Atraídos pelo Amor escrita por Daijo


Capítulo 7
Nova Jogadora?




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No dia seguinte, Syaoran não conseguia prestar atenção nas aulas. Para ele o professor aprendera uma nova língua, que não existia em seu vocabulário. Foi com alívio que ele saiu para o intervalo.

Ele fez questão de passar pela árvore que Sakura lanchava com os amigos. Queria certificar-se que a jovem estava bem. Mas ao chegar notou que apenas Tomoyo estava a lanchar. Aproximou-se então da garota.

- Olá Tomoyo. Tudo bem? – cumprimentou ele, educadamente.

- Ah, olá Syaoran. Estou bem. – ela fitou o jovem, com um leve sorriso. – E você como está?

- Não muito bem. – ele sentou-se ao lado de Tomoyo. – E me arrisco a dizer que você sabe o porquê.

- Sim, eu sei. – ela terminou seu lanche.

- Onde está a Sakura?

- Ela não veio hoje. E também me arrisco a dizer que você sabe o porquê. – disse Tomoyo astuciosamente.

- Eu imagino. – disse abatido. – Creio que foi melhor para nós. Antes que acabássemos nos magoando mais.

- Você está sofrendo Syaoran? – perguntou Tomoyo, queria entender se o jovem sofria tanto quanto a sua amiga. Sakura lhe contou que ele só a via como passatempo. Tomoyo achou estranho, sempre pensara que Syaoran estava apaixonado.

- Muito. – disse com um fio de voz.

Tomoyo teve certeza. Ele também a amava.

- Então por que terminou com ela?

- Vai ser difícil te explicar Tomoyo. Parece tão ilógico pra mim. – ele baixou a cabeça.

Tomoyo se aproximou do jovem. Cariciou os cabelos rebeldes dele. Sem mesmo saber o porquê o Syaoran deitou-se no colo de Tomoyo; apenas uma gota caiu de seus olhos. Intimamente sabia que podia confiar naquela garota. Pelo que Sakura contava, Tomoyo era doce, meiga e muito generosa.

“Hiiragisawa tem bom gosto”. – pensou enquanto sentia os leves dedos de Tomoyo em seu cabelo.

 

Eriol acabara de lanchar com seus colegas de sala. Decidiu, então, ir ao encontro de Tomoyo. Sakura havia faltado, Tomy deveria estar triste; sozinha debaixo daquela árvore.

Seguiu seu caminho. Parou bruscamente ao ver uma cena. Não podia acreditar. O que era aquilo? Seus punhos se cerraram, sentiu uma leve pontada no coração. Lá, embaixo da árvore, encontrava-se Tomoyo sentada. E deitado em seu colo Syaoran. Ela afagava carinhosamente os cabelos dele. Apesar de um pouco distante pode reconhecer o rapaz.

Continuo então o caminho.

- Atrapalho algo? – perguntou secamente, ao chegar.

Syaoran levantou-se num ímpeto. Tomoyo ruborizou-se de leve.

- Claro que não Eriol. – respondeu Tomoyo prontamente. – Estávamos apenas conversando.

Syaoran concordou com a cabeça. Onde estava a sua voz?

- Ah, uma conversa bem íntima. – deduziu Eriol, rancoroso.

- Não. – Tomoyo ficou mais vermelha com o comentário maldoso do amigo. – Ele estava apenas me contando o que houve ontem entre ele e Sakura.

Syaoran levantou-se.

- Eu já vou indo. – depositou o leve beijo na face de Tomoyo. Ela corou mais ainda. Um verdadeiro pimentão. Eriol também, mas de raiva. – Obrigado Tomoyo. – saiu então.

A jovem não encontrou palavras para responder a Syaoran. Apenas observou ele desaparecer de vista.

Quando Eriol abriu boca para pedir explicações, a sineta tocou. Engoliu toda a amargura e acompanhou Tomoyo.

 

As semanas que se seguiram, passaram sem nenhum contratempo. Sakura não estava cem por cento, mas já estava bem melhor. Não era possível evitar ver Syaoran, afinal estavam na mesma escola, mas fazia o máximo para estar em lugares que não o podia encontrar. O jovem mesmo parara de ficar no intervalo, sentado na árvore ao lado da que Sakura lanchava. Ele também evitava possíveis encontros.

Eriol estava feliz, pois desde aquele dia Tomoyo e Syaoran não tiveram mais nenhum contato.

Era mais uma manhã, Eriol e Tomoyo entravam pelo portão da escola. Sakura esperava-os sentada em um banco.

- Bom dia Saki – cumprimentou Tomoyo alegre.

