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       - Sesshoumaru-sama, o que aconteceu com você? – perguntou Jaken preocupado.

- Nada que lhe interesse. – eu disse friamente.

Jaken recuou e voltou a me seguir.

Aquele insignificante do Hino! Um dia vou matá-lo com minhas próprias mãos! Aquele... Aquele...

Rosnei.

O que é essa emoção que eu tanto sentia? Por que eu senti essa emoção quando o vi segurando a mão de Azumi-chan? O que tem de errado comigo?

- Tem certeza? – insistiu.

- Tenho – disse duramente –, e pare de perguntar.

Jaken abaixou a cabeça.

Por quê? Por que essa emoção? Só porque eu vi Azumi com aquele bastardo? É isso? O que está acontecendo comigo?

Um vento passou por nós, carinhosamente. Percebi que ele era livre.

Kagura.

- Sesshoumaru-sama... – a voz de Jaken falhou.

Ela estava me mandando acalmar.

Bufei e continuei a andar.

Pra quê continuar se eu não tenho mais nenhum lugar para ir, a não ser aquele vilarejo onde habita minha mulher...

Parei repentinamente e toquei em meu rosto. Pisquei várias vezes até minha visão desembaraçar.

- Sesshoumaru-sama, você está bem?! – disse Jaken desesperado na minha frente.

Algo de ruim ia acontecer, mas o quê? Era por causa da Lua Nova, todos tinham medo disso? É isso que Toutousai quase quis dizer? Que a Tasseiga na forma de Tenseiga não foi usada? Mas...

Nunca, na minha vida, me senti tão confuso.

- Jaken, vamos voltar. – eu disse quando recuperei totalmente o foco.

- S-sim, Sesshoumaru-sama! – disse ele batendo continência.

Começamos a voltar para o vilarejo. Queria ver com meus próprios olhos o que eles vão fazer com ela.

 ***

       Por que eu tive que concordar com a ideia de dar minha espada? Por que eu tive que concordar com uma ideia estúpida feita pelo Hino e pelo Inuyasha?

Bufei e continuei a olhar para o céu. Ele parecia tão calmo e sereno. Era por esse motivo que eu olhava para aquele céu limpo, sem poluição, ele me deixava calma e eu pensava com mais raciocínio.

Suspirei e cruzei as pernas. Meus costumes de ficar sentada de perna cruzada já estão se tornando cotidiana, cruzar os braços, me estressar e ficar rude faz parte da lista de como ser uma inu-hanyou.

Na verdade, faz de mim metade Inuyasha e metade Sesshoumaru.

Suspirei de novo.

Sim, eu estava nervosa. Amanhã seria a Lua Nova e nem me curei ainda do ombro e da mão. E se eu me machucasse de novo? Seria pior, certo?

Comecei a tamborilar os dedos no meu joelho. Eu estava inquieta, pois a Tasseiga não podia me ajudar nessa Lua Nova. Parei e olhei para baixo.

Vi Kagome-chan coletando ervas com Kaede-babaa. Inuyasha estava sentado com os braços cruzado e inquieto também. Ele já passara por essa experiência? De está sem a Tessaiga para protegê-lo na Lua Nova.

Sayuri-sama estava conversando com Monka-chan. Setsu estava ensinando Ichiu a lutar. Houshi-sama estava cuidando de seus filhos junto com a Sango-chan. Ikko-kun estava meditando. E Hino...

Cadê aquele bastardo?

- Aqui! – gritou ele na minha frente.

- HENTAI! – gritei assustada.

Ele caiu da árvore e foi de cara no chão. Todos pararam o que estavam fazendo e viram um Hino desacordado e uma Azumi tendo um ataque cardíaco.

Baka!

- Hino-sama! – Sayuri chamou.

Hino se levantou e olhou para ela irritado. Ele sabia que foi Sayuri que fez esse rosário para ele e teve um bom motivo para isso... Mas eu sabia que não era porque ele me irritava, era por outra coisa.

- Que é?! – disse grosseiramente.

- Quero falar com você. – disse Sayuri inocentemente.

Hino cruzou o braço e jogou a cabeça para o lado, se recusando.

- Por quê? O que eu fiz? – resmungou.

