O Teatro escrita por GabrielleBriant


Capítulo 32
O Plano




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XXXII

O PLANO

Narcissa deu um meio-sorriso e apertou o ombro de Severo – dando apoio, talvez?

- O Lorde quer você por perto hoje, Severo. Nenhum Comensal vai lhe deixar abandonar do castelo! Acredite: não há saída.

Linda bufou. Eles estavam perdendo tempo. Ela não deixaria Narcissa lhe atrapalhar!

- Não! Nós não vamos lhe escutar! Severo, nós temos que tentar! Os nossos patronos são fortes! Os dementadores não vão nos afetar!

- Talvez – Ele respondeu, pensativo. – Mas a que preço? Se um deles lhe atingir, Linda, você sofrerá um aborto. Eu não posso permitir isso!

Ela balançou a cabeça, frustrada, e sequer percebeu que Narcissa tirava de um dos bolsos das suas vestes dois pequenos frascos cheios com uma substância negra.

- O que é isso? – Severo perguntou.

- Ele vai usar aquela cobra asquerosa para lhe matar, Severo. Não entendo por que não usar a Maldição da Morte, o que seria muito mais simples... mas isso é uma coisa boa para você, não? Nesses dois frascos estão os antídotos para o veneno. Sugiro que você os tome agora e vá fazer o que você tem que fazer.

Severo olhou desconfiado para os frascos e para a mulher.

- Como você entrou aqui?

- A sua senha é óbvia para quem te conhece. Devo admitir que errei na primeira vez; usei Lílian. Você se deixa levar pela culpa muito facilmente, Severo.

- Como você sabe dos planos do Lorde das Trevas? Lúcio não tem mais a predileção dele há muito tempo!

- Não; mas a minha irmã é a sua amante. E eu sou a confidente de Bella. – O olhar de Narcissa tomou um brilho quase desesperado. – Confie em mim, Severo. Ele vai usar a cobra! A mordida dela poderá lhe matar por duas vias: veneno ou falta de sangue. E esses antídotos funcionam em duas etap-

- O primeiro me deixa num estado letárgico e impede o veneno de correr nas minhas veias. Aliado com ele, o segundo o eliminará totalmente. Eu sei disso! Eu sou mestre em poções, caso você não se lembre! Eu também sei que esse tipo de poção é uma magia negra raríssima!

- Sim; e eu tive que ir à Travessia do Tranco três constrangedoras vezes para consegui-la! Além de ter que vender seis das minhas jóias de família preferidas... eu as tinha desde criança! Então, Severo, espero que você combine os antídotos com uma boa poção de reposição sanguínea e apenas... sobreviva!

Ele assentiu. Rapidamente voltou-se para o quadro de Dumbledore.

- Você venceu, Alvo. Eu vou procurar o garoto – Olhou para Linda. – Se você concordar.

Ela negou com a cabeça.

- Eu quero fugir. Eu não quero que você se arrisque!

- Nós não podemos enfrentar a Ordem, os Comensais, o Lorde das Trevas e os dementadores, Linda! A fuga seria arriscada demais!

- Você estava otimista, antes!

- Sim, por que a outra opção era morte certa! Se Narcissa está falando a verdade-

- E se ela não estiver?

Narcissa suspirou.

- Eu apenas quero ajudar, Linda Marie. Mais uma vez.

Linda fechou os olhos, derrotada. Depois de um longo silêncio, disse:

- Se você tiver que duelar com alguém, que seja com os membros da Ordem, já que eles não usam maldições imperdoáveis. Não demonstre a sua lealdade.

Ele concordou.

- Como você quiser. Eu serei cuidadoso.

Linda não respondeu.

- Severo – Narcissa disse – Quero que você me faça um favor.

- Eu não fiz favores demais a você?

- Sim, mas esse é simples. Não vá ao encontro do Lorde. Ele mandou Lúcio te procurar... por favor, deixe o meu marido cumprir essa tarefa.

Ele assentiu.

- Tudo bem.

Narcissa sorriu.

- O Lorde das Trevas está na Casa do Grito.

Severo olhou para Linda com urgência e lhe entregou um dos frascos que Narcissa trouxera.

- Quando tudo acabar, me encontre na Casa do Grito. Você terá que derramar sobre a minha ferida essa poção. Eu parecerei morto; não se assuste. – Linda assentiu, apertando em sua mão a poção. – Até então, fique aqui, tudo bem?

