Atraídos pelo Amor escrita por Daijo


Capítulo 6
Fim de Jogo




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Já fazia três meses que Sakura e Syaoran começaram seu relacionamento. Durante esses meses, Tomoyo perguntava esperançosa para a amiga quando Syaoran ia pedi-la em namoro. Sakura apenas ria, repetindo seu velho discurso sobre os sentimentos dos dois. Tomoyo só se lamentava. “Como esses dois podem ser tão tapados? Será que não percebem que estão apaixonados.” – ela recordou-se então da cena de ciúmes que Sakura havia feito na semana passada, quando uma jovem pediu uma informação para Syaoran. E da vez que um jovem trombara em Saki. Syaoran chegou bem na hora que o jovem pegava a mão de Sakura para pedir desculpas. O pobre coitado saiu em disparada quando Syaoran esbravejou em seu ouvido.

Naquela tarde após as aulas terminarem, Syaoran decidiu acompanhar Sakura, Eriol e Tomoyo em sua caminhada diária. O céu daquela tarde estava cinza. A qualquer momento poderia chover.

Pensando nisso, Eriol e Tomoyo seguiram o caminho de sempre. Enquanto Sakura e Syaoran cortaram pelo parque, a fim de permanecerem juntos por mais tempo. Eles pararam em uma árvore no final do parque. Logo Syaoran já pousava suas mãos na cintura de Sakura.

- Aqueles dois, Eriol e Tomoyo, formam um belo casal. – comentou ele, encanto brincava com uma mecha de cabelo de Sakura.

- Também acho. – disse Sakura, colocando as mãos nos ombros de Syaoran. – O Eriol é apaixonado pela Tomoyo. Ele já me disse isso.

Syaoran surpreendeu-se e largou a mecha de Sakura.

- E você não fica triste com isso? Afinal, você não gosta dele?

- Da onde você tirou isso? – indagou Sakura achando graça. – Nunca gostei de Eriol. Foi isso que tentei dizer a você naquele dia. Mas não me deixou. Eriol é apenas meu amigo, sempre foi.

Syaoran sentiu-se leve com a declaração de Sakura. Ele achava que Sakura estava com ele, mas gostava de Eriol. E com a leveza logo veio o sentimento de culpa. Lembrou-se das barbaridades que dissera a ela quando se conheceram. Afinal estava enganado com Saki. Ela provara isso permanecendo com ele durante esses três meses. No final das contas ela não era daquele tipinho de garota. Jamais se envolvera com Eriol, e pelo que havia dito, tivera apenas um namorado. Diferente dele que já tinha se envolvido com várias garotas. O remorso corroeu Syaoran sem piedade.

- Sakura, eu... – mas foi impedido de falar quando a garota pousou seu dedo indicador nos lábios dele.

- Sei o que vai dizer. – disse ela, retirando o dedo e aproximando-se mais do jovem. – Eu te perdôo. – e dizendo isso o beijou.

Não era aquele beijo ávido que costumavam dar. Mas sim um beijo calmo, terno, cheio de amor.

Amor?

“Amor. Finalmente tenho certeza que amo Sakura.” – refletiu Syaoran, enquanto beijava a jovem. Ele já desconfiava disso, mas tentava enganar-se. Sabia que iria se machucar se gostasse dela. Mas agora era diferente. Descobrira realmente quem era Sakura.

“Tomoyo tinha razão. Estou completamente apaixonada por Syaoran. Agora que ele finalmente enxergou como eu sou, poderemos ser felizes juntos.” – Sakura pousou suas mãos no cabelo do jovem. Logo o beijo se tornou ávido.

Eles ficaram mais alguns minutos trocando carinhos e depois se dirigiram para a casa de Sakura.

- Tem certeza que não quer entrar Syao? – perguntou Sakura em frente ao portão. Ainda estavam de mãos dadas.

- Tenho Saki. Realmente tenho que ir. – respondeu ele, fazendo uma leve pressão sobre a mão da jovem. – Prometi ao meu mordomo que o ajudaria com a faxina hoje.

Syaoran morava com seu mordomo, Wei; ele era a única companhia que trouxera de Hong Kong.

- Então está bem. Até mais. – Sakura ia entrando, mas Syaoran puxou sua mão. Estavam a centímetros um do outro.

- Preciso falar algo. – informou Syaoran, seus olhos fitavam as esmeraldas a sua frente.

- Sim. – encorajou Sakura ansiosa.

- Eu te...