- Bom dia Tomy. – Sakura parecia estar de bom humor aquela manhã. – Bom dia Eriol.

- Bom dia, querida. – respondeu Eriol e seguiu Tomoyo, sentando-se no banco. – Está de feliz hoje?

- Sim – respondeu ela sorrindo. – Sabe por quê?

- Fala. – Tomoyo estava curiosa assim como Eriol.

- É que eu fiquei sabendo que daqui a umas semanas, vai chegar um parque de diversões aqui em Tomoeda.

- Parece interessante. – comentou Eriol. - “Eu poderia convidar a Tomoyo.”

- E mais. – continuou Sakura. – O Yukito me convidou. Vamos juntos.

- Ah que bom! – disse Tomoyo.

- Realmente. – observou Eriol. “Que bom, assim poderei ir sozinho com a Tomy”.

- Estou com um pouco de sede. – disse Tomoyo, levantou-se. – Vou a cantina comprar um suco.

- Eu te acompanho. – disse prontamente Eriol.

- Não precisa. Volto logo. – foi então para a cantina.

Tomoyo pagou seu suco de laranja e virou-se para retornar ao encontro dos amigos. Bruscamente sentiu um baque, e esperou despencar ao chão. Mas isso não aconteceu. Algo a segurou. Seu copo caiu no chão e espalhara todo o seu líquido.

- Muito obrigada – foi agradecendo sem mesmo ver quem a salvara do chão.

- Não precisa agradecer Tomoyo. – A garota ergueu a cabeça ao reconhecer a voz. Retribui o sorriso do rapaz.

- Se não fosse você, Syaoran, eu teria me esparramado no chão. – disse ela se recompondo. Já de pé, jogou seus longos cabelos para longe do rosto.

Uma visão de deixar qualquer homem, sem palavras.

- Não podia deixar você cair. – falou ele, recolhendo o copo descartável do chão. Jogou na lixeira mais próxima. – O cara que esbarrou em você é bem mal educado. Nem esperou para te pedir desculpas. – ele comentou quando voltou.

Eles começaram a conversar animadamente.

 

Tomoyo estava demorando a voltar, então Sakura decidiu ir até a cantina procurá-la. Chegando lá, passou o olhar pelas mesas para ver se a encontrava. Reconheceu, então, em uma mesa, as longas cascatas negras de Tomoyo. Seu olhar recaiu sobre a pessoa enfrente a amiga. Seu queixo caiu. Era Syaoran. Ele ria abertamente; talvez de algum comentário que Tomoyo tivesse feito.

 

- Só você para me fazer rir, Tomy – disse Syaoran, e bebeu um pouco de líquido em um copo.

Tomoyo comprara outro suco, Syaoran decidiu então acompanhá-la.

- Que bom que te distraio. – disse ela, enquanto observava o garoto sorrir. – Sei que na verdade gostaria que outra garota o distraísse.

Syaoran deixou de encarar um pouco Tomoyo e olhou para frente. Viu então esmeraldas fitando a mesa.

- Sakura. – disse tristemente.

- Era nela mesmo que pensava. – disse Tomoyo.

- Não, não é isso. – esclareceu Syaoran. – Acho que ela veio te buscar.

Tomoyo virou de costas. Sim Sakura estava lá. Reparou que a amiga não tirava os olhos de Syaoran.

Ele então se levantou.

- Eu já vou indo, Tomy. – depositou um beijo na face da garota. – Até.

- Até Syao.

Mal o jovem desapareceu de vista, Sakura apareceu como um furacão. Sentou-se em frente à Tomoyo, ocupando o lugar de Syaoran.

- O que estavam fazendo? – perguntou impaciente.

- Conversando. – respondeu Tomoyo, simplesmente.

- Não foi o que pareceu. – Sakura tamborilava os dedos na mesa. – E aquela despedida carinhosa?

- Você está imaginando coisas Saki. – disse Tomoyo, tomando um gole de suco. – Somos apenas amigos.

- Ele está tentando te conquistar. – falou Sakura, mais para si mesma do que para Tomoyo. – O que ele fez para te provocar?

- Ele não me provocou Saki. – Tomoyo já estava se cansando com a insistência. – Ele estava me contando sobre Hong Kong.

- Por acaso ele disse que poderia levá-la para lá? – indagou Sakura ansiosa.

- Não.

Sakura respirou aliviada.

- Na verdade, – continuou Tomoyo. – fui eu que me convidei.

Sakura quase caiu para trás.

- Hã?

