Já passava das oito da noite quando Mônica saia da casa do sujinho. Sim de Cascão. Ansiava para saber o que aconteceu com o garoto, já que tinha testemunhado toda a agonia de Magali pela manhã e nada de sua melhor amiga se comunicar. Foi até a casa da comilona, mas Dona Lili lhe informou que tinha acabado de pegar no sono, depois de passar horas trancafiada no quarto. Não vendo outra saída decidiu procurar Cascão.

Seu sexto sentido alertava que as coisas não estavam bem para o lado dos dois. Sobre o plano pra pegar o Homem Sombra estava tranquila. Franja tinha lhe avisado que Diego tinha viajado. O invetor ordenou a Carmem que ela inventasse para Moacir que iria se hospedar em um hotel de luxo e fosse pra casa e voltaria quando diego chegasse de viagem, ficando assim menos tempo na mão dos bandidos. A essa altura Carmem já devia ter se livrando de Moacir e estar em casa, calculou a dentuça, sem maiores preocupações.

Não podia saber que estava errada.

Assim que terminou de falar com Franja Carmem foi até Moacir, o capanga ainda não tinha lhe falado da viagem de Diego, ela que teria que puxar assunto para dar a desculpa. Usou mais uma vez do falso sotaque francês e perguntou.

- Diego vai demorar?

Moacir (Tranquilo) – Não não, já deve estar chegando... – Retirou-se para a cozinha deixando ma garota confusa com seus pensamentos na sala. “Será que o paspalho não sabia que Diego tinha saído de viagem?” Não ficou muito tempo sozinha, logo ouviu um barulho de chaves na porta, deu alguns passos para trás. O homem de cabelos negros e roupa da mesma cor entoru na casa. Pelas caracteristicas que lhe descreveram aquele só podia ser o famoso Homem Sombra. Viu pela fresta da porta o carro vermelho. Era o próprio. O olhar de Carmem pairava temor. Diego lhe abriu um gentil sorriso e beijou sua mão.

Diego – Surpresa, querida Amelie?

- Achei que não estava na cidade... - Respondeu sem vacilar no sotaque. Alguém tinha mentido a Marina.

Diego – Não cometeria a indelicadeza de não recebe-la... – Abriu mais um sorriso. A abraça carinhosamente e passa a mão de leve em seu rosto. – Minha francesinha... Senti tanto sua falta.

A tratava como se fossem bem intimos, embora na carta dizia o contrário. Não entendia essa atitude dele, mas resolveu entrar no jogo.

Carmem – Sei que não seria capaz... Querido...  

Diego continua abraçado, Carmem desconfortavél fala em seu ouvido.

- Tá estranha minha lindinha, o que tá acontecendo com você... CARMEM??? – Diego perguntou irônico.

Sentiu um gelo na espinha, não tinha certeza do que tinha ouvido. Encarou Diego assustada. O sorriso debochado pregado em seu rosto.

Carmem – Você me chamou do que?

Diego – CARMEM!!! Não é este o seu verdadeiro nome, CARMEM? – Ela se afasta medrosamente. – Acabou o teatrinho, CARMEM!!!  Eu já sei de tudo... – Puxa um revolver da cintura. Aponta para a garota. Moacir surge com outro revolver da cozinha deixando a garota acuada.

Carmem (Nervosa) – O que tá acontecendo?

Diego puxa sua peruca chanel morena revelando o cabelo loiro.

Diego – Fim da linha, CARMEM!!!!

Depois disso a garota não teve mais lado para correr. Moacir pegou seu braço violentamente e por uma ordem de Diego revistou arrancando todo tipo de comunicação que tinha com Franja e o lado de fora da casa. Até o colar que filmava foi arrancado. Foi obrigada a subir as escadas e trancada em um qurto que tinha apenas um colchão velho, sem janelas e que cheirava a mofo. Carmem se encolheu em um canto.

Carmem – Como vocês souberam?

Diego – quando vi aqueles dois saindo de madrugada da minha casa fingi que não vi nada e mandei investigar vocês... Descobri tudo... Até que o plano não era ruim, mas pegaram o bonde errado!!!

Carmem – Vai me trancar aqui até quando?

Diego – Não sei... Mas não se preocupe que logo vai ter companhia... – Bateu a porta trancando por fora. Carmem começou a socar a porta, usou as força até se sentir vázia. Quando parou de gritar um papel foi passado pro debaixo da porta, um aviso escrito em letras garrafais.

SE RECOMEÇAR O ESCANDALO SERÀ AMORDAÇADA!

Não recomeçaria, não tinha mais forças. Só restava ter fé para que lá fora lhe salvassem.

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Marina – É pra eu ir aí amanhã?

Ivan – É Marina, Diego lhe deixou um presente e me ligou do hotel, pedindo pra você vir pegar...

