My Only Exception escrita por


Capítulo 8
Capítulo 8 - Change


Notas iniciais do capítulo

Oi... Olha quem resolveu aparecer e com capítulo fresquinho pra vocês.
Eu sei... 11 dias foram muito, mas não me matem por favor! :0 E além do mais deem uma olhada na barrinha ali do lado. Primeiro capítulo com mais de 5 mil palavras. Lindas 20 páginas *-*
Eu me empolguei um pouco.
Esse capítulo foi muito complicado de escrever, por isso levei 3 dias para terminá-lo e já vou avisando: não revisei a última parte... Depois eu vejo isso.
Obrigada mesmo a todos que deixaram review e a todas as meninas do twitter que também me incentivam muito.
Enjoy!



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Franklin, TN.


Um mês depois...




–Joey já foi? –Christie perguntou, quando sua filha adentrou a sala e se sentou no sofá ao seu lado.


–Já. –Hayley respondeu e deitou-se no sofá, apoiando sua cabeça no colo de sua mãe.


–Ele disse quando vem te ver novamente? –Christie perguntou enquanto alisava os cabelos da filha.


–Não disse ao certo, mas prometeu que não vai demorar mais um mês... Sabe mãe, o pai quer que eu vá visita-lo... Mas, eu disse que não vou. –Hayley disse levantando o olhar até sua mãe, esperando que ela dissesse alguma coisa a respeito do que ela acabara de contar.


–E por que não quer ir? –Christie disse ainda fazendo carinho nos cabelos –agora laranja- de sua filha.


–Eu não quero encontrar meu pai com outra família mãe! –Hayley respondeu, como se sua resposta fosse óbvia.


–Mas, você sabe que isso vai ter que acontecer cedo ou tarde, não sabe?


–Sei, mas eu não acho que estou preparada para sei lá... Conhecer minha... Irmã? Irmã que há menos de dois meses atrás eu nem sabia que existia.


–Eu sei que deve ser difícil filha, mas tenta entender. Erica é só uma criança que não tem culpa dos erros dos pais. Eu aposto que ela vai adorar te conhecer. –Christie disse serenamente.


–Eu não sei, mas mesmo assim... Meu pai tá morando com a mãe dela mãe. Eu não vou aguentar olhar pra cara da pessoa que separou vocês. Não vou mesmo. –Hayley disse, e se sentou ao lado de sua mãe encarando-a.


–Não foi só ela que me separou do seu pai filha. A nossa separação se deu por vários motivos. E não há nada para fazer a não ser aceitar que seu pai... –Christie suspirou- Está feliz com elas agora.


–Sinceramente mãe. Eu não sei como você consegue manter-se tão calma assim. –Hayley disse com certa indignação.


–Há coisas que acontecem na vida, que você não pode mudar filha, só pode aceitar. –Christie disse olhando nos olhos de Hayley.


–Está certo mãe. Eu vou pensar.


–Faz isso filha. Você vai ver que é inevitável conhecer sua irmã. –Christie disse e Hayley levantou-se e foi em direção à escada.



P.O.V Hayley



Depois que voltei do hotel, onde meu pai se hospedou no fim de semana -pois o clima não ficaria muito agradável se ele ficasse aqui em casa-, eu subi para o meu quarto.


Foi muito bom passar o fim de semana com meu pai. Fazia um mês que eu não o via e pude acalmar a saudade que sentia dele, na verdade ainda sinto, pois desde que me despedi dele no hotel, a saudade voltou no mesmo momento.


A conversa que tive com minha mãe assim que voltei de lá, me fez pensar realmente na possibilidade de voltar para Meridian, visitar meu pai, assim que pudesse, como ele pediu.


Eu realmente tenho medo de me sentir uma estranha, visitando meu pai lá. Por mais que ele tenha me dito que vendeu a nossa antiga casa, eu sei que voltar em Meridian, vai me trazer de volta algumas lembranças, eu desde que cheguei em Franklin eu busco esquecer.


Não me imagino na mesma casa que a mulher que destruiu o casamento dos meus pais. Por mais que minha mãe diga o contrário, eu sei que ela também sente raiva de Jennifer. Eu sei que minha mãe ainda ama meu pai.


Após passar o restante da tarde dormindo, eu só levantei para tomar um banho e voltei para a minha cama novamente, pois não tinha nada de interessante para fazer e além do mais teria que acordar cedo na manhã seguinte.


Acho que passei dois terços da minha vida até agora dormindo.



Assim que eu acordei e fiz toda a minha rotina diária, eu fui até a casa de Dak para nós seguirmos juntas até o colégio.


