Love Come Down escrita por Lustin


Capítulo 17
Untouched


Notas iniciais do capítulo

Ei, minhas pequenas! Como vocês estão? Como passaram o feriado? Eu fiquei muito feliz e empolgada com os reviews que recebi no capítulo anterior, cada uma de vocês deixaram um sorriso enorme no meu rosto, obrigada! Espero sempre ver mais rostinhos novos por aqui... Espero - do fundo do meu coração - que gostem desse capítulo. E vou pedir a opinião de vocês nas notas finais, leiam!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/190948/chapter/17

Capítulo anterior...

''Ele me pressionou ainda mais contra a parede, fazendo com que minha respiração trancasse. O pulso era estrondeante em meus ouvidos, estava sendo guiada pelos meus instintos, totalmente inconsciente, totalmente vulnerável.

Justin era um criminoso. Um perfeito criminoso imperceptível.''

Eu continuava prensada entre a parede terrivelmente gelada e os braços cálidos e repletos de fagulhas de meu sonho. Meu corpo era tomado por choques térmicos contínuos, o intervalo entre eles era fracionário. Estava irrevogavelmente desconexa dos meus instintos e ações, não era capacitada a encontrar meios para manter uma linha de pensamento coerente. Eu não sabia o que estava fazendo, apenas era brevemente consciente de minhas mãos passeando livremente pelo abdômen de Justin, formando um emaranhado com o tecido leve de sua camisa. Estava desprevenida. Completamente desprevenida. Jamais sentimentos demasiadamente poderosos como aqueles haviam se apoderado de meu corpo, era extraordinariamente novo e eu não considerava algo adequado desde a aurora dos tempos.

Em poucos segundos, mergulhei em outra esfera do pensamento. Justin deveria saber sobre isso. Ou desconfiava. Ele – talvez – soubesse no fundo de sua mente que se tivesse chances de fugir aos seus encantos, eu fugiria e por esse motivo, não me deixara alternativa. Nenhuma alternativa. Ele sabia que possuía efeitos diferenciados em meus pensamentos e em meu corpo; sabia do seu potencial. Ele sabia. Justin não possuía limite, pudor algum, era um jogador trapaceiro, isso era visível agora.

Não considerava adequado, mas eu estava, aparentemente e interiormente, gostando de tê-lo vulnerável aos meus toques. Estava gostando de tê-lo tão vulnerável á mim.

Meus pensamentos dissiparam-se quando ele deixou-me vencer a batalha travada por nossas línguas, pressionando febrilmente seus lábios aveludados e perfeitamente quentes sobre os meus. Seu rosto desceu novamente pela extensão de meu pescoço, completamente sensível ao seu toque repleto de chamas.  Sua boca pressionava cada pequeno canto, tornando tudo ainda mais complicado; a respiração era totalmente irregular em meus ouvidos, ele soltava lufadas de ar quente em minha pele, sentia seu tórax movendo-se contra meu peito. Sua mão agarrou a lateral de meu rosto, encobrindo grande parte de minha bochecha e pescoço, onde sua boca não traçava linhas cálidas.

- Você... Você está gostando, Marine? – sua voz soou grave e profunda em meus ouvidos, fazendo minha consciência estilhaçar-se como um pequeno e fino vidro já fragmentado.

Eu sentia o aroma de seus cabelos, a textura e o movimento preciso de seus lábios contra minha pele. A consistência de meu corpo perdeu-se pelo ar espesso que entrava e saia furiosamente de minhas narinas. Subitamente, me senti uma marionete nas mãos daquele garoto agora desconhecido em minha frente.

Seus lábios voltaram a mover-se até minha boca formigante, ele pressionou o veludo molhado de seus lábios novamente sobre os meus, mas dessa vez, repuxou seus dentes, mordicando levemente meu lábio inferior. Senti um sorriso brotando em seu rosto.

- Por favor... – minha voz quebrou o silêncio, quase se igualando a uma furiosa sirene, mas isso fez com que Justin pressionasse ainda mais seu corpo contra o meu. – Pare. Eu não consigo pensar. Por favor, pare.