Dizendo isso, Severo tomou rapidamente a poção trazida por Narcissa e foi até a sala de estar adjacente, onde tomou também a poção de reposição sanguínea. Antes de sair, beijou os lábios da esposa e disse:

- Vai dar tudo certo.

- Assim espero.

Ele deu meia-volta e aproximou-se da porta. Quando ele estava prestes a sair, um pensamento terrível apoderou-se da mente de Linda:

- Mas e se não der certo? Se o Lorde vencer?

Severo parou, pensando rápido. Logo se apressou novamente para o quarto e pegou o livro que Linda tinha lhe dado de presente de aniversário numa página que ela já conhecia; na qual descrevia as possíveis reações da poção polissuco após a morte de quem a tomou.

- Isso.

Linda olhou.

- Eu já li isso. Você acha que pode funcionar?

- Eu já tinha pensado nessa teoria antes. Preste atenção na batalha pela sua janela. Se parecer que vamos perder, atraia duas pessoas à Casa do Grito.

- Quem?

- Aleto e Amico – Narcissa respondeu. – Aleto é a única Comensal que ainda acredita que Linda está do nosso lado, e por isso confia nela. Amico fará o que a irmã mandar.

Severo assentiu.

- Isso. Coloque entre as poções que você está levando um veneno.

- Certo.

- E... Narcissa? – A mulher o olhou, com uma sobrancelha erguida. – Nós estamos quites, agora. Mas eu não fui a única pessoa que salvou a vida de Draco: Harry Potter o tinha em sua mira, e decidiu não o matar. Acho que você deve ao garoto, também!

E ele saiu.

XxXxXxX

Ele andava como um homem desesperado entre corredores e salas, procurando pelo garoto e eventualmente deparando-se com a resistência de um ou outro membro da Ordem da Fênix. Matou alguns; feriu gravemente outros. Ele não se importava – tinha um trabalho a fazer.

Chegou aos jardins, escuros da escola. Vez por outra, um raio azul, vermelho ou verde lançava-se perto dele, e ele tinha de desviar.

- Severo! – Ouviu a voz de Lúcio Malfoy soar por trás dele e a mão fria tocar-lhe os ombros. – Severo, que bom que te encontrei. O Lorde das Trevas mandou lhe chamar.

Severo crispou os seus lábios e caminhou junto a Lúcio, sabendo que conseguiria convencer o Lorde a mantê-lo vivo por mais alguns minutos. Ainda não era sua hora morrer. O Lorde saberia reconhecer aquilo.

Lucio o guiou para a Casa do Grito, como lhe fora alertado por Narcissa. A primeira coisa que Severo prestou atenção foi na forma como Nagini estava sendo protegida por uma gaiola mágica, deslizando e sibilando acima das cabeças dos presentes.

No fundo daquela saleta, estava o Lorde das Trevas. Os seus olhos vermelhos cravaram-se em Severo de imediato.

- Severo – Ele disse friamente.

Severo fez uma breve reverência e fechou a sua mente.

- Milorde – cumprimentou.

- Onde está a sua esposa?

- Eu a proibi de sair do quarto. Descobrimos recentemente que ela está grávida, então não achei que seria saudável para ela ou para o meu filho a exposição a maldições.

- Felicitações.

- Obrigada, Milorde.

Os olhos de Voldemort se voltaram para Lúcio.

- Você já pode ir.

Lúcio não respondeu; limitou-se a curvar-se brevemente e deixar o local. A sós com o Lorde das Trevas, Severo permitiu-se aproximar mais um pouco e começar o que ele achava que seria uma negociação fácil.

- Como posso ajudar?

- Apenas fique aqui, Severo. Eu quero conversar com você.

Severo suspirou. Os olhos do Lorde brilhavam em antecipação. Ele o conhecia bem; os olhos de Voldemort apenas brilhavam assim quando ele estava prestes a matar.

- Ficar? E a batalha? Milorde, a resistência está entrando em colapso...

- ...E está fazendo isso sem a sua ajuda – disse o Lorde das Trevas, o interrompeu. – Mesmo sendo um bruxo competente, Severo, acho que você não fará muita diferença agora. Estamos quase chegando lá... quase.