–HAYLEY! OMG! O QUE VOCÊ FEZ NO CABELO? –Dak gritou assim que abriu a porta de sua casa e deu de cara comigo.


–Bom dia pra você também Dak! –Disse, mas ela não pareceu se importar muito.


–OMG! EU AMEI SEU CABELO HAY. –Disse ela, ainda alto me fazendo rir de seu desespero.


–Calma Dak, eu só pintei. –Falei ainda rindo da cara de espanto da garota.


–Quando você pintou? Ficou demais Hay, sério! –Dak disse e finalmente nós começamos a caminhar.


–Sábado. Ah nem mudei tanto assim, só saí do vermelho para o laranja. Mas, que bom que você gostou Dak.


–Ah pra mim fez muita diferença sim. Eu gostava do vermelho, mas o laranja me encantou. –ela disse e eu ri- Mas, você não ia passar o final de semana com o seu pai? Achei que vocês iam sei lá... Passar vinte e quatro horas juntos e eu sei que pra deixar seu cabelo assim, você deve ter passado boas horas no salão.


–Que exagero! Mas foi meu pai que me deu a ideia pra mudar de cor. –Falei enquanto nós continuávamos a andar.


–Seu pai? Caraca! Seu pai é maneiro. –Ela disse e nós rimos.


Meu pai não é muito convencional e depois que eu o surpreendi, quando pintei meu cabelo pela primeira vez aos 14 anos, ele se acostumou e agora diz que se eu deixasse meu cabelo na cor natural, ele não me reconheceria mais. Ele ficou no salão me esperando até eu ficar pronta. Sério, meu pai não existe!


–Sério Hay. Quando você for pintar o seu cabelo de verde, me avisa que eu pintarei o meu de laranja daí. –Dak disse com naturalidade e eu parei de caminhar assim que ouvi suas palavras.


–QUEM FOI QUE TE DISSE QUE EU VOU PINTAR MEU CABELO DE VERDE? –Perguntei e Dak começou a rir muito.


–Ah ninguém! Só estou deduzindo! –Ela respondeu em meio a risos.


–Doida! Não vou pintar meu cabelo de verde Dak. –Disse e começamos a andar novamente.


–Ficaria lega!


–Esquece. Se você for esperar eu pintar meu cabelo de verde pra deixar o seu laranja... Bem, provavelmente isso não aconteça! –Falei no momento em adentrávamos o portão do colégio.



Eu tinha os dois primeiros horários de Biologia, e então me separei de Dak e fui até a respectiva sala.


Quando entrei, me dirigi até a bancada onde estava Josh, sozinho. Jenna havia desistido de sentar ao seu lado, já que sempre que ela fazia isso o professor a obrigava a sair e me colocava no seu lugar, ao lado de Josh, que segundo meu professor, seria meu parceiro até o fim do ano letivo.


Mas desta vez, Jenna não estava ao lado de Josh e em nenhum outro lugar naquela sala.


Deus existe!


–Bom dia! –Disse para Josh, assim que me sentei ao seu lado.


–Bom dia! Tudo bem? –Perguntou ele sorrindo para mim, como sempre.


–Tudo. Ér... Cadê ela? –Não pude deixar de perguntar, queria saber se não era cedo demais para comemorar.


–Ela quem? –Josh perguntou, arqueando as sobrancelhas.


–A garota que quase me estrangula com o olhar toda vez que sento do seu lado. Ela morreu? –Perguntei e Josh começou a rir.


–Ah você tá falando da Jenna? –Ele mais afirmou do que perguntou, enquanto ainda ria.


–É, não que eu me importe. Mas, estranhei, afinal ela sempre está aqui quando eu chego.


–Eu não sei o que aconteceu. Mas ela não morreu, não que eu saiba pelo menos. Você queria que isso tivesse acontecido é? –Falou ainda achando graça.


–Pensei que soubesse. Mas, não morrer não... Agora, uma viagem pra Conchinchina não faz mal pra ninguém! –Falei e dessa vez até eu ri da idiotice que disse.


–Você não gosta mesmo dela não é?


–Ela que me odeia! –Respondi.


–Ah ela não te odeia. –Josh disse, enganando a si mesmo.


–Odeia sim! Você diz isso porque é... Bem, é alguma coisa dela. –Falei sem pensar.


–Amigo. Isso é a única coisa que eu sou dela. –Disse Josh, convicto.


–Ah, desculpa. Mas, vocês não parecem ser somente amigos. Mas, eu também não tenho nada com isso. –Falei rapidamente.


