Voltamos para a casa de Matt em silêncio, quando chegamos lá, todos eles estavam conversando animados sobre coisas das músicas, mas quando nos viram, ficaram quietos e nos olharam.

Eu ignorei os olhares e as perguntas mudas e sentei ao lado de Jimmy, que automaticamente passou o braço pelos meus ombros.
Isso era tão irritante com todo mundo, mas com Jimmy não, então nem o olhei feio ou sacudi os ombros, sorri pra ele e soquei-o de leve.
- Vocês demoraram.
- Fazer o que? - Gates perguntou irônico se sentando no outro sofá
- Bom, agora que a madame chegou, nós podemos ensaiar.

Eles tomaram seus lugares e tocaram diversas músicas que eu gostei, a voz de Matt era simplesmente perfeita, e eu ia dizer isso à ele depois.
Jimmy incorporava enquanto tocava e me fazia rir, cada um deles tinha um jeito spróprio e divertido, Zacky fazia cara de foda e dançava, Gates fazia caretas e caras de orgasmo, Johnny eu nem sei descrever o que era aquilo.

Só sei que, depois de uma cara de orgasmo particularmente divertida que Gates fez, eu tive um ataque de risos e eles pararam de tocar.
- Que foi? - Matt perguntou - É tão ruim assim?
- Não! Eu adorei… Só que… Caraalho! Você… - Eu dizia entre os risos e apontei pra Gates - Sua cara foi… Eu vou morrer…
- Ela tá rindo do que? Eu nem fiz careta agora.
- Não… Não, mas…
- Eu acho que você drogou a Vampira quando levou ela para aquele carro. - Jimmy disse abaixando na frente do sofá onde eu estava.

Depois de controlar minhas risadas expliquei que estava rindo da cara de orgasmo de Gates, ele me encheu o saco, falando que cara de orgasmo dele eu ia ver na cama e não ia demorar, com isso a gente brigou como sempre, depois eles voltaram a tocar.

Quando Gates fechou o olho e fez outra cara de orgasmo, fiz gestos com as mãos e apontei pra ele, Zacky e Jimmy começaram a rir também Matt se conteve e Johnny me falou mudamente pra tirar foto.
Mas não deu tempo, até porque, ele percebeu e fechou a cara pra mim.

Depois de eles tocarem sentaram para conversar sobre as músicas, eu fiquei encostada em Jimmy e dava meus palpites também, porque sim, sou entrona.

Fomos embora, eu sentada no banco de trás, Jimmy na frente e Brian dirigindo.
- Hey Vampira, aquele não é seu namorado? - Ele disse apontando para algum lugar.
Vi Gates sorrir pelo espelho e olhei para onde Jimmy apontava.
Knox estava conversando com Mary, os dois sentados num banquinho.
- Para o carro. - Disse e Gates encostou na mesma hora
Desci e andei até lá com passos rápidos, Mary arregalou os olhos e Knox se virou pra mim e sorriu.

- O que você está fazendo aqui tomando café com essa garota?
Ele deu de ombros - Ela é minha amiga.
- Que saco Knox! Quantos anos você tem? Cinco? Essa de dar o troco é coisa de criança.
- Não estou dando o troco, estou tomando café com minha amiga.
- Quer saber. Foda-se também. - Disse dando as costas e voltando para o carro

Bati a porta com força e Gates arrancou com o carro.
- Tudo bem Vamps?
- Tudo ótimo Jimmy. - Disse olhando-o, e então vi Gates rindo pelo retrovisor, chutei seu braço e o carro ziguezagueou na pista antes de ele tomar o controle de volta.
- SUA MALUCA! Por que fez isso?
- Pra você aprender a não rir dos outros.
Ele bufou e continuou dirigindo. - Vai pra casa Jimmy?
- Tava pensando em ir pra sua.
- Sem teto.
- Sua casa é mais legal que a minha. - Ele disse dando de ombros
- Ok então.