Ele bufou com a veemente negação do Lorde das trevas. Aquilo não estava indo bem.

- Deixe-me procurar o garoto – implorou. – Deixe-me trazer Potter. Sei que posso encontrá-lo, Milorde. Por favor.

Severo encaminhou-se brevemente para a saída, mas o seu súbito movimento atraiu a atenção do Lorde, que se levantou e se aproximou perigosamente dele.

- Eu tenho um problema, Snape.

- Milorde?

Voldemort levantou a Varinha das Varinhas, segurando-a delicadamente e, por um momento, ele apenas a examinou.

- Por que ela não funciona comigo, Severo?

Severo desviou levemente o olhar. Seria a qualquer momento.

- Mi... milorde? – A sua voz estava tremida. Severo respirou fundo, buscando controle. – Não estou entendendo. O senhor realizou extraordinária magia com essa varinha.

- Não. Realizei a minha magia habitual. Sou extraordinário, mas essa varinha... não. Ela não revelou as maravilhas prometidas. Não sinto diferença entre esta varinha e a que comprei de Olivaras tanto anos atrás.

Severo calou-se, procurando desesperadamente por alguma palavra que adiasse o seu destino por um só segundo. Se conseguisse sair dali, estava disposto a revelar a sua posição; estava disposto a convencer Minerva, os Weasley, Lupin, ou qualquer outro em busca a um auxílio na tarefa de encontrar Potter. Pensou rapidamente em Hermione Granger. Ela era a menos passional; o escutaria, e seria mais fácil de encontrar.

O Lorde começou a caminhar pela sala, rodeando-o.

- Estive refletindo longa e intensamente, Severo... você sabe por que o fiz voltar da cena de batalha?

Ele olhou rapidamente para a cobra, percebendo que ela movia-se de uma forma diferente. Voldemort estava, naquele momento, fazendo o encantamento que a libertaria.

- Não, Milorde, mas peço que me deixe retornar... – sua voz falhou novamente. – Me deixe encontrar Potter!

- Você parece o Lucio falando. Nenhum dos dois compreende Potter como eu. Ele não precisa ser achado. Ele virá a mim. Conheço sua fraqueza, entende, seu grande defeito. Ele não suportará ver os outros caírem fulminados ao seu redor, sabendo que é por ele que estão morrendo. Irá querer pôr um fim nisso a qualquer custo. Ele virá.

- Mas, Milorde, ele pode ser morto acidentalmente por outra pessoa que não o senhor.

- Minhas instruções aos meus Comensais da Morte foram absolutamente claras. Capturem Potter. Matem seus amigos... quanto mais, melhor... mas não o matem.

"Mas é sobre você que eu queria falar, Severo, e não Harry Potter. Você tem sido muito valioso para mim. Muito valioso."

Ele fechou os olhos e suspirou em busca de paciência. Nagini moveu-se novamente.

- Milorde, sabe que só busco servi-lo. Mas... me deixe ir e procurar o garoto, Milorde. Deixe-me trazer Potter ao senhor. Sei que posso...

- Já lhe disse, não! – Severo mordeu o lábio. – Minha preocupação no momento, Severo, é o que irá acontecer quando eu finalmente me encontrar com o garoto!

- Milorde, não pode haver dúvida, certamente...?

- ...Mas uma dúvida, Severo. Há... Por que as duas varinhas que eu usei não funcionaram quando as apontei para Harry Potter?

- Eu.. não sei responder, Milorde.

- Não sabe? Minha varinha de teixo fez tudo que pedi para fazer, Severo, exceto matar Harry Potter. Falhou duas vezes. Olivaras me falou, sob tortura, dos núcleos gêmeos, me aconselhou a usar a varinha de outro. Fiz isso, mas a varinha de Lúcio se partiu ao enfrentar a de Potter.

Severo trincou os dentes. Seu coração parecia querer sair pela boca. Ele se tornaria inútil... Potter se entregaria? Se não, o plano B de fuga daria certo? Seus olhos fixaram-se novamente em Nagini, imaginando quanta dor sentiria antes de...

- Eu... eu não tenho explicação, Milorde.

- Procurei uma terceira varinha, Severo. A Varinha das Varinhas, a Varinha do Destino, a Varinha da Morte, tirei-a do seu dono anterior. Tirei-a do túmulo de Alvo Dumbledore.

