A Tocadora de Almas escrita por dastysama


Capítulo 9
Capítulo 9 - Um Anjo


Notas iniciais do capítulo

O povo aqui vai me matar xD To demorando pra caramba, é que preciso de elogios e puxões de orelha pra continuar *---* Tia Fabby vai ser a primeira a arrancar minhas orelhas! Esse capítulo vai pra Miii, pq ela tbm ta me motivando a continuar o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/17420/chapter/9

Finalmente havia chegado o Natal, a maioria acordou feliz naquela manhã, é claro que nem todos. Enquanto alguns iam à árvore de natal do Hall achar o seu presente no meio de todos aqueles pacotes, duas pessoas decidiram ficar no seu quarto, uma delas havia dado um baita susto ontem pela manhã.

Era véspera de Natal quando um grito tão forte ecoou pelo corredor inteiro, foi o bastante para todos irem até a porta e ver se alguém estava passando mal, mas ninguém decidiu continuar, já que vinha do quarto 77.

- Hellena? O que aconteceu? – perguntou a mãe dela entrando com tudo no quarto.

- Não é nada! Me deixe em paz!

Hellena estava no quarto rasgando um monte de papéis e jogando no lixo, todos aqueles desenhos também estavam indo para a lata sem a menor piedade.

- Pare com isso, por que está jogando eles fora? – perguntou ela, segurando Hellena.

- Por que não servem para nada! É tudo uma mentira!

- Uma mentira? Por quê?

- Ele mentiu para mim!

A mãe de Hellena não entendeu nada do que ela falava, talvez fosse sobre o pai dela ainda não ter conseguido a medula já que todas as doações foram incompatíveis, então achou melhor deixar a filha a rasgar o que quisesse, talvez acabasse com seu nervosismo, já que um tempo depois estava chorando na cama.

Tinha também outra pessoa que estava aflita, só que essa estava em outro corredor, era Bill, fazia dois dias que ele mandara a carta para a escritora e ela até agora não respondera. Ela sempre respondia no dia seguinte, mas até agora nada.

- Mãe, chegou alguma carta para mim? – perguntou ele logo que acordara na manhã de Natal.

- Não, querido, por que você não vai ao Hall ver o seu presente?

- Não estou a fim.

- Por que Bill? – perguntou Simone preocupada – Você sempre é tão alegre para esse tipo de coisa.

- Acho que ela não gosta da minha banda, mãe, por isso não respondeu. Ou vai ver não queria fama, por isso se afastou de mim.

- Bill, não sei se você percebeu, mas é Natal. Espere pelo menos ele passar para você tirar suas conclusões. E se ela não responder, você não vai morrer por isso, vai?

- Claro que não.

- Então se levante e vai ao hall pegar seu presente antes que algum espertinho pegue.

Bill se levantou de má vontade e foi em direção ao Hall, estava cheio de pessoas tentando caçar o seu presente embaixo da árvore. Ele não foi até lá, se limitou apenas a ficar observando.

- Bill! – disse Tom saindo correndo e pulando em Bill – Feliz Natal, mano!

- Ai, Tom! Feliz natal para você também!

- O Georg e o Gustav vão vir mais tarde, estão com a família agora. E então? Já achou seu presente? Fui eu que escolhi, então não reclama.

Ele não teve escolha, foi até a árvore e ficou olhando os diversos pacotes, até achar um vermelho e retangular, estava com uma etiqueta onde tinha escrito seu nome, então tirou o papel de presente e abriu a caixa. Eram quatro entradas para um novo parque de diversões que abrira na cidade.

- Tom, eu não sei se você se tocou, mas como eu posso ir para um parque se estou em um hospital?

- Que eu saiba você não quebrou a perna, então pode ir do mesmo jeito. Já falei com a enfermeira e ela deixou.

- Você falou ou xavecou a enfermeira?

- Os dois, mas acho que só vou ter certeza quando sair com ela amanhã à noite – disse ele soltando seu sorriso maroto.

- Essas entradas são para esse sábado, vamos todos juntos?