De repente a chuva que ameaçava cair, cedeu com força sobre os dois.

- Droga! – reclamou Syaoran.

- É melhor entrarmos. – Sakura pegou a mão de Syaoran, estava entrando quando sentiu ser puxada com força pra trás. O jovem a puxara pra si mais uma vez. Antes que pudesse reclamar, sentiu os lábios do jovem nos seus.

A chuva continuava a cair pesadamente, enquanto os dois trocavam beijos apaixonados na frente da casa amarela. Os dois se separaram e fitaram-se por um momento.

- É melhor eu ir agora – Disse Syaoran, distanciando-se de Sakura.

- Você é louco, vai pegar um resfriado. – Os dois estavam encharcados. – vamos entre, posso lhe emprestar as roupas do meu irmão.

- Não precisa se preocupar, chegarei são e salvo. – O jovem saiu correndo. – Eu nunca quebro uma promessa! Até! – gritou ele quando já estava distante.

 - Syaoran. – suspirou Sakura e entrou fechando o portão.

Syaoran chegou a seu apartamento pingando. Passou direto para o banheiro. Tirou o mais rápido que pode as roupas molhadas e pegou uma tolha para se enxugar. Após fazer isso, ligou o chuveiro. Logo o vapor da água quente se espalhou pelo local. A água caia pelo seu corpo, o relaxando.

“Pena que não pude declarar meus sentimentos hoje. – pensou ele. – Mas farei isso amanhã, pedirei Sakura em namoro.” – decidiu ele. Desligou o chuveiro, pois ainda tinha um faxina para começar.

 

No dia seguinte Syaoran saiu mais cedo do que de costume. Chegaria cedo à escola para se encontrar com Sakura. Ela o dissera no dia anterior que chegaria mais cedo, pois estava encarregada de limpar a sala com Tomoyo.

Pensando em não perder mais tempo, se declararia assim que a encontra-se na escola.

Chegando lá, procurou Sakura pela propriedade, mas não a encontrou.

“Que cabeça a minha. Ela está limpando a sala”. – deu um tapinha na testa, e sai em direção ao prédio.

 

Sakura e Tomoyo conversavam animadamente dentro da sala. Elas haviam acabado a limpeza e Sakura contava à amiga o que acontecera no dia anterior.

- Eu sempre soube que você amava Syaoran. – falou Tomoyo, com um ar vencedor.

- Ok Tomy, você estava certa. – entregou-se Sakura, arrancando uma gargalhada da amiga. – Eu admito.

As duas riram por um tempo.

- Não acredito que fui tão lerda. – disse Sakura, descrente. – O que sinto por Syaoran é só atração física. – repetiu ela se lembrando de seu antigo discurso. – Na verdade eu o amo.

Tomoyo sorriu radiante.

 

 

Syaoran chegou ao corredor em que ficava a sala de sua amada. Logo avistou a sala do segundo ano. Ao se aproximar reconheceu as vozes de Sakura e Tomoyo. Mas parou ao escutar uma frase dita por Sakura.

- O que sinto por Syaoran é só atração física. – escutou uma risada de Tomoyo. – Na verdade eu...

Ele não ficou ali para escutar o resto. A dor era demais para ele. Correu o mais rápido que pode, parando na árvore que costumava se encontrar com Sakura durante os intervalos. Deixou-se cair de joelhos na grama. Então era isso, para Sakura o que tinha havido entre os dois até aquele momento era apenas uma distração. Ela não correspondia os sentimentos dele. Não podia culpá-la, talvez se ele não a ofendesse daquela maneira, logo quando se conheceram, ela teria se apaixonado por ele. “É tudo sua culpa Syaoran! Se não fosse tão paranóico, estaria feliz ao lado dela.”- ele enxugou uma lágrima que escorria pelo rosto. – “Não posso continuar com isso.” – foi pensando nisso que se dirigiu para sua sala. Não queria ser visto por ninguém naquele estado.

 

Quando a sineta anunciou o intervalo, Sakura saiu em disparada para a árvore encontrar Syaoran. Chegando lá se encostou a árvore.

 “Acho que ele vai me pedir em namoro”.

Passaram-se cinco minutos, dez, quinze.

“Mas onde está ele? Será que faltou hoje?” – indagou a si mesma.

A jovem foi até o encontro de Eriol e Tomoyo, que conversaram animadamente em outra árvore.

- Oi Saki, o Syaoran não veio com você? – perguntou Tomoyo.

- Pois eu vim perguntar pra vocês se tinham visto ele. – esclareceu Sakura.