Lutou para se manter inerte. Fechou os olhos e disse lentamente:

- Milorde... me deixe ir até o garoto...

- Durante toda essa longa noite, de vitória iminente, estive sentado aqui, pensando, pensando, por que a Varinha das Varinhas se recusa ser o que deveria ser, se recusa a agir como a lenda diz que deve agir para o seu legítimo dono... e acho que sei a resposta – Severo calou-se, ainda sem olhá-lo. – Talvez você já saiba, não? Afinal, você é um homem inteligente, Severo. Você tem sido um servo bom e fiel, e eu lamento o que terá de acontecer.

- Milorde...

- A Varinha das Varinhas não pode me servir corretamente, Severo, por que não sou seu verdadeiro dono. A Varinha das Varinhas pertence ao bruxo que matou o seu dono anterior. Você matou Alvo Dumbledore. Enquanto você viver, Severo, a Varinha das Varinhas não pode ser verdadeiramente minha.

E, pela primeira vez, ele sentiu medo. Medo de tudo dar errado. Medo de ter vivido os últimos anos em vão. Medo de nunca mais de ver a sua esposa. Medo de nunca conhecer o seu filho. Medo de morrer.

- Milorde! – Implorou.

- Não pode ser de outro modo. Tenho que dominar a varinha, Severo. Domino a varinha, e domino de Potter, enfim.

E a varinha do Lorde das Trevas cortou o ar. A gaiola de Nagini desceu para englobar-lhe o pescoço e ombros e ele pode ver os olhos vermelhos do animal grotesco se cravarem nele. Ouviu um sibilo deixar a garganta de Voldemort e, antes que pudesse perceber, as grandes presas da cobra fincaram em seu pescoço. A dor era insuportável e o grito que ele deixou escapar foi involuntário. Ele sentia o veneno penetrar nas suas veias como ácido, corroendo-as. Sentiu o seu sangue escapar do seu corpo em jorros descontrolados.

Rapidamente perdeu as forças... era como se o veneno se espalhasse fácil, roubando-lhe toda a resistência. Caiu de joelhos.

- Lamento – ouviu Lorde das Trevas dizer sem nenhuma emoção.

Voldemort deu alguns passos e a jaula de luz que segurava Severo sumiu, permitindo que ele caísse totalmente no chão. Ele tinha consciência que, naquele exato momento, a poção de reposição sanguínea estava fazendo efeito, mas o seu instinto de sobrevivência obrigava as mãos a ficarem na garganta, tentando inutilmente estancar o sangue... e nada aprecia aliviar a dor!

Ele não sabia se havia se passado alguns minutos ou alguns dias antes de ouvir um sussurro que vinha da sua esquerda:

- Harry!

O coração de Snape deu um doloroso pulo. Aquela era a inconfundível e irritante voz da Srta. Granger!

Tentou falar, mas das suas cordas vocais danificadas nenhum som saiu. Então, de repente, Harry Potter apareceu em pé à sua frente. O garoto, talvez num rompante de curiosidade mórbida abaixou-se e Severo aproveitou para segurar as suas vestes e trazê-lo mais para perto. Suas mãos tremiam. Ele sobreviveria?

- Leve... isso... leve... isso. – Ele não reconheceu a sua voz.

Então Severo começou a despejar as suas lembranças. A infância, quando conheceu Lílian – tão linda e cheia de vida... A primeira briga, por causa de Petúnia... Eles em Hogwarts, adolescentes, amigos... O primeiro beij- Severo reprimiu aquela. Não era necessária. A briga por causa dos seus amigos... A dor de quando ele a chamou de sangue-ruim e a humilhação dos milhares de pedidos de desculpa...

Uma lágrima deixou os seus olhos, e a dor da sua feria não tinha nada a ver com aquilo.

Despejou a dor. A dilacerante, impossível e agonizante dor de saber que Lílian tinha morrido e a culpa que ele ainda sentia. E, então, despejou planos. Planos e mais planos com Dumbledore...

