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       - Inuichi-sama! – gritou aquele pequeno servo.

Inuichi estava desacordada, parecia estar morrendo por dentro. Sesshoumaru olhou para irmã friamente e disse:

- Chichi-ue sabia que isso ia acontecer. Esse é o pior poder da Tasseiga.

Jaken olhou para seu senhor e franziu ternamente o cenho. Ele estava preocupado com Inuichi, pensava que ela ia morrer a cada segundo. Seu coração se esforçava, mas estava quase chegando o momento de parar.

Jaken balançou a cabeça e voltou o olhar para sua amiga.

- Sesshoumaru-sama, você não vai fazer nada? Vai deixar sua irmã morrer? – Jaken murmurou irritado.

Sesshoumaru falhou um pouco e olhou para sua irmã.

Mesmo sendo irritante, ela ainda é minha irmã. Pensou e desviou o olhar.

- Inuichi é forte, ela consegue se recuperar. – disse ele friamente.

- Mas sua mão! Seu braço! Seu poder! Isso vai fazê-la morrer! Ela pode até ser forte, mas ela está fraca, Sesshoumaru-sama! – gritou Jaken.

Sesshoumaru olhou para o seu servo com raiva e deixou aquelas palavras o perturbar. Ele sabia que Inuichi não ia se recuperar totalmente.

- Não me importo com ela. Ela é apenas um fardo! – disse rudemente.

Cada palavra doeu em Sesshoumaru. Ele se importava sim com ela, mas não demonstrava.

Só que ele não sabia quem escutara isso, bem de perto. Esse alguém que destruiu totalmente a vida deles.

 ***

       Abri os olhos.

Então foi por isso que Inuichi abandonou Sesshoumaru. Naraku escutara isso e a jogou contra Sesshoumaru. Por causa de uma frase.

Analisei o teto da pequena cabana. Tudo parecia tenso e estranho para mim. Levantei minha mão esquerda e me assustei ao vê-la com um curativo. Meu ombro começou a doer muito.

O que aconteceu?

Senti o poder curador da Tasseiga e me lembrei de cada detalhe, cada coisa que se passou pela minha cabeça. Toda a dor e fúria.

Esse é o poder da Tasseiga.

Esse é o poder que quase matara Inuichi.

Esse poder que acabou com a vida dela.

Pisquei várias vezes e suspirei, ignorando a dor do meu ombro. Queria saber como estavam os outros. Queria saber como eles estão emocionalmente.

Pisquei mais uma vez, só para tirar o sono, e sentei-me tendo o cuidado de não machucar mais o lado esquerdo do meu corpo.

Olhei em volta da pequena cabana e vi vários curativos com sangue, várias ervas e comida. Analisei um pouco o chão e o vi todo arranhado, como se algo estivesse tentando sair dali, amenizando a dor dele arranhando o chão daquele jeito.

Mas quem o arranhou?

Minhas orelhas captaram alguém chegando e olhei para a porta.

Vi Kagome entrando com um pote de água e mais ervas. Ela olhou para mim e se assustou, mas depois se recuperou.

- Você acordou. – sorriu e se ajoelhou ao meu lado, deixando as coisas no chão.

- O que aconteceu? – perguntei olhando para o chão.

Kagome entendeu o que eu quis dizer e disse:

- Bem, era difícil passar os remédios em você na sua fase de quase youkai.

Quase youkai?

- Como assim?

- Você estava tendo um colapso isso melhorou por causa do remédio. Inuyasha e Hino te seguravam e você tentava fugir, como se fosse uma criança que não quer tomar remédio. – explicou.

Eu não queria tomar remédio?

- Ahn? – indaguei.

Ela deu uma risadinha e pegou minha mão esquerda.

- Você teve sorte. – murmurou.

- Sorte em quê? – ironizei. Ela me fitou preocupada. – Eu libertei um poder maior do que o meu, maior do que o de Hino. Eu tive sorte de viver por causa das Pérolas. Eu estava numa fase que não queria me recuperar, pois eu já estava. Só não queria esses remédios... Aliás, pra quê? Eu tenho as Pérolas, elas podem tanto curar os outros como me curar. – meus olhos se encheram de lágrimas. – Eu já estava curada, você viu!

- Sayuri viu. Eu não pude ver suas feridas. – interrompeu-me. Sua voz era triste e grossa.

Eu tinha que me acalmar. Tinha que fazer algo. Eu estava fora de controle.

- Desculpe-me, Kagome-chan. Eu... Eu só estou confusa...

