Finalmente o sábado tão esperado chegou. E com ele, a alegria de alguns e a tristeza de outros.

Sakura estava muito animada com o passeio. Era uma oportunidade perfeita para se distrair e esquecer, nem que fosse por um segundo, o seu amor por Syaoran.

Tomoyo estava animadíssima para conhecer o parque. Seria um bom passeio, além de ter uma ótima companhia. Syaoran sempre era gentil, e tinha histórias interessantes para contar. Só estava preocupada com Eriol. Depois daquela conversa no intervalo, ela não o viu mais. Ele estava tão estranho.

Syaoran estava terminando de se arrumar. Daqui a alguns minutos iria buscar Tomoyo, para irem ao parque. Estava animado, era muito bom ter a companhia de Tomoyo. Ela sempre se mostrava interessada em suas histórias, além dela também ter algumas para contar. Sempre ria um bocado com ela.

Eriol estava sentado em seu sofá, bebendo um refrigerante. A cara estava péssima, assim como seu humor. Não podia acreditar que Tomoyo estava caindo na lábia daquele infeliz. Já não o bastava ter magoado a Saki, agora magoaria Tomoyo.

“Não! Isso nunca! Eu não vou deixar aquele aventureiro chinês me roubar o amor de Tomoyo.”

Ele subiu apressadamente para seu quarto. Vestiu a melhor roupa que encontrou pela frente, lavou o rosto no banheiro e saiu para o parque.

Sakura chegava ao parque ao lado de Yukito. Logo atrás, seguindo eles, vinha Toya. Ele decidiu de última hora acompanhá-los. Sakura ficou feliz com a decisão de Toya, ela passara a semana inteira tentando convencê-lo a ir.

- Vê se anda mais rápido Toya. – avisou Sakura, olhando para o irmão. – Vai acabar se perdendo da gente.

- Pode deixar. Nunca deixaria o Yukito sozinho com você. – Sakura ficou confusa. – Eu tenho muita pena dele. Agüentar você sozinho é castigo para qualquer um.

- Ora seu... – começou Sakura cerrando o punho.

- Como você é maldoso Toya. – disse Yukito sorrindo. – Não ligue pra ele Saki.

Ela balançou a cabeça positivamente. Eles continuaram a andar pelo parque.

Um pouco longe dali, em algumas barraquinhas, se encontrava Syaoran e Tomoyo. A garota olhava atentamente o jovem, enquanto ele tentava acertar um arco na garrafa à frente. Ele já tinha acertado duas, faltava apenas aquela. Tomoyo fez figas. Syaoran acertou a garrafa. Sentiu ser abraçado bruscamente. Reconheceu o perfume de Tomoyo.

- E não é que você conseguiu! – exclamou ela, afastando-se do jovem.

- Foi muito fácil. – gabou-se ele.

- Pois fique sabendo, que se não fossem as figas que eu fiz, - protestou ela divertida. – a argola teria passado bem longe da garrafa.

Syaoran soltou uma gargalhada gostosa.

- Senhor, seu prêmio. – o dono da barraca estendeu um grande ursinho de pelúcia.

Syaoran viu os olhos de Tomoyo brilharem ao pousar no ursinho.

- Obrigado. – agradeceu Syaoran para o senhor. – Para você. – ele estendeu o ursinho para Tomoyo.

Ela aceitou com um largo sorriso. E pela primeira vez beijou o rosto de Syaoran. Ele sorriu. Não se sentia envergonhado com um gesto de carinho de Tomoyo. Pois ela era como uma irmã para ele.

- Adorei o presente. – falou ela, abraçando fortemente o ursinho. – Que tal um algodão doce? – perguntou apontando um carrinho.

- Cairia bem. – respondeu Syaoran, estendendo o braço para ela. – Vamos?

- Claro que sim. – ela aceitou o braço dele, e seguiram para o carrinho.

Eriol olhava atentamente para os lados enquanto andava. Queria encontrar Tomoyo. Estava decidido a dizer algumas verdades para a garota.

“De hoje não passa”. - pensou ele.

Foi então que a viu. Ela estava linda. Um vestido tomara que caia até os joelhos. O preto realçava as ametistas de seus olhos.

Ela e Syaoran estavam próximas a algumas árvores. Eles conversavam animadamente.

Eriol ficou ali observando, tentando arranjar coragem. Foi então que viu Syaoran se afastar de Tomoyo. Para onde ele fora, Eriol não sabia. O que sabia que aproveitaria aquela deixa para falar com Tomoyo.

- Tomoyo. – chamou ao se aproximar da garota.

Ela virou-se surpresa. O ursinho descansava em seus braços.

- Eriol. Que bom que veio. – ela disse sorrindo. – Estava preocupada com você. Ontem você me deixou...

- Esqueça ontem Tomoyo. – pediu ele pegando na mão dela. – Vamos pensar no hoje.

