Entre Doces E Amargos escrita por Iulia


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Saiu mais um...Eu quero Reviews, vieram tão poucos dessa vez...Olha que eu abandono a fic héin...( Tô brincando...Não me odeiem)



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-O que você fez Clove? –Katiniss berra tentando  sobrepor a sua voz aos barulhos da sirene.

  -Eu acionei a emergência.Vai entrar gente aqui para ajudar.Ele é muito forte não vamos conseguir tirar ele de cima dele.

  As portas se abrem e pessoas de branco nos empurram e tentam tirar Cato de cima de Peeta que já está ficando roxo.Eles o prendem  pelos braços e eu não hesito em segui-los para ver o que vão fazer com ele.

  Nós estamos no andar do hospital e Cato se acalmou um pouco.Mas ele me olha tão fixamente enquanto é levado pelo corredor, que me dá medo .

  Abrem a porta de uma sala parecida com a qual eu fiquei e colocam ele lá dentro.Eu pergunto à uma mulher de branco se eu não posso tentar falar com ele.

  -Não.O garoto está fora de si, deixe ele por um tempo.Vá descansar, garota.Você está acordada desde arena.Nós tomamos conta dele.

  -Vai ser pior...Talvez eu consiga acalmá-lo um pouco.

  -Quando você impediu ele de matar o garoto do 3 pela primeira vez, foi uma coincidência.Seu namorado nunca teve controle de si e é uma presença extremamente perigosa.

  -É claro que ele não é perigoso, a arena enlouquece qualquer um.

  -Então ta. –ela diz fazendo cara de não convencida. –Mas você não vai entrar mesmo assim.Não queremos mais problemas. -ela sai e vai para outra sala.

  Eu resolvo me sentar em um  bloco de cadeira.Meus dedos começam a tamborilar a superfície da cadeira e meus pés começam a balançar.Porque ele foi causar problemas logo agora?Nós íamos para casa e não daríamos problemas.Snow poderia até esquecer de nós.

  Mas eu gostaria de saber de onde Cato tirou a idéia de Peeta estar dando em cima de mim.É muito óbvio que ele está caidinho pela Katniss, embora ela eu não tenha certeza.Eu realmente preciso de alguém aqui de casa comigo.

  Eu escuto várias passadas sincronizadas e me viro para o corredor para ver quem é.Toda a equipe e Katniss.

  -Cadê o Cato? –pergunta Haymitch.Ele parece tranqüilo e monótono como se isso acontecesse todos os dias.

   -Ele está na sala da frente.

   -Doparam ele? –pergunta Enobaria saindo do meio da massa de pessoas.

   -Não.Só colocaram ele lá.

    Então, Haymitch, Enobaria e Layran saem rumo ao corredor.

   -Para onde eles foram? –eu pergunto à Justin.

  -Tentar tirar o Cato do isolamento.Vocês não precisam de mais problemas.

  -Onde está o Peeta?

  -Em uma outra sala.Do outro lado. –Katniss me responde.

  -Ele está bem?

   -Na medida do possível para alguém que foi sufocado por um garoto dez vezes maior que ele.

  -Eu espero que você tenha noção que a culpa não foi minha, Katniss. –eu retruco friamente.

  Ela não me responde e eu também não faço questão.Eu percebo que as pessoas da equipe trocam olhares apreensivos, provavelmente por medo de uma nova briga. Em breve eu vou para o 2 e ela vai para o 12 e a distância, graças a Deus, é bem longa.

  Eu mordo meu lábio e escuto um barulho no fim do corredor.Me levanto.Haymitch, Enobaria, Layran e Cato surgem, inexpressivos.

  -Vamos.Não comentem sobre esse assunto na entrevista.Ninguém precisa saber.Cato, Clove podem subir e descansar, vocês entram no ar às duas.Nós só vamos buscar Peeta. –Diz Enobaria.

  Eu aceno positivamente com a cabeça e vou caminhando na frente até o elevador.Eu sei que Cato está atrás de mim.Eu acho que nós nunca ficamos tanto tempo em silêncio.

  Quando nós entramos no elevador, eu decido quebrá-lo.

  -Cato como você imaginou que ele estava dando em cima de mim?

   Ele me olha com raiva e demora um pouco para responder.

  -Você não é idiota.Nem sei porque está me perguntando isso.Mas se você quer saber eu digo: Na arena ele ficava falando e passando tempo demais com você.E ele te abraçou na reprise.Também te elogiou.Ele está com pretensões.

  -Cato, me escuta. –eu emendo ao ver que ele ia virar o rosto.Eu falo dura com ele, para que ele me escute. –Até você admitiu que o Peeta parece um cachorrinho atrás da Katniss.Ele gosta dela e não de mim, isso é certeza.Fora que Haymitch te explicou a situação e ficar fazendo alarde, chamando atenção para nós não vai ser bom. E olha, mesmo que ele estivesse fazendo isso ele não teria chance.Eu amo você.

  Ele continua me mirando mas agora eu não sinto mais tanta raiva em seu olhar.Parece que ele acredita.O elevador se abre e nós saímos.Alguns Avoxes estão perambulando pelo andar e eu vou direto para o meu quarto tentar dormir, até que eu sinto uma pressão em meu braço.

  -Você não quer ir até o telhado comigo? Conversar um pouco. –Cato fala soltando lentamente meu braço.

