Na Escada da Escola escrita por Aki Nara


Capítulo 3
Capítulo 3 - Onze




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_ Ah! Pudera. Por isso você parece um pouco diferente, é mestiça. Ray é o sobrenome do seu pai, suponho. Mas se foi sua mãe quem escolheu o nome para você então seu primeiro nome deve ser em japonês... Preciso de um dicionário. Tudo bem se for até a minha sala?

 

_ Como é que se pede? – levantou a sobrancelha.

 

_ Hummm. Pedindo?

 

_ Aham! Palavra mágica?

 

_ Por favor?!

 

_ Ah! Agora sim – ela flutuava pelo caminho. – Ainda bem que você foi esperto em perceber que só pode ir para onde quiser estando comigo.

 

_ Ah é! Bom saber... – entrou na sala para ir diretamente em sua carteira pegando o dicionário. – Ma é trevas e Ki é alma. Seu nome é Maki Ray. Puxa! Uma alma mais forte que as trevas. Sabe o que é mais engraçado?

 

_ O que é engraçado? – levantou a sobrancelha.

 

_ Além de você levantar a sobrancelha? Você notou que a pronúncia do seu sobrenome é Rei? Em japonês Rei pode significar fantasma.

 

_ Você é muito esperto...

 

_ Bom... O papo está muito bom, mas está ficando tarde. Se não dormir um pouco, não conseguirei assistir a aula amanhã.

 

_ Não verá aula! Quanto mais o dia de amanhã...

 

_ Como não?

 

_ Você tem que descobrir... – fazia mímicas como se estivesse explicando para um debilóide – porque estou aqui... Esqueceu? Mas se você quiser desistir e me entregar a sua alma terminamos com isso agora.

 

_ Eu tenho que fazer tudo isso esta noite?

 

Senti-me tentada a não responder. Não sabia definir se esse garoto era um gênio ou um baka.

 

_ Okay. Descobri seu nome. Você está usando um uniforme antigo. Acho que vi um modelo desse uniforme na vitrine no atelier de corte e costura. Podemos ir? Ah! Porfavor?

 

_ Se você acha necessário...

_ Claro! Vai por mim... Descobriremos a sua idade.

 

O Atelier ficava no terceiro andar, mas meu interesse se concentrava em saber como um garoto podia lembrar de um uniforme exposto numa vitrine do curso de corte e costura. De fato! Era muito intrigante.

 

_ Sorah? – disse ainda flutuando ao lado do garoto

 

_ Hem?

 

_ Você faz corte e costura?

 

_ Tá louca? Isso é curso pra garotas.

 

_ E como você sabe que tem uma vitrine com um uniforme igual a esse?

 

_ É meio embaraçoso contar...

 

_ Acho que é mais embaraçoso não contar... Você é moranguinho?

 

_ Ow! Não precisa ofender... É que tem um garoto que gosta de bancar o durão, eu estava fugindo dele e me escondi lá.

 

_ Sei...

 

_ É verdade!

 

_ Claro, claro. Você tem uma memória de elefante!

 

Sorah abriu a porta de correr entrando no atelier. Havia inúmeras vitrines, mas ele parou diante de um e leu o que dizia na placa.

 

_ Uniforme da escola adotada em 1958 a 1968. Puxa! Você poderia ter sido a minha mãe...

 

_ Acho bom tomar cuidado com o que diz.

 

_ Se estivesse viva. Mas... Aconteceu algo e você está vagando por esse colégio. Você lembra de quantos anos tinha?

 

_ Humm. Não, mas me lembro que estava muito feliz. Era primavera e comemorávamos a nossa formatura. Eu queria tanto uma recordação e pedi o segundo botão de seu punho. Aguardei por ele, mas não veio.


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