A Tocadora de Almas escrita por dastysama


Capítulo 5
Capítulo 5 - A briga


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!!! Desculpe a demora!!!



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Quando a enfermeira entrou dizendo a Sarah que estava na hora de ir, que Bill pode pensar bem no que havia acontecido. Ele era um estúpido! Como poderia ter ficado doente desse jeito? Deixado de comer quando várias pessoas passavam fome?

- E aí Bill? – perguntou Gustav chegando junto com Tom e Georg – Como está se sentindo?

- Bem – disse ele, mentindo, por que não se sentia muito bem – Acabei de receber a visita de duas fãs minhas, ou melhor, uma, a outra só veio acompanhá-la.

- Não vai me dizer que elas já descobriram até onde você está internado? – exclamou Tom – Meu Deus! Elas são espertas!

- Não, elas são da área de oncologia, souberam que eu estava internado aqui e vieram me visitar. São aquelas garotas que as enfermeiras comentaram ontem.

- Ah... Acho que me lembro...

- Tom, tem uma carta para você levar até o correio para mim – disse Bill sorrindo e entregando uma carta para Tom.

- Caramba! Agora virei seu escravo?

- Se eu pudesse sair daqui, com certeza eu levaria até o correio!

- Tudo bem, mas depois quero uma recompensa.

- Qual?

- Sabe... Hoje à noite tenho negócios a resolver e a mamãe disse para eu fazer companhia para você, se você pedir para ela ficar no meu lugar eu agradeceria.

- Ah claro, Tom, negócios, em? – perguntou Bill segurando para não rir – Se você colocar a carta no correio, eu falo com mamãe.

- Então é pra já!

Tom pegou a carta e saiu correndo porta a fora, enquanto Gustav e Georg ficaram conversando com Bill, apesar de tudo estar bem e Bill se sentir feliz, ele ainda sentia uma pontada de culpa no peito. Ele queria tanto sair do hospital, passear com os amigos, usar maquiagem já que lá não podia e até ajeitar o cabelo, mas ele teria que ficar ali.

 

*****************************************

 

- Hellena! – disse Sarah entrando no quarto da garota – Você não devia ter falado daquele jeito com ele!

- Sarah, vou te ensinar uma coisa que as revistinhas que você compra não ensinam. Ele não passa de um famoso louco pelo seu corpo, metido a besta que não se importa com as outras pessoas além do seu próprio umbigo.

- Não é verdade, você não falou com ele para ter certeza como ele é. Se você não fosse tão fechada, talvez descobrisse que as pessoas não são como você pensa.

- Sarah, ele tem anorexia! Você sabe o que é isso? É uma pessoa que deixa de comer só para ver seu corpo atingir a perfeição, mas isso não acontece por que a pessoa fica magra, extremamente magra! E o que eu estou passando? Quem olha para mim vê uma garota anêmica, anoréxica e raquítica. Quem dera fosse apenas isso.

- Você vai melhorar – disse Sarah com os olhos começando a lacrimejar – Logo você vai conseguir uma doação, mas antes disso, você não pode ficar questionando os outros. A anorexia dele é por causa do estresse, esse tipo de coisa.

- Eu acreditava nisso, que eu ia melhorar. Eu rezava todos os dias pedindo que Deus me trouxesse uma esperança, mas logo desisti, ela não apareceu. Agora eu rezo para ele demorar um pouco para me levar, mas que nesse dia eu seja carregada por um anjo, tenho medo de ir sozinha.

- Hellena para de falar besteira, OK? Isso não vai acontecer. Eu também não sei se a medula do meu pai é compatível com a minha, mas e se não for? Não vou desistir. Mas isso não vem ao caso agora, você devia pedir desculpas ao Bill.

- Você não me mandou pedir desculpas à garota da bulimia, e olha que falei muito mais para ela do que para ele.

- Você também foi errada de falar aquele jeito com ela, mas você devia dar uma chance para ele, sem julgá-lo antes de conhecê-lo, talvez assim você faça mais amigos.

- Não quero mais amigos e você sabe muito bem disso.

- Então, você não terá muitas pessoas no seu enterro, Dona Hellena. Se quer tanto morrer, devia pelo menos ter várias pessoas chorando por você, saber que foi uma boa pessoa.

Sarah sabia que foi longe demais com aquele comentário, mas decidiu ver até onde poderia ir, como Hellena não respondeu, decidiu sair do quarto e deixá-la refletindo.