–Bem, a gente já teve um namoro rápido, mas foi só isso mesmo. Agora só somos amigos, apesar de ela não aceitar isso às vezes. –Josh disse, como se precisasse me explicar alguma coisa.


–Você não precisa me explicar nada.


–Mas eu quero!


–Por quê? –Perguntei rapidamente.


–Por que eu não quero que você pense que eu tenho alguma coisa a mais com a Jenna .


–Não importa. Não tenho nada com isso mesmo. –Falei e ri de canto.


–Tem sim. –Ele disse e me fitou e eu apenas desviei o olhar no mesmo instante para o professor que adentrava a sala no exato momento.


Não posso negar que durante este último mês eu me aproximei mais de Josh, mesmo sem querer, e que nossas conversas na aula de Biologia rendiam, mesmo com as broncas do professor e com os olhares venenosos de Jenna sobre nós.


Nesse tempo, eu evitei que Josh me deixasse em qualquer situação constrangedora e também percebi que talvez ele só quisesse mesmo se aproximar de mim como um amigo, já que eu me tornei amiga de seu irmão e também de Taylor e Dak.


Ignorei o que Jenna insinuava e o que Dak também dizia estar na cara. Sim, pra Dak qualquer garoto que me diga "oi" já está afim de mim.


A verdade é que eu gostava de conversar com Josh e que me sentia bem ao seu lado. Exceto nas vezes em que ele diz certas coisas.


Ele não estava dando em cima de mim, se estivesse eu perceberia.



Estava prestando seriamente a atenção na aula, já que todos estavam em silêncio, quando de repente percebo Josh colocando um papel em cima do meu caderno.


"Hayles, quer sair comigo qualquer dia desses??"



Ok, definitivamente eu não perceberia se ele estivesse dando em cima de mim.


Sou uma idiota mesmo. Dak me disse que ele era um galinha, mas por que comigo?


Fui boba em achar que ele queria ser só meu amigo.


Peguei o bilhete e não olhei para Josh, mas li o pedaço de papel novamente.


" Hayles, quer sair comigo qualquer dia desses??"


"Hayles?"



Como assim Hayles? Só Jerm me chama assim.



Não demorou muito para bater o sinal e aquelas intermináveis aulas de Biologia acabassem.


Saí rapidamente da sala e fui para minha próxima aula.


–Eu te disse Hay! Eu te disse que Josh estava é dando em cima de você! –Dak falou quando mostrei o bilhete a ela, enquanto estávamos na tediosa aula de História.


–Ele é um idiota! –Disse.


–Por quê? Por querer ficar como uma garota como você? Ah pare Hay! Se eu fosse lésbica você ia ver só! –Dak disse e eu ri.


–Eu nunca vou ficar com um garoto como ele! –Falei.


–Ele é um gato! –Dak disse enquanto fingia anotar alguma coisa que a professora falava.


–Dane-se! –Disse, repetindo o ato que Dak fazia com a caneta.


–Mas você vai sair com ele? –Dak perguntou, na boa, às vezes acho que ela não me entende.


–Claro que não Dakotah! –Falei mais alto do que deveria e a professora olhou para mim, fazendo com que me calasse.


–Eu acho que você deveria aceitar. –Dak sussurrou.


–E por que eu faria isso? –Sussurrei de volta, para que somente ela pudesse ouvir desta vez.


–Sei lá! –Ela disse, mas como Dak não consegue ser discreta por muito tempo, a professora ouviu e desta vez nós ficamos mudas.


Detenção jamais.


Após meia hora sem falarmos uma palavra, eu e Dak fomos lanchar, pois já era intervalo.


Taylor ficou muito tempo com a gente e depois foi fazer companhia para Josh, que estava sozinho.


Josh sempre passa o intervalo com Jenna, Zac e mais alguns garotos. Mas, hoje ele estava sozinho e por isso, como bom amigo que é, Taylor foi conversar com ele.


Eu sabia que Jenna não tinha vindo para o colégio, mas quanto ao Zac, só agora que percebi que não tinha o visto ainda.


Será que Jenna o sequestrou pra pedir como resgate o Josh?


Não. Creio que não, provavelmente ela sequestraria Josh de uma vez.


–Zac também não veio hoje? –Perguntei pra Dak, que estava sentada à minha frente.


–Não. Tay me disse que ele não veio, porque parece que não estava se sentindo muito bem. –Dak respondeu depois de terminar de tomar sua coca.


–Nossa. O que ele tem?


–Não sei, provavelmente comeu demais o que não deveria. –Dak respondeu e eu ri.


–E você Hay, não vai mesmo sair com Josh? –Dak perguntou mudando de assunto.