- Claro, já planejei com o Gustav e o Georg. Vai ser demais, tem uma montanha russa muito louca, e você adora parques, não é? Deve ser chato ficar o tempo todo no hospital... Mas acho que um dia vou ser médico, tem tanta enfermeira gostosa por ai... Você que é sortudo, Bill!

- Cala boca, Tom.

- E você ainda fica correndo atrás daquela garotinha magrela e chata.

- TOM, CALA ESSA BOCA!

Bill tentara calar a boca dele, mas já era tarde demais, Hellena se encontrava atrás dele, dava para ver nos olhos dela uma fúria enorme.

- Do que você me chamou? – ela exclamou fazendo Tom virar.

- Ah! Oi, tudo bem? – disse ele sem graça - Eu te chamei? Não de forma nenhuma.

- Sério que você não me chamou de nada? – disse ela torcendo os lábios e virando a cabeça para um lado, mas antes que Tom notasse o que aconteceu, ela deu um chute bem embaixo das pernas dele, até Bill sentiu dores ao ver aquela cena.

- Desgraçada! – disse Tom caindo no chão gemendo – Maldita!

- Isso é para você ver como é bom falar pelas costas!

Hellena olhou para ele furiosa, foi até a árvore e pegou um dos pacotes, um dos últimos que sobrara e com certeza pertencia a ela, enquanto ria de Tom gemendo no chão, ela foi para o seu quarto sem olhar para trás.

- Você mereceu dessa vez, Tom – disse Bill ajudando seu irmão a levantar.

- Cala a boca – disse ele ainda sem ar.

- Senhor Kaulitz! – Dinna disse se aproximando de Tom – Você não devia ter falado aquilo! Você a feriu!

- Ela também me feriu! Isso não conta?

- Me desculpe, mas o Senhor mereceu. Você não devia falar assim dela!

Dinna nos chamou até o balcão e os dois a seguiram, Tom ainda estava mancando e Bill o ajudou a andar, a enfermeira se abaixou para pegar algo embaixo do balcão, depois colocou em cima da mesa. Era uma revista, na capa se encontrava uma garota linda, com cabelos pretos compridos, em uma pose de modelo, olhando para a câmera insinuante, se não fosse pelos olhos, Bill não reconheceria a garota.

- É... A Hellena?

- Sim, ela era modelo antes de acontecer tudo isso, quando digo que ela está sofrendo, é sério. Ela era tão linda e agora está tão fraca, ela se preocupava muito com sua imagem, acho que por isso não vai muito com sua cara, Senhor Kaulitz, acho que ela tem um pouco de inveja.

- Inveja? Mas por quê?

- Ela se preocupava muito com sua beleza, mas agora que está entre a vida e a morte percebe que existem coisas mais importantes, ela acha que você era como ela, quer abrir seus olhos, mas também sente inveja por você poder manter sua imagem, apesar de ter anorexia, você é saudável.

- Sabe... Tive uma idéia... – disse Bill – Vou convidar a Sarah e ela para irem ao parque comigo.

- O que? – exclamou Tom – Bem, eu sei que ela era gostosa, mas isso não justifica levá-las.

- Tom, você e os garotos podem ir qualquer dia. Elas não.

- Ela me deu um chute, e em troca você a leva a um parque!

- Você provocou Tom, a deixou triste, mais do que ela estava. Tenho que fazer alguma coisa em troca, não acha?

- Bill, você não é o anjo da guarda dela!

- Mas eu posso ser! – disse ele todo feliz pulando pelo corredor em direção ao quarto de Hellena. Só que antes encontrou Sarah com uma caixa contendo um Playstation de mão e um braço e uma caixa contendo um Wii no outro.

- Bill! O que você ganhou de presente?

- O que eu ganhei, quero compartilhar com você com a Hellena! Ganhei quatro entradas para um parque de diversão!

- Ah! Que demais! – disse ela começando a gritar até então parar de repente - Mas... Será que vamos poder sair do hospital para ir até lá? Será que vão deixar?

