Aventuras Descontroladas De Percabeth escrita por bloodymary


Capítulo 3
Uma Fúria acampa em frente a minha casa


Notas iniciais do capítulo

Então semideuses, estou aqui de novo, boa sorte em ler.



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Depois de um tempo nos olhando, ele reuniu coragem e se levantou, pegando um pacotinho no bolso da calça.

-Ambrósia.

Ele abriu o pacote e me deu um pedaço da boca. Tinha gosto de bolo de laranja.

Ele pegou um pedaço para ele e comeu, olhando a paisagem.

Senti minha costela voltando ao lugar, e, ui! Doeu.

Ele se endireitou, passou a mão no cabelo e me deu a mão, como ajuda para levantar.  Eu sorri e falei:

-Preciso encontrar minha adaga.

Ele olhou para o chão e procurou. Eu fiz o mesmo.

Depois de um tempo, vi uma coisa refletindo o sol. Corri até a adaga e a guardei na calça. Percy estava pegando a minha bolsa, que tinha caído uns cinco metros de onde a joguei.

-Hmm, não acho que eu vá precisar disso. – eu disse, arqueando uma sobrancelha.

Ele sorriu, desafiador e pegou a adaga da minha calça. Me arrepiei com seus dedos roçando a linha do meu quadril, mas ele não pareceu perceber. Ele pegou o pacote de ambrósia e a colocou dentro da bolsa, junto com minha adaga e uma garrafa que eu achei ser néctar.

Ele fechou a bolsa e me entregou, falando:

-Eu não fico muito estiloso com ela.

Eu ri, e ele me acompanhou.

Peguei-a e coloquei no ombro.

Passei a mão no rosto e olhei para ela, que estava cheia de fuligem dourada, igual à grudada no rosto de Percy.

-Um lugar para nos lavarmos. – dissemos em uníssono.

Rimos de novo.

Ele andou para a avenida de trás do museu, sem falar nada sobre o monstro sem forma. Bem... Parecia que nenhum de nós dois queríamos falar sobre isso. Mas uma hora ou outra, deveríamos discutir o que aconteceu.

Fomos até uma lanchonete perto dali, e entramos no banheiro. Não, ele no masculino, e eu no feminino, claro.

Coloquei a bolsa do lado da pia, prendi meu cabelo em um coque desarrumado e comecei a lavar o rosto. Aproveitei e molhei os pulsos e o pescoço. Peguei algumas toalhas de papel e me sequei. Olhei para o espelho e entortei um pouco a cabeça. Nossa. Eu estava horrível. Não que eu me importasse com a aparência, claro, mas é que meu cabelo tinha virado um ninho de ratos, e alguns cachos dourados se enroscavam com o zíper da jaqueta. Franzi o cenho e comecei a penteá-lo com a mão mesmo. Quando eu já estava com cara de civilizada, sai do banheiro. Percy me esperava encostado na parede, com um pé nela, o que, eu acho, não agradou muito o dono da lojinha.

-Está com uma cara muito melhor. – ele disse, sorrindo.

-Obrigada, Cabeça de Alga. – eu falei, arrebitando o nariz.

Ele riu baixinho.

Saímos sem comprar nada, o que também não deixou o dono da lanchonete lá muito feliz.

-Hmm, e agora? Será que se eu te levar para casa, acharemos mais algum monstro no caminho?

-Não sei. – eu falava a verdade – Se não tentarmos, nunca saberemos.

Ele sorriu, com o meu sorriso. Tive que acompanhá-lo.

Andamos alguns quarteirões em direção da minha casa, e quando passamos pela porta do apartamento de Percy, senti um arrepio.

Ele deve ter percebido, porque parou, e me olhou, curioso.

-O que foi?

Olhei nos olhos dele e disse:

-Nada, só pressentimento estranho.

-Eu estou sentindo isso desde o momento que te mostrei as entradas do museu.

Olhei para ele com atenção.

-É.

