Hoje, acordei de mau-humor, pensando no que havia acontecido. Apesar de ter passado mais da metade da noite pensando, não chegara a nenhuma conclusão. Fiquei deitada por mais um tempo,e imaginei, se o que a fuinha disse, poderia ser verdade. Será? Não crie expectativas, disse uma vozinha dentro da minha cabeça. Ela estava certa. Não deveria acreditar. Se eu acreditasse, apenas me magoaria, como da última vez. Me levantei, troquei-me rapidamente, pois estava atrasada. Peguei meu material, e ia descer, só que infelizmente ele estava me impedindo.

-Hermione..

-Pra você é Granger, ô criatura. E me dá, licença, que se você não reparou, estou atrasada.

-Espera um minuto. Por favor.

-  Um minuto. Fala. – Disse friamente.

-  Hoje, a noite, eu gostaria que jantasse aqui em baixo.

-Para?

-Tenho que te mostrar uma coisa.

- Mais eu não quero ver.

- Te garanto que gostará.

- Você não garante nada Malfoy.

- Ok. Mais confie em mim. Só dessa vez.

-Ok Malfoy, mais poderia me dar licença? Se você não se lembra agora temos aula de DCAT.

-É mesmo. Pode ir. Eu não vou.

Não falei nada, saí, e fui direto para a sala, com a cabeça a mil.  Cheguei na sala, e me sentei entre Harry e Rony, como de costume, porém, eles estavam brigando.

-... Mesma coisa. Você sai a noite com minha irmã e só cheg...

- Rony, você tem que entender. Ela é minha n-a-m-o-r-a-d-a.

- Não deixa de ser minha irmã. E eu acho que você deveria me respeitar mais.

- Como assim? Rony, ela é minha namorada, e eu tenho que ser feliz com ela, se ela...

- Se ela o que Harry?

- Se ela está feliz você deve deixá-la em paz Rony,se é isso que ela quer, se ela está feliz, você deve deixar o seu amigo feliz também. Do mesmo jeito que Harry tem que respeitar você, você tem que respeitar o namoro dele com sua irmã.  – Disse me virando para encarar Rony.

-Agora vai ficar defendendo o Harryzinho é Hermione?

- Não Rony, não vou ficar defendendo o Harry, vou defender a sua irmã, porque se ela está feliz você deve deixá-la fazer o que quer. Ela já está com 17 anos, e já é maior de idade. Ela faz o que quer, você sendo irmã dela ou não. Agora fecha o bico, que o Snape chegou. – Falei friamente. Me virei para Harry, e lancei aquele olhar de ‘ Você me deve uma ’. No momento em que Snape fechou a porta, o silencio reinou sobre a sala.

- Silencio turma. – Snape disse friamente.

-Aiai viu, nem sei pra que ele diz isso. Ele não percebe que já está todo mundo em silencio?

- Alguma observação Sra. Granger? Pensei que pedi para ficarem em silencio.

- Não Prof. Snape. Nenhuma observação.

-É bom saber. Agora quero que todos peguem um pergaminho, copiem o que aparecer no quadro, e peguem um frasco em cima da minha mesa. Mais antes gostaria de explicar o que farão. Em cada frasco, tem uma magia negra diferente. Você terão de descobrir qual, e fazer um dever, para amanha, de 30 linhas, sobre o feitiço usado em seu frasco. Alguma duvida? Ótimo. Agora podem copiar.

Como sempre, fui a primeira a terminar, me levantei, peguei o frasco, e realizei alguns feitiços. Rapidamente descobri, que quem abrisse o frasco, teria uma demonstração grátis da Maldição Cruciatos. Quando falei que havia terminado, Snape foi olhar qual fraso eu havia pegado, e ficou furioso, pelo fato de eu ter conseguido descobrir o geitiço. Apenas fiquei calada, e então ele me liberou.

Fui direto para o Salão Comunal, e no meio do caminho encontrei Gina.

-O que você ta fazendo aqui Gina? Não deveria estar na aula?

-Deveria... Mais tinha que falar com você.

-Vamos entrar. No meu quarto a  gente conversa.

Entramos, e normalmente, encontramos Malfoy, esparramado em um sofá, irritando Bichento.Subimos direto para meu quarto, e Gina sentou em um pufe ao lado da minha cama, enquanto eu pegava um pergaminho, uma pena, e um pote de tinta, para poder fazer as 30 linhas sobre o Cruciatos.

- O que você quer falar Gina?

-Mione, é o Rony. Ele não quer mais me deixar sair com o Harry, não me deixa mais nem ficar perto dele.