- Azumi-chan. – disse ela gentilmente.

Entendi o que ela quis dizer.

- Hentai.

Ele foi para o chão. Monka chegou perto dele e pegou seu braço, arrastando-o até a cabana onde estavam.

Agora fiquei um tanto curiosa pra saber o que era.

- Não queira saber. – Ikko disse lentamente.

Suspirei e tentei cruzar os braços, mas foi uma missão impossível. Meu lado esquerdo estava dormente demais para dobrar ou fazer qualquer coisa. Estava sentindo falta de movimentá-lo.

Senti o cheiro de Sesshoumaru.

Eu estava bem perto da entrada do vilarejo. Levantei minha mão e ativei minhas garras. Queria saber o que ele faria se eu fizesse isso.

- Ele ficaria com raiva. – Ikko respondeu a minha pergunta.

Olhei com desdém para ele e voltei a me concentrar. Não existe diversão se não for com seu irmão mais velho. Sorri maliciosamente.

Percebi que ele estava próximo. Ativei o gás venenoso e fui direcionando para perto de Sesshoumaru.

- Azumi... – Inuyasha advertiu.

Ignorei e continuei. Sesshoumaru parou perto da árvore onde eu estava e fechou os olhos, balançando a cabeça. Ele ativou suas garras e chicoteou o galho onde eu estava.

Merda.

O galho quebrou e eu fui caindo até o chão. Dois braços me pegaram carinhosamente. Olhei para aquele ser que tinha me pegado. Seus olhos estavam com raiva, seu rosto não demonstrava emoção.

- Azumi-sama, que susto você nos deu! – disse Jaken.

Não sei se ninguém percebeu, mas eu estava nos braços de Sesshoumaru completamente vermelha.

Ele começou a andar comigo nos braços.

Eu estava completamente envergonhada, meu rosto me denunciava. Eu não fiz nada de errado... Só tentei me diverti.

- Estou surpreso. – murmurou.

Franzi o cenho e olhei para ele.

- Ahn?

Ele continuou a olhar para frente.

- Você quase me fez pensar que estava morta... – ele hesitou. – Mas então me lembrei das brincadeiras de Inuichi. Foi por isso que eu quebrei o galho. Se fosse outra pessoa eu ia matar, mas como é você... – ele deixou morrer aí.

Corei e abaixei os olhos. Ele ia matar se não fosse eu, mas como era ele decidiu...

Fechei os olhos e balancei a cabeça lentamente.

- Entendo. – murmurei.

Ele continuou andando até a cabana onde estava Sayuri e Hino. Ele hesitou quando chegou à entrada.

- Bem, vou deixá-la aqui. – disse num tom grosso.

Assenti. Ele me deixou delicadamente de pé. Olhei para ele e ele devolveu o olhar. Ele tocou no meu rosto com seu braço esquerdo e entrou na cabana.

Posso nem falar que eu fiquei vermelha.

Suspirei e olhei para Setsu e Ichiu. Eles ainda treinavam. Ichiu estava derrotado, mas Setsu estava intacto.

Sorri, mas algo me impediu de prolongar esse sorriso.

Coloquei a mão boa em minha testa, pois ela doía. Minha cabeça doía. Apertei várias vezes às têmporas, mas nada fazia sair essa dor.

- Azumi-sama, você está bem? – perguntou Jaken preocupado.

- Não. – confessei.

Caí de joelhos no chão, pois a dor era insuportável. Jaken tocou em meu ombro e gritou:

- Sesshoumaru-sama! Azumi-sama não está bem!

Não demorou nem um segundo para eu senti a mão de Sesshoumaru em meu ombro machucado – o toque dele me fez esquecer que estava doendo.

- Azumi, fale alguma coisa. – disse ele.

- Dói... – grunhi.

Sesshoumaru me pegou no colo e me levou para dentro da cabana.

- Azumi-sama. – ouvi a voz de Sayuri. – O que houve?

- Está... Doendo... – grunhi.

Era a única coisa que eu podia falar.

Dor.

Aquela única palavra que fazia minha cabeça dar voltas e mais voltas. Que me fazia enfraquecer por uma coisa tão... Estranha.

O que estava acontecendo comigo?

Continua...