Dois meses se passaram depois do plano infalível de Jessica e Derek para impressionar Connor e, pelo que parecia, tudo corria bem. Ele não havia desconfiado de nada e tinha gostado muito de Derek. Jessica havia mudado para a casa do menino e, mesmo que parecesse rápido demais, ela não se importou. Estava feliz daquele jeito e nada mudaria isso.

– Esta foi a última caixa. - avisou ele jogando-se no sofá onde Jess já se encontrava totalmente sem forças, abatida pelo cansaço - Estou tão feliz que vai morar aqui.

– Eu também, amor. - ela respondeu com a voz mole - Sei que é meio rápido mas nós podemos fazer isso. Somos demais! - Connor riu e aproximou-se de Jess, colocando-se por cima dela.

– Deixa eu te mostrar como eu sou, deixa... - sussurrou em seu ouvido antes de morder o lóbulo levemente. Jessica arfou baixo.

Logo seus lábios se esbarraram e as mãos de Connor já corriam timidamente pelo corpo de Jessica. Ela, ainda cansada, não queria parar as carícias, adorava quando o namorado brincava daquele jeito. Mas, como sempre, algo precisava atrapalhar.

– Ah, fala sério! - esbravejou ele ao ouvir o toque do celular - É só ignorar, daqui a pouco para.

– Con, atende, anda. Pode ser importante. - Jess comentou preocupada.

Ele bufou e saiu do sofá, atendendo o telefone de má vontade, fazendo a namorada rir. Logo arregalou os olhos ao ouvir a voz do outro lado da linha.

– Ahn, oi mãe... - Jessica gargalhou ao fundo - Não, não, só estou arrumando as coisas de Jessica. É, ela vai morar aqui...

Aquele assunto não parecia de seu interesse, então Jessica saiu da sala para dar-lhes um pouco de privacidade. Ficou na cozinha comendo doces e bebendo água até ter sua atenção roubada pela voz repentinamente feliz do namorado:

– Tá falando sério? Caramba mãe, claro que eu quero! - Jessica riu fraco, ele parecia mesmo ter a idade que aparentava - Jessica vai adorar. Vou falar com ela. Tchau!

"Jessica vai adorar"? O que aquilo queria dizer? Começou a imaginar mundos e fundos enquanto o namorado se aproximava feliz e, sinceramente? Ela estava com um certo medo do que viria.

– E então, ela ganhou na loteria? - começou como se não tivesse escutado nada. Connor riu.

– Não, besta. Não sei se já lhe falei, meus pais possuem um hotel nas Bahamas e... - Jess o cortou.

– É sério isso? - perguntou como se tivesse ouvido errado.

– É, ué. Chama-se Bahamas Dreams, meu pai é o sócio majoritário.

"Ka-chinc!"

– Nossa, que legal! - disse ela sinceramente - Mas, e aí, o que sua mãe queria?

– Ela ofereceu uma viagem para nós! Uma semana inteira no Bahamas Dreams, eu, você, sozinhos... - começou ele maliciosamente fazendo-a rir - Então, aceita?

– Mas é claro, amor! - Jess respondeu animada - E aí, quando podemos ir?

Connor analisou as caixas e malas de Jessica espalhadas pelo chão e sofá da casa. Por que não? Já estava tudo arrumado mesmo.

– Vamos hoje mesmo. - declarou rapidamente. Jessica arregalou os olhos.

– Wow, peraí! - disse ela puxando sua camiseta - Não acha que é rápido demais? Quer dizer, ela acabou de nos convidar...

– Mas não seria falta de educação atrasar no convite? - perguntou ele risonho e entrelaçou a cintura de Jess - Relaxa, amor. O hotel é do meu pai, lembra? Quanto mais cedo formos, mais aproveitaremos.

"Ka-chinc!", pensou novamente.

– Tudo bem. Então vá arrumar as suas coisas porque as minhas... - olhou suas bagagens prontas tediosamente - Já estão.