–Não. –Respondi apenas.


–Ah Hay, não custa nada. –Ela disse rindo- Por que não sai? Só pra ver como é.


–Você mesma me disse que ele já ficou com quase todas as garotas desse colégio, e ainda quer que eu saia com ele, é isso? –Perguntei.


–Ah sei lá. Mas, já faz mais de um mês que você veio pra cá e nunca ficou com ninguém... Achei que seria legal. –Dak disse.


–Eu não sou o tipo de garota que fica com qualquer um, só por ficar Dak. –Falei e ela ficou quieta.



Depois de mais duas tediosas aulas, -em que eu não vi Josh, o que achei melhor já que não queria dizer que não queria sair com ele- eu fui para casa.


Cheguei em casa com uma vontade enorme de pegar meu violão e tocar muito. Depois de variar entre No Doubt, Jimmy Eat World e Ramones, lembrei que tinha feito uma melodia, -no dia em que voltei do terceiro e último ensaio com a The Factory- e me veio à cabeça um trecho e eu achei que poderia fazer uma letra para ela.


I don’t feel guilty


I’m just like this


I just wanna live my life today



*Não me sinto culpada


Sou apenas assim


Só quero viver minha vida hoje



Era assim que eu me sentia em relação à mudança que aconteceu na minha vida, era assim que eu me sentia um mês depois de ter deixado quase tudo pra trás.



When I’ve left all things behind


I think of me


I just wanna do anything


To find peace in my soul



*Quando deixei tudo para trás


Eu penso que eu


Eu só quero fazer qualquer coisa


Para achar paz na minha alma



Pequei um caderno e um lápis e comecei a escrever o que me vinha em mente, parecia que tudo se encaixava na melodia que eu havia feito outro dia. Eu só estava mesmo escrevendo o que eu estava sentindo no momento.


Depois de uma meia hora concertando e fazendo algumas modificações na música, eu terminei a letra, e eu gostei. Simples, mas uma letra que dizia o que eu pensava.


Eu sentia falta do meu pai, mas eu não estava triste. Eu só quero recomeçar.



When I find myself here


I think of you


I just want to remember things


Things we have done



*Quando eu me encontro aqui


Eu penso em você


Só quero relembrar


Coisas que fizemos




Olhei para o papel em minhas mãos e coloquei meu violão novamente em meu colo e comecei a tocar e cantar a melodia e a letra que acabara de terminar. Algo totalmente sincero.



"When I’ve left all things behind


I think of me


I just wanna do anything


To find peace in my soul



I don’t feel guilty


I’m just like this


I just wanna live my life today



I don’t feel sad


I’m just like this


This is the way



I wanna change my life


And start again


I wanna change everything


And go the end



When I find myself here


I think you


I just want to remember things


Thing we have done



I don’t feel guilty


I’m just like this


I just wanna live my life today



I don’t feel sad


I’m just like this


This is the way



I wanna change my life


And start again


I wanna change everything


And go the end"



*Quando deixei tudo para trás


Eu penso que eu


Eu só quero fazer qualquer coisa


Para achar paz na minha alma



Não me sinto culpada


Sou apenas assim


Só quero viver minha vida hoje



Não me sinto triste


Sou apenas assim


Esse é o caminho



Quero mudar minha vida


E recomeçar


Quero mudar tudo


E ir até o final



Quando eu me encontro aqui


Eu penso em você


Só quero relembrar as coisas


Coisas que fizemos



Não me sinto culpada


Só sou assim


Só quero viver minha vida hoje



Não me sinto triste


Só sou assim


Este é o caminho



Quero mudar minha vida


E recomeçar


Quero mudar tudo


E ir até o fim.



Assim que cantei o último verso da música e terminei de tocá-la, ouvi certo barulho e olhei imediatamente para a porta.


Dakotah com um sorriso escancarado me olhava e batia palmas.


De onde essa garota saiu?


–MEU DEUS HAY, COMO VOCÊ CANTA BEM GAROTA! –Dak disse parando de bater palmas feito retardada, e eu fiquei um pouco envergonhada.


–Desde quando você tá aí? –Perguntei enquanto ela adentrava meu quarto.


I don't feel guilty, I'm just like this…?–Ela tentou cantar.


–OMG! –Isso que dá deixar a porta aberta, pensei.


–De quem é essa música Hay? Eu nunca ouvi. –Dak perguntou e se sentou ao meu lado na cama.


–Ér... Minha. –Respondi. Eu já compus outras coisas, mas eu já mais mostrei pra alguém.