O sorriso de Lílian foi a última coisa que ele lembrou, mas não liberou aquele fragmento de memória para Potter; aquela era uma lembrança que lhe pertencia e ele não a dividiria com mais ninguém! Ele sentiu as suas forças chegarem ao fim. As suas mãos não seguravam mais firmemente o manto de Potter. E o seu coração ficou leve... leve, de uma forma que ele não sentia desde o seu tempo de Hogwarts – Severo não sabia se aquilo era o seu coração parando por causa da poção, ou o sentimento de dever cumprido... ou se era o fantasma de Lílian finalmente lhe deixando só.

Ele não conseguia mais enxergar direito. A garota de cabelos ruivos dominava os seus pensamentos. Mas havia, no entanto, mais uma lembrança que ele queria levar consigo:

- Olhe... para... mim – ele sussurrou.

Potter obedeceu, mas a única coisa que Severo conseguiu enxergar foram os olhos de Lílian. No entanto, quando ele fechou seus próprios olhos, a imagem presa à sua retina não era dos lindos olhos verdes; mas de olhos frios e acinzentados.

E tudo ficou escuro.

XxXxXxX

Linda olhava impacientemente a janela do seu quarto, vislumbrando os jatos de luz cortarem os jardins escuros da escola. Era difícil ficar inerte quando sabia que o seu marido estava lá no meio, exposto.

De repente, os feitiços pararam.

Houve um pequeno tumulto nos jardins e então a voz de Voldemort soou poderosamente no castelo inteiro:

"Vocês lutaram valorosamente. Lorde Voldemort sabe valorizar a bravura.

"Vocês sofreram pesadas baixas. Se continuarem a resistir a mim, todos morrerão, um a um. Não quero que isso aconteça. Cada gota de sangue mágico derramado é uma perda e um desperdício.

"Lorde Voldemort é misericordioso. Ordeno que minhas forças se retirem imediatamente.

"Vocês têm uma hora. Dêem um destino digno aos seus mortos. Cuidem dos seus feridos.

"Eu me dirijo agora diretamente a você, Harry Potter. Você permitiu que os seus amigos morressem por você me lugar de me enfrentar pessoalmente. Esperarei uma hora na Floresta Proibida. Se ao fim desse prazo, você não tiver vindo ao meu encontro, não tiver se entregado, então a batalha recomeçará. Desta vez, eu participarei da luta, Harry Potter, e o encontrarei, e castigarei até o último homem, mulher e criança que tentou escondê-lo de mim. Uma hora."

Linda mordeu o lábio.

Uma hora... aquilo queria dizer que ele já estava com a varinha; que ele já pensava ter assassinado o seu marido. Linda sentiu os seus olhos queimarem, perguntando-se se deveria ter confiado em Narcissa.

Sentou-se na cama e enterrou o seu rosto em suas mãos, antes de acariciar o ventre. Ela queria sair daquele quarto... mas faria tudo exatamente como Severo ordenara. Ela tinha que se manter saudável; não por si, mas pelo filho dele.

Suspirou novamente; quando a idéia de ser mãe havia se tornado tão apelativa?

O seu coração pulou quando ouviu a porta se abrindo. Sorriu, com um fio de esperança, imaginando que pudesse ser Severo. Ainda assim, a cautela a fez empunhar a sua varinha e encaminhar-se lentamente.

Lá estava Harry Potter. Ele caminhou diretamente ao armário onde Linda sabia que era guardada a penseira, como se ele já estivesse estado lá muitas vezes. O garoto tinha uma aparência péssima; como alguém que já viveu demais. Ele não parecia um garoto de dezessete anos; nenhum garoto deveria ter aquela aparência, enquanto tão jovem.

Rapidamente, ele despejou um líquido espesso e prateado na bandeja de prata – o coração de Linda pulou. Severo conseguira! Ele, de fato, conseguira encontrar o garoto e entrega-lhe as lembranças! Sorriu e fez um pouco de barulho, mas o absorto garoto não escutou. Mergulhou na penseira.

Curiosa, Linda aproximou-se e espiou pela superfície nebulosa. Na imagem, um pequeno playground onde duas meninas brincavam; ela reconheceu imediatamente a ruiva, para o seu desgosto. O garoto carrancudo que as observava era Severo.

Linda balançou a cabeça e se afastou. Não quebraria a confiança do seu marido invadindo a sua privacidade daquela maneira. Ainda assim, se ficasse lá, não conseguiria manter-se leal.

Foi por isso que ela desobedeceu às ordens do marido e saiu.

XxXxXxX


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