Aventuras Descontroladas De Percabeth escrita por bloodymary


Capítulo 2
Quando um homem de olhos brilhantes vira um montro


Notas iniciais do capítulo

Hey! Mais um ai, divirtam-se semideuses e mortais xeretas!!



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-Ah cara, tenha dó não é? Você sabe que não gosto de aranhas. – eu disse quando Percy pegou as entradas do Museu de História Natural da carteira.

-Calma, não é só aranha que tem lá. E acho que não tem, não para visualização. Só nos cantinhos e no andar subterrâneo, e lá não é um lugar onde visitantes são bem vindos. – ele disse, sorrindo.

-Já foi tantas vezes lá assim, para saber de tanta coisa? – eu perguntei, arqueando uma sobrancelha.

-Fui uma só, mas como eu não conseguia ler muita coisa, minha mãe foi me falando, e acrescentou umas coisas, sabe? – ele balançou a cabeça.

-Okay, Cabeça de Alga, vamos lá. – eu disse, por mais hesitante que eu estava.

Alguma coisa ia dar errado, eu sabia.

Acorde, Annabeth, já chega de pensamentos negativos. Você está com Percy, ele te protege, e você sabe disso, disse uma voz na minha cabeça. No começo, ache que fosse minha mãe, mas quando a voz falou bem de Percy, eu percebi que não era; minha mãe não era a melhor pessoa do mundo com quem se conversar quando o assunto era Percy Jackson, o filho e Poseidon.  Segui uma parte do conselho que fiz a mim mesma: eu estava com Percy, ele me protegeria. Mas alguma coisa ainda me cutucava o cérebro.

-Annabeth? Está ai? – Percy me acordou do transe.

Percebi que estava olhando para seus olhos. Hmm, não acho que olhando seja a palavra certa. Fuzilando. Melhorou.

Eu estava fuzilando os olhos de Percy. Devo ter me perdido no verde deles, e... Argh! Não! Tudo bem, os olhos dele eram muito bonitos, mas eu não sentia nada por ele, há não ser por uma amizade bem bonita. Bem bonita.

-Oi? Hã... Eu estou aqui sim. – sorriso amarelo ativado – Desculpe. Vamos?

Ele sorriu.

-Vamos. – ele se virou e começou a andar, mas parou e pareceu se lembrar de uma coisa – Hã... Desculpe, vamos a pé, Paul e minha mãe foram viajar com o carro, e bem... Ainda não tirei minha carteira de motorista.

Eu sorri, grata.

-Ah, esquece, está tudo bem.

O alcancei e ele, e acho que sem querer, esbarrou a mão na minha, como se fosse pegá-la. Ele parou e arregalou os olhos, me olhando. Eu fiz que tudo bem com a cabeça e ele balançou a dele, como se tentasse tirar um pensamento bobo dela.

Recomeçamos a andar, um pouco longe um do outro.

Chegamos a uma esquina e, estranhamente, o trânsito não estava em seus melhores dias. Franzi o cenho para os carros que buzinavam. Percy esticou o pescoço para ver o que havia de errado lá na frente, o que estava fazendo o trânsito piorar.

-O que foi? – eu perguntei.

-Hmm, não sei não dá para ver muito bem... Hã... – ele ficou nas pontas dos pés para ver ainda mais longe. – É, não sei.

O sinal fechou, o que não fez muita diferença, e eu o avisei:

-Vamos?

-Ah, claro. – ele parecia interessado no que acontecia para frente do 5º sinal visível, mas logo se virou novamente e sorriu – Claro.

Ele foi na frente, serpenteando alguns carro que estavam parados na faixa dos pedestres.

Depois das buzinas ficarem para trás, e depois de mais algumas esquinas, chegamos ao museu.

Eu gemi baixinho. Uau! Era lindo, quero dizer, a arquitetura era linda. Parei um pouco. Percy avançou, mas percebeu e se virou para mim.

-Sabia que você ai ficar assim, boba. Lindo, eu sei. Apesar de não entender muito de arquitetura. – Ele se virou novamente para frente do museu.

Andei até seu lado e falei, ainda olhando.

-Sobre o que você entende?

Ele riu e falou:

-Venha.

Andamos mais ou menos um vinte metros, até que um vendedor ambulante nos parou abruptamente.

-Será que os pombinhos querem um saco de pipocas?

Olhei para Percy, que já me fitava.

-Não, obrigada senhor.

-Ah não, meus queridos, dou-lhes de graça, para que guardem o dinheiro para o filho de vocês.

Olhei bem para o senhor, no começo com uma cara de que iria mata-lo, e quando eu estava prestes a falar: Que abuso! , percebi que havia algo de errado com ele. Seus olhos eram muito brilhantes, sua pele, muito branca, como se não saísse no sol desde que nasceu, mas ele suava em bicas.

-Não, obrigado. - Percy disse, vendo que eu estranhei o vendedor.

E ele puxou minha mão, e quando percebi, já estávamos longe do vendedor estranho, que gritava:

-Os filhos de vocês serão lindos. AHAHAHAHA – ele gargalhou.

Percy me puxou para mais perto, tão mais perto que de costume, que estranhei quando o braço dele encostou-se ao meu. Ele ainda segurava minha mão, com força.

-Ai, Percy. – tive que reclamar quando entramos no museu.

-Ah, desculpe. – ele corou.