Connor riu e rumou para as escadas para fazer as malas. Jessica, ao sentar-se no sofá para esperá-lo, intrigou-se rapidamente. Bahamas Dreams, aquele hotel não lhe era estranho. Em algum lugar de sua memória, aquele hotel havia sido palco de algo importante, mas por mas que ela tentava lembrar-se, menos as coisas ficaram claras. Logo resolveu ignorar, se não se lembrava, talvez não fosse tão importante assim.

– Uma semana num hotel maravilhoso, sozinha com o namorado e ainda de graça? - falou para si mesma deitando no sofá - Que beleza!

Logo Connor chegou na sala com as malas prontas e Jess tratou de ajudá-lo. Em meio a brincadeiras e distrações, eles conseguiuram arrumar tudo no carro que os levaria até o aeroporto. O fato de Jessica estar com o visto em dia no passaporte facilitou as coisas e ela agradeceu por isto.

De repente, Connor teve uma ideia um tanto não ortodoxa. Foi até a namorada que estava no interior da casa e encontrou-a com a cabeça dentro do armário da cozinha, provavelmente procurando algo para comer. Riu fraco com a cena.

– Jess?

– Fala, baby! - gritou ela sem deixar de procurar algo comestível.

– O que acha de chamarmos Derek para ir conosco?

Um estrondo tomou o ambiente no segundo seguinte e Connor viu a namorada com uma careta enquanto massageava o topo da cabeça. Logo começou a rir, ela havia batido-a no topo do armário pelo susto.

– Você está bem? - perguntou ele ainda rindo.

– Estou bem, estou bem... - respondeu ela ainda massageando a cabeça - Mas, que negócio é esse de convidar Derek? Pensei que seria uma semana só nossa...

Era errado apelar para o lado imoral, mas Jessica realmente não queria viajar com Derek, pelo menos enquanto tinha um deus grego totalmente de quatro para ela num pais totalmente paradisíaco e um hotel maravilhoso. E ainda de graça!

"Droga, Derek, por que você tem que ser tão simpático e legal?"

– Mas amor, eu realmente gostei dele. E pense só: - "Não, eu não quero pensar em nada!" – Estaremos sendo muito maduros em convidá-lo. Eu quero ser amigo dele, assim como você é. Meus pais se separaram de uma maneira terrível e não se dirigem a palavra a anos. Não quero repetir a dose, é muito desagradável.

Jessica bufou totalmente vencida. Se ela tinha partido para o lado imoral, ele tinha ido para o lado sentimental e, infelizmente, era o que ganhava. Logo viu-se concordando em ter Derek novamente com seu ex-marido totalmente aloprado e louco, mas ainda assim simpático e atraente. "Droga, Derek!"

– Tomara que eu não te perca para ele... - comentou debochada ao ver a felicidade do namorado ao saber que Derek os acompanharia.

– Largue de ser besta. Agora vá avisá-los. Tenho certeza que Jazmyn e Julie vão adorar.

Jess tinha que admitir, Connor estava sendo fofo com "suas filhas". Todo esse esforço para agradá-las era um tanto impressionante, ele realmente queria ser amigo delas. Logo saiu e foi em direção a casa de Derek, já imaginando o chilique gay que ele daria. Uma semana com o ex-marido-problema. Realmente Jessica não devia ter deixado o namorado atender o telefone.

***

– Nana, eu não entendi. Ai! - reclamou Derek chupando o dedo enquanto a empregada ria.

– Fatias Julianne, senhor Derek. - disse Nana mostrando-lhe as finas camadas de tomate - E saia de perto do óleo quente ou isso aí acontecerá de novo. - apontou para sua boca.

– Não sou tão velho assim, Nana. Pode me chamar de Derek. Dispense o "senhor". - comentou lavando o dedo machucado - Vou chamar Jazmyn para almoçar.

Jazzy ainda cumpria o castigo imposto por Derek, que era vender limonadas ou fazer pulseiras para cobrir os danos feitos pela briga de dois meses atrás. A menina só ralou o joelho, mas ainda assim o pai fez questão de fazer a filha trabalhar para comprar o Mertiolate.

