Olhei para o garoto pelo canto dos olhos e o vi sorrindo bobamente. Bêbado, Alex.

- Então, o que acham de um pouco de... Verdade ou desafio? – Propôs Zack. Sorri por Zachary estar propondo algo novo na presença de pessoas desconhecidas. Ele era um garoto calado e tímido, então atitudes como essa na presença de outras pessoas só aconteciam quando o álcool estava envolvido.

- Ótima idéia Zack, te desafio a gritar na janela que é um babaca. – Disse dando de ombros.

- É só isso o que você pode fazer? – Levantou as sobrancelhas e foi até a janela, abrindo-a e gritando a pleno pulmões: “Sou um total babaca!”.

A partir daí, a brincadeira começou a virar uma competição de quem fazia desafios piores. Quase nos esquecemos da parte da “verdade”. No entanto, Giulia se lembrou a tempo, enquanto Rian tinha que andar pelo quarto com um Alex em suas costas, ela se aproximou e me lançou a pergunta sem pensar duas vezes: - Jalex é real, não é?

- Lembro-me de ter respondido essa pergunta uma vez... Jalex é como um unicórnio, você sabe que exist-

- Mas nunca vai ver – Sorriu. – Era o que eu pensei.

Giulia sorriu e se afastou repentinamente dando pulinhos. Estranha, ela estava bêbada ou era apenas uma dessas fãs histéricas. Peguei a garrafa de uísque e a virei na minha boca, o líquido parecia como água, e o sorriso sem motivo não saía dos meus lábios.

- O que ela estava perguntando pra você? – Alex veio em minha direção. Havia um sorriso idiota em seus lábios.

- Jalex.

- O que você respondeu?

- O lance dos unicórnios – Dei-lhe a garrafa.

- Sempre gostei de unicórnios – Sorriu-me e se aproximou ainda mais. Suas palavras saíam um pouco emboladas, obviamente: - O que você acha de ver uns unicórnios?

- Adoraria – Respondi sem pensar.

Alex e eu sempre fomos amigos, desde que ele entrou na minha escola ainda com um leve sotaque britânico. No entanto, sempre que o álcool estava envolvido as coisas mudavam um pouco. Os toques e interesses mudavam de direção, como neste momento. Olhando para o garoto de sorriso débil, dava-me uma vontade aguda de beijá-lo, deixando qualquer coisa para depois.

- Hey, Alex! – Rian chamou-o.

- O que? – Gritou de volta.

- Vamos jogar. E você também Jack, arraste essa sua bunda branca para cá!

- O que você quer, Rian?

Mais uma brincadeira de bêbado. A tal que haviam pensado antes de começarmos a beber.

Era engraçado quando eu ingeria uma quantidade grande de álcool. Duas garrafas de uísque e algumas cervejas, claro que não sozinho. Além de querer beijar loucamente meu colega de banda, meus pensamentos ficavam um tanto quanto filosóficos. O tom das cortinas, o porquê de usarmos roupas e como fica tudo escuro quando as luzes estão apagadas. Acho que deveria escrever um livro enquanto estivesse bêbado.

Não participei da primeira rodada de picada cega, minha cabeça estava rodando muito. No entanto, fui obrigado a participar da segunda. Quem eu acharia no escuro?