-Gina, quando eu entrei na sala de DCAT, Harry e Rony estavam brigando por causa disso, e bom eu falei algumas coisas para o Rony, agora espero que ele pare com isso.

- Hum, o que você falou?

-Nada de mais, só que você já é maior de idade, então faz o que quiser da sua vida, e que se você gosta de viver desse jeito com o Harry, não vai ser ele que vai impedir.

-Obrigada Mione. Mais como você é o Malfoy estão...?

-Tinha que chegar nesse assunto Gina?

-Tinha sim Mione. Sabe porque? Porque você gosta dele e não assume, ele já descobriu isso, agora, a única coisa que falta, é você dar uma chance pra ele. Se não der uma chance, nunca saberá o que teria acontecido.

-Sei sim o que vai acontecer, se eu der uma chance a ele Gina. Eu vou me magoar. Como da última vez.

-Como você pode ter tanta certeza Mione?

- Gina, pensa. Ele é um Malfoy. Você mesmo me disse, quando viramos amigas, nunca confie em um Malfoy, eles só querem o próprio bem. Não que eu ainda não soubesse né.

-Mais Mione, as coisas mudaram. Ele está fazendo muito esforço pra ser apenas uma brincadeirinha.

- Gina, não importa o que você fale, eu não vou mudar minha opinião. E ponto final.

-Ok então né; E Mione, aqui eu queria saber se a gente pode fazer aquela reuniãozinha aqui hoje, todo mundo vir jantar aqui, eu a Luna o Ron, e o Harry.

- Pode ser. Vocês vão vir que horas?

- Não s...

- Ah foi mal Gina, mais acabei de lembrar que não vai dar. Vou ter que fazer umas coisas hoje a noite. Desculpa.

- O que é? Posso saber?

- Gina você ta pior que namorado ciumento, e não você não pode saber o que eu vou fazer.

-Que triste. Me conta vai Mione.

- Não posso Gina. Por enquanto. Talvez amanha eu possa te contar.

- Nossa é tão crucial assim, que você mantenha segredo do seu compromisso hoje?

- Sim, e falando em compromisso, tenho um agora. – Olhei para o meu relógio, e faltava 5 minutos para que a próxima começasse. – E você também. Aulas.

- Mais eu não vou.

- Porque?

- Porque não quero.

- Você vai na aula sim. Vamos.

Desci as escadas com Gina, e percebi que Malfoy não estava mais lá. Onde ele estaria? Não é da sua conta. Isso era verdade. Não era da minha conta onde Malfoy estava.  Levei Gina até a sala, para que ela não fugisse, e provavelmente me seguisse. Enquanto eu fugia, quase dei de cara com Filch , me escondi em uma sala vazia, e depois que ele passou, corri até a porta do Castelo. Merda. Teria que descer, e ir para a Floresta com Hagrid dando aula, praticamente do meu lado. A, que se dane. Comecei a correr, descendo as escadas, em direção a Floresta Proibida, dei a volta na Cabana, e entrei em um trecho, um pouco distante, da onde Hagrid estava dando aula. Aquele lugar, nunca me parecera tão assustador. Não sei se era, pelo tempo que eu não ia ali, ou porque era a primeira vez que eu ia sozinha. Andei por mais uns 5 minutos, e achei o que eu queria. Uma clareira, com uma cachoeira, ao fundo, que pela distancia estava silenciosa. Me recostei em um tronco que estava caído, e me lembrei de bons momentos que passara ali. Com Malfoy. Com meu Malfoy. Cada beijo, cada toque... Parecia tão real. Mas nada foi real. Era apenas uma vontade de me magoar, ou de ganhar a aposta. Naqueles poucos dias que estávamos juntos, ele era tudo pra mim, ele era meu porto seguro. Enquanto eu era nada pra ele. Era apenas uma diversão. Apenas uma Sangue-Ruim. Me deitei, e rapidamente adormeci.

Acordei algumas horas depois, com um pouco de frio, e o mais estranho, com uma jaqueta em cima de mim. Não tinha a mínima duvida de quem era o dono da jaqueta. Para mim seria impossível confundir, ou esquecer aquele cheiro. O único cheiro que conseguia me embriagar.

Procurei por Malfoy na clareira, e a única coisa que avistei, foi um pontinho loiro pulando na cachoeira. Caminhei lentamente até onde ele estava, e comecei a observá-lo a nadar, por uns cinco minutos até ele notar a minha presença. Ele saiu da água, e se secou com apenas um toque da varinha, vestiu uma blusa e se sentou.

