Lost In The Shadow escrita por LaraMagchep


Capítulo 2
Meia Noite no Armário Sumidouro.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/193869/chapter/2

Já fazia uma semana desde o desaparecimento de Cátia Bell, desaparecimento que fora fervorosamente comentado, discutido, debatido e teorizado. Até os primeiros avisos de visita a Hogsmead serem fixados no quadro de avisos.

Mesmo assim todos notavam as movimentações e hábitos repentinos que monitores e professores adotaram. Inexplicavelmente Hagrid, depois das aulas de Trato das Criaturas Mágicas, insistia em levar todos eles de volta até o castelo e entrar com eles por boa parte, o que o atrasava para a próxima turma. O Prof.Flitwick ensinara como manusear o Homenum revelio corretamente, um feitiço bem útil quando se quer saber se tem algum inimigo à espreita. Snape passara aos alunos cinco dúzias de azarações para pesquisarem a teoria e escolherem cinco para testarem e praticarem. (“Com um pouco de sorte”, Hermione ouviu Draco dizer ao se atrasar para guardar o material na bolsa “O professor escolhe Potter, ou Granger, ou o imbecil do Weasley para ser nosso alvo.”). McGonagall tentava enfiar algo sobre desilusão e disfarces temporários na cabeça dos alunos e até a Profa.Sprout revelou ter algo a acrescentar para a Grifinória e Lufa-Lufa naquela tarde fria na estufa 10.

Haviam separados em quatro para cada caixa grande de madeira lascada.

- Destampem as caixas e vejamos quem pode nos dizer que planta é essa. 

Hermione estava junto com Ron, Harry e Neville. Os garotos puxaram a tampa e a encostaram contra a parede, quase instantaneamente uma mão foi ao ar.

- Muito bem Longbottom, tinha certeza que saberia essa – A profa.Sprout parabenizou o garoto.

- É uma Accordare Somnu*. Pode ser usada como um energético para pessoas desacordadas e misturada com certos… Produtos… Reage instantaneamente com quem tem más intenções.

Hermione assentiu quando Neville a olhou e ele sorriu. Dês do ano anterior ela deixava que Neville respondesse as questões de Herbologia e se surpreendeu ao constatar que na maioria das vezes, ela mesma não sabia.

- Cinco pontos para Grifinória. – Profa.Sprout ergueu a miúda flor azul que se retorcia, com cuidado – Essa planta, por mais inofensiva que aparente ser, é muito útil para descobrir presenças indesejáveis…

- Mas, professora – A mão de uma garota da Lufa-Lufa foi ao ar – E o feitiço Homenum revelio? Não é o mesmo conceito?

- O feitiço não deixa o rosto de seu inimigo queimando em fogo maldito, deixa?

A sala riu enquanto a professora lhes ensinava a melhor forma de dissecá-las e guardá-las no bolso, Simas sugeriu que usassem como a flor do Coringa. Rony passou mais ou menos quinze minutos tentando entender como se usa uma flor em uma carta de baralho. Neville estava ocupado auxiliando o resto dos alunos.

- Até parece que um monstro vai pular das sombras e engolir nossas cabeças – Resmungou Rony chateado cavoucando a terra do vaso.

- Ronald! Você estava lá, você ouviu o Prof.Dumbledore – Respondeu Hermione zangada.

- Talvez tenha algo a ver com Voldemort – Sugeriu Harry em voz baixa.

- Eu não acho.

- Eu acho – Concordou Rony – Pense Hermione, todos sabem que Você-Sabe-Quem voltou, o mais inteligente seria fazer ração de Harry para aquela cobra dele.

- Não, Rony. Primeiro 70% de seus Comensais estão em Azkaban… Por pouco tempo, eu sei Harry – Completou Hermione, quando o garoto fez cara feia – Mas o fato é que no momento ele está sozinho. Segundo: Voldemort, pelo amor de Deus, Rony… Voldemort não entraria em Hogwarts, não enquanto Dumbledore estiver aqui. Se quer saber, acho que ele só irá agir quando todos os comensais estiverem com ele e Dumbledore… Bem… Morto, suponho.