–Sua? Eu não sabia que você compunha. –Ela disse um pouco assustada com minha resposta.


–É... Eu acabei de terminar.


–Nossa Hayley! Você é muito talentosa. –Dak disse lendo o papel com a letra que estava sobre a cama.


–Obrigada, mas não exagera. –Falei, eu estava um pouco constrangida, era a primeira vez que Dak me ouvia cantar e ainda por cima, era algo meu que.


–Eu não estou exagerando Hay, você tem muito talento. Canta, toca, você dança também? –Ela perguntou e eu ri.


–Não. Não danço, apenas toco e canto. –Respondi.


–Apenas? Eu bem que queria cantar e tocar assim... Aliás, você também toca piano? –Dak perguntou apontando para o antigo piano que ficava em meu quarto. Era a primeira vez que ela entrava aqui.


–Toco sim.


–Toca pra eu ver? Acho muito lindo. –Dak pediu.


–Não.


–Ah Hay! Por que não? Vai toca! –Dak falou animada, indo até o piano e sentando-se no banquinho.


–Porque não e eu não vou tocar. Toca você já que tá aí mesmo. –Falei brincando, eu sabia que Dak não tocava nenhum instrumento.


–Como se eu soubesse tocar alguma coisa. A toca aí Hay, para de ser chata. Aposto que você arrasa! –Dak disse e se levantou vindo novamente até a cama onde eu estava.


–Outro dia eu toco. Você já viu e ouviu muita coisa por hoje. –Falei me jogando na cama.


–Bom mesmo, se não eu vou com você em um desses ensaios que você vai todo sábado e te vejo tocar.


–Eu não toco na The Factory, e muito menos piano Dak. –Falei rindo, definitivamente não haveria como tocar algo do gênero naquela banda-. Eu canto, aliás, cantava.


–Ah que seja! Mas só de ouvir a sua voz já tá valendo! –Ela disse e se deitou na cama ao meu lado. Mas... Por que você disse cantava? Não vai mais cantar?


–Não.


–Por quê?


–Ah eles fazem um som muito diferente do que eu curto, e eu também só aceitei ir á alguns ensaios porque Jerm insistiu muito. No sábado passado eu não pude ir, já que meu pai estava aqui, e Jerm me disse que os caras não gostaram muito. –Respondi.


–Nossa que idiotas! ...Mas Hay, você tem que me apresentar esse "Jerm" –Dak fez aspas com os dedos- aí que você tanto fala.


–A próxima vez que ele vier aqui eu te apresento. Pode deixar. –Falei.


–Mal posso esperar! Ele deve ser um cara muito bacana, já que você parece gostar tanto dele. –Dak disse sorrindo.


–Sim, Jerm é demais! Conheço ele há anos e somos muito amigos.


–SÓ amigos? –Dak perguntou, sentando-se na cama para me olhar melhor.


–Claro! SÓ amigos... Quase irmãos. –Falei e ela pareceu acreditar.


–Tá certo então. Acredito... Mas garota, você me fez quase esquecer porque vim até aqui! –Dak falou, enquanto eu me sentava na cama.


–Não foi pra me fazer uma visita? –Perguntei fazendo uma expressão triste.


–É foi... Quer dizer, não. Tem outra coisa também. –Dak respondeu um pouco atrapalhada com as palavras.


–O que?


–É que o Tay saiu com o Farro escolher uma guitarra nova, e me ligou perguntando se eu não queria ir encontrar eles no shopping, pra gente jogar boliche. Aí eu pensei em convidar você! –Dak respondeu com tanta empolgação que eu ri.


–Como assim, Taylor toca guitarra? –Perguntei fugindo, sem querer, um pouco do assunto.


–Toca sim e muito bem por sinal. Meu amor arrasa! –Ela respondeu orgulhosa e eu ri


–Nossa, eu não sabia! –Respondi.


–Pois é, e o Zac toca bateria, e Josh guitarra também.


–Nossa! Eles já podem montar uma banda. –Disse rindo.


–Sim! Eles vão até fazer um show! –Ela disse visivelmente animada e eu não entendi mais nada.


–Hã? Eles tem uma banda? –Perguntei totalmente confusa.


–Não exatamente, mas eles querem se apresentar no...


–AONDE? –Perguntei interrompendo Dak sem querer.


–No show de talentos do colégio. –Ela respondeu já caindo na gargalhada e eu a acompanhei imediatamente.


–Você tá falando sério? –Perguntei ainda rindo.


–Claro! Josh já compôs até uma música pra eles tocarem. –Ela respondeu em meio a risos.


–Essa eu não posso perder!