Eles foram conversando sobre coisas que eu desconheço ou não me importo, olhei pela janela e fiquei pensando em descontar minha raiva em algo.
- Vampira? - Jimmy me chamou e eu me virei pra ele
- Umh?
- Você quer ir?
- Ir aonde?
- Pra casa do Syn.
- Não. Pra fazer o que?
- Se não, faz diferença fazer o que? - Gates perguntou mal humorado
- O “não” foi reflexo, mas de qualquer forma, é pouco provável que eu resolva ir pra sua casa.
- Fazer nada em especial, comer e jogar video game… Coisas assim. Jimmy disse se virando para trás e ignorando a pequena briga.
- Por que eu iria querer fazer isso?
- Pra distrair. - Ele disse feliz levantando os polegares.
- E pra esquecer que pegou seu namorado com… - Gates começou, mas Jimmy socou seu ombro - É verdade!
- Cala a boca cara. E então? Vem com a gente?
Pensei por uns segundos, isso era uma boa forma de me distrair e acabar irritando Knox, caso ele viesse a saber, então resolvi que, posso conter meu estômago, e não vomitar devido a proximidade desse idiota, por mais algum tempo.
- Pode ser então. - Disse dando de ombros
- Espera ai, eu nunca te chamei pra ir. - Gates disse erguendo uma sobrancelha
- Não ligo pro que você pensa.
- A casa é minha.
- E eu não ligo pro que você pensa.
- Cala a boca e dirige Syn. - Jimmy disse empurrando a cabeça dele
- Viado.
- Eu? Você que está tentando evitar de levar uma mulher pra sua casa.
Comecei a rir enquanto eles discutiam sobre quem era mais viado.

Quando Gates parou na frente da casa eu desci e me espreguicei, esperando ele dar a volta no carro, já Jimmy já estava na varanda abrindo a porta e reclamando que somos lerdos.
Gates rolou os olhos e foi andando, sai em seu encalço e, quando chegamos a varanda, Jimmy já estava na sala entrando em algum lugar.
- FALA AÍ PAPA GATES! - Gritou lá de dentro.
- Licença - Murmurei e ele sorriu
- Vampira mesmo einh? Tenho que te convidar pra entrar?
- Por favor. - Eu disse irônica e ele parou na soleira estendendo os braços pra dentro
- Entre.
Rolei os olhos e passei por ele, que fechou a porta atrás de mim, dei dois passos pra dentro da casa e ouvi o som do inferno.

- Oi Pinkly, tá com fome? - Gates perguntou passando por mim e se abaixando para acariciar o monstro.
Recuei até bater as costas na porta e encarei Gates brincar com o monstro, que agora estava de barriga pra cima e meio que rolando enquanto ele fazia carinho em sua barriga.

Gates levantou e foi andando até a porta onde Jimmy tinha entrado, o monstro se virou de barriga pra baixo e levantou, me encarou por alguns segundos e começou a saltitar na minha direção.
Pulei por cima daquilo, mas a coisa encarou como brincadeira e veio correndo atrás de mim.
- GATES? - Gritei enquanto fugia do monstro felpudo pela sala.
- Que é escandalosa? - Perguntou aparecendo na sala - Por que você está em cima do sofá?
- Tira isso de perto de mim!
- Isso o que? - Perguntou chegando perto de mim
- Essa coisa! - Disse apontando pro monstro, que agora subira no sofá.
- Pinkly? - Perguntou confuso e divertido, enquanto eu pulava do sofá e ia em sua direção
- Tem outra coisa aqui? - Perguntei ficando atrás dele com as mãos em suas costas
- Não sei, mas ela é só…
- Um monstro!

A cachorrinha vinha pulando atrás de mim, dei a volta em Gates e voltei pro sofá, sendo seguida pela coisa.
- Você tem mesmo medo dela? - Perguntou se aproximando do sofá
- Para de me encher o saco e tira isso daqui!
Ela subira no sofá de novo, e a coisa mais próxima pra subir era Gates, então pulei nele, que me segurou no colo rindo.
- Pinkly. - Chamou e eu arregalei os olhos - Calma, vou colocar ela lá dentro.
- Ok.
Ele me carregou pela sala até a cozinha com a coisa nos seguindo pululante, Jimmy e Sr. Haner nos olharam estranho e trocaram olhares, fala sério.

Gates abriu a porta e empurrou o monstro com o pé, fechou a porta e sorriu pra mim.
- Pronto. Ou você tem medo de coisas de cozinha também?
Soquei seu ombro e desci dos seus braços.
- Você é um idiota, mas obrigada.
- Pinkly é inofensiva.
- É um monstro que finge ser inofensiva.
- É um maltês, em pé, não chega nem no seu joelho.
- Não importa o tamanho! É um monstro!
- Ok então. Senta ai. - Ele disse me empurrando pra mesa
- Olá Jade. - Senhor Haner disse sorrindo.
- Anh? Ahh! Oi! - Respondi e ele saiu da cozinha
Sentei-me enquanto Gates colocava coisas na mesa, depois sentou do meu lado e na frente de Jimmy.
Eles começaram a comer e eu fiquei olhando o monstro sentado do outro lado da porta de vidro.