Não sabia de onde minha voz – que até então esteve perdida dentro de mim, como todo o resto dos componentes de minha consciência – surgiu. Meu pedido poderia se igualar á uma súplica confusa, meu ar estava esgotando-se. Justin obedeceu minha exigência quase silenciosa; seus braços caíram flácidos à minha volta e sua cabeça tombou em meus ombros. A escuridão diante de meus olhos não era mais o problema e também não fora embora, agora aquele véu de coloração como piche era quase palpável sobre mim. Justin deixou escapar um longe e pesado suspiro ao meu lado. Pela primeira vez, agradeci por não poder observá-lo.

Eu me sentia como uma gelatina gigante. Era como se cada osso, cada terminação e cada junta de meu corpo tivesse sido derretido vagarosamente com as chamas que se alastraram por todo meu interior e exterior.  Com as brasas furiosas vindas do corpo de Justin. Minhas mãos e joelhos tiritavam em nervoso e surpresa, não sabia das sensações que me tomavam. Não poderia tirar uma nota das coisas fragmentadas e das partes que saíram ilesas a esse deslize. Eu, decididamente, era uma grandiosa gelatina bamba.

Enviei comandos rigorosos para meu cérebro, fazendo com que minhas pernas se movessem de maneira ágil sustentando todo o meu corpo mole, deixando para trás a esfera de ar espesso. Meus braços jogaram-se instintivamente para frente, permanecendo eretos; os dedos ágeis de minhas mãos tentaram agarrar algo invisível a minha frente, o perigo parecia sempre á espreita naquele silencioso e pequeno cômodo imerso à escuridão. Distribui mais alguns passos pelo chão regular, evitando fazer qualquer ruído que fosse. Estava distraída distribuindo o peso igualmente entre meus pés.

Um som estridente quebrou o silêncio que presava tanto naquele momento, denunciando o caminho que estava trilhando. Minhas mãos colidiram brutamente em uma superfície gélida e pelo alarme que fez, parecia ser algo leve, era oco e o barulho igualava-se com os sons que a escada de metal fez quando a subimos. O som de caixas caindo sobre o chão soou em seguida. Deduzi que aquilo poderia ser uma estante. E ela deveria estar no caminho errado. Mordi meus lábios por impulso, reprimindo um xingamento em voz alta. Pude ver um feixe de luz por entre o vão da porta, assim como uma luz no fim do túnel. Meus pés apressados empurraram meu corpo involuntariamente para lá, deixando a bagunça para depois. Eu precisava apenas deixar aquele lugar. A palma de minha mão caiu rapidamente sobre a extensão lisa da porta, tateando até encontrar a maçaneta lustrosa, girando a mesma com urgência e precisão.

A claridade banhou minhas córneas, fazendo com que houvesse uma pequena pontada de dor. Não permiti que meus olhos se ajustassem ao ambiente, dei mais passos para fora daquela pequenina sala, deixando a porta bater atrás de meu corpo.

Eu ainda estava completamente aturdida, mas o ar estranhamente familiar que saudou meus pulmões foi gentil comigo, ajudou-me a acalmar os nervos que estavam á flor da pele. Quando meu olhar finalmente ajustou-se a luz, tudo permanecia igual a quando entramos naquela sala negra. O burburinho das vozes agora estava mais alto, mas não havia nenhuma mudança no local. Minha mente logo entrou em ação, mostrando-me o caminho pelo qual deveria percorrer para sair daquele discreto cubículo, eu estava sozinha agora. Um pequeno e estreito corredor indicava a saída. Percorri a pequena trilha sem hesitação, o tempo não estava correndo ao meu favor.

Logo estava ao meio de muitas pessoas apressadas, andando para todos os lados. Alguns corpos esbarravam em minhas costas e braços e murmuravam algo parecido com ‘’tome mais cuidado’’, não poderia afirmar com exatidão se era exatamente isso, meus ouvidos zuniam. Minha mente trabalhava a mil por hora para encontrar algum rosto conhecido naquele pequeno aglomerado de rostos indistintos. Minha respiração agora era quase irregular, sentia vultos apressados passando pelos poros de minha pele. Eu não deveria estar ali.