– Hey! - chamou-a perto da barraca montada no quintal - O almoço está quase pronto, vamos.

Ela assentiu e guardou o dinheiro na caixinha personalizada.

– Não aguento mais isso, pai. Quando poderei parar? - pediu cansada. Derek riu.

– É tão ruim assim? - Jazzy assentiu rapidamente esperançosa - Então pense duas vezes antes de se meter em briga por motivos banais.

Jazmyn sentiu o sorriso esperançoso murchar e Derek riu alto antes de beijar sua testa. Logo chegaram na cozinha e ele colocou-se novamente ao lado de Nana, que ria ao ver o patrão parecer uma criancinha querendo aprender culinária.

– Argh, pai, eu detesto salada! - Jazzy reclamou ao vê-lo arrumar as fatias de tomate em cima das folhas verdes do alface.

– Ah é? Que pena. - disse divertido - Vá chamar sua irmã, por favor.

Nana viu a menina se afastar com a apaência cansada e riu fraco para Justin.

– Ela está crescendo rápido, não é?

– Nem me diga. - respondeu ele arrumando os pratos e talheres na mesa - As vezes, sinto que não estou acompanhando-a do jeito que deveria acompanhar. Qual é, a garota usava fraldas ontem e hoje está vendendo limonada para pagar os danos por ter brigado na escola e pulado a janela para ir numa festa! Eu sou um pai tão ruim assim? - Nana riu pelo desespero do homem.

– Posso lhe dizer uma coisa? - ele assentiu - Em toda a minha vida, eu nunca vi um pai tão dedicado como o senhor, Derek. O senhor está indo bem, essas coisas acontecem! Uma hora ela terá que sair do ninho e terá uma boa base para o mundo porque foi bem ensinada pelo senhor. Então relaxa!

Derek riu agradecido pelas palavras da empregada, ela era como uma segunda mãe para ele. Nana sempre esteve com ele desde o momento da separação com Shay até atualmente, e ele não confiava sua casa e suas filhas em mais ninguém a não ser ela.

– Jazmyn! Julie! O almoço está pronto! - gritou ao perceber a demora das filhas. Logo elas chegaram no cômodo e Derek riu ao ver a menor coçando os olhos, denunciando ter acabado de acordar - Oh, ainda está com sono, princesa? - ela assentiu lentamente - Mas já está na hora do almoço, não quer comer ao invés de dormir? Eu fiz batata frita! - sussurrou a última parte fazendo todos rirem - Bom, foi a Nana que fez mas eu ajudei!

Julie assentiu rindo e Derek colocou-a na cadeira mais próxima. Logo começaram a comer e ele percebeu que Jazmyn não tocava na salada.

– Hey. - chamou sua atenção - Não vai comer a salada?

– Pai, esse negócio é muito ruim. - disse ela mexendo as folhas com desprezo - Pode ficar tranquilo, estou bem com as batatas.

– A alimentação de vocês não é saudável, preciso fazer alguma coisa. - pensou alto continuando a comer - Saladas são muito importantes na nutrição e vocês só comem porcarias!

– Eu comi alface semana passada, para a sua informação. - disse ela vitoriosa.

– Você colocou cobertura de chocolate em cima, Jazmyn. - todos olharam-na com expressão de nojo - Assim não vale e é nojento pra caramba.

– Se for para eu comer folhas de árvore, pelo menos tem que ter algo gostoso em cima. - declarou normalmente terminando as batatas e colocando o prato na pia.

– Ok, mudando de assunto... - começou Derek repetindo o gesto da filha - Alguém pode me dizer por que vocês não estão na escola? Vocês só disseram que não teria aula, não deram motivo nem nada.

– Reunião de professores. - Jazzy respondeu rapidamente - Parece que alguns pais estão reclamando do ensino e eles vão conversar sobre isso para estipular novas regras.

Derek concordou com esta reunião, Julie estava chegando em casa com um vocabulário um tanto avançado para sua idade, a escola precisava fazer alguma coisa.