- Você está se esquecendo dele – Harry apontou com a cabeça para Malfoy e um grupo de sexanistas sonserinos que estavam sentados à margem do lago – Malfoy é um deles agora.

- Você realmente considera Malfoy um perigo, Harry? – Mine arcou as sobrancelhas.

- Tudo é possível Mione – Concluiu Rony, olhando para Draco pelo vidro embaçado da estufa – Estamos em guerra, agora.

Hermione não discutiu, achava Draco patético demais para qualquer cargo, com exceção de, é claro, o Novo-Responsavel-Dos-Monitores. Fazia uma semana que Malfoy não a ofendia, tripudiava, resmungava ou até mesmo olhava para ela. Aquilo, a garota supunha ser um grande avanço, mas suspeitava do perigo como um gato ao perceber que seria posto no banho. Mas a aula correu bem, assim como as do dia seguinte, na verdade, já era tarde quando Malfoy voltou a aprontar.

No jantar, Hermione rumou para a biblioteca adiantar o trabalho de Snape, sentou-se na mesa mais afastada com o livro “Azarações e Contra-Azarações para se defender do mal” e começou a trabalhar. Ao fim, sua lista continha 45 itens a mais que o professor havia pedido, selecionou os mais fáceis e os riscou do pergaminho, não queria, outra vez, receber nota baixa por “excesso de informação”. Só voltou a olhar para o relógio quando sentiu fome, resolveu que poderia terminar na manhã seguinte junto com o dever de Feitiços e rumou para o Salão Principal, talvez surrupiar um ou dois pastelões e comer a caminho da Sala Comunal…

- Granger! Hei Granger! 

——————

Nota*: Accordare Somnu é fictícia, de autoria minha.

- Granger! Hei, Granger! 

Hermione se virou bruscamente ao reconhecer quem chamava. Era Malfoy correndo despenteado e um pouco branco demais.

- Ainda bem que a encontrei. Escute, aconteceu mais um ataque.

- Ai você pensou “Vou avisar a Granger, ela está em perigo” e correu até aqui para me salvar – ironizou apertando os livros no peito e desesperou-se ao não sentir a varinha no bolso interno, a deixara com Rony, ele estava praticando o Priori Incantatem

- Você está bem ou essa cara de tonta vem dos trouxas? – Perguntou Malfoy ajeitando os cabelos.

- O que? – Perguntou Hermione, ríspida.

- Eu estava dizendo que na verdade, quando McGonagall me contou, a primeira coisa que perguntei foi se não era você ou seu amiguinho fedorento ou até mesmo o da cicatriz, mas infelizmente ela não quis me dizer – Resmungou Malfoy, petulante – Então ela disse “Sr.Malfoy, encontre a senhorita Granger… Sem reclamar! O senhor me causou muitos problemas… Srta.Parkinsson, procure o Prof.Snape e… O que está esperando, Malfoy, uma bonificação?”.

Hermione uniu as sobrancelhas, detestava quando Draco fazia aquelas suas imitações zombeteiras, mas pensando melhor, talvez ele estivesse dizendo a verdade, resolveu confiar.

- Certo, vamos. Onde foi dessa vez?

- No Terceiro Andar, parece que aquele poltergaister sem graça estava lá outra vez – Explicou Draco correndo com Hermione em seu encalço. – Eu acho que é ele quem está causando tudo isso.

- Ainda bem que suas opiniões pouco importam, não é Malfoy?

- Tudo bem, pelo menos eu não tenho o sangue imundo.

Draco subiu o lance de escadas antes que a garota respondesse, ela via a barra de suas vestes subindo, subindo, mais e mais… Não parecia o Terceiro Andar quando ele parou, já o visitara antes em seu primeiro ano.

- Malfoy, eu não sei como anda seu senso de direção, mas se tiver igual ao seu cérebro: é inexistente; quero dizer isto com certeza NÃO é o Terceiro Andar. - Hermione espiava para baixo – Deve estar a uns dois lances abaixo.

- Você vem ou não? – A cabeça de Draco surgiu de uma das salas, a garota arcou uma sobrancelha e o acompanhou.