Ela ficou instantaneamente rubra com o contato.

- Tudo bem.

- Eu preciso dizer algo. – começou ele tentando encontrar as palavras. – Uma coisa que te quero dizer faz tempo. Algo que carrego no meu coração.

- Sim. – Tomoyo perdeu um pouco o ar com a ansiedade.

- Quero que saiba que só não falei antes, por que não sabia qual seria sua reação. – ele colocou a mão de Tomoyo sobre seu coração.

- Fala Eriol. – pediu Tomoyo quase suplicando.

- Eu amo você Tomoyo. – ele sentiu leve depois disso. – Sempre me encantei com seu jeito de ser, sua generosidade.

Ela abrira a boca para falar, mas Eriol fez um gesto para que o deixasse continuar.

- Você é a garota mais linda, mais encantadora que eu conheço. – lágrimas agora rolavam no rosto de Tomoyo. – E eu entenderei perfeitamente, se você preferir ficar com o Syaoran.

Ele soltou a mão da jovem. A delicada mão de Tomoyo distanciou-se do peito de Eriol e posicionou-se no rosto dele.

- Eu também te amo Eriol. – ela abriu um lindo sorriso. – Me encantei por você desde que te vi pela primeira vez.

Ele limpou as lágrimas do rosto da garota delicadamente. Aproximou-se mais. Eles trocaram um cálido beijo.

Nesse momento Syaoran aparece. Abre um largo sorriso ao ver os dois juntos.

“Finalmente”. – pensou ele.

Já ia saindo, quando Tomoyo o chamou.

- Onde pensa que vai. – ela segurava a mão de Eriol. – Não pense que vou largar meu acompanhante por ai.

- Que é isso Tomy. – disse ele com um sorriso maroto. – Você já está bem acompanhada.

Eriol sorriu.

- Como vai Syaoran? – cumprimentou ele educadamente.

- Muito bem. – respondeu ele. – melhor agora que vejo vocês finalmente juntos.

O casal corou levemente.

- Acho que devo desculpas a você Syaoran. – começou Eriol. – Eu achei que estava tentando conquistar Tomoyo.

- Tudo bem cara. - respondeu Syaoran sinceramente. – Eu também não fui legal com você no começo.

- Que bom. Agora vocês podem ser amigos. – concluiu Tomoyo feliz.

Sakura, Toya e Yukito estavam sentados em uma mesa de lanchonete. Eles haviam andado em vários brinquedos. Comiam agora.

- Que delícia. – disse Sakura, e lambeu a ponta do dedo que estava suja de catchup.

- Mas é uma monstrenga mesmo. – comentou Toya exasperado. – É falta de educação ficar lambendo os dedos.

- Deixa ela Toya. – ponderou Yukito. – Ela está se divertindo.

- Isso mesmo Yuki. – falou Sakura

- E ainda fala de boca cheia. – comentou Toya.

- Vê se para de reparar em mim. – pediu Sakura impaciente.

Toya se levantou.

- Aonde você vai? – indagou Yukito

- Vou ao banheiro. Já volto. – E saiu.

Syaoran, Tomoyo e Eriol resolveram dar uma volta pelo parque. Tomoyo e Eriol passeavam de mãos dadas. Syaoran seguia o casal. Estava feliz por ser uma vela aquela noite, não estava se importando com isso. O que importava era ver sua amiga feliz.

Eles pararam perto de uma lanchonete. Eriol abraçou Tomoyo. Os dois ficaram ali juntinhos. Syaoran ficou observando o movimento do parque. Seus olhos percorreram a lanchonete, e pararam ao ver um rosto conhecido. Sentiu uma pontada no peito. Lá estava a garota que o atormentava nos sonhos. Estava linda como sempre. Usava um vestido rosa claro até os joelhos. Ela ria animadamente com um jovem que, para Syaoran, parecia ter uns 20 anos. Ele sorria de maneira carinhosa para Sakura. Syaoran sentiu o mundo desabar em cima dele. Este deveria ser o novo namorado de sua amada. Antes que pudesse pensar em mais algo, decidiu ir embora.

- Eu já vou indo amigos. – disse para Tomoyo e Eriol.

- Mas já Syao? – indagou Tomoyo, ela percebeu a tristeza no rosto do amigo. – Aconteceu algo.

- Não Tomy. – respondeu tentando disfarçar com um sorriso. – Estou um pouco cansado. – ele apertou a mão de Eriol e beijou o rosto de Tomoyo. - Me diverti muito essa noite. Até.

Antes que Tomoyo pudesse dizer mais algo ele desapareceu de vista.

- Ele não está cansado. – afirmou ela. – Aconteceu algo.

- Aquilo foi o que aconteceu. – Eriol apontou em direção à lanchonete.

Tomoyo instantaneamente pode entender o que acontecera. Sakura e Yukito conversavam animadamente em uma mesa.