Hellena foi até sua cama e deitou ali, pegou seu gato preto de pelúcia que havia ganhado do pai em uma época que ele tinha tempo para ela, apesar de ele estar fazendo de tudo para conseguir uma medula, ela achava perda de tempo, ela preferiria tê-lo perto. Sua mãe havia chegado do almoço e ficou preocupado ao encontrar a sua filha no escuro, abraçando seu gato de pelúcia ainda acordada.

- Está tudo bem, filha? – perguntou ela olhando para a mesa e vendo o almoço da garota intocado – Você não está com fome?

Ela olhou para mãe e não disse nada, apenas colocou o gato de lado e se sentou, esperou que a mãe fosse até a mesinha e trouxesse o almoço para ela.

- Você está se sentindo bem? – perguntou a mãe, olhando preocupada para a filha.

- Sim, estou bem. Não estou sentindo dor nenhuma.

- Fico feliz! E pelo visto, está com fome.

- Não, na verdade não estou. Mas estou muito magra, não sou anoréxica – disse enquanto dava as primeiras garfadas na comida – E papai? Logo ele vai vir, não é?

- Claro, ele sempre vem visitá-la na época de Natal. Mas... Você brigou com Sarah? Vi ela sair brava pelo corredor.

- Foi uma bobeira, só por que xinguei o ídolo dela.

- Bill Kaulitz, não é? Não coloque toda sua raiva nele, ele não tem culpa de nada.

- É, eu sei. Mas não consegui me calar, acabei falando demais e Sarah ficou brava comigo por causa disso.

- Hellena, pare de ser tão fria. Talvez você não devesse tornar esse hospital, seu lar temporário em uma prisão, tem que se divertir. Passear por ele, conhecer novas pessoas, brincar como uma criança. Sua vida não vai acabar, querida, acredite nisso.

 

****************************************

- Eu posso sair desse quarto? – perguntou Bill à Margret que havia trazido seus comprimidos de vitamina.

- Claro, mas depende de onde você quer ir.

- Gostaria de falar com Hellena, aquela garota da área oncologia.

- Acho que vou pedir para ela vir até aqui, por que ela odeia que pessoas desconhecidas entrem no quarto dela. Ela é um pouco fechada, então é melhor eu falar para ela vir até aqui... Ela brigou com você não é mesmo?

- Não brigou, apenas me chamou de idiota, só isso.

- Ah, eu devia saber disso quando Sarah queria vir aqui junto com ela, sabia que ia dar em confusão. Desde o episódio da garota com bulimia, temos que ter cuidado.

- É, Sarah me contou sobre isso. Eu queria conversar com ela, tentar entendê-la de alguma forma, afinal ela está certa. Estou aqui por idiotice minha.

- Bem... Tome cuidado com ela, já tentamos de tudo, mas ela fica cada vez mais triste, pensei que Sarah pudesse mudá-la, mas estou errada – disse Margret já saindo do quarto – Vou avisá-la que você quer vê-la.

E ela saiu, estava decididamente preocupada, ela lembrava muito bem dos primeiros dias que Hellena havia vindo para o hospital, linda, saudável e com um cabelo enorme, veio desmaiada nos braços de um pai totalmente preocupado. Após uma bateria de exames descobriu-se a causa: leucemia. Quando contaram aos pais dela, ficaram desolados e começaram a procurar a milagrosa medula que pudesse salvar a filha. Aos poucos pode-se ver as mudanças, Hellena sorridente pelos corredores, cheia de esperança, falando que logo iria sair daquele lugar, depois o cabelo dela começou a cair e chegou a hora de cortá-lo. Ela ficou totalmente desolada, e aos poucos todos os sorrisos sumiram, não falava mais em vida e em esperança, apenas que já sabia o que ia vir, que iria morrer.

- Hellena? – Margret bateu na porta e olhou para o quarto, onde via a garotinha falando com a mãe, bonita, mas com olhos tristes igual aos da filha.

- Sim, Margret? O que quer? – perguntou Hellena.

- O Senhor Kaulitz quer falar com você – disse ela cuidadosamente – Você devia ir.

- Não quero, estou bem aqui.

- Hellena, não seja má, vai falar com ele – disse sua mãe.

- Mãe, não quero falar com ele. E com certeza ele vai sobreviver ao meu não já que tem apenas anorexia.

- Tudo bem, Hellena – disse Margret – Não precisa falar com ele hoje, talvez amanhã mude de idéia.