Quando Mione passou, Malfoy trancou a porta, a garota se virou, mas Draco já tinha a varinha sacada e apontada diretamente para o coração da garota, olhando-a com superioridade. Ele era ao menos oito centímetros mais alto que ela, mas mesmo assim a coragem de Hermione nem ao menos vacilou, via o braço esticado de Malfoy, o ambiente e procurava entender o que ele pretendia, o que poderia usar para abrir um buraco naquele rosto bonito dele e…

- Eu disse que você me pagaria Granger.

- Deixe de ser ridículo, Malfoy. – A voz era firme, mas o nervosismo comprimia seu cérebro a impedindo de raciocinar, respirava pelas narinas procurando oxigênio. – Todos sabem onde eu estava e… E… McGonagall! Ela mandou você aqui…

Malfoy riu, seus cabelos louro-brancos escaparam e caiam sobre seus olhos, dando uma impressão sinistra e misteriosa.

- Essa é boa! VOCÊ não entendeu! Que surpresa, sua sabe-tudo. Não houve ataque algum, eu vim dar a sua lição.

Hermione recua batendo sobre uma mesinha, arriscou o olhar de lado e nada viu alem de um armário grande e negro. Tateou a procura de algo que pudesse usar como arma, por favor, qualquer coisa. 

- Com um pouco de sorte você conhecerá o mundo inteiro. Mas claro aos pedaços – Ele riu e deu um largo sorriso – Hoje deve ser o dia mais feliz da minha… Existência!

Ele avançava com a varinha tremendo levemente na sua mão, quando chegou próximo o suficiente para furar Hermione com ela, a garota bateu com toda a força que pode um livro pesado na mão de Malfoy.

Ela girou-se rapidamente, só queria sair dali, apanhar a varinha e colar Draco no teto. Quando chegou a frente do armário parou de ouvir o grito de Malfoy e sentiu-o agarrando seu braço.

- NÃO VAI NÃO, SUA SANGUE-RUIM!

Draco a endireitou colando-a contra a porta do armário, apertando a ponta da varinha contra o queixo erguido dela, tão desafiador, tão insolente que o deixava… Afastou-se de Hermione e abriu a porta do armário com a mão da varinha. Draco a empurra e sorri, finalmente sua vingança, a via caindo sentada com as pernas para fora e levantando. Com sorte… com muita sorte, ele, Draco Malfoy…

Sentiu suas vestes sendo repuxadas no peito e se viu entrando também com Hermione, entrando para a escuridão com uma mascara de terror no rosto, foi caindo contra Hermione, apoiando os braços ao lado dos ombros da garota batendo a testa dolorosamente na parede ao lado dos cabelos cheios dela. E a varinha se prendeu entre sua costa e a parede oposta. Então as portas se fecharam, prendendo Draco e Hermione enroscados um no outro dentro do Armário Sumidouro.

——————————————————————————-

- ARMÁRIO SOMIDOURO? Você é um gênio.

- Cale a boca, cale a sua maldita boca! Faz vinte minutos que você não para de reclamar! Você também não tinha nada que me puxar.

- E você não tinha nada que me trazer para cá.

- AI! Isso é meu pé!

- Eu sei.

- Ridícula.

- Patético.

- Sangue-Ruim.

- Nojento.

- Sua… AI MEU PÉ!

- Cale a boca e nos tire daqui.

- Como?

- Malfoy, veja bem, é incrível o que te direi agora, mas você é um bruxo e tem uma varinha mágica.

- UMA VARINHA QUE ESTÁ NO MEIO DA MINHA COSTA! Graças a você, garota.

- Você não tem uma formula mágica para nos transferir daqui?

- Tenho, mas eu nunca fiz isso. Se quer saber era a primeira vez que ia transportar alguém e estava torcendo para que desse tudo completamente errado.

- Tudo bem, vamos esperar alguém nos encontrar.

-…

-…

-…

- Pare de se mexer, Malfoy!

- Eu… Acho que estou… sufocando…

- Ei? Você está bem?

- cheiro de… sangue… ruim… MEU PÉ!

- Eu não agüento mais ficar aqui, vou tentar apanhar sua varinha.

Mione estava de costas para o lado direito do armário, com uma das pernas para frente e a outra para trás, comprimido a ela, Draco com os braços para cima e o rosto colado no dela, seus pés bem em baixo dos pés da garota. O espaço era o suficiente para que os braços de Hermione conseguissem se enfiar por baixo das costelas de Draco.