- Oi mano, Jimmy. Como foi o ensaio? - Uma voz feminina perguntou, o que fez o monstrinho começar a ganir e bater a pata na porta.
- Foi bom Kenna.
A garota entrou no meu campo de visão, devia ter uns quinze anos. - Por que a Pinkly ta presa? - Perguntou e abriu a porta.
Na mesma hora eu arregalei os olhos, a coisa veio pulante pro meu lado e eu subi na cadeira.
- Relaxa Vamps. - Jimmy disse rindo
A garota me olhou com a testa franzida, mas não dei a mínima, a coisa começou a pular na beirada da minha cadeira.
- Gates! Tira isso daqui!
Ele riu e pegou a monstra com as mãos e levou-a pra fora.
- Você tem medo da Pinkly? - A garota perguntou
Pensei em responder, “não, só curto subir em cadeiras quando cachorros chegam perto”, mas como estava na casa dela não o fiz.
- Pois é.
Gates sentou do meu lado de novo e segurou minha canela - Desce daí Vampira, ela já ta presa.

Sentei de novo e continuei encarando o bicho que estava agora, com ambas as patas apoiadas na porta e nos olhando.
A tal garota sentou conosco e me olhava estranho, não que eu dê a mínima, afinal, aparentemente a única pessoa não irritante dessa casa é o pai deles, que por sinal saiu pra algum lugar.
- Você estuda com o Syn? - A garota perguntou me encarando estranho
- Aham. - Eu disse ainda sem parar de olhar pra coisa deitada perto da porta.
- E você é amiga da Michelle?
- Não. Ela me odeia, mas eu não dou a mínima. - Disse sorrindo irônica, o que, estranhamente, fez a garota sorrir também.
- Chega desse assunto. - Gates disse jogando a tampa do pote de maionese nela - Cala a boca Kenna.
- Estou tendo certeza de que sua nova namorada não é uma vadia como a antiga.
Comecei a rir na hora, gargalhar na verdade, algo entre humorado e macabro, Gates fechou a cara pra mim e Jimmy riu comigo, mas a risada dele era só de humor.
- Do que estão rindo? - Perguntou a garota confusa
- Nem nos sonhos mais bonitinhos dele né Gates? - Perguntei apertando sua bochecha, mas ele estapeou minha mão e eu ri mais.
- Pesadelos, você quis dizer.
- Aham, quem estava dando em cima de mim sexta passada? - Perguntei irônica.
- Isso não conta. Eu estava bêbado e numa boate, você era a garota mais próxima, não dar em cima de você ia contra tudo o que eu acredito na vida.
- Você é tão gigolô que nem liga pra isso né?
- Já falei que se eu fosse gigolô, você me deveria.
- Eu nunca fiz nada com você… Nada que não fosse violento e agressivo, como te jogar de cadeiras.
- Sexo animal é mais caro. - Disse sacana.
- CARA! - A garota gritou e nós a olhamos, Jimmy estava roxo de rir e ela estava indignada e meio vermelha.
- Que? - Perguntou calmo.
- Eu sou sua irmã!
- Sim, e?
- E? E que você fica falando sobre sexo animal na minha cara, numa boa!
- Mas e dai? Você acha que eu sou virgem por acaso?
- CALA A BOCA BRIAN! - Ela gritou socando a mesa e ele deu de ombros.
Eu e Jimmy mal nos aguentávamos de tanto rir, a garota estava vermelha de vergonha e Gates não estava nem ai.
- Kenna, aprenda, você vai morrer virgem, mas eu não.
- Brian!
- Cala a boca Gates! - Eu disse socando seu ombro - A garota vai explodir desse jeito.
- Ta, parei.
- Certeza que ela não é sua namorada? - A garota perguntou um pouco irritada - Você obedece ela mais que obedece meu pai.
- Mas ele nunca obedeceu a Michelle. - Jimmy entrou na conversa
- Então o que ela é sua?
Eu e Gates nos olhamos e demos de ombros - Sei lá, algo entre inimigos mortais e conhecidos. - Eu disse sorrindo irônica pra ele.
- Eu encaro mais como ser amigo de uma serial Killer.
- Eu seria uma ótima serial killer. - Disse pensativa
- Pois é. - Ele disse sacudindo a cabeça

