Carol’s POV.

Está bem. Depois de ontem, o clima no carro certamente seria meio tenso.

- Eu não sei direito onde é a casa do Joe, então vou ter que ir mais devagar – Louis me olhou, meio rindo, meio sério.

- Louis, sobre ontem..eu...

- Só esquece, ta bem? – ele falou fitando a estrada.

- Louis, eu só não quero que você esconda nada de mim – abaixei um pouco a cabeça e logo olhei pra ele, que ainda olhava pra estrada – Doa a quem doer.

- Carol, meus sentimentos por você, não são os mesmo de cinco anos atrás.

- Eu sei Louis, nós crescemos.

- O que eu quero dizer é que.. Era tudo diferente – ele deu uma pequena risada abafada – Eu sei que a gente só tinha 15 anos na época, mas meus sentimentos por você estavam explodindo. Eu não poderia ter demorado tanto pra mostrar isso – ele deu uma batida de leve no volante – e quando eu finalmente tive coragem, eu a perdi de vista. Tudo poderia ter sido tão diferente.

- É, tudo poderia ter sido diferente.

- Mas que seja, agora você tem fortes sentimentos pelo meu melhor amigo. E quer saber? – ele finalmente me deu uma olhada rápida – Eu fico muito feliz, e os apoio o quanto precisarem.

- Lou, quando eu te vi naquele dia da tarde de autógrafos, foi como se o meu mundo tivesse se iluminado novamente – dei um meio sorriso – Eu estava de volta ao meu Louis.

- O seu Louis... – ele sorriu, olhando ainda pra estrada.

- Mas ai, quando eu fui na sua casa jantar e Lauren estava lá, eu senti que eu não poderia simplesmente voltar a sua vida e achar que tudo seria como era antes.

- Eu queria que tudo fosse como antes. – ele parou o carro no acostamento da estrada.

- Ai, quando eu estava pensando que foi a pior idéia te procurar novamente, o Harry me confortou – ele estava me escutando atenciosamente,com a cabeça baixa – Ele me deu uma esperança a mais, sabe? Eu realmente me senti bem ao lado dele. No começo até achei que poderia estar o enganando, alimentando algo que eu não sentia – Nesse ponto, lágrimas já escorriam do meu rosto, e Louis tentava conte-las – Mas nesses últimos dias, eu consegui perceber que Harry não é só uma fuga de meus problemas. Ele vem sendo a solução.

- Parte de mim ficou feliz por te ter de volta – ele mexia de leve nas pontas do meu cabelo – Mas a outra parte, estava triste, irritado por não ter cem por cento da sua atenção.

- Me desculpa se eu não te dei a atenção que merecia, Lou. Mas é que eu fiquei com medo, medo de você não ter o carinho, a amizade que você tinha por mim como era antes. Tinha medo de você ser seco comigo, e teve também o problema dos meus irmãos. Harry vem me ajudando muito, por isso passamos tanto tempo juntos.

- Vocês não estão.. – ele hesitou – Juntos?

- Eu sinceramente não sei Louis. – suspirei

- Carol, tem algo que eu quero te dizer.

- Sim, Louis – Meu coração disparou, e se ele me falasse aquela fatal frase?

- Estamos perdidos – ele deu um sorriso e eu gargalhei.

- Você é muito idiota, Loulou.

- Para de me menosprezar e pega o GPS ai!

- Louis, tem um problema – Mostrei a tela do celular pra ele – Estou sem sinal.

- Mas logo agora? Você tá sempre com esse celular em mão e quando eu preciso – ele olhou pra mim – Nada.

- Se você não tivesse se perdido, nós não estaríamos no meio do nada! E por que mesmo você ainda não comprou seu celular?

- O ultimo caiu na piscina! Eu fiquei traumatizado – ele fez uma cara de assustado e eu não me contive em rir, mesmo diante daquela situação.

- Vai, liga o carro, vamos andar mais um pouco.

Ele girou a chave, o carro deu umas tossidas e apagou.

- Ótimo – ele deu um soco no volante.

Sai do carro e olhei pra estrada, aquilo não tinha fim, estávamos realmente perdidos. Louis reclamou do meu celular mais umas vezes e finalmente cansou de me xingar e se rendeu.

- Nós vamos ter que dormir no carro, e amanhã cedo nós tentamos andar um pouco. – ele falou abrindo a porta de trás do carro. – Entra.

- Ai, que legal – falei irônica entrando no carro, logo ele entrou junto comigo e deitou atrás de mim.

- Vou ter que te abraçar se não eu caio do banco – ele sorriu malicioso.

- Não se aproveita da horrível situação, seu sujo.

Já estava tarde, então logo eu e Louis caímos no sono.

[...]

Abri os olhos e raios fortes de sol os invadiram. Sem me levantar, bocejei. Senti algo, encostando nas minhas costas parei um pouco pra pensar.. Era a little carrot do Louis querendo dormir conosco. Comecei a gritar e me sentei rápido, fazendo Louis cair do banco.

- Você tá maluca? – Ele coçou os olhos

- Não! VOCÊ é quem que tá maluco – apontei pra calça dele.

- Ah qual foi? Isso acontece todas as manhãs.

- NOSSA, LOUIS! Que horror.

- É normal! Acontece com todos os garotos – ele olhou pras calças – Eu pelo menos acho.

- Isso não acontecia quando você dormia na minha casa!

- Só começou a acontecer depois da puberdade.

- O QUE? – eu dava gargalhadas altas, me faltava ar. – Com 15 anos você ainda não tinha entrado na puberdade?

- Ah, vai se ferrar, Carol – ele saiu do carro, batendo forte a porta.

Sai do carro rindo um pouco menos, correndo atrás dele quando o alcancei, fiquei séria e o olhei nos olhos.

- Me desculpa – sorri e beijei suas bochechas – Bom dia Lolo.

- Só porque você me chamou de Lolo eu te perdôo, Cáca. – ele sorriu, me dando um beijo demorado na bochecha e pegando na minha mão – Vem, vamos andar um pouco.

- Eu to de salto Louis. – apontei pros meus pés.

- Isso não é problema – ele me pegou no colo e eu gritei – Eu sou forte, Carol. Como muita cenoura.

Depois de andar um pouco, ele me colocou no chão e suas costas, joelhos, braços estralaram.

- Caramba, além de gostoso estou ficando crocante! – E foi com esse comentário infeliz, que Louis acabou recebendo um soco forte meu no seu braço.