- Ora, eu pedi para que ele me levasse algum dia. – respondeu Tomoyo, sorrindo. Mas tirou o sorriso ao ver a cara de poucos amigos de Sakura. – E é claro que eu estava brincando. – apressou-se em dizer.

Sakura levantou-se.

- Vamos. – disse secamente. – Daqui a pouco a sineta vai tocar.

Tomoyo seguiu Sakura, sem se atrever a dizer mais nada.

 

O professor explicava a matéria de geografia. Tomoyo anotava alguns tópicos da lousa. Sakura tinha os olhos fora de foco. Estava relembrando a cena da cantina.

“Ele deve estar tentando conquistar Tomoyo. Mas ela não vai se deixar levar por aquele rostinho bonito.” – pensou ela, enquanto o professor apontava um país no globo encima da mesa. – “O que dói é saber que ele já está interessado em outra pessoa.”- ela abaixou a cabeça na carteira.

 

Os dias foram passando e a amizade de Syaoran e Tomoyo ficava cada vez mais forte. Isso deixava Sakura e Eriol irritados. Os ciúmes de ambos estavam à flor da pele.

Tomoyo sabia perfeitamente que a amiga estava morrendo de ciúmes, mas se cansara de explicar que Syaoran era como se fosse um irmão. Enquanto Tomoyo se aproximava de Syaoran, se distanciava de Sakura. Estava se sentindo mal, pois adorava os dois amigos. Mas o que podia fazer se Sakura estava cega pelos ciúmes.

Era sexta-feira e o ânimo dos jovens estava alto. O de Sakura estava o dobro. Finalmente o parque tinha chegado à cidade; e no sábado, ela iria lá com seu amigo Yukito.

Eriol ainda não convidara Tomoyo. Mas faria isso na hora do intervalo.

Quando a sineta soou, ele foi procurá-la embaixo da costumeira árvore. Mas ela não estava. Viu apenas Sakura tirando uma soneca. Deu meia volta para encontrá-la.

 

Tomoyo se encontrava na sala de música. Acabara de ensaiar uma canção que apresentaria junto ao coral. Quando a última nota do piano tocou, a jovem pode escutar algumas palmas.

- Bravo!

- Syao. – disse ao ver o jovem entrar pela porta. – O que faz aqui?

Ele sentou ao lado da garota, no piano.

- Estava saindo da minha sala quando ouvi uma bela canção. – esclareceu ele. – Você canta e toca muito bem.

- Obrigada. – agradeceu ela.

- Eu ia mesmo te procurar.

- Por quê? – ela mostrou-se curiosa.

- É que eu soube que um parque de diversões chegou à cidade. – falou timidamente.

- Sim. Chegou ontem.

- Eu queria te convidar. – ele ficou um pouco vermelho. – Seria uma forma de te agradecer pela força que tem me dado.

- Uau, Syao. – ela ficou realmente surpresa. – Teria o maior prazer de acompanhá-lo. – disse por fim.

Ele abriu um largo sorriso.

 

Eriol havia procurado Tomoyo pela escola toda. Ia desistir quando a viu saindo do prédio. Correu até ela.

- Finalmente te achei Tomy. – ela sorriu para o jovem e ele retribuiu. – Te procurei pela escola toda.

- Eu estava na sala de música ensaiando. – esclareceu ela. – Mas por que me procurava?

- É que eu quero dizer algo. – ele parou um pouco para pensar. – Primeiro me responda uma coisa.

- Claro. – ela sorriu gentilmente.

- Você vai ao parque? – ele indagou ansioso.

- Sim.

- Vai com alguma pessoa? – perguntou ele desanimado. – Uma amiga?

- Sim e não. – ela sorriu misteriosamente.

- Como? Não entendi. – a curiosidade estava matando-o.

- É que vou com um amigo...

- Não me diga que com Syaoran. – cortou Eriol surpreso.

- Sim, com ele mesmo. Ele disse que era uma maneira de me agradecer pelo...

Eriol passou por Tomoyo sem dizer mais nada. Manteve a cabeça baixa e seguiu em direção ao prédio.

- Ei Eriol! – chamou Tomoyo. – Aonde você vai? O que você queria me dizer?

Ele parou, mas continuo de costas.

- Deixa pra lá Tomoyo. Vou entrar; a sineta não tardara a tocar.

Ele continuou seu caminho.

Tomoyo ficou confusa. Mas antes que pudesse pensar em algo, a sineta realmente tocou.


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Notas finais do capítulo

Nessa história eu quis ser um pouco diferente... Na maioria dos enredos, o Syaoran tem ciúmes de Eriol.Mas aqui, Eriol também se sente ameaçado por Syaoran



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