- Não, por aqui ele não passou. – respondeu Eriol. – Mas garanto que ele veio.

- Onde ele se meteu? – Sakura estava impaciente.

Logo a sineta voltou a tocar. Todos entraram em suas salas. Sakura passou o resto das aulas preocupada. Ora ficava brava, ora apreensiva.

No final do período, Sakura voou para a árvore novamente. Abriu um largo sorriso ao ver Syaoran. Ele estava de costas, a mão apoiada na árvore.

Ela se aproximou sorrateiramente e o abraçou.

Ao sentir as mãos delicadas de Sakura em seu peito, Syaoran derrubou uma lágrima solitária.

- Sakura. – sussurrou ele. Virou-se para vê-la.

- Onde você se meteu durante o intervalo, Syao? – indagou Sakura, batendo levemente o pé.

- Eu fiquei na sala. – respondeu ele, impassível. – Precisava pensar.

- Tudo bem, mas podia ter me avisado. Eu...

- Saki, precisamos conversar.

- Ora, e o que estamos fazendo?

- É sério. – impacientou-se.

- Ok. – ela segurou a mão do jovem. – Pode falar.

Syaoran fitou a mão da garota junto a sua. Respirou fundo e a encarou.

- Sakura, é melhor terminarmos nosso relacionamento por aqui. – As palavras queimaram sua garganta.

Sakura não podia acreditar. Será que ouvira bem? Syaoran, o garoto que ela amava, acabara de dispensá-la? Não podia ser.

- Mas Syao...

- Eu andei pensando, e é o melhor que podemos fazer. – Syaoran queria acabar logo com essa tortura. Queria sair correndo para seu apartamento e se afundar na cama. – Nos afastar.

Sakura largou a mão de Syaoran e escondeu sua face. As lágrimas rolavam sem nenhum controle.

- Entenda Saki, um relacionamento baseado apenas no desejo mútuo não pode dar certo. Tem que haver algo mais, tem que ter amor.

Sakura retirou as mãos do rosto. Encarou o garoto a sua frente. Syaoran pode analisar a rosto de Sakura, estava lavado pelas lágrimas. Ele abraçou fortemente a jovem. Sentiu seu ombro ficar molhado pouco a pouco.

- Nunca vou esquecer nossos momentos, Saki. – ele afastou-a um pouco de seu corpo. Depositou-lhe um beijo na testa.

Sakura não sabia como agir, o quê fazer. A dor que sentia no coração deixava-a paralisada. Então ele não a amava. Esses meses juntos não passaram de mera distração para o garoto. Lembrou-se então das palavras de Tomoyo.

“Bem feito Sakura” – pensou ela intimamente.

– “Queria usar Syaoran para se distrair, e quem acabou sendo usada foi você.” – ela não podia culpá-lo, afinal isso era o que ela também fizera no começo.

Syaoran afastou- se para seguir seu caminho.

- Até Saki. – e caminhou pesadamente.

Quando não pode mais escutar os passos do jovem, Sakura desabou no chão.

Ficou ali abraçada aos seus joelhos, chorando sem parar.

 

 

Tomoyo estava em seu quarto, praticando uma nova canção para o coral da escola. Escuta então, batidas na porta.

- Senhorita Tomoyo? A senhorita tem uma visita. – Ouve-se a voz da empregada. – Ela pode entrar?

- Sim, Rinaka. – respondeu Tomoyo, ela depositou a folha, com a letra da canção, em cima da cama. – Deixe-a entrar.

Quando a porta se abriu, Tomoyo sentiu ser abraçada bruscamente. Um choro chegou aos seus ouvidos. Reconheceu o sofrimento da amiga. Pôs a acariciar os cabelos de Sakura.

Tomoyo esperou pacientemente a sua amiga chorar. Sabia que era melhor desabafar àquela maneira. Quando Sakura acalmou-se, contou à amiga o que lhe afligira.

Tomoyo suspirou. No fundo ela sentia que mais dia, menos dia, isso acabaria por acontecer. Mas calou-se. Não adiantava naquele momento passar um sermão na amiga. Nesse momento Sakura precisava de carinho. E isso, se dependesse de Tomoyo, não faltaria por parte dela.

 

 

Syaoran estava deitado em sua cama. Adormecera depois de horas a fio, tentando entender o que se passara. Seu travesseiro estava úmido. Não era para menos, afinal nunca derrubara tantas lágrimas na vida como naquele dia.


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