- Tudo bem, Azumi-chan. Todos nós estamos assim. – disse ela tocando na minha mão boa. – Aliás, Toutousai quer te ver.

- Quem? – perguntei.

Ela me ajudou a levantar e vestir um quimono branco e vermelho. Saímos da cabana e vi um youkai idoso ao lado de uma vaca de três olhos.

Ele me olhou nos olhos e balançou a cabeça negativamente. Aproximou-se de mim e bateu com o martelo na minha cabeça.

- Ai! – eu disse e esfreguei o lugar onde doía.

- Você é louca que nem Inuichi. Eu disse a ele que a Tasseiga serviria mais para Sesshoumaru do que pra você. – ele estalou a língua três vezes e fechou os olhos, cruzando os braços. – Mas ele disse: “Não! Faça uma espada para Inuichi e não um arco e fecha idiota!”. E eu meio que resmunguei e fiz o que ele pediu. – disse balançando a cabeça e voltou a olhar para mim. Ele resfolegou e voltou a fechar os olhos. – Deixe-me ver a Tasseiga, estou preocupado com ela.

Fechei o punho, irritada, e fechei meus olhos para conter-me.

- Ele fica preocupado com uma espada e não com a dona. – murmurei irritada. Suspirei e voltei a olhar para ele, levantei o braço direito acima da minha cabeça e deixei minha mão aberta. – Venha, Tasseiga. – eu disse e então a senti despertando e indo na direção da minha mão.

Segurei-a firmemente e deixei meu braço cair delicadamente. Toutousai me olhou abismado e olhou para a Tasseiga.

- Ela não fazia isso com Inuichi. – disse ele de boca aberta.

- Nunca aconteceu. – ouvi a voz de Sesshoumaru.

Olhei para ele e deixei um sorriso de felicidade encher meu rosto.

- Ah, Inuichi não comandava a Tasseiga direito. Da última vez que a encontrei, ela quase estava quebrando a Tasseiga. – ele estalou a língua de novo. – Maldito do Naraku, ele quase acaba com uma invenção minha.

- E você se preocupa com sua invenção e não com quem a usa?! – perguntei irritada.

- Ér... Bem... Sim.

Ergui minha mão esquerda, mas a dor logo me fez parar. Eu não podia fazer nada com meu lado esquerdo. NADA!

- Merda, eu não posso te matar. – eu disse debochadamente.

- Azumi-sama! – a voz de Ichiu surgiu.

Olhei para aquela coisa pequena correr até mim com os braços apertos. Joguei a Tasseiga com força em Toutousai e me agachei para abraçar aquela coisa pequena.

- Você está bem! – disse ele me abraçando.

- Eu est... – eu ia movimentando meu lado esquerdo, mas fui impedida pela dor.

- Azumi-sama! – disse Ichiu preocupado. – Tem certeza?

Segurei meu ombro esquerdo com um pouco de força e olhei para aqueles olhinhos azuis.

- Sim, só dói um pouco. – eu disse gentilmente, tentando esconder a dor.

Sentei no chão, derrotada, e olhei para Toutousai.

- Então, o que houve com a Tasseiga? – perguntei.

- Nada, ela está perfeitamente bem. – disse ainda analisando a forma Tenseiga. – Você nem ressuscitou ninguém com ela, não é, Azumi-sama? – perguntou.

Assenti.

Ele me olhou e depois esticou a Tasseiga para mim.

- Pode ativá-la? – perguntou.

Suspirei impaciente e peguei-a com minha mão boa. Movimentei-a e ela se transformou na forma matadora. Devolvi para Toutousai e ele analisou de novo.

- Bem, posso dizer que ela está meio desgastada. – comentou.

- Meio? Como meio? Se eu nem a usei direito! – irritei-me.

- Você não entende. – disse olhando fixamente para mim. – Essa espada já foi usada várias vezes por Inuichi e ela está gasta. Vou levá-la para dá uns toques nela.

Assenti lentamente. Depois disso eu processei rapidamente os dias que se passaram e o que ele disse.

- Quer dizer que você vai me deixar sem espada na Lua Nova! – vociferei!

- O que há de errado? Você se transforma em humana e Sesshoumaru irá lhe proteger. – disse lentamente.

Não, eu não me transformo em humana. Eu me transformo em uma máquina mortífera que Naraku fez.

- Bem, Toutousai... – eu ia começando a dizer, mas Hino e Inuyasha tamparam minha boca.