- Por Merlin, o que está fazendo?

- Cala a boca, Malfoy.

A garota era obrigada a apertar-se contra ele, puxando suas vestes e dando lugar para o braço.

- Isso é desagradável – resmungou Malfoy rouco.

- Como se eu estivesse adorando – Hermione resmungou de volta com mais dificuldade acabava de puxar Draco para ela novamente.

- Quer parar de pisar no meu pé?

Malfoy foi muito para frente trazendo com o movimento uma série de conseqüências. Fez o armário oscilar para a direita, bateu o rosto com força exagerada que cortou a base do nariz, sufocou brevemente o peito Hermione e forçou a abraçá-lo permanentemente ao voltar e prender os braços dela em torno de sua costa e derrubou a varinha em baixo de seus pés.

- M-Me diga que n-não foi a s-sua varinha que c-caiu agora. – Gaguejou Hermione quase asfixiada.

- Então não digo.

- Ah! SEU… SEU… ESTUPIDO. Quem mandou você me apertar?

- Claro, o sonho da minha vida, a… ab… – Malfoy parecia que vomitaria para terminar a palavra – abraçar a nojenta da Granger. Meu pai preferira ser comido por um dragão ao ver isso.

- Certo. Eu tenho outro…

- Ah, por favor, seus planos são patéticos. – Cortou Malfoy girando os olhos.

- Então crie planos melhores, gênio.

Quatro andares abaixo, no Salão Principal, quase todos os alunos começavam a abandonar as mesas satisfeitos e se arrastarem em grupos para seus dormitórios. Quase. Ainda sentados como se grudados no banco estavam Harry e Rony, sem tirar os olhos da porta, esperando Hermione vir ofegante por onde os colegas estavam saindo.

- Harry, você tem certeza que Hermione não te falou aonde ia? – Perguntou Rony erguendo o corpo para olhar alem das cabeças.

- Suponho que ela tenha ido à biblioteca. – Respondeu Harry – Mas mesmo assim, Mione não costuma perder o fim do jantar.

- Você acha que devemos comunicar a McGonagall? – Rony olhou para Harry, o amigo estava pálido em baixo dos fios ruivos.

Harry não respondeu, acenou a cabeça e virou-se para a mesa dos professores.

- Professora McGonagall – Chamou o garoto se levantando – Eu e Rony precisamos falar com a senhora.

Em vinte minutos toda Grifinória estava mobilizada e empenhada em encontrar Hermione, a professora dera autorização para quintanistas auxiliarem seus colegas mais velhos nas buscas pelo castelo, mas sempre acompanhados de um professor.

Gina se juntara a Rony e Harry tendo Flitwick como guia, eles foram encarregados da parte sul masmorras, o que não foi uma tarefa nada fácil levando em conta o grande numero de sonserinos que os encaravam e impediam de abrir uma ou duas portas.

- Eu não deveria estar contando isso a vocês – Resmungou Flitwick depois de ser erguido no ar por um aluno do sétimo ano mal encarado – Mas, é obvio que não querem que nós entremos. Os sonserinos têm o mal habito de possuírem objeto das trevas escondidos nas masmorras.

- Eu vou olhar aquela – Apontou Gina para uma sala mais afastada.

- Eu vou com você – Concluiu Harry.

Os dois caminharam até ela e abriram o suficiente para perceber que se tratava de uma sala de algum laboratório, Harry associou automaticamente com a sala do antigo mestre de poções e teve que se segurar para não sair correndo dali, mas ao ver dois alunos de costas comendo doces, o garoto teve certeza que aquela não era à sala de Snape. Na sala de Snape com certeza não tinha doce.

Ergueu a varinha, mas Gina o segurou e colocou os dedos contra os lábios, espremeu-se como um gato para trás da prateleira mais próxima e puxou Harry com ela.

- Goyle, você vai comer essa? – Crabbe apontou o dedo gordo para uma bomba de chocolate.

- Não.

- Não?

- Onde está o Draco?

- Dando a lição na sangue-ruim. – Crabbe apanhou o doce da frente de Goyle e o enfiou completamente na boca – Boce ezta breocupad?