  Parece que ele voltou ao normal, mas tenho que admitir, eu senti medo.

  -Claro. –eu digo sorrindo.

  Nós percorremos o antigo lugar enquanto lembranças passam pela minha mente.Eu me permito um sorrisinho ao me lembrar do dia em que pensei que Layran tinha pego a minha faca e saí correndo pelo corredor.Ele me ajudou.

  À propósito, eu ainda   não sei cadê ela.

  Eu me sento na plataforma de frente para ele.O silêncio reina durante algum tempo até que ele se pronuncia.

  -Você não se sente mal? Eu acho que estou enlouquecendo depois que cheguei da arena.Eu sinto como se ainda estivesse lá.

  E está certo, eu penso. Agora que começou a parte mais perigosa dos Jogos.Mas eu decido não falar nada pra ele. Apenas sacudo negativamente a cabeça.

  -Eu nunca fui muito bem da cabeça então nunca achei que pudesse piorar. –ele dá uma risadinha.É bom ver ele sorrindo de novo. –Mas talvez não exista segredo, Cato.É só pensar que vai ficar tudo bem.A nossa família precisa de nós agora. –eu percebo que contei muito com o fato de que Cato tem uma família e tento me corrigir. –Você tem alguém lá fora não tem?

  E se ele tiver uma namorada? Céus, como eu sou estúpida .Essa garota nunca vai me perturbar.Vai me acusar de seduzi-lo...

  -Eu só tenho meu irmãozinho e meu avô. –ele diz olhando para baixo, sem me encarar.Parece que toquei em um ponto fraco.

  -Eu posso perguntar o que... –eu hesito.

  -O que aconteceu com o resto da minha família? Minha mãe eu não sei.Dizem que ela enlouqueceu depois que meu pai, que era Pacificador foi mandado para uma missão no Distrito 3 e morreu em uma explosão.Minha avó morreu ano passado.Ela me treinava para os Jogos.

  -Eu sinto muito...Quantos anos seu irmão tem?

  -Ele tem 9.Eu não sinto falta de ninguém.Minha mãe me abandonou porque quis.Minha avó era horrível,  e não gostava do meu irmão nem de mim.

  Percebi que ele não citou o pai.

  -Sua avó era horrível? Como assim?

  -Ela me batia, Clove.Dizia que homens não choravam e que já que eu não servia para nada, só o que eu podia fazer era levar honra para o meu distrito.E eu acreditava nisso.Até eu realmente estar na arena, eu não entendia que isso não fazia parte de dar honra para o meu distrito.Você me ajudou a ver isso.

  E eu reclamava.Meus pais sempre cuidaram decentemente da gente e nunca ergueram um dedo para nós.Só obrigavam a gente a treinar por precaução.Sabiam como funcionava o esquema corrupto de voluntários no 2.Você é bom, é obrigado a se voluntariar.Por isso não entram tributos despreparados do 2 e por isso, nós não íamos tão frequentemente a Estação de Treinamento.

  -Mas isso não importa –ele continua, ainda sem me olhar. –Nós ganhamos e isso é o que importa. –Clove, já que agora eu já falei tudo, eu já matei uma pessoa sim.

  Porque isso não me surpreende? No dia em que eu perguntei, eu percebi que ele estava mentindo mas não quis insistir.Me horroriza é claro.Antes de ir para os Jogos eu não matava nem lesmas.

  Mas agora eu já matei e  sei o preço que se paga nas noites.Eu sei o quanto  NÃO é bom.

  -Quem? Porque?

  -Minha avó.Eu tinha acabado de voltar do treinamento, com uma espada na bainha.Perguntei ao meu avô onde ela estava e ele não soube responder.Ela estava berrando com meu irmão e ele tinha só seis anos.O que significa que eu tinha quinze.Ela puxou um chicote para bater nele, eles estavam no quarto dele.Então eu entrei e derrubei ela no chão.Meu irmão só ficava chorando.Eu peguei a  espada e enfiei direto no coração.Ela não morreu na hora.Passou uns cinco minutos nos xingando e dizendo coisas sem sentido.Então ela morreu.

  Ele matou a avó.Eu nem conheço ninguém para chamar de avó, muito menos imagino que meus pais deixariam alguém bater na gente de chicote.

  -Não vai sair correndo? –ele perguntou olhando para mim.

  -Claro que não.Eu continuo gostando de você.

  Eu sempre soube que ele não tinha muito controle das suas faculdades mentais.Mas isso não me impediu de estar perto dele.

  -Vai ver é por isso que eu não sei me controlar.Me deu muita raiva ver ela querendo bater nele.Ele nem sabia falar direto e se não fosse não por mim, até hoje não saberia.Meu avô é só um velho lerdo.Mas uma boca para dar comida.

  -Você precisou pegar tésseras ?

  -Não.O salário de Pacificador ainda vem e é muito bom.Não passamos necessidades.

  -Hum... –eu penso em algo para falar.

  -Achei vocês! –berra a mulher dos cílios laranja, surgindo de repente. –Temos que arrumar vocês para a entrevista!


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Notas finais do capítulo

REVIEWS...EU CLAMO POR REVIEWS...EU DEPENDO DE REVIEWS...EU SOU VICIADA EM REVIEWS...SÓ SOBREVIVO COM REVIEWS...Beijos!