- Oi. - Uma mulher disse entrando na cozinha com umas sacolas - Quem é sua nova amiga Bri?
- Ah, Suzy essa é a Jade. - Ele disse pegando as sacolas dela e colocando na mesa.
- Prazer. - Eu disse sorrindo, mas então me dei conta de por onde ela tinha entrado.
Senti algo gelado molhando minha canela. Olhei pra baixo e Pinkly estava com o nariz encostado na minha calça.
- AHH! - Gritei saindo da mesa e pulando em Brian de novo, o que fez com que ele e Jimmy começassem a rir, a garota sorriu e a mulher se assustou.
- O que…? - A mulher começou, mas parou sem palavras.
- Pinkly, fora. - Ele disse andando até a porta e empurrou-a com o pé, mas ela pulou por cima do pé dele e entrou de novo. - Fora. - Ele disse tentando de novo, mas o monstro se recusava a sair.
- Viu? É um monstro! - Disse cravando as unhas em seus ombros.
- Ai! Para. Calma, ela vai sair.
Ele ficou empurrando-a, mas a monstra sempre pulava de volta.
- Você é um inútil! Nem consegue colocar seu monstro peludo pra fora.
- Você é inútil! Tem medo de cachorros minúsculos que nem ela.
- Para de me encher e coloca essa coisa longe de mim!

Depois de algum tempo, ele conseguiu colocar o monstro pra fora e eu desci do colo dele.
- Aprenda a controlar seu monstro. - Eu disse ranzinza cruzando os braços
- Aprenda a controlar seu medo.
- Eu não te encheria o saco se você tivesse medo de cachorros!
- Você me enche o saco por qualquer coisa que você consiga.
- Mas eu sei como é e eu respeito medos.
- E se eu tivesse medo de… Laranja.
- Eu nunca jogaria uma laranja em você e nem pintaria meu cabelo de laranja.
- Você ia encher meu carro de laranjas, ia pintar meu quarto de laranja e me dar suco de laranja.
- Você não pode provar.
Ele rolou os olhos e voltou pra mesa, onde Jimmy e Kenna riam loucamente, a mulher já tinha saído.
- Vamos jogar alguma coisa. - Jimmy disse levantando e me puxando pela cozinha.
Gates veio atrás de nós, subimos a escada e andamos por um corredor, abriu a porta de um quarto e nós entramos.

Sentamos na cama e eles começaram a jogar algum jogo de luta.
Brian ganhava quase todas, eu torcia pra Jimmy e ele de vingança, sempre me empurrava deitada.
Em uma dessas vezes eu continuei deitada na cama, só olhando o jogo, depois cansei disso e fechei os olhos, ouvia os barulhos do jogo e das conversas deles.
Estava indo tudo bem quando senti algo lamber meu ombro, uma língua não muito grande.

Abri os olhos assustada e vi que eles ainda se concentravam no jogo, a porta estava entreaberta.
Comecei a choramingar e eles olharam pra mim, virei a cabeça devagar, só pra ver o monstro lambendo meu ombro.
- AHHH! QUE MERDA! - Gritei pulando da cama.
Gates pegou o monstro enquanto ele corria pro meu lado, colocou-a do lado de fora e fechou a porta.
- Calma, é só um cachorro.
- Mas eu tenho medo! Entenda idiota!
Ele andou pra perto e passou os braços por mim me abraçando.
- Desculpa. - Sussurrou - Devia ter fechado a porta.
Encostei a cabeça em seu ombro e abracei-o de volta.
- Opa, to indo, não gosto de ser vela. - Jimmy disse rindo e foi pra porta
- Volta aqui idiota! - Eu disse empurrando Brian, que riu e sentou na cama de novo. - Você acha que eu vou ficar sozinha com esse louco?
- Ué, tava rolando um clima…
- Que clima? Que clima? Bateu a cabeça numa quina idiota? - Perguntei irritada - Eu tenho um namorado!
- Você sabe quantas vezes repete isso?
- É verdade!
- Mas parece que você fica tentando gravar isso na sua cabeça, como se não acreditasse.
- Virou psicólogo agora Sullivan?
Ele deu de ombros - Gênios tem essas coisas.
- Não vejo nenhum gênio por aqui.
- Bem que dizem, olho claro dá mais problema de visão... Eu tô bem na sua frente.
- Já sei como vocês são melhores amigos, cada um mais modesto que o outro.
- Você reclama, mas não vive sem a gente.
- Mais convencido impossível Jimmy.
Ele me abraçou e eu retribuí rindo, então escutei a música que vinha do meu bolso.
Peguei o celular e olhei o visor, sorrindo maligna e atendendo.
- Sim?
- Aonde você está? - Perguntou em um misto de raiva e preocupação
- Com meus amigos.
- Quais amigos?
- Brian e Jimmy.
Ele bufou do outro lado - Vem pra sua casa, eu estou esperando.
- Não obrigada. Vá tomar seu café com a Mary.
- Jade!
- Tchau Knox. - Eu disse meio cantarolando e desliguei o telefone.