- Marine! Finalmente uma ajuda! – pude ver Ryan movimentando seus lábios e direcionando seu olhar em minha direção, mas até meu cérebro lento traduzir suas palavras demorou alguns segundos. – Vamos me dê uma mão aqui.

Escaneei Ryan brevemente. Seu braço direito debatia-se no ar, traçando linhas imaginárias e desordenadas, ele segurava uma caixa de papelão de aparência pesada em seu braço esquerdo, suas veias estavam dilatadas e saltadas sobre sua pele parda sobre a luz do ambiente.

Costurei a pequena e moderada multidão contida no corredor, murmurando sempre ‘’com licença’’ e ‘’desculpe-me’’, eu jamais consegui passar por multidões sem distribuir alguns pisos nos pés. Quando cheguei perto de Ryan, ele me passou outra caixa, não era muito pesada e nos dirigimos á uma sala distanciada do aglomerado de pessoas.

- O que temos que fazer é muito fácil – ele riu, olhando para mim. Meu coração vacilou. – Temos que apenas tirar os posters que estão nessas caixas e empilhar aqui em cima... Fácil, não? – os dedos cumpridos de Ryan distribuiu duas batucadas leves em cima de uma mesa de centro de cor escura.

Assenti com a cabeça, sorrindo levemente em sua direção. Ele colocou a caixa em seu colo e começou a abri-la, sem nenhum tipo de cuidado. Segui seus gestos, tirando a grossa camada de fita adesiva selando os dois lados da caixa. Quando terminei, a foto de Justin inundou meus olhos. Meu coração retorceu-se.

A foto, ali na minha frente, era antiga. O papel que revestia a imagem e os efeitos especiais era brilhoso e lustroso, um forte cheiro de papel invadiu minhas narinas. O fundo era de cor roxa, um roxo escuro e forte. Círculos brancos envolviam o corpo de Justin, perfeitamente centralizado no papel. Tudo o que se podia ver era Justin.

- Você quer um? Tem muitos aqui – Ryan me observava com a expressão divertida, senti o rubor inundando minhas bochechas.

- Não... Não precisa, não quero incomodar – eu deveria parecer um ratinho amedrontado, indefeso.

- Incomodar... Mas que piada! Pode ficar com um, ninguém vai dar falta por aqui, isso pode ser nosso segredo, se preferir – disse enquanto empilhava um punhado de papéis roxos acima da mesa de centro, olhando em minha direção.

- É... Pode ser, obrigado – soltei um sorriso nervoso, logo após o acompanhei empilhando mais alguns posters.

- Você não fala muito, não é? – disse olhando-me com humor em seus olhos negros.

- Eu... Eu ainda estou me acostumando com o ritmo que as coisas tem por aqui – sorri nervosa, o rubor em meu rosto deveria ser perceptível.

- Não precisa ficar com vergonha, somos todos amigos aqui, você já deve ter percebido algo assim – e então riu. O acompanhei na risada.

A porta branca fechada fez um barulho. A maçaneta movimentou-se inquieta. Justin abriu a mesma vagarosamente, colocando apenas metade do seu corpo dentro da sala em que nos encontrávamos. Meu coração aplicou golpes em minhas costelas, fazendo com que o sangue fugisse de meu rosto. O olhar dele parou em mim. Grave. Fraco. Poderoso.

E o seu olhar era indecifrável.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu andei pensando... O que vocês acham de quando a fic receber uma indicação, eu liberar um preview do capítulo seguinte pra pessoa que indicou? Eu nunca vi isso aqui no Nyah, e essa ideia rondou minha mente esses dias... O que acharam? Aprovam a ideia ou não? Me contem!
Espero que tenham gostado do capítulo, pequenas. Deixem suas opiniões e tudo mais, sempre irei responder vocês com o maior carinho do mundo.
Quem achar de mereço um review pequenininho... faça meu coração feliz! ♥
Até mais minha vidasss.