- Não sei, mas vou falar com as enfermeiras, ver se vocês podem sair. Vai ser divertido e nós precisamos sair um pouco desse hospital. Eu preciso avisar a Hellena também.

- Ela está o cão esses dias e hoje piorou. Não sei o que aconteceu...

- Bem, eu sei, e acho que posso ajudar.

- Tome cuidado, então – disse Sarah enquanto o via desaparecer pelo corredor.

Bill foi até a porta do quarto 77 e bateu, mas ninguém veio atender, tentou de novo, mas alguém lá dentro disse para ele ir embora. Então decidiu abrir a porta, o quarto estava escuro e Hellena estava deitada na cama.

- Hellena, sou eu, o Bill...

- Cai fora! – ela gritou nem se virando.

- Preciso falar com você...

- Por que você não vai correr atrás de outra pessoa já que sou uma garotinha magrela e chata? – ela se virou gritando com ele, Bill notou que ela estava chorando.

- O Tom é um idiota, não liga para o que ele diz, vim pedir desculpas pelo o que ele fez. Ele está errado sobre você...

- Por que pensa isso?

- Por que eu odeio que as pessoas falem sobre ser magro ou gordo e o Tom não pode falar nada, já que sou magro também. E sobre você ser chata... Bem, todo mundo é chato, mas você exagera às vezes, não que você seja chata, claro... – disse Bill tentando achar as palavras certas, mas pelo visto, mais se atrapalhou.

- Então posso te considerar um magrelo chato também.

- Tecnicamente, pode, eu acho...

Bill percebeu que ela estava mais calma agora, e secava as suas lágrimas, depois o encarou novamente com aqueles olhos castanhos tão tristes.

- Já terminou? Então pode ir embora – disse ela se embaraçando pelo jeito que ele a olhava.

- Ah, não, eu ganhei de Natal entradas para um parque de diversão, queria saber se você quer ir comigo.

- Com você? Por quê?

- Por que você e a Sarah são as minhas únicas amigas aqui do hospital e eu queria levar vocês, para descontrair, ficar aqui o tempo todo é um pouco chato. E então? O que acha?

- Estou com uma doença perigosa, não posso ficar saindo do hospital – ela disse virando o rosto.

- Eu sei, mas você não pode ficar enfunada aqui para sempre! Você tem que sair, mesmo que seja um pouquinho. Eu vou falar com as enfermeiras, com os médicos, com sua mãe, quem for, você tem que ir!

- Por que... – disse ela fechando os olhos tentando pensar e entender, para depois abri-los continuando sem entender nada – Por que está tentando me ajudar? Você não deveria...

- Por que eu não deveria?

- Não quero ser sua amiga.

- Mas por quê? Por que não gosta de mim?

- Não é você, Bill. Sou eu. Não quero mais ninguém sofrendo por mim, não quero ver minha mãe chorando, meu pai aflito e Sarah tentando buscar uma cura como se pudesse comprá-la na primeira loja que visse.

Hellena puxou seu cobertor para si enquanto mais lágrimas desciam pela sua face, era deprimente o estado que ela se encontrava, sem esperança, ela não queria ir e deixar todas aquelas pessoas que amava. Por mais que ela parecesse forte, capaz de passar por tudo isso como se fosse algo natural, essa só era uma máscara, ela estava indefesa. Bill não conseguiu se segurar e sentiu lágrimas correrem pelos seus olhos.

- Por favor, não chore, não quero que ninguém chore por mim – disse ela ao ver Bill chorando.

Mas Bill não conseguiu parar, caminhou até a cama onde ela estava e a abraçou, como se isso a ajudasse a se proteger de tudo que a afligia. Hellena tremeu ao senti-lo tão perto, nunca esperava que ele agi-se daquele modo, ela não o queria perto, ela o queria longe dela, não queria vê-lo chorando novamente.

- Vai ficar tudo bem, você vai ver – disse ele calmamente.

Hellena sabia um dos por quês de odiá-lo tanto, por que quando pedira a Deus um anjo, ela pediu um anjo do céu, não um da Terra. Mas apesar de tudo, não conseguiu se afastar dele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vou ver se não demoro xD