Heróis Elementais escrita por warick, José Vinícius
Nathan ainda segurava o pescoço da serpente com seu corpo em chamas. A serpente balançava pra lá e pra cá, enquanto o garoto acompanhava o movimento em sincronia. No seu rosto, estava uma ideia fixa, a fisionomia de que ele já sabia o que fazer. O fogo mal afetava a serpente. Seu corpo de areia era quente, prova de que ficou horas ao sol escaldante daquele deserto.
Shade gritava mais e mais – Nathan, desce daí!
Denki e May se divertiam com a situação, e achavam engraçado.
- Quero ver ele conseguir domar ela... –disse Denki.
Fernanda estava preocupada. Mas Vinícius estava calado, e tinha um sorriso no rosto.
O Rei estava surpreso. Flint estava sério.
- Ele vai conseguir? – Fernanda perguntou aflita.
Vinícius não disse nada.
Até que então, Nathan tomou um impulso e subiu na sela da criatura. Segurou mais firme, seu corpo ainda em chamas.
- Agora você é meu! – disse.
Mas a serpente era mais teimosa. Ela começou a se agitar violentamente, a se debater com o muro, a cair e rolar no chão, uns guinchos altos e estridentes.
- Nathan! Pare! - gritou Shade, com todas as forças.
Vinícius teve um sobressalto. Flint mudou de fisionomia.
- Vamos sair daqui! – gritaram os dois.
Ninguém não entendeu nada, mas um tremor aconteceu.
Era muito forte, muito, e todos caíram no chão. Levantar-se era difícil, mas ainda possível. Flint foi o primeiro a fazer isso, e ajudou o rei a se levantar para fugirem.
O restante levantou-se logo depois. A serpente parou por um momento. O tremor não fazia efeito nela, mas era aquela cena lhe pareceu interessante. Era a vez de Nathan.
Segurou com os braços flamejantes a serpente, queimando a pele de areia dela. Ela gritou, com dor, mas ele, não desistiu. Apertava mais firme, e ela se debatia ainda mais.
O tremor avia diminuído, mas não parado. Mas a serpente debateu-se com o palácio, derrubando uma parede que dava acesso ao lado de dentro. Pronto! Estavam presos ali.
- Fernanda! –gritou Flint.
Ela correu velozmente até o entulho de pedras. Começou a fazer movimentos, simples, de logo depois, mais bruscos. As pedras foram flutuando, uma a uma, e logo, ela fez um movimento rápido que tirou praticamente todo o entulho da passagem.
- Você é meu agora! – disse Nathan, enquanto Arnadranoch se debatia menos e se acalmava.
Então, Nathan parou.
Shade viu. Seus olhos tornaram-se como olhos de uma serpente, e ele começou a falar numa língua estranha. Aos poucos, o tremor foi parando, até que parou.
Nathan ainda estava lá, falando.
- O que ele tá falando? – perguntou Shade.
- Ele está possuído – disse Flint.
- Como? – perguntou May.
- O espírito de Amarant, o domador de dragões. É ele que está domando Arnadranoch, não o Nathan. – explicou Vinícius.
- Oh. – disse Denki.
Então, Nathan voltou a si, e as chamas de seu corpo cessaram.
- O que aconteceu? -perguntou.
Todos olhavam pra ele.
Arnadranoch estava ali, parado, quieto. Nathan estava montando em cima dele. Estava dominando-o.
Novo tremor.
Dessa vez, fortíssimo.
Os gritos das pessoas dentro do palácio eram altíssimos. O Rei sentia seu coração ser atingido por espadas afiadas ao ouvir esses gritos.
- Meu povo... Tenho que salvá-lo...
- Denki, May e Shade, subam em Arnadranoch com o rei. Fujam para leste. Eu e os outros vamos salvar o povo aqui. Rápido!
Fizeram o ordenado. Mas Nathan estava desnorteado. Não sabia como manejar um dragão.
- Confie em si mesmo e no poder de seu ancestral. Só isso – disse Flint, antes de entrar no palácio com Vinícius e Fernanda.
Nathan respirou fundo.
- Segurem-se firme! -disse.
Arnadranoch grito alto, como se anunciasse que iria partir. Simplesmente, deu um salto, e mergulhou para dentro da areia. A areia, como se o conhecesse, abriu um buraco, por onde o dragão de areia passava sem dificuldade. Depois, a própria areia soterrou a abertura.
...
