Isaak – 17 de Fevereiro

Desde pequeno, Isaak gostava de ouvir todos os tipos de mitos. Sua maior alegria, ao começar o treinamento para ser um Cavaleiro de Athena, foi saber que muitos desses mitos foram reais. Se a deusa grega existia... Se era possível desenvolver o cosmo e ter poderes extraordinários... Então, com certeza, todos aqueles monstros e heróis da mitologia também existiram, não é? E, considerando o estado do mundo, talvez ainda existissem alguns monstros.

Sua lenda favorita era a do Kraken, o fabuloso monstro dos mares glaciais, que não atacava navios com inocentes. Contra o mal, porém, Kraken era impiedoso.

Fazia todo o sentido. Pra quê ter piedade diante do mal?

O ensinamento mais importante que recebeu de seu mestre Camus, e que carregou por toda a vida, foi ficar impassível diante do inimigo. A isso ele uniu a grandiosidade do Kraken e se empenhou muito para seguir os passos de seu mestre, para ser um Cavaleiro forte, justo e lutar para proteger a paz no mundo.

Ser impassível diante do inimigo, não permitir que sentimentos atrapalhassem e não ter piedade do mal, pareciam coisas tão incrivelmente óbvias para um aspirante a Cavaleiro que Isaak mal podia acreditar que Hyoga tivesse dificuldade com elas.

De fato, desde que chegou para treinar, Hyoga tinha se mostrado um tipo mais sentimental e Isaak ficou furioso quando descobriu a real motivação do amigo. Mais chateado do que furioso, na verdade. A força de um Cavaleiro devia ser usada para a justiça e não para motivos pessoais! Hyoga só ia conseguir morrer desse jeito...

E quase morreu mesmo. Hyoga era sentimental, mas era seu amigo. Isaak fez sua escolha e resolveu salvá-lo.

Custou um olho e o título de Cavaleiro.

O pior seria quando visse que depois de tudo, depois de virar um Cavaleiro e conseguir a armadura de Cisne, depois do sacrifício do mestre Camus e de Isaak salvar sua vida, Hyoga continuava um sentimental incapaz de ser impassível diante do inimigo.

Fim