- Não sei – Goyle franziu o cenho concentrado – Acho… Acho… E se ela…

- Pegou ele?

- É!

- Eu também não a vi com o Potter – Crabbe deu de ombros – O chefe deve estar se divertindo.

- Onde ele mandou você por aquele trambolho?

- No quarto andar – Crabbe respondeu rindo – Aquela sabe-tudo vai ter uma boa surpresa!

Atrás da prateleira, Harry e Gina se encararam boquiabertos.

- Eu pensava que esses Armários Sumidouros fossem maiores. – Suspirou Hermione sentindo os cabelos cheios colarem no pescoço suado – Quero dizer, os livros dizem que “famílias inteiras usavam o Armário”. Não cabe uma família inteira aqui.

- É porque não viajava necessariamente a família toda. – explicou Malfoy cansado – Não de uma vez, pelo menos. Geralmente iam as crianças, a enviavam para os parentes mais distantes, depois a mãe, mas não tinha o mesmo destino que os filhos, na verdade era uma tática para que nó… Os Comensais não revertessem o feitiço e apanhassem as crianças. Por fim ia o pai, quando conseguia sair vivo da luta.

Hermione uniu as sobrancelhas finas, receber informação de Draco Malfoy era tão inaceitável quanto não as possuir, tentou repreender a curiosidade, mas a língua foi mais rápida.

- Os livros também não são específicos quanto ao tamanho, onde aprendeu isso?

- Com meu pai, ele me contou que muita gente escapou do Lord das Trevas graças a essas belezinhas. – Draco falava encantado com os olhos cheios de excitação – Fascinante. Um armário que pode te levar para qualquer lugar do mundo, dês que possua um par em outro lugar, eu pessoalmente acho mais útil que a aparatação… Fascinante.

- Bom, mas – Hermione deu uma risada cínica – Você já pode viajar para qualquer lugar do mundo, Malfoy, você tem dinheiro.

- Você não entenderia, Granger. – Draco limpou o suor nas vestes – Aqui dentro está um inferno de quente.

- Estou mais preocupada com o oxigênio.

- O que é que você quer dizer com isso? – Assustou-se Draco.

- Oxigênio, bem, sabe, aquilo respiramos. O que fica insuportável quando você está por perto e tudo o mais.

Draco estreitou os olhos.

- Eu sei o que é oxigênio. Fiz o fundamental na Escola Elementar de Bruxaria de Braxions. Claro, que mesmo você tendo o sangue sujo deve conhecer a existência da Braxions.

- Se você acabou de se gabar, Malfoy, eu posso explicar. Veja bem, um ambiente 90% isolado como este retém um volume significativo de oxigênio por metro quadrado, se fizermos a equação básica multiplicando este numero pelo tamanho do espaço e depois de calcular o que consumimos por metro quadrado e também multiplicarmos pelo tamanho e então subtrairmos, claro que estou generalizando, ignorei o fato de estarmos recebendo quase 0,10% de oxigênio por minuto para arredondar, mas mesmo assim, se formos ver o tempo que estamos…

- Traduza. - Cortou Malfoy.

- O que quero dizer é; o volume de oxigênio por hora é quase insuficiente, o que tínhamos agüentaria por duas horas, supondo que ninguém nos encontrasse antes, porém temo que com as brigas, a gritaria e o esforço para apanhar sua maldita varinha, gastamos 70% da nossa reserva atual em 45 minutos.

- Isso significa? 

- Significa Malfoy, que se não dermos um jeito de sair logo daqui vamos morrer sem oxigênio suficiente no cérebro. 

A idéia não foi especificamente de Hermione ou de Draco, ao se olharem e notarem o mesmo fundo opaco de medo um refletido nos olhos dos outros, foi o suficiente para começarem a gritar por socorro e se debater dentro do Armário. Hermione sabia que aquilo consumiria grande parte da reserva de ar que tinham, mas as chances de alguém ouvi-los berrando era de grande peso para ser ignorada. Draco gritava de pavor, de um pavor doentio.