–Nem eu... Mas Hay, você não respondeu. Afinal, vem ou não jogar boliche com a gente garota? –Dak perguntou sobre, o que eu já tinha até esquecido.


–Ah, mas eu sou péssima!


–Não importa, eu também sou. –Ela disse levantando-se.


–Espera, tenho que me trocar. –Falei.


–Tem nada! Você tá ótima assim. –Ela disse me puxando da cama pelo braço.


–Claro que não!


–Tá sim, agora vamos! –Ela disse, já indo em direção à porta.


–Tá bom então. Mas, eu tenho que ligar pra minha mãe pra avisar. –Falei levantando o violão sobre a cama e pegando meu celular que estava embaixo dele.


–Como assim ligar? Sua mãe tá em casa garota! Quem você acha que abriu a porta pra mim?–Dak me olhou confusa.


–Mas... –olhei meu celular- OMG! Já são sete horas! –Falei assustada, eu tinha passado a tarde no quarto tocando e depois me empolgado com a nossa conversa, que nem notei que tinha passado tanto tempo.


–Claro que são! E o Tay já deve estar desistindo do jogo. –Dak falou e começou a sair do quarto. – Vamos Hayley!


–Eu nem notei que minha mãe já tinha chegado! –Falei enquanto descíamos a escada.


–Christie me disse. Ela falou que chegou, ouviu você tocando no quarto e resolveu não atrapalhar. Sua mãe é uma fofa Hay. –Dak disse descendo apressadamente os últimos degraus.


–É, ela é legal!



Depois de ouvir o clássico "Não volte muito tarde" da minha mãe, eu e Dak fomos até o shopping encontrar os garotos. Quando chegamos até o boliche, eu tive uma surpresa, que de certa forma eu não gostei muito.


O "Farro" que Dak disse, não era Zac.


Eu achei que Zac já estivesse melhor ou sei lá... Mas, não me passou pela cabeça que pudesse ser Josh.


Fomos até os garotos, que já estavam pegando os calçados.


–Então iam jogar sem a gente? É isso? –Dak perguntou se aproximando do local onde os meninos estavam.


–Ah vocês estavam demorando, então eu e o Josh resolvemos jogar sozinhos. –Taylor falou e logo em seguida deu um selinho em Dak.


–Podem esquecer essa ideia, por que as profissionais aqui chegaram. –Dak falou e apontou para nós duas, fazendo os garotos rirem.


–Fale por você Dak. –Eu disse.


–Ah oi Josh! –Dak falou.


–Oi Dak... Oi Hayley. –Josh disse sorrindo.


–Oi. –Respondi apenas.


–Ah vocês vão jogar ou não? –Taylor perguntou.


–Claro que vamos, é pra isso que estamos aqui oras! –Dak se apressou em dizer.


–Tá certo. Então eu e Dak, e a Hayley com o Josh. Pode ser? –Taylor perguntou.


–Ah prefiro meninas contra meninos! –Me apressei em dizer. Não queria jogar com Josh.


–Você tá louca, Hay? A gente vai perder feio! –Dak falou me olhando com indignação.


–Não não! Assim tá ótimo. –Taylor disse sorrindo.


–Vocês que decidem. –Josh se manifestou.


–Vamos mostrar pra eles que não somos tão ruins! –Falei tentando convencer Dak, mas na verdade eu sabia que não teríamos chance. Eu sou péssima e aposto que Dak é tão ruim quanto eu.


–Está certo. Vamos acabar com esses garotos! –Dak falou animada, enganando a si mesma.


–Coitadas! –Taylor disse- Nós é que vamos acabar com vocês, né Josh?


–Claro! –Josh respondeu.


Depois que pegamos os calçados, nós fomos para a pista jogar e não preciso nem dizer que eu e Dak perdemos.


Na verdade a gente não perdeu, fomos aniquiladas isso sim!


52 pontos... Na boa, este deve ser o pior resultado da história do boliche.


Após nossa humilhante derrota, nós resolvemos ir comer alguma coisa, claro que não antes de termos que aguentar os garotos comemorando e jogando na cara o quando eu e Dak somos péssimas. Depois deste jogo, nós seriamos zuadas pra sempre.


Mas, tirando a parte de termos perdido e a de termos que aguentar as brincadeiras dos garotos, nosso jogo foi muito divertido. Por um momento, parecíamos velhos amigos nos divertindo. Quatro velhos amigos, pois até Josh se soltou com a gente. Ele fazia diversas brincadeiras e tudo mais. Eu conheci um lado até então desconhecido de Josh, já que esta foi a primeira vez que ele saiu comigo, Taylor e Dak. Geralmente quem sai conosco é o Zac.