- Não vou mudar de idéia.

Margret olhou para a mãe que também olhava preocupada para a filha, nenhuma delas mais a reconhecia. A enfermeira fechou a porta e voltou para o quarto de Bill onde tentou dar a notícia da melhor forma possível.

- Bem... Senhor Kaulitz... Ela não está bem disposta hoje, talvez amanhã ela possa falar com o senhor...

- Ela não aceitou, não é? – disse Bill suspirando.

- É... Na verdade não. Ela tem um gênio forte, vamos dizer...

- Bem, eu também!

Bill se levantou da cama, agora estava bravo, ela não podia pensar tudo que quisesse sobre ele, antes de conhecê-lo, odiava receber não como resposta. Saiu do quarto enquanto Margret corria atrás dele perguntando aonde ele ia.

- Onde fica o quarto dela?

- Por favor, Senhor Kaulitz não é uma boa você ir lá.

- Sarah! – gritou Bill ao vê-la no corredor, ela olhou e veio até ele – Onde que fica o quarto da Hellena.

- Ah... É o quarto 77 daquele corredor... Você vai falar com ela?

- Vou sim.

- Ótimo, então vou com você!

- Ah Meu Deus! Vocês querem arrumar confusão, não é? – perguntou Margret – Hellena vai surtar, podem ter certeza.

Bill, Sarah e Margret andaram pelo corredor da Oncologia sobre o olhar dos faxineiros, de enfermeiras, médicos e até pacientes, todos sabiam que alguma baita confusão ia acontecer, e puderam ter certeza quando o garoto magro bateu na porta do quarto 77.

- Hellena? – perguntou Bill olhando para dentro do quarto e indo de encontro direto aos enormes olhos castanhos dela.

- O que você está fazendo aqui? – disse ela surpresa – Saía daqui agora!

- Preciso falar com você – disse ele adentrando mais o quarto, era normal, de uma garota, cheio de desenhos e coisas escritas coladas nas paredes.

- Saía daqui agora! – disse ela saindo da cama, ajeitando a peruca na cabeça e colocando seu chapéu azul.

Bill não saiu, manteve-se onde estava, mas ela se aproximou e o empurrou para fora, apesar de ele estar magro, não foi fácil empurrá-lo por que a garota também estava fraca. Só que Bill não esperava um empurrão e Hellena não esperava que ele não estivesse preparado e os dois caíram no chão, quase em cima de Sarah.

- Saíam de cima de mim! – exclamou Sarah ao ver que ambos estavam em cima de uma das suas pernas.

Hellena se levantou enquanto encarava os olhos de Bill Kaulitz, lembravam o seu de certa forma, mas o dele variava mais para um verde, o dela era apenas castanho. Saiu rapidamente de cima dele e ajeitou sua peruca, procurou pelo seu chapéu que estava bem longe dela.

- Nunca pensei que dois magrelos pudessem ser tão pesados – exclamou Sarah finalmente se levantando e tentando ajudar Bill a se levantar.

- Olha aqui, quem deu a permissão de você entrar? – perguntou Hellena finalmente pegando seu chapéu – Por que não fica na sua área, enquanto fico na minha, você só achará desgraça aqui Senhor Kaulitz, estamos muito longe de seu mundinho perfeito e anoréxico.

- Não é um mundinho perfeito – disse Bill a encarando – Você acha que se é perfeito, eu estaria aqui? Eu não deixei de comer para ver meu corpo ficar magro, senhorita Hellena, foi estresse de um longo e dedicado trabalho.

- Ah sim, claro, e agora está ai a recompensa, passar doces dias enfunado nesse hospital, gratificante, não? Você não tem amor-próprio, não deve cuidar de si mesmo, só pensa em fama!

- Fama? Eu não ligo para isso, se estou aqui agora, de certa forma é gratificante sim, pelo menos sei que tenho muitas fãs, sei que tenho pessoas que se importam comigo!

- Elas não se importam com você, elas apenas gostam de você pelo seu dinheiro, mas quando isso tudo acabar, ninguém mais se importará com você, Bill Kaulitz e você se sentirá como me sinto agora: totalmente abandonada.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Capítulo dramático como eu gosto, mas desculpe a demora, é que eu viajei, além disso quando voltei a droga da internet naum tava funcionando, mas naum vou parar de escrever não. só vou demorar um pouco pra postar por que estou me dedicando a outra fanfic que vai ser super legal tbm!!!