No quarteirão seguinte, perto da minha casa, uma mulher grávida começou a tomar forma de uma Fúria. Arregalei os olhos, enquanto ela chegava perto da esquina. Percy pegou na minha mão e me puxou para dentro do hall do prédio dele. Não, não era um hall, era um mini corredor, de forma que eu e ele ficaríamos prensados um no outro se ele fosse três centímetros menor. Mesmo assim, eu fiquei contra a parede e ele na minha frente. Ele olhava para o vidro da porta, prestando atenção se a Fúria estava vindo, mas eu não conseguia tirar os olhos dele, e eu sentia o seu coração vibrar pela jaqueta. Quando ele percebeu que a Fúria tinha meio que desistido, ele virou o rosto para mim e me fitou com aqueles olhos verdes. Tão verdes, profundos com o oceano. Ele sorriu com o modo de sorriso amarelo ativado.

-Hã? Quer mesmo ir para casa, e, hmm, enfrentar aquela Fúria no meio da calçada?

-Acho que não. – eu falei, enquanto ele se separava de mim.

Não! Volta! Gosto de sentir seu coração. A voz na minha cabeça. Argh! Não era um pensamento normal esse. Sacudi a cabeça para me livrar dele.

Ele se certificou de novo se a Fúria não estava vindo, e depois, falou:

-Só acho que vai ter que ficar aqui por um tempo, hmm, só comigo.

Afaguei, nossa! Eu e Perceu Jackson no mesmo apartamento. Talvez ele exploda. Ou talvez vire um mar idiota de rosas. Nossa.

-É, acho que sim.

Eu não queria voltar para casa uma hora destas. 1º. Tinha uma Fúria me esperando lá, e eu ainda não entendi o porquê diabos de ela não ter entrado no prédio de Percy; e 2º. (uma coisa que eu não queria confessar para mim mesma) Eu gostaria de ficar protegida por Percy, apesar de me sentir um pouco como uma grande idiota.

Ele pegou as chaves e apontou para a escada, mas ele foi à frente. O segui até o 3º andar. Chegamos a uma porta lisa de madeira lustrosa e clara. Ele abriu-a e deu passagem para que eu entrasse primeiro. Sorri e entrei. Ah, poxa, o apartamento era pequeno, mas aconchegante e fofinho. A sala de TV era a entrada e logo na frente, e com quase nenhuma separação, havia a cozinha. Para a esquerda, havia um corredor estreito e dava para ver um pedaço de um quarto todo azul.

Ele pegou minha bolsa e colocou no sofá.

-À vontade, senhorita. – ele disse, sorrindo.

-Claro. – eu sentei ao lado da minha bolsa.

Ele foi até a janela da escada de incêndio e voltou e falou:

-Ela ainda está lá, esperando. Mas voltou a sua forma de humana gravida. – ele franziu o cenho e se sentou do meu lado, hmm, do lado ao contrário da bolsa, de modo com que sua perna encostasse-se à minha. Não fiz nenhum movimento para demostrar meu arrepio. – Só não entendi o porquê que ela não quebrou a porta da entrada e nos atacou lá mesmo no hall.

Eu assenti.

-Vou ter que ficar vigiando para ver se ela não resolve subir e começar a fazer bagunça aqui.

Eu juntei as peças e percebi que iria dormir por ali mesmo. Mas não resisti:

-Vou dormir aqui?

Ele sorriu o meu sorriso e disse:

-Acho que sim.

Eu suspirei, mas não sei o porquê.

Ele se levantou e foi para o corredor dos quartos. Fiquei fitando a parede atrás da televisão.

Repassei tudo na cabeça. Ele tinha me levado para um museu, e no caminho eu senti que alguma coisa ai dar errado, e deu. Um homem virou um monstro sem forma e depois uma fúria havia se instalado na frente de minha casa, me esperando, mas não me seguiu quando mudei de destino. E agora Percy iria passar a noite acordado por mim, para ver se ela não vem, e sim, eu iria dormir na casa dele.

Percy interrompeu minha linha do pensamento quando voltou e falou:

-Você vai dormir na cama da minha mãe, é que lá tem um banheiro só para você.

Eu arqueei uma sobrancelha, surpresa.

-Não, não, não, não, não. Eu vou ou dormir no sofá, ou ficar de vigia com você.

Ele sorriu.

-Não, eu fico de vigia e você dorme, e dorme na cama da minha mãe. Ah cara, lá tem TV a cabo e um banheiro só para você, sabe o que é isso?

Eu sorri.

-Vem cá. – e ele me puxou para o corredor.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Beij*



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