Ele pegou as entradas na carteira, deu-as à mulher da entrada, que os rasgou e nos deu metade falando:

-Vejo vocês ali. – e ela apontou a uma cópia idêntica dela, no outro lado do balcão, por onde as pessoas saiam.

Ela deu uma risadinha e falou:

-É só minha irmã gêmea.

Suspirei com alívio. Alguma coisa vai dar errado...

Eu e Percy paramos perto do balcão, e enquanto ele guardava as metades das entradas (não sei para que), eu ouvi a mulher do balcão falando a mesmo coisa que havia dito para nós, para um casal jovem, da nossa idade ou mais novos, que estavam de mãos dadas e pareciam bem felizes.

Pisquei, tirando a imagem idiota de mim e Percy assim.

-Começamos por aqui. – ele disse me tirando do transe, de novo.

-Hmm, claro.

Ele explicava tudo que vinha pela frente, tudo o que a mãe dele havia explicado à ele, e, bem... Tudo que ele se lembrava.

Rimos algumas vezes, quando ele se enrolava na explicação ou quando e ele se esquecia de algo, e nós dois tentávamos ler a plaquinha e tudo virava baderna. Uma ou duas vezes, tivemos que pedir a alguma pessoa ler.

Quando estávamos na seção mais legal de dinossauros, tive que pedir para ele parar, porque senti uma vibração estranha no ar. Olhei em volta, e fitei, sem querer, um senhor muito branco e olhos brilhantes, que eu conhecia de algum lugar. Associei, é lógico, ao vendedor maluco lá fora do museu, mas... Como ele teria trocado de roupa e etc...? Franzi o cenho e pedi para que Percy continuasse, e ele continuou, feliz, mas, eu não tirei os olhos do senhor que suava.

Depois de uma hora de explicações, deveríamos ter chegado ao fim, porque Percy falou:

-E foi aqui que minha mãe parou de me explicar e nós fomos embora. Eu sei que o museu não acabou, mas não acho que valha a pena irmos à frente, sem termos uma explicação.

Eu ri, e ele me acompanhou.

-É.

Ele me guiou até a saída e quando já estávamos fora do museu, o homem dos olhos brilhantes estava sentado em um degrau, com uma jaqueta de couro marrom e uma calça jeans larga, muito diferente do vendedor e do homem de dentro do museu. Ele se virou e me olhou bem. Percy deve ter percebido, pois pegou minha mão de novo e me levou para longe do homem. Acho que devemos ter feito uma meia volta em torno do museu, até que, de repente uma coisa cai de uma árvore e faz um barulho surdo no chão. A coisa se levantou e logo percebi que era o homem estranho do degrau da frente do museu.

Percy, que ainda segurava a minha mão, falou bem baixinho no meu ouvido:

-Corre.

Vi pelo canto do olho que ele apertava Contracorrente no bolso de sua calça. O Homem dos Olhos Brilhantes estava se aproximando. Engoli em seco e me preparei sem me mover para correr. Apertei a mão de Percy como um sinal de “Agora!” e nós dois contornamos o homem e saímos em disparada para a avenida de trás do museu.

Me arrisquei a olhar para trás, e me arrependi disso. O homem se tornava em um monstro que eu não sabia a forma. Ele ficava tremeluzindo.

-Percy! – Gritei quando Percy parou e se virou contra o monstro, que já estava quase o alcançando.

Procurei minha adaga na bolsa, e quando a achei, taquei a bolsa longe, porque o que tinha dentro dela era só isso.

Percy destampou Contracorrente e eu preparei minha adaga.

O monstro chegava mais e mais perto, quando Percy atacou. Ele subiu na forma enevoada do monstro, que agora, mais parecia um leão gigante do que um monstro (o que, eu acho, não descarta a palavra monstro). Percy estava com a espada cravada no pescoço do Monstro Sem Nenhum Nome Muito Menos Forma quando me dei conta. Mas ele ainda rugia e se debatia, então me preparei para correr e pulei nas costas do nevoeiro. Não senti muita firmeza nele. Parecia que meus pés afundavam em uma lama quente. Cravei a adaga onde sentia que havia fragilidade na lama (hã?) e o monstro caiu e virou pó, e eu despenquei no peito de Percy, que com sorte, havia deixado sua lâmina cair longe. Gemi, com dor na costela, e não consegui me mexer. Confesso que gostei de ouvir o coração acelerado de Percy, enquanto meu ouvido estava encostado em seu peito. Minha mão estava no braço de Percy e ele também reclamava de dor.

-Consegue se mexer? – ele perguntou

Em resposta, tentei me jogar ao seu lado, mas não foi uma tentativa bem-sucedida. Eu cai um pouco mais para cima, de jeito que o meu rosto estava em frente ao rosto dele. Meu cabelo cobria um pouco do rosto dele, então com a mão tirei, e sorri, apesar da dor na costela quebrada.

Meus olhos estavam nos dele. Tão verdes. Tão profundos quanto o mar. Ele sorriu, o rosto com um pouco de fuligem se iluminou e então suas mãos me ajudaram a me deitar ao seu lado. Minha mão estava meio mole e caiu sobre a dele. Ele virou a cabeça e sorriu. Um sorriso que me fez suspirar.


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Notas finais do capítulo

AHAHH! Nem liguem se em algum momento, eu for dramática ou etc, etc, etc. É mania! E também já li muitos livros melancólicos que colocaram na minha cabeça que sem drama, não tem trama! LOL!
Review?
Beij*



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