As pessoas corriam de um lado pra outro dentro do palácio. Partes dele caíam no chão, o que tornava o lugar ainda mais perigoso por conta do tamanho da construção.
Flint pegou sua espada embainhada, e segurou-a com uma das mãos.
- Hexens, suas armas!
Fernanda retirou rapidamente do bolso uma presilha em forma de flor. Fez u gesto, e a presilha alongou-se, dando forma a uma katana longa, de lâmina esverdeada, mas brilhante.
Vinícius retirou do pescoço um tipo de colar kotodama, e lançou-o no ar. Ele tomou a forma de um arco branco-azulado, grande, com detalhes. Segurou-o com uma das mãos.
Vinícius mirou numa parede. Uma flecha materializou-se no ar, brilhante, azulada. Ele atirou, e destruiu a parede. As pessoas que estavam ali fugiram pela abertura.
- Mas e as pessoas que estão no andar de cima? -perguntou Fernanda.
- Já desceram para cá, desde o último tremor – responder o Hexen do ar.
Chegaram a uma passagem bloqueada por pedras. Havia um pequeno contingente de pessoas lá. Ele então fez um gesto cortante, e um raio de energia saiu da espada e destruiu as pedras. Saíram.
Fernanda tomou mais à frente, e fez outro gesto cortante. Uma lâmina esverdeada, de energia, destruiu outra parede. Mais pessoas saíram pela abertura.
Chegaram ao salão principal, onde ficara o trono do rei, e o portão de entrada.
Havia mais algumas pessoas lá. Algumas aprisionadas por pedras e objetos de outro e prata de peso incalculável.
Flint lançou outro raio da espada, destruindo tudo, sem ameaçar a vida das vítimas.
- Afastem-se - recomendou Flint às pessoas que ainda estavam ali perto.
- Fernanda, aqui! – Vinícius estava de frente para o portão. Havia pedras bloqueando a abertura. Tinham que tirá-las.
Fernanda ficou do lado dele. Como se soubesse o que fazer, começou a conjurar algo. O outro fez a mesma coisa.
- “Ergos vos invoco, vim magna imperi elementa”!
Fernanda apontou a katana para o portão, assim como Vinícius mirou uma flecha na estrutura.
Uma onda de energia envolveu as armas, e foi canalizada em cada uma delas.
Fernanda fez um gesto cortante, violento, lançando uma lâmina verde de energia no portão.
– Terra inviolata!
Ao mesmo tempo, Vinícius materializou uma flecha gigante branca e atirou.
– Aera magnata!
A flecha de energia foi de encontro com a lâmina, e ambas de tornaram uma, formando um tipo de ataque em forma de míssil, muito forte.
Flint apenas ficou observando.
O míssil atingiu o portão, e destruiu-o completamente. Uma explosão.
Todos saíram, sãos e salvos. Atrás deles, o palácio perecia, cedendo aos tremores.
Dirigiram-se para o leste da cidade.
Lá, estavam os outros heróis e o rei, além de sobreviventes. Arnadranoch dormia, enquanto Nathan alisava-o, e admirava o dragão recém-domado.
Ao ver Flint e os Hexen, o rei levantou-se.
- Onde estão?- perguntou o rei.
- Os sobreviventes foram para a cidade. Lá, encontraram outras pessoas. Estão bem.
O rei respirou, aliviado. – E o palácio?
- Destruído - disse Fernanda.
- O que há de mais importante num reino, majestade, não são as construções. São as pessoas que fazem parte dele. – disse Vinícius.
- Meu jovem, suas palavras estão certas. Meu reino vai se levantar, e voltará a ter seu brilho.
- Mas e agora? O que vamos fazer? - disse Denki.
- Já conheço o poder de dois de vocês – disse Flint. – E eles são muito fortes, assim como seus ancestrais, Lakysa e Noroak, a “Az da vida” e o “Mestre Mental”.
- E Amarant? O que ele era? - perguntou Nathan.
- O Dominador das feras. Amarant gostava muito de dragões, tinha preferência a eles por serem imunes a magias, com exceção a magia de dragão. – disse Vinícius.
- Então quer dizer que nós temos ancestrais?- Perguntou Shade.
- Qual é o meu? - perguntou Denki.
- E o meu? -perguntou May.
- Acalmem-se. – disse Flint. – Acho que está na hora de vocês conhecerem um pouco sobre eles.
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é a vez do Denki.