Os Filhos De Nice escrita por Renan Andrews


Capítulo 5
O vento não é o meu melhor amigo




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Os Deuses se viraram. Abriram as asas, e saltaram do solo. Na mesma hora, se transformaram em falcões e voaram ao encontro do horizonte.

– Vamos! – disse Annabeth.
Todos subiram em seus cavalos alados. Sobraram dois, um para mim, e outro para meu irmão.

Meu pégaso relinchou antes que eu subisse nele. Ele era um cavalo negro, chegando a parecer um azul escuro. Simplesmente lindo.

– Calma  – disse Percy – Ele é um amigo.

Eles pareciam se entender entre si.

– Você fala com cavalos? – perguntei.

– Digamos que sim. – respondeu Percy – Coisa de Poseidon.

Percy ajudou a mim e a meu irmão a subir nos pégasos. Os pegásos abriram as asas. Voaram.

Voar em um pégaso é uma sensação incrível. “Quem sabe eu possa voar um dia” – Pensei comigo mesmo.

O pégaso de Annabeth voava ao meu lado. Ainda tinha muita coisa para perguntar a ela.

– Por que ficou tão contente quando Nice, quero dizer, minha mãe, lhe deu a benção? – perguntei – Seja lá o que isso for.

Annabeth olhou para mim, com um leve sorriso no rosto. Os olhos dela eram cinzas como uma tempestade, encarando-os, você pode perceber que há muito conhecimento neles.

         – Nice e minha mãe, Atena, trabalharam juntas por muitas vezes. – ela respondeu.

         – Trabalharam?

         – Sim – continuou ela – Atena é a deusa das estratégias de batalha. Nice, é a deusa da vitória. As duas trabalhando juntas numa guerra, seria o mesmo que vitória certeira!

– Entendi. – disse eu. – Mas por quê... Quando encontramos com os deuses... eles disseram que se eu e meu irmão caíssemos em mãos erradas, poderia ser o triunfo pro inimigo? Mas que inimigo é esse?

Houve um silencio aterrorizante por uns segundos.

– A alguns meses, o Titã Cronos retornou à vida, e possui o corpo de... – ela parou de falar, como se aquilo despertasse más lembranças – ...um amigo. Ele o usou para assumir uma forma humana. Mas depois de uma longa guerra. Nosso amigo – ela se esforçou para falar o nome dele – Luke, se sacrificou para nos ajudar. Acabando com a força vital de Cronos. Ele juntou muitos semideuses que eram nossos aliados. Foram atraídos por ele. Muitos monstros retornaram do tartaro. Mas essa batalha foi vencida. Tem acontecido coisas estranhas com os Deuses Olimpianos ultimamente, não se comunicam muito com os seus filhos, nem mesmo Hermes nos envia mais mensagens. Tememos que eles saibam que uma outra guerra esteja por perto. Se isso acontecer, precisaremos recrutar o máximo de semideuses que pudermos, outra vez.

– Isso é assustador. – eu disse.

– Pra mim também era. – ela me respondeu – mas depois de um tempo, você se acostuma com o fato do fim do mundo estar próximo. Isso já aconteceu quantas vezes? 2 ou 3..

Estávamos nos aproximando do Estuário de Long Island.

– Estamos perto! – gritou Percy, para que os que estavam mais atrás pudessem ouvir.

Senti um vento muito forte se aproximando, algo anormal. Uma correnteza de ar nos empurrou para longe. Os pégasos se desequilibraram, mas conseguiram se estabilizarem com um pouco de dificuldade.

– O que foi isso? – perguntou Rachel assustada.

– Não sei! – respondeu Lucy. – Mas não parece nada bom.

O ar à nossa volta foi se tornando mais pesado. Começou a nos empurrar, e nuvens cinzas começaram a surgir e a vir na nossa direção.

– Espíritos da Tempestade! – gritou Annabeth. – Impossível! Eles não podem atacar assim, a menos que...

Antes que Annabeth pudesse terminar a frase, o vento me soprou para o lado, e eu cai do meu pégaso.

– Falcon! – Annabeth gritou – Abra suas asas!

Vi o chão à pelo menos 500 metros da minha cara. Não ia ser nada legal cair dessa altura. Ouvi o que Annabeth disse, me concentrei, mas nada aconteceu. O solo estava a cada vez mais perto. “Vamos, asas, abram” – Pensei.

Nada aconteceu. Será possível que as asas só apareciam quando eu não precisava?

“Falcon” – disse uma voz em minha cabeça – “Confie nos seus extintos de semideus. Voe”

Na mesma hora, a aura branca que me envolveu quando os deuses o abençoaram. Fechei os olhos. Me senti mais forte. Abri os braços, e PUF, as asas apareceram. “Confie” – Repetiu a voz – “Você tem a minha benção, filho”.

Ao abrir os olhos, lá estava eu, plainando no céu, voando. Pode crer, essa sensação não se compara a voar em um pégaso.

– Obrigado. – eu disse em voz baixa – Mãe.


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