Jimmy sorriu malicioso pra mim e eu rolei os olhos pra ele.
- Nem vem Jimmy. - Disse me sentando ao lado de Gates na cama
Ele começou a andar pra porta e eu me levantei o olhando feio.
- Posso ir ao banheiro? - Pediu e eu me sentei de novo
Gates continuou jogando e eu tentei entender a dinâmica do jogo. Era bem simples na verdade, como todos os jogos de luta, matar o adversário com golpes.
- Quer jogar?
- Umh? Ah, não sei jogar isso.
- Você aprende.
Dei de ombros e ele me entregou o controle de Jimmy e me explicou os comandos.

Algum tempo depois, eu estava arrasando no jogo, quando ganhei pela sei lá qual vez, me dei conta de que Jimmy tinha saído a muito tempo.
- Jimmy morreu no seu banheiro.
Ele tirou o celular do bolço e ligou pro amigo.
- Hey man. Cadê você?
“...”
- Mais? Mas antes de subir a gente tava comendo!
“...”
Brian riu e desligou - Ele está na cozinha.
- Umh. - Saltei da cama e me espreguicei - Acho que já vou então.
- Por que?
- Já ta tarde Gates.
Ele deu de ombros e levantou - Te levo na porta.
Descemos as escadas e encontramos Jimmy na sala, ele estava com um gigantesco pacote de bolachas e se encaminhando pro quarto.
- Tá indo?
- Tô. Tchau Jimmy. - Disse andando até ele e o abraçando
- Tchau Vamps.
Andei até a porta, onde Gates estava encostado, abriu os braços pra mim e eu ergui as sobrancelhas.
- E o que te faz pensar que eu… - Comecei, mas logo ouvi um som que me fez pular nele, que começou a rir - MERDA! Monstro.
- Ela é inofensiva.
- Me tira daqui! - Eu disse e ele ergueu as sobrancelhas - Por favor?
Gates sorriu e abriu a porta, me levando pra varanda, colocou-me no chão e beijou minha bochecha.
- Obrigada idiota.
- De nada. - Ele disse entrando em casa

Virei as costas e desci os degraus da varanda, então vi uma das gêmeas do mal, provavelmente Michelle, ela me olhava com uma raiva do inferno, me senti um judeu sendo encarado por Hitler.
- Ainda usando o Brian pra fazer ciúmes?
- Ainda correndo atrás dele?
- Vampira, você não sabe onde está se metendo.
- Nem você Barbie verão. Então combinamos assim, se você resolver entrar no meu caminho, eu brinco de menininha que cresceu e joga os brinquedos no lixo. Entendeu?
- Suas metáforas de criancinha não me dão medo. - Ela disse sorrindo

Caminhei até bem perto dela - Então vou falar no sentido literal, já que oxigenadas não conseguem entender. Sabe o que é ver seu sangue escorrer pelo corpo enquanto você grita devido a uma dor alucinante? Eu vou causar isso a você se não parar de me encher o saco.
Vi a garota estremecer, mas ela foi até forte - Você só fala garota.
- Meu apelido é Vampira porque eu, literalmente, gosto de sangue, não de beber, claro. Mas você não acha lindo? Então, acho que eu gostaria de ver o seu, escorrendo enquanto você grita de dor.
Ela sorriu de uma forma que tentava ser irônica, mas tinha muito medo ali.

- O que está acontecendo ai? - Jimmy perguntou saindo da casa e eu girei nos calcanhares para olhá-lo
- Nada.
- Sei, por que a Michelle tá pálida?
- Porque Barbie é branca.
- Einh?
- Nada Jimmy. Tchau pra vocês.