Eles continuaram conversando sobre coisas banais até que um estrondo de porta batendo tomou o ambiente numa velocidade impressionante.

– DEREK! - era Jess e ela parecia ter corrido.

– Eita, Jessica, precisa chegar assim? O que aconteceu? - perguntou preocupado.

– Preciso da sua ajuda.

Aquele discurso ele já havia ouvido antes. Lá vinha ela com mais um problema para Derek resolver.

– Vocês já brigaram? Este durou mais do que os outros! - falou debochado fazendo as filhas e Nana rirem.

– Não, não é nada disso! Connor quer me levar para viajar! - disse ela como se o problema estivesse totalmente claro.

– Tudo bem, e o que que tem? - perguntou Derek querendo algo mais claro - Isso é bom, não é?

– Claro que não!

– Tudo bem, eu não entendi. - disse rendido. Jessica revirou os olhos impaciente - Você precisa de dinheiro para a viagem?

– Não! Ai meu Deus... - ela apertou os olhos fortemente andando pela cozinha - Connor quer me levar para viajar!

Jessica só queria que o amigo usasse o cérebro que tinha para chegar onde ela queria.

– Disso eu já sei! Mas por que você está pedindo minha ajud... - logo percebeu - Ah não. Não, não, não.

Ele já sabia o que ela queria e aquilo já era demais. Levar uma mentira tão longe assim podia ser crime, não podia?

– Ah, qual é, Derek. Eu não tenho culpa que o moleque gostou de você.

Derek sorriu algo como vitória e malícia juntos, e Jessica revirou os olhos.

– Ele gostou de mim, é? - perguntou inclinando o corpo para frente e para trás, como uma criancinha.

– Gostou. E se eu achei que aquilo foi gay, isso ganhou. - comentou referindo-se ao gesto do amigo, que fechou a cara no mesmo minuto e foi ajudar Nana com a louça - Então, o que acha?

– Acho que você tem cocô no cérebro ao invés de massa cinzenta, Jess. - disse McCann arrancando mais risadas do resto das pessoas - Por que você não... Sei lá, disse que se sentiria desconfortável com a minha presença?

– E você acha que eu não tentei? - disse ela como se fosse óbvio - Eu disse que seria desconfortável, que seria legal se fôssemos sozinhos para... - logo suas explicações foram interrompidas pelo homem a tempo.

– Jess! - Derek repreendeu-a devido a presença das crianças. Ela logo percebeu.

– Desculpe! - sussurrou - Enfim, eu tentei. Mas não deu certo então vocês terão que viajar conosco.

Jazmyn e Julie finalmente perceberam o que eles estavam falando e começaram a vibrar pelo fato que viajariam para algum lugar interessante, mas Derek tratou de recuar.

– Hey, podem ficar calminhas, nós não vamos a lugar algum! - cortou-as rapidamente fazendo-as murcharem em tristeza - Eu tenho que trabalhar e elas têm escola! Você não pensou nisso, "mami"?

– Derek, você é o chefe daquela loja. E as crianças... - ele esperou um bom argumento - Ah, qual é, já estamos no final do ano, fala que vai levá-las para férias. O que é verdade, na verdade. - concluiu analisando a situação.

– Estamos em Setembro, Jessica. - disse ele como se ela fosse uma retardada - Desculpe, mas não vai dar.

– Largue de ser chato! Você não vai colocar a mão no seu bolso para nada! O pai do Connor é dono de um hotel e nos convidou, tudo de graça! Você só vai ficar sentado, curtindo a praia, o sol, as areias, o mar... - Jessica falava numa velocidade desesperadora, o que fez Derek entender apenas uma coisa.

– Peraí. - ele cortou-a calmamente - O pai dele tem um hotel?

– Tem! - respondeu ela ofegante por ter falado tanto em pouco tempo.

– É sério isso? - perguntou não acreditando.

– É!

– Vão arrumar suas coisas. - disse somente para Julie e Jazmyn que imediatamente correram para as escadas, sendo seguidas pelo pai que correu para seu quarto em busca de uma mala. Jessica abriu a boca chocada pelo repentino interesse do amigo.

