Entre Doces E Amargos escrita por Iulia


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Tá aí.Saiu uma merda mas...



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Katniss se posiciona ao meu lado e eu sinto a placa de metal nos erguendo.Nós duas apenas encaramos o vazio à nossa frente.Eu não estava com tanto medo assim quando eu fui para a arena.Mas agora minha família corre risco.Como será que ela está se sentindo agora? Certamente meus irmãos devem estar felizes por me verem viva, mas e meus pais? Eles imaginam que a minha sobrevivência provavelmente significa o risco deles?Mamãe certamente não, porque ela é a pessoa mais inofensiva e inocente do mundo. Meu pai, pelo que Haymitch disse, deve estar acostumado com isso

  Quando a placa termina de me erguer, só o que eu vejo são flashes, câmeras e pessoas berrando nossos nomes.Eu tento ver alguém conhecido para que eu possa me guiar mas continuo vendo só o que via.Nada.

  Katniss também está um pouco desorientada.Então eu vejo Cato e meu coração apenas começa a disparar.O seu sorriso é o mesmo que no começo me dava raiva, me fazia bater portas na cara dele.Mas agora ele está me guiando.E não me interessa mais se a minha  abordagem era romântica ou selvagem, tanto que eu não sei com o que eu pareço ao correr para cima dele.

  Se parecia um pouco com o que eu dei em Alexander só que Cato cambaleou geral.Há um sofá e ele quase caiu nele.Ele tira o meu rosto do seu ombro e o direciona para o seu rosto.Nós nos beijamos.As minhas pernas continuam entrelaçadas nele, ou seja, eu estou praticamente no seu colo, só que ele está em pé. Eu não consigo parar de sorrir.

  Estar com ele, mais precisamente beijando ele, me faz esquecer dos problemas.Eu tento me separar dele para respirar, mas ele continua me mantendo no colo e me beijando selvagemmente  .Ele pelo visto não esqueceu da nossa “abordagem inicial”

  -Calma, rapaz eu preciso respirar! –Eu brinco com ele.As pessoas as Capital começam a rir e eu me pergunto se há microfones em nossas roupas.

  -É, ela precisa respirar rapaz! Solte ela! –Fala Caesar Flickerman.

  Eu me lembro que Haymitch disse que eu e Katniss tínhamos que nos abraçar no palco.Eles devem querer isso.Eu vou até ela e lhe dou um abraço de amiga que ela retribui.Nós quatro parecemos bonecos com sorrisos pintados.Eu vou até Peeta e o dou um abraço.Ele também retribui e parece sincero.Que garoto inocente.Ou seria idiota? Pegando a deixa, Katniss vai até Cato, um pouco hesitante e o abraça.O público delira.Peeta abraça Cato.Pronto, todos nos abraçamos.

   –Que demonstração de carinho linda! –berra Caesar com seu sorriso exagerado que mais parece uma mascara  -Andem vocês quatro sentem aqui para nos emocionarmos juntos.

  Quanta emoção me espera!

  Ele aponta um sofá vermelho não muito espaçoso e todos nós vamos para lá.Eu ofereço a minha mão a Cato e nós nos sentemos de mãos dadas para assistir a uma reprise dos Jogos.

   A roupa de Cato é igual a do Peeta exceto nas cores.Mas, sinceramente, Cato parece muito mais deslumbrante que ele.A do Peeta é amarela e a dele é  dourada.Do mesmo material do meu vestido.O sofá é tão pequeno que eu estou sentada quase em cima dele e Katniss pelo visto também está.

  Está frio no palco e eu me aproximo mais de Cato para tentar me esquentar.Ele puxa uma aba do enorme casaco e aconchega em volta de mim.Perfeito.Me viro e sorrio para ele, que me retribui.

  -Vocês ouviram aquilo Capital?! Ela havia dito que necessitava respirar! Ora que menina esperta! –O público solta uma gargalhada ensurdecedora.

  Caesar continua contando algumas piadas sobre nós e sobre seu ridículo cotidiano na Capital e nós sorrimos e comentamos (principalmente Peeta)  alguns fatos particularmente ridículos.

  Então o show começa.Eu me lembro de quando eu podia estar em casa assistindo a reprise com toda a minha família porque era obrigatório.Eu me sentia tão mal...Mas agora é dez vezes pior.Eu não quero ter que ver a morte de mais ninguém.

  As luzes começam a diminuir e a insígnia aparece na tela.Serão três horas aprisionada nesse inferno congelante.Eu sinto vontade   de sair correndo daqui.Aperto mais ainda a mão de Cato e passo a olhar para a tela.

