala da visita da Agatha, pergunta se está tudo bem e diz que já sente saudades. Érika também já sentia, ela então muda de assunto e depois se despede, pois uma das empregadas do seu pai batia na porta avisando que o jantar estava sendo servido na sala de jantar. Ela logo desliga o telefone e desce para se juntar aos demais na mesa.

Chegando na sala de jantar Emma, pede para que Érika sente ao seu lado. Ela faz careta para zoar a meia irmã, mas senta ao lado dela, o jantar estava simplesmente divino, Alice, Ethan e Emma perguntavam várias coisas para Érika, como tinha passado esses tempos, o que andava fazendo de diferente, ela fala da dança, eles dizem que lá existem ótimas companhias de dança, mas ela fala que nunca mais pretende dançar, que a experiencia foi boa, mas nunca seria igual sem os amigos, eles se entre olham e o pai lembra de algo.

- Ah filha, eu sei que você ainda está perdida com o horário está cansada pela viagem, mas amanhã você já vai para o novo colégio.

Érika olha espantada, como ela já iria para um novo colégio sendo que sua mãe ainda não tinha pedido transferência da outra escola, ela na verdade ficou de enviar depois, pois foi tudo muito rápido.

- Mas...

Seu pai não deixa ela terminar a frase imaginando qual seria o seu questionamento.

- O diretor é meu amigo, ele me devia um favor, então o cobrei, assim que suas mãe enviar seu histórico eu levo para ele. Não quero que você perca nem mais um dia, tenho certeza que seus estudos estão atrasados. Você vai para o mesmo colégio da Emma, ele é um semi-interno, vocês ficam a semana lá e no final de semana voltam para casa, hoje a Emma está aqui apenas para te receber, amanhã as duas vão juntas.

Érika dá um meio sorriso, ela não contava com o novo colégio, logo amanhã, ela esperava ter mais uns dias, até porque ela precisava se acostumar com a ideia de estar com o pai, mas parece que isso não seria possível. Quando terminam o jantar Érika se despede e começa ir para o seu quarto Emma á segue.

- Não precisa ficar preocupada, o colégio é muito legal.

- Ah! Imagino. Ficar a semana toda presa, deve ser muito legal mesmo.

- Não é presa Keka, tem várias atividades complementares para fazer, principalmente para você que está no 'secundário', tem várias aulas voltadas para o ária que você pretende prestar vestibular, é muito legal.

- Vamos ver amanhã pirralha. Boa noite.

- Boa noite Keka.

Érika volta para seu quarto, vê o seu notebook em cima da cama e lembra que não respondeu para Agatha.

- Meu Deus, se eu não responder a Thina vai querer me matar três vezes. Fala pegando-o e começando a responder a amiga.

“Oi Thina, peço desculpas por ter ido embora sem me despedir, mas acho que foi melhor assim, já era dolorido demais saber que você estava triste comigo, mas nas férias pretendo ir ver minha mãe, então nos vemos tá bom? Espero que até lá sua magoa tenha passado. Manda uma beijo para Thalia e para o keko, eu mandarei um e-mail para eles principalmente para o Keko que se declarou até beijo rolou, ai meu Deus! Ajuda ele à não sofrer muito, por favor consola ele tá, amanhã eu já começo no colégio novo, depois falo para você como ele é, me manda notícias daí tá. E novamente te peço desculpas, por tudo, você sempre esteve ao meu lado e eu sentirei muito a sua falta. Com carinho Keka”

Quando termina de digitar o e-mail, envia sorrindo para a tela, suspira, coloca-o de volta na comoda, se arruma para ir dormir, pois amanhã enfrentará o novo colégio e isso à estava deixando um pouco assustada. Ser a novata logo no meio do ano não era muito confortável.