– Você é um canalha. - falou divertida chegando em seu quarto e vendo-o dobrar suas camisas.

– Ah claro, o canalha sou eu. - disse ironicamente sem parar de arrumar suas roupas - Tenho certeza que quando ele revelou este segredo, a primeira coisa que passou pela sua cabeça foi o"ka-chinc!"– Derek imitou o barulho do dinheiro - Estou mentindo?

– Claro que está! - mentiu rindo despreocupada. Derek olhou-a desconfiado - Tudo bem, foi, mas isso não é por que eu sou interesseira. Porque eu não sou.

– Eu sei que não, Jess, te conheço muito bem. - ele disse sinceramente com a mão em sua cintura - Mas é muito bom saber que o moleque é rico, não é? Logo você, que não tem nem um puto no bolso!

Jess não queria concordar, mas não teve outra escolha. Acabou acompanhando Derek nas gargalhadas, elas eram simplesmente contagiantes.

– Termina de arrumar suas malas, anda. - desconversou parando de rir. Derek assentiu e voltou ao que fazia - Imagina só, uma semana inteirinha num hotel de luxo, de graça!

Ele logo ficou intrigado. Como assim, uma semana?

– Como assim? Não vamos ficar apenas um dia lá?

– Derek, para chegarmos lá, leva um dia. - disse ela rindo.

– Onde vamos, então? - perguntou confuso.

– Bahamas.

Logo a expressão do homem desfaleceu. Não podia ser. Qualquer área do mundo, menos aquela.Não podia ser.

– Hey, tudo bem? - a voz de Jessica fazia um eco terrível em sua cabeça - O que foi? Você ficou pálido de repente...

– Ahn... Estou bem... - falou entre pausas apertando os olhos - Eu vou... Ajudar as meninas.

Jessica o viu sair desorientado do quarto confusa. Logo sua dúvida sobre o hotel voltou. Definitivamente algo importante havia acontecido lá. Mas sua cabeça ainda não recordava com clareza.

"Não, não pode ser lá. Eu não vou aguentar.", pensava ele rumando em direção ao quarto das filhas. Logo quando chegou, afastou parcialmente os pensamentos ao ver as malas praticamente prontas.

– Nossa, vocês já sabiam que iríamos viajar? - perguntou debochado analisando-as superficialmente em busca da ausência de algo importante.

– Somos previnidas, papai. - a voz doce de Julie fez o pai rir fraco - Então, fizemos tudo certo?

– Parece que sim... - comentou Derek checando todos os bolsos da mala. Logo percebeu - Jazmyn, cadê sua escova de dentes?

– No banheiro, ué. - disse ela como se fosse óbvio. Derek revirou os olhos.

– E você vai ficar uma semana sem escovar os dentes, ô inteligência?!

– Mas pai, eles dão escovas lá! Tudo numa boa. - disse ela tranquilamente.

– Vai pegar a sua escova, mão de vaca. - ordenou ele rindo fraco.

Viu a filha dirigir-se tediosamente para o banheiro e logo percebeu Julie com uma expressão suspeita.

– Hey, que carinha é essa, princesa? Estava animada pela viagem até agora...

Julie respirou fundo enquanto o pai esperava alguma resposta.

– Vou ter que fingir que a tia Jess é minha mamãe outra vez? - perguntou com a voz amarrada. Derek riu fraco.

– Olha, a gente vai brincar na praia, no mar, no hotel... Você não precisa nem ficar perto dela, se não quiser! - disse rindo, Julie olhou o nada com uma expressão sugestiva - Hey, não foi isso que eu quis dizer. O que eu quis dizer foi... Ah, você entendeu. - desistiu de explicar.

– Entendi papai, sou inteligente. - comentou ela tocando a cabeça com o dedinho indicador. Derek riu alto.

– Até mais do que devia, mocinha. - pegou-a no colo e colocou-a em cima das malas já fechadas, deixando-a no nível de altura de seu tórax - Tenta aproveitar, tudo bem?