- Ah quanto tempo você está aqui?

- Não sei. Há alguns minutos... Uns cinco. – Respondi. Joguei a jaqueta para ele e agradeci. Ele pegou a jaqueta. Ficamos em silencio por algum tempo quando reparei em algo diferente. Havia uma Penseira ali. Porque havia uma Penseira ali? Estava curiosa.

- Hm Malfoy, porque tem uma Penseira ali?

-Quero te mostrar algo.

- Como você sabia que eu estava aqui?

- Não sabia. Eu vim aqui hoje, e vi você ali. Voltei ao castelo e trouxe a Penseira. É a primeira vez que venho aqui, e encontro você.

- É a primeira vez que venho aqui. E do jeito que você fala, você vem aqui todos os dias né.

- Todos os dias é exagero. Algumas vezes... Me traz boas lembranças.

- Hm... O que queria me mostrar Malfoy?

- Era o que eu ia te mostrar no jantar, mais já que você está aqui...

Ele levantou e fez sinal para irmos até a Penseira, Pegou a varinha, e colocou a ponta na cabeça, fechou os olhos e começou  puxar a varinha vagarosamente. Algo branco, como uma nuvem, começou a sair da cabeça de Malfoy, o que eu sabia ser um pensamento. Quando terminou, colocou o pensamento na Penseira, e me mandou entrar. Coloquei a cabeça na Penseira, e senti a conhecida sensação de estar sendo sugada. Acabei em uma sala de pedras, um lugar que  passava a sensação de frio. Malfoy apareceu em meu lado alguns segundos depois. A sala era circular, continha grandes janelas, tampadas por grossas cortinas de veludo verde, uma pesada porta de madeira, e uma mesa de escritório, com algumas cadeiras.

- Onde estamos? – Perguntei, já sabendo a resposta.

- Mansão Malfoy.

No momento em que Malfoy falou, seu pai, Lucio, e Draco entraram na sala. Lucio parecia estar furioso.

- Não quero saber Draco. Você vai se afastar daquelazinha por bem ou por mal.

- Não fale da Hermione desse jeito.

- Falo do jeito que eu quiser. Agora dê um jeito. Se você quer o bem dela, se afaste dela. É sério Draco, já avisei algumas pessoas, e sei o que fazer se você não se afastar dela.

- O que você faria?

- Avisei sua tia Bella, você sabe muito bem, que ela consegue entrar em Hogwarts sem que ninguém perceba, e pode levar quantas pessoas quiser. Então se afaste daquela Sangue-Ruim. Te dou três dias, se não falarei pra sua tia, que o tempo esgotou.

- Como você descobriu?

- Sua amiga descobriu e me falou.

- Pansy.

-Ela mesma. Uma ótima garota. Você deveria sair mais com ela Draco. Agora você tem que voltar para Hogwarts, antes que alguém note sua ausência.

Lucio pegou um saqinho de veludo prata e entregou a Draco, acendeu a lareira com um toque de varinha. Draco jogou o Pó de Flu, e gritou ‘Hogwarts, Sala Comunal Monitores’.

Senti aquela sensação de estar sendo puxada novamente, e voltei para a tão conhecida Clareira, ao lado de Malfoy.

- Só quis te mostrar isso, para provar que tudo aquilo que eu disse era verdade. E fiz tudo para o seu bem. Nunca tive a intenção de te magoar.

- Malfoy... Nunca imaginara isso. Mais porque você nunca me contara nada?

- Não podia. Você provavelmente falaria, que nós poderíamos dar um jeito juntos em tudo que estava acontecendo.

- E falaria mesmo.

-Esse é o problema. No momento em que meu pai falara que Parkinson havia descoberto e contado a ele, eu havia começado a desconfiar, que ela havia colocado uma escuta em mim. E estava certo. Se eu te falasse o que estava acontecendo, ela descobriria, e se eu á tirasse, Parkinson perceberia que eu tirei, e falaria para o meu pai, que eu o desobedecera, e minha tia apareceria aqui na escola com os Comensais...

- Então você estava em um beco sem saída.

-Exato.

Nunca imaginara isso. Como poderia? Ele nunca me dera nenhuma pista. Foi ai que percebi, que tudo que ele me dissera ultimamente poderia ser verdade. Uma pontinha de esperança nasceu em meu peito. E se houvesse uma nova chance para nós dois? Malfoy se aproximou de mim e falou:

- Agora você acredita em mim?

- Apesar de não entender muita coisa, acredito.

- Isso é bom. – Ele disse, e me beijou.