Josh comentou que Zac ainda estava com dores estomacais, o que comprova o que Dak disse mais cedo.


–E aí, compraram a tal da guitarra nova? –Dak perguntou enquanto nós saboreávamos nossa deliciosa e saudável refeição –hambúrguer com batata frita-.


–Dak meu amor, não é a tal da guitarra... É uma Fender! –Taylor respondeu como se tivesse explicando algo para uma criança de 5 anos de idade.


–OMG! Você comprou uma Fender Taylor? –Perguntei e Josh me olhou espantado, na certa pensava que assim como Dak, eu não fazia ideia do que fosse.


–Não, foi Josh que comprou. Eu ainda tenho que me conformar com minha Kramer. –Taylor disse fazendo uma expressão triste e ao mesmo tempo engraçada.


–Tá, agora vocês vão me deixar boiando aqui? –Dak falou e nós rimos.


–Você também toca guitarra Hayley? –Josh perguntou.


–Não... Só toco violão e piano. –Respondi e Josh sorriu.


–Nossa Hay! Dak me disse que você canta, mas não sabia que você também toca. –Taylor falou.


–Sim! Hayley tem muitos talentos! –Dak começou a falar toda animada- Toca, canta e compõe...


–Você compõe? –Josh perguntou espantado.


–É... Não exatamente. –Respondi um pouco sem jeito. Só me falta a Dak falar da Change –sim, depois de pensar um pouco, decidi que esse seria o nome da música que fiz mais cedo-.


–Ah pode parar Hay! Hoje eu vi e ouvi essa garota tocando e cantando... Sério gente, vocês precisam ver. Hayley é incrível... E a música que ela fez é linda! –Dak disse com sorriso no rosto. Como sempre ela não consegue ficar calada.


–Cara, eu quero ver isso! –Taylor falou sorridente.


–Poxa Hayley! Você toca, canta... É linda. Tem mais alguma coisa? –Josh disse e eu senti meu rosto esquentar. Não sei porque fico assim quando ele me diz algo do tipo. Dak olhou pra mim com certo sorriso e depois riu ao ver minha cara de idiota.


–Ela só não dança e nem sapateia... –Dak falou e eu desfiz minha cara de idiota e ri da besteira que ela dissera.


–Errado Dakotah –Josh começou-, ela não sapateia... Porque dançar eu sei que ela dança... –Ele disse e me olhou sorrindo.


–Que seja! –Dak disse rindo.


–Devia se inscrever pro Show de Talentos, Hay. –Tayor se manifestou.


–É não... Nunca faria isso. –Respondi.


–Por quê? Eu, Josh e Zac vamos. –Disse Taylor.


–É... Eu não ia ficar a vontade num palco sozinha com um monte de pessoas me observando... Definitivamente não ficaria.


–Ah, aposto que você iria arrasar! –Josh falou.


–Eu quero é ver vocês! –Falei.


–Pois verá! Nós vamos arrasar. –Taylor falou.


–Aposto que vão. –Dak disse e deu um beijo no namorado.


–Mas vocês pretendem tocar o que? –Perguntei.


–Josh compôs uma música... É um talento que só esse cara! –Taylor disse rindo.


–Para de exagero York... Compor eu compus... Agora quero ver a coragem pra cantá-la. –Disse Josh e eu me surpreendi, não imaginei que ele cantasse.


–Qualquer coisa, chama a Hay que ela canta pra você... Já que tocar ela não toca. –Disse Dak irônica, lembrando que eu não quis tocar piano pra ela e eu ri.


–Opa, vai ser um prazer ouvir a Hayley cantando a minha música. –Josh falou, ele não perde uma.


–Desiste! –Falei rindo, era loucura ele ouvir a bobagem que Dak disse.


–Hey galera! –Taylor chamou nossa atenção- Eu sei que nosso papo tá bom, mas já é tarde e se eu não chegar antes das 11h em casa, meu pai nunca mais me empresta o carro dele. –Taylor terminou e nós rimos do seu desespero.


–Mas como assim? Você não tá com o seu carro? –Dak perguntou olhando confusa para seu namorado.


–Não. Meu pai me fez deixar ele na revisão hoje e me emprestou o dele. Ah Hayley! Você não se importa de ir com Josh? É que no carro do meu pai só cabem duas pessoas. –Taylor perguntou e eu não quis acreditar no que ouvi. Mas uma vez eu teria que dividir o mesmo veículo que Josh.