Julie assentiu e obedeceu o pai na ordem de beijá-lo na bochecha. Derek fez-lhe algumas cócegas, o que tirou dela algumas risadas angelicais. Logo ele parou.

– Agora eu vou arrumar as minhas malas. - soltou-a e riu ao ver Jazmyn segurar sua escova com má vontade, escorada na porta - Menina estranha.

Jazmyn riu e Derek acompanhou-a rumando de volta para seu quarto. Chegando lá, encontrou Jessica já fechando o zíper de sua mala, o que o fez pensar que ela arrumou tudo para ele.

– Obrigado. - disse sinceramente tocando a cintura da amiga novamente.

– Não foi nada. Mas, me diga, o que foi aquilo? Você ficou pálido de repente quando eu disse que iríamos para as Bahamas...

Derek logo tentou desconversar. Não queria lembrar daquilo. Pelo menos pelo maior período de tempo até chegar lá.

– Complicações... - disse fingindo indiferença enquanto coçava a nuca.

– Falou aí, Edward Cullen. - Jess brincou bagunando os cabelos do amigo como os do vampiro. Derek riu - Já está tudo pronto? Temos que ir!

– Wow, enlouqueceu? Não podemos ir hoje! - Derek comentou rindo fraco - Tenho que avisar os empregados da loja, o arquiteto assistente e ir até a escola das meninas para dizer que elas faltarão por uma semana.

Jessica bufou, por que o amigo tinha que ter tantas responsabilidades?

– Tenta ter uma vida igual a minha e você vai ver. - disse ele como se tivesse lido a mente da amiga. Jess mostrou-lhe a língua - Larga de criancice e diga para Connor que iremos amanhã.

– Hey, acha que é assim, é?! - disse ela admirando a ousadia de Derek - Já está tudo planejado, não podemos simplesmente mudar as coisas.

– Diz pra ele que foi eu que pedi... - disse piscando os olhos rapidamente fazendo Jess vacilar algumas risadas.

– Tô dizendo, ainda te perco para ele.

Derek riu alto.

– Isso não é algo tão difícil de se imaginar. Quer dizer... - arrumou o cabelo no espelho - Olha pra isso aqui!

Jessica riu ao ver o amigo apontar para o reflexo no espelho e mandar alguns beijinhos convencidos. Resolveu deixá-lo brincar com seu ego e ir embora.

– Então iremos amanhã? - gritou já na cozinha, onde roubava um doce feito por Nana.

– É. E para de roubar meus doces e vai fazer os seus pro seu namoradinho, vai. - disse Derek tirando-a de perto da cozinha.

– Own, isso tudo é ciúmes, amor?! - brincou ela jogando-se nos braços do amigo - Lembre-se que foi você que quis se se separar!

Nana só ria de tudo no fundo.

– É, é tudo ciúmes. Estou sofrendo demais com esta separação... Amor. - disse a última palavra como se fosse algo proibido. Jessica riu alto.

– Não precisa ficar passando vontade.

Derek não entendeu até sentir a mão de Jessica sobre sua boca e seus lábios tocando sua própria mão. Logo percebeu que ela havia "beijado-o" como nos tempos de infância, por volta dos seis ou sete anos.

– Você é louca. - disse ele rindo impressionado. Jess riu alto.

– E você ainda me ama, ex-marido. - disse ela num tom convencido. Logo beijou-lhe a bochecha - Até amanhã!

Derek apenas acenou e entrou em casa, encontrando uma Nana risonha enrolando os doces.

– Esta menina é doida. - disse passando por ela.

– Sabe, Derek, vocês dois dariam um belo casal. - disse indiferente. Derek riu rumando para as escadas.

– Nem brinca com isso, Nana. - disse ele rapidamente - Ela tá feliz com o outro, eu só estou ajudando.

– Mesmo assim, é o que eu acho.

Ele apenas riu com a opinião da empregada e rumou para o quarto para terminar de arrumar as malas para a grande viagem que teria. Uma coisa era certa. Ele não sairia o mesmo Derek McCann de lá.