Marina sabia que primeiro tinha que falar com a turma, mas se ele estava viajando não era tão arriscado assim, podia até dispensar o coitado do Cebolinha de se vestir de mulher para acompanha-la.

Marina – Tudo bem Ivan, amanhã cedo passo aí...

Ivan – Ficarei aguardando...

Desligaram o telefone. Marina tranquila, Ivan confiante. Pegou o celular e discou.

- Caiu feito um patinho – disse para a pessoa do outro lado da linha.

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Franja tinha avisado a Jeremias sobre a mudança de planos e segundo Carmem era para levar Amelie para um apartamento vázio que seu pai tinha lhe dado. Passou o endereço e logo chegavam no prédio. Jeremias nem sonhava que Carmem estava presa e muito menos que Amelie já sabia que ele não trabalhava para Diego. Abriu a porta gentilmente.

Jeremias – Amanhã nos vemos sen... senhorita Amelie... –Disse meio timido.

Amelie encara o motorista, até que era bem bonitinho, o ar encabulado era o que mais dava charme. Por que não aproveitar um pouquinho?

Amelie – Amanhã Jeremias? Não gostaria de ficra sozinah no apartamento... Não gostaria de me fazer companhia?

Jeremia (Hiper encabulado) – Eu... Eu tenho namorada, sehorita Amelie...

Amelie passa a mão em seu ombro e da um leve aperto.

Amelie – Isso não é um convite, é uma ordem, cherry... – Morde de leve os lábios levemente. – Vamos?

Ela pega em sua mão e conduz o envergonhado motorista para o hall do prédio.

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Mônica nem ninguém de fora da casa sabia o que estava acontecendo. A dentuça se lembrava de sua conversa com Cascão. Além de muito abalado com  o término do namoro Mônica sentiu que o sujinho estava muito magoado e com raiva de Cebola. Achava que o troca letras espalhou seu segredo e acabou deixando vazar nos ouvidos de Cascuda. Cascão afirmou a Mônica que não queria ver Cebola tão cedo, a confiança no amigo também estava estremecida. Mônica sabia que falar com Cascão quando estava com raiva era bobagem. Estava se sentido traído pelo melhor amigo e aborrecido com o que aconteceu. Ficou quieta na hora. Mas depois de se afastar decidiu que ta,mbém não era certo Cebola perder seu melhor amigo sem ao menos saber o porquê. Tocou a campainha da casa dos Cebolas e logo o próprio veio lhe atender.

Cebola (Sem graça) – Oi Mônica, não pensava que era você... Achei que não ia querer me ver por causa do que aconteceu na boate e...

Mônica – Embora você não mereça vim salvar tua pele com seu melhor amigo!!!

Cebola (Sem enteder) – Do que você tá falando?

Mônica – Vamos dar uma volta no quarteirão e eu te conto tudo...

Cebola ( Sem enteder ainda) – Mas o que tá acontecendo?

Mônica – O Cascão tá puto contigo!!!

Cebola – ãh?!

A dentuça puxa o garoto com decisão, começam a caminhar, Mônica contando tudo e acabam sentando na guia próxima ao campinho para conversarem sossegados.

Cebola – Quer dizer que o Cascão acha que eu espalhei do namolo dele com a Maga?! Mas eu não contei pla ninguém!!!

Mônica – Contou pra mim...

Cebola – Porque foi pleciso...

Mônica – O que interessa é que alguém soube e foi encher o ouvio da Cascuda que fez toda essa presepada...

Cebola levanta decidido.

-Tenho que falar com o Cascão agola!!! – Mônica segura-o sem dificuldades.

Mônica –Falar com ele é bobagem... Precisamos fazer outra coisa...

Cebola – O que então?   

Mônica – Descobrir pra quem você abriu a boca e que falou pra Cascuda...

Cebola – Mas eu só falei pla você e... – Encara desconfiado. – Mônica, você que contou pla Cascuda né? Pode me falar tudo... – Mais do que rápido a dentuça puxa o Sansão de sua bolsa e e lhe dá uma bela coelhada, como as de alguns anos atrás. – Pra que isso sua balbala??? – Pergunta irritado enquanto esfrega o olho dolorido.

Mônica (Irritada) – Pra vê se o Tico acorda o Teco aí dentro da sua cabeça e você larga de ser leso!!! Eu sou a melhor amiga da Maga e do Cascão também!!! Eu que to te alertando e você ainda desconfia de mim?!!!   

Cebola (Com raiva) – Mas eu só contei pla você, a Ilene até tava do meu lado aquela hola e... – Corta-se sacando, Mônica entende o racicinio do troca letras.

Mônica – A ruiva cabelo água de salsicha, oferecida, galinha, nojenta, fura olho da...

Cebola (Sem acreditar, com ódio) – ILENE!!!!