  A primeira meia hora se dedica a mostrar as entrevistas, as notas, os desfiles e as coisas que antecederam o real inicio dos Jogos, quer dizer, a partir do momento que o gongo soou.

  Depois, na arena eles alternam em mostrar os tributos morrendo e tomadas de nós  quatro. Eu estava sempre perto de alguém que morria e eu sinto nojo de mim mesma.Exceto na hora da Rue.Katniss desafiou a Capital.Mais do que eu pelo menos .Ela praticamente velou o corpo da garotinha com flores e cantou antes dela morrer.

  Cato estava certo, foi Marvel.Eu entendo Katniss por ter mandado a flecha no pescoço do idiota.Assistindo agora, eu entendo porque as pessoas têm tantas raivas dos Carreiristas.

  Antes eu pensava neles, quer dizer, em nós, como simples crianças normais que eram preparadas para a carnificina.Mas nós não podemos apenas matar, abaixar a cabeça e ir embora.Não, nós temos que nos gabar e alardear para todo mundo que nós somos os melhores.

  Eu nunca senti tanta vontade de chorar.O filme continua e eu aperto mais a mão de Cato a cada cena mais forte.Agora é só agüentar.

  O filme acaba comigo e Katniss berrando e esmurrando a porta do aerobarco.As pessoas deviam ter medo de nós.Duas esqueléticas   com mãos sujas e olhos esbugalhados tentando derrubar a porta.

  O hino começa e todos nós nos levantamos quando Presidente Snow sobe no palco seguido de um garotinho e de uma garotinha de cachos loiros, cada um com  uma almofada carregando uma coroa.Mas quem receberá as coroas? Só há duas.

  Presidente Snow torce uma primeira coroa em duas, e sorrindo, põe elas na cabeça de Peeta e Katniss.A garotinha vai embora com a sua almofada vazia.Como ela me lembra Catherine.Qualquer menina agora me lembra.

  Eu me recordo do momento em que Rue morreu e meu estômago se contrai.Só agora percebo que Snow está colocando a coroa na cabeça de Cato que sorri para as paredes.Então ele se dirige à mim.O sorriso dele não se altera, mas só agora eu percebo que seus olhos cinzentos não foram atingidos pela “enorme onda de simpatia” que ele tem por nós.

  Eles estão frios e me encaram como se pudesse me ameaçar.E podem.Eu aperto mais a mão de Cato e nós somos conduzidos à mansão de Snow.Há realmente muito pouco tempo para comer, já que as pessoas não param de pedir que tiremos fotos e se acotovelam para falar conosco.

  Meu rosto já está doendo de tanto sorrir para tirar fotos com pessoas coloridas.Os gritos saudosos das pessoas aumentam ainda mais junto com a embargues de suas vozes.

  As pessoas tiram fotos de mim nos mais variados momentos: Nas poucas vezes que eu me servia de algo, conversando com alguém , sussurrando alguns comentários para Cato, dando sorrisinhos “amigáveis” para Katniss...

  O sol já está nascendo no horizonte quando eu, Cato e toda a nossa equipe podemos ir para o andar do 2.

  -Eles vão para qual andar? –eu pergunto para Enobaria, apontando Katniss e Peeta com a cabeça.

  -Querida, nós somos uma equipe! –me responde uma escandalizada Effie –Todos nós vamos para o mesmo andar.O 2!

  Não irá caber nós todos no elevador, então todos concordam que os Vitoriosos estão mais cansados então nós vamos na primeira viagem.Estamos todos em silêncio, as lembranças do dia flutuam em minha mente.

  -Você foi bem hoje, Clove –disse Peeta tentando quebrar o silêncio. –A iniciativa de nos abraçarmos foi legal.

  -Obrigada.

  Então eu escuto um barulho de uma mão se socando contra o ferro do qual é feito os botões do elevador.Cato deu um murro para que o elevador parasse.Ele prendeu Peeta na parede mais afastada.

  -Cato! –eu grito correndo para tentar salvar o garoto.

  -Porque você fez aquilo? –Cato berra.Katniss dá murros nele, que parece não sentir.

  -Cato aquilo o que? Solta ele!Se você o matar, ele não vai responder. –eu grito.

  -Não se mete, Clove! –ele berra ainda mais alto, me sobressaltando –Porque?

   -Eu não fiz nada. –Peeta consegue falar.

  -Você estava dando em cima da Clove!

  Eu vou até o painel e aciono a emergência.O garoto não vai sobreviver.Sirenes começam a soar e Cato olha desnorteado ao redor.


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Notas finais do capítulo

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