Não queria morrer. Não podia morrer. Não sem antes realizar a tarefa que o Lord das Trevas o incutira e orgulhar outra vez seu pai, não podia morrer ali, não sufocado, não abraçado a uma escória da linhagem bruxa. Não, desse modo seu pai morreria de desgosto, muito provavelmente imploraria pela morte e o próprio Lord das Trevas o mataria, tudo por culpa dele, de Draco, do inútil do Draco.

O Armário Sumidouro balançava como se um bicho-papão estivesse escondido nele, quanto mais os jovens se moviam, mas próximos acabavam, o rosto de Malfoy estava afundado nos cabelos de Hermione, mesmo o garoto tentando desesperadamente afastar-se do cheiro de morango que eles tinham, mas os primeiros sinais da falta de ar já apareciam e ele se desesperava mais. Jogou a cabeça para trás e acertou a nuca contra a outra parte do Armário e não teve fôlego para xingar, abaixou os olhos e viu distorcidamente o rosto de Hermione enquanto ela berrava. A odiava, a odiava com todas suas forças, a odiava profundamente, mas sentiu como se um trasgo tivesse lhe dado um murro no peito e em um assomo de insanidade percebeu o quanto àquela garota poderia ser tão forte, tão inteligente, tão mais corajosa que ele e ele imaginava… 

Os dois pararam Hermione por se sentir ameaçada pelos olhos acinzentados desfocados de Malfoy fixados nos seus.

- ALORROMORA!

O feitiço bateu do lado de fora na fechadura do Armário e ambos foram ao chão.

- Seu maldito, eu vou te matar!

 Hermione foi colocada de pé quase imediatamente por braços magros, cambaleou recebendo o ar novamente e procurou por Malfoy.

- EU VOU MATAR VOCÊ, MALFOY! - Rony içava-o no ar como se fosse um boneco e o atirava na parede mais próxima. - Se você tocou em um fio de cabelo dela eu te esmago, sua doninha!

 Hermione apanhou a varinha da mão de seu salvador e quando o punho fechado de Rony foi para frente ela berrou o feitiço.

Protego!

Meio segundo passou-se em que Rony foi lançado para trás e Malfoy escondia o rosto nas mãos esperando os golpes.

- O que você está fazendo Hermione? - Perguntou Harry pedindo a varinha.

- VOCÊ ESTÁ PROTEJENDO ESSE NOJENTO? - Rony virou-se erguendo os punhos para Hermione, ela apontou a varinha para ele.

- Parem! Parem vocês dois! Eu só… Eu só não quero que você pegue uma detenção por se meter em uma briga trouxa, Ronald, não com ele! - Respondeu Hermione respirando calmamente.

- Você nos deixou preocupados. Toma aqui - Explicou Harry trocando a varinha de Hermione pela sua - Quando não apareceu para o jantar comunicamos a McGonagall.

- Como nos descobriram? - Perguntou Mione voltando a se dirigir para o Armário Sumidouro.

- Harry e Gina ouviram os dois macacos que andam com aquele ali falando sobre Malfoy trazer você para o Quarto Andar, então viemos. - Explicou Rony de má vontade.

- Mas pedimos a Gina que avisasse os professores para pararem de procurar, que já tinham te encontrado. - Harry comentou olhando de canto para Malfoy.

Hermione apanhou a varinha de Draco do fundo do Armário e virou-se para o garoto que observava a cena descabelado e pálido, ofereceu a varinha para ele que a tomou das mãos dela com repugnância.

- Quando tentar se livrar de mim, Malfoy, seja eficiente - Mione deixou as palavras correrem como veneno - Dá próxima vez eu não estarei aqui para te salvar da sua ignorância.

Virou-se e passou pelos garotos que lançaram mais um olhar fulminante para Draco e o deixaram sozinho para trás.

Horas depois, no banheiro das masmorras, em baixo do chuveiro quente, após de ter levado o maior sermão do professor Snape equivalente há seus seis anos escolares, Draco voltou a meditar nas coisas que tinha pensado dentro daquele Armário Sumidouro e teve que se bater ao lembrar do pensamento mais horrível que lhe ocorrera. Draco Malfoy, enquanto observava Hermione Granger lutar pela vida, pensou como seria beijar aqueles lábios rosados e impuros.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

espero que estejam gostando .-.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lost In The Shadow" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.