- Não tem problema Toutousai. Pode levá-la e ajustar. Ela está precisando muito. – disse Inuyasha.

- É; temos muitos planos para a Lua Nova. – disse Hino me olhando com aqueles olhos escarlates.

- Aham. – disse Kagome.

Toutousai analisou aquela cena e depois acenou.

- Está bem. – disse ele pegando a espada e montando na vaca. – Até daqui a quatro dias. – disse indo embora.

Eles destamparam minha boca e eu olhei para aquela vaca indo embora, com minha espada. Depois mudei meu olhar para Hino e Inuyasha, um olhar com ódio e raiva.

- Vocês... – rosnei.

- Temos um plano para você nessa Lua Nova, mas você tem que se acalmar...

- Acalmar?! – indaguei. – Eu vou virar um monstro e vocês ainda ficam tentando fazer planinhos? Que...

- Eles estão certos, Azumi-sama. – disse Jaken ao meu lado. – Deixe-os falar.

Descansei os ombros e assenti.

- Bem, Sayuri concordou com a nossa ideia, promete que não vai ficar meio... Aborrecida? – disse Hino se sentando a minha frente.

- Mais do que estou? Tente. – desafiei.

- Inuyasha... – Hino olhou para ele, que estava de pé.

- Fale você. – disse rudemente.

Hino suspirou e olhou em meus olhos.

- Bem, decidimos trancar você numa caverna. – falou numa voz calma.

Engoli em seco e depois pensei no que ele disse.

Seria muito melhor se eles me trancarem lá do que eu ficar aqui fora e matar gente. Eu não quero que ninguém se machuque ou que... Ichiu veja isso.

Olhei para Hino, ele já sabia minha resposta.

Ele sorriu e se levantou, estendendo o braço. Agarrei sua mão e fiquei de pé.

- Você tem certeza disso? – perguntou para ter certeza.

- Eu confio em vocês. – eu disse olhando em seus olhos.

Senti sua mão segurando a minha mão machucada e depois sorriu.

- Vamos, Jaken. – Sesshoumaru disse.

Droga! Esqueci-me de Sesshoumaru!

- Sesshoumaru-sama! Acabamos de chegar! Azumi-sama ainda não está bem! – Jaken reclamou.

Sesshoumaru olhou para Jaken com um ódio profundo.

- Ela já está bem, não vê? – disse rudemente.

Corei e soltei minha mão da de Hino.

Sesshoumaru estaria com ciúmes do Hino?

- Sesshoumaru, cá pra nós. É melhor você ficar, Azumi precisa mais de você do que eu. – disse Hino olhando para Sesshoumaru com um sorriso sádico.

Sesshoumaru franziu o cenho e cerrou os olhos. Ele fez menção de atacá-lo, mas recuou.

Hino riu de algum pensamento dele e voltou a olhar para ele, vitorioso.

- Não me importo. Azumi está bem. – disse ele rudemente e voltou a andar.

Sim, Sesshoumaru tem ciúmes de Hino. Mas, por quê?

- Você é cega ou o quê? – disse ele em voz alta.

Vi Sesshoumaru parar repentinamente. Olhei para Hino com raiva.

- Repita. – rosnei.

- Azumi, você não percebe o que está acontecendo aqui? – disse Hino me olhando.

Corei fortemente.

- Baka! – eu disse irritada. – HENTAI!

O rosário correspondeu ao meu comando e mandou Hino ao chão.

- Da próxima vez, eu vou te jogar de uma cachoeira. – ameacei.

- Vamos, Jaken. Azumi está ótima agora. – disse Sesshoumaru sarcasticamente.

Corei e vi Jaken correndo para Sesshoumaru e os dois desapareceram em meio à floresta.

Da próxima vez que Hino me deixar envergonhada – mais do que eu já fico –, eu juro que vou jogá-lo de uma cachoeira e ficar falando Hentai até ele morrer.

- Você não acha isso um pouco cruel para ele? – perguntou um cara de cabelos vermelhos.

Analisei-o. Ele usava um quimono branco, sua pele era pálida e seus olhos negros. Ele carregava muito poder espiritual e bondoso.

- É melhor para ele. – respondi.

- Concordo. – disse ele abaixando a cabeça, fechando os olhos, e dando um sorrisinho.

- Ikko! Até você! – Hino disse irritado.

Eu ainda não disse para você se levantar. Pensei cruelmente. HENTAI!

O rosário de novo fez seu trabalho. Hino estava inconsciente no chão de terra.

Isso é apenas o começo.

Continua...