Ao chegar ao quarto de Tritão, Percy percebe que a mulher dele está acordada ela se assusta, mas não grita, pois Percy leva o dedo indicador aos lábios, pedindo silêncio. Ele tira o capuz e mostra seu rosto para a mulher de Tritão, que logo o identifica como o irmão de seu marido e então ela respira aliviada, levanta-se da cama e vai até o garoto.

– O que faz aqui Perseu? – ela sussurrou para ele.

– Vim fazer uma coisa que eu deveria ter feito logo depois do torneio. – falou e olhou para ela. – Sinto muito, mas você vai perder seu marido. – ela dá uma leve risadinha.

– Era de se esperar que você diria isso, eu também não me importo se você mata-lo ou não. – ela sussurrou e virou-se de costas para o garoto.

Ela deixou hobby de seda que estava usando cair, mostrando marcas roxas em todo o seu corpo, marcas de agressão. Ela virou para ele e Percy levantou a sobrancelha direita.

– Seu irmão fez isso em mim. – vestiu o hobby novamente. – Ele se casou comigo só porque minha família garantiu-lhe uma boa herança, eu não o amo e ele não me ama. Essa é nossa condição, vivermos juntos até que a morte nos separe mesmo que ele me bata e me odeie.

– Meu irmão sempre foi um babaca, as cicatrizes em minhas costas são culpa dele, e agora, as que ele tem nas costas deles são culpa minha. – Percy tirou a espada de sua bainha e andou até o irmão. – Mas ele não deu ouvidos a minha ameaça, e tentou me matar mandando capangas me matar.

Ela olhou assustada.

– Você vai mata-lo assim, saiba que mesmo eu o odiando, eu posso te entregar.

– E porque você entregaria? Eu posso te desacordar e encher suas mãos de sangue e você viraria à culpada. – ela engoliu seco. – Mas podemos fazer diferente. – Ele sentou-se no baú que tem na frente da cama, ficando de frente para ela. – Mas antes, qual o seu nome? Não consigo conversar com alguém sem saber seu nome.

– Meu nome é Calipso.

– Bem, Calipso, eu posso matá-lo e ao invés de você me entregar, você pode dizer que um assassino particular foi mandado até aqui para matá-lo.

– Mas isso poderia ser considerado uma mentira se você não fizer algo que prove isso. – o garoto sorriu maquiavelicamente [n/a: caramba, que palavra difícil de escrever].

– Por isso, eu vou te prender naquela cadeira e fazer um pequeno corte no seu braço. – ele levanta-se e pega as cordas que estavam presas em seu cinto.

– Pode ser uma boa ideia. Eu concordo. – ela levantou-se e sentou-se na cadeira, então Percy amarrou-a e fez um pequeno corte em seu braço.

Ele foi até o irmão, tapou a boca dele e fez um corte indolor no pescoço de Tritão, para impedir que gritasse. Percy sorriu satisfeito e olhou para Calipso, deu um adeus silencioso e saiu pela janela. Ele correu até a carruagem e olhou uma última vez para a entrada do castelo, onde vários guardas estavam aglomerados olhando os corpos dos mortos. Ele sorriu satisfeito.

“Ele vai sangrar até a morte, e meus pais vão saber o que ele fez.” pensou. Mas lembrou-se do pequeno Travor “Tão pequeno e já vai perder o irmão... Quem sabe eu volte aqui um dia para fazer um pouco de companhia a ele.” Ele saiu sem fazer barulho e voltou para o acampamento.

Depois das duas noites de viajem, Percy chegou ao acampamento, de manhã, não era tão cedo, pois as garotas já tinham acordado, ele só sabia disso porque ouviu o barulho das espadas em “batalha”. Ao descer da carruagem sentiu dois braços quentes abraçarem-no, e ele sabia de quem eram.

– Oi Annabeth. – falou se virando.

– Oi Cabeça de Alga! – Percy riu. Aquele apelido tinha uma história engraçada, no começo ele odiava ouvir aquele apelido, depois ele se acostumou a ouvi-lo. – Como foi? O que você fez com seu irmão? – ela perguntou enquanto o arrastava até o rio.

– Bem, nunca mais aquele babaca vai me encher o saco na vida... – ele falou misterioso. – Acho que... o que eu fiz pode ser considerado um crime. – eles chegaram ao rio e se sentaram.

Annabeth o olhou espantada.

– Você está querendo dizer que o matou?! – perguntou. Ele colocou a cabeça no colo da loira.

– Sim, mas eu avisei... e outra coisa, a mulher dele nem tentou me impedir! – falou o moreno.

Annabeth deu de ombros e ficou brincando com o cabelo do garoto enquanto os dois conversavam sobre coisas banais, até que, de longe, os dois ouviram alguém chamando Annabeth, e não era Xena e nem Gabrielle.

– Annabeth! Annabeth! – Percy sentou-se ao ouvir o chamado estar mais perto.

Então, uma garota ruiva apareceu entre as árvores e os arbustos, ofegante ela se apoiou nos joelhos e olhou para a loira, que se levantou.

– Oi Rachel. Qual o problema?

– Er... Xena... está... te... chamando... na arena... – falou ofegante e foi até o rio.

– Está bem, estou indo lá. – Annabeth falou, beijou a bochecha de Percy e correu até a arena.

A ruiva bebeu água e me olhou o rosto antes de perceber que Percy estava ali.

– Ah oi! – ela se aproximou e ele se levantou. – Prazer, eu sou Rachel Elizabeth Dare.

– Prazer, sou Perseu Jackson. – ele falou olhando para a garota meio estranho.

Ela era ruiva, alta e seus olhos eram verdes, ela era muito bonita, e ele estava confuso.