Por mais que a gente tivesse se divertido esta noite, eu não gostaria de ficar sozinha com Josh. Dak notou a cara que fiz quando Taylor fez a pergunta e riu de canto. Ela estava se divertindo com a minha situação.


–Ér... Ok. –Enfim respondi e notei que Josh sorriu ao ouvir minhas palavras.


–Então, vamos? Ou vocês vão ficar mais um pouco? –Dak perguntou sorrindo e eu quis matá-la.


–É claro que não! –Me apressei em falar- Quer dizer... Você já está indo né Josh?


–Sim, vamos! –Josh respondeu.



Nós já estávamos no carro e desde que saímos do shopping não trocamos uma palavra.


O silêncio já estava incomodando.


–Você toca há muito tempo Josh? –Perguntei rompendo o silêncio, depois que olhei a caixa com a Fender no banco de trás.


–Desde os 10 anos. –Ele respondeu sorrindo.


–Hum... Então é muito tempo. Certo?


–É tenho 16 anos, se é isso que quer saber. -Ele falou sorrindo- Mas em breve completo 17 e você?


–Minha idade?


–É, também. Desde quando toca... E canta Hayles?


–Tenho 15 e não completo 16 em breve –ele riu-, só em Dezembro. Bem... Já fazem alguns anos. –Disse, na verdade eu nem lembrava ao certo com quantos anos comecei a tocar e a fazer aulas de canto.


–Hum... Eu gostaria de te ouvir cantar Hayles! –Ele disse.


–Como você me chamou? –Perguntei... Queria ter certeza.


–Ér... Hayles... Desculpa, sai sem querer às vezes. Você se incomoda se eu te chamar assim? –Ele perguntou meio sem jeito.


–É... Não, tudo bem. –Falei sem pensar... Na verdade eu não me incomodava mesmo, só achava estranho ele que não tem muita intimidade comigo, me chamar assim.


Senti quando Josh parou o carro e desceu. Nós havíamos chegado até minha casa.


Antes que eu pudesse abrir a porta, Josh já havia o feito e eu saí. Ok, agora ele é um cavalheiro? Ri desse meu pensamento, acho muito estranho isso, mas tudo bem.


–É, então... Boa noite Josh. –Falei e já ia me afastando da lateral do carro onde estávamos, mas parei e me virei novamente ao sentir a mão de Josh em meu braço.


–Hayles... –ele disse e se aproximou um pouco mais de mim, muito para dizer a verdade, ainda segurando meu braço- Você não me respondeu... Você quer sair comigo, qualquer dia desses?


Gelei ao ouvir sua pergunta, definitivamente ali com ele me olhando daquele jeito... Eu não sei se conseguiria negar.


–É... Acho que não vai rolar Josh. –Falei e tentei me afastar, mas mais uma vez fui impedida. Só que desta vez, Josh me puxou para muito perto dele.


–Por que não? –Ele perguntou me olhando nos olhos e se aproximou mais ainda- Eu gostaria muito de te conhecer melhor Hayles. –Josh disse e eu vi aqueles olhos castanhos cada vez mais se aproximando de mim e eu realmente fiquei sem ação.


A aproximação de Josh me fez sentir as verdadeiras borboletas no estomago, e quando eu senti sua mão em meu rosto e vi seus lábios vindo em direção aos meus, eu achei que não resistiria.


Mas, num impulso eu quebrei toda aquela aproximação, me afastando bruscamente de Josh.


Olhei pare ele que parecia não acreditar.


–Ér... Me desculpe. –Ouvi Josh dizer, mas eu ainda estava atônita.


–Amanhã a gente se fala. Boa noite Hayles. –Josh disse rapidamente e se virou. Eu sibilei um "boa noite" pro nada e o vi entrar no carro e virar a esquina.


Só depois disso eu comecei a caminhar em direção a porta e me dei conta do que eu quase permiti que acontecesse.


OMG! EU QUASE BEIJEI JOSHUA NEIL FARRO!




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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Não me matem... Acharam que ia ter beijo né? Nananinanão u_u
Comentem aí por favor, se não não posto mais u_u
Ah, eu tenho novas leitoras/leitores... Obrigada galero!
Enfim, capítulo que vem... Sinto que vão gostar :x
Obs: Me perdoem qualquer erro cometido, mas realmente eu queria postar HOJE, depois eu dou uma revisada.
Nem acredito que escrevi mais de 5 mil palavras num capítulo lálálálá ~dança~ :p
Xeu xispa antes que passe da meia-noite e não dê pra eu postar HOJE kkk sou retardada, tô ligada.
Bjosss e comentem comentem e comentem. Valeeeeeeeu! ;*