Heróis Elementais escrita por warick, José Vinícius


Capítulo 8
Perigo no palácio e uma revelação.




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Nathan ainda segurava o pescoço da serpente com seu corpo em chamas. A serpente balançava pra lá e pra cá, enquanto o garoto acompanhava o movimento em sincronia. No seu rosto, estava uma ideia fixa, a fisionomia de que ele já sabia o que fazer. O fogo mal afetava a serpente. Seu corpo de areia era quente, prova de que ficou horas ao sol escaldante daquele deserto.

Shade gritava mais e mais – Nathan, desce daí!

Denki e May se divertiam com a situação, e achavam engraçado.

- Quero ver ele conseguir domar ela...  –disse Denki.

Fernanda estava preocupada. Mas Vinícius estava calado, e tinha um sorriso no rosto.

O Rei estava surpreso. Flint estava sério.

- Ele vai conseguir? – Fernanda perguntou aflita.

Vinícius não disse nada.

Até que então, Nathan tomou um impulso e subiu na sela da criatura. Segurou mais firme, seu corpo ainda em chamas.

- Agora você é meu! – disse.

Mas a serpente era mais teimosa. Ela começou a se agitar violentamente, a se debater com o muro, a cair e rolar no chão, uns guinchos altos e estridentes.

- Nathan! Pare!  - gritou Shade, com todas as forças.

Vinícius teve um sobressalto. Flint mudou de fisionomia.

- Vamos sair daqui! – gritaram os dois.

Ninguém não entendeu nada, mas um tremor aconteceu.

Era muito forte, muito, e todos caíram no chão. Levantar-se era difícil, mas ainda possível. Flint foi o primeiro a fazer isso, e ajudou o rei a se levantar para fugirem.

O restante levantou-se logo depois. A serpente parou por um momento. O tremor não fazia efeito nela, mas era aquela cena lhe pareceu interessante. Era a vez de Nathan.

Segurou com os braços flamejantes a serpente, queimando a pele de areia dela. Ela gritou, com dor, mas ele, não desistiu. Apertava mais firme, e ela se debatia ainda mais.

O tremor avia diminuído, mas não parado. Mas a serpente debateu-se com o palácio, derrubando uma parede que dava acesso ao lado de dentro. Pronto! Estavam presos ali.

- Fernanda! –gritou Flint.

Ela correu velozmente até o entulho de pedras. Começou a fazer movimentos, simples, de logo depois, mais bruscos. As pedras foram flutuando, uma a uma, e logo, ela fez um movimento rápido que tirou praticamente todo o entulho da passagem.

- Você é meu agora! – disse Nathan, enquanto Arnadranoch se debatia menos e se acalmava.

Então, Nathan parou.

Shade viu. Seus olhos tornaram-se como olhos de uma serpente, e ele começou a falar numa língua estranha. Aos poucos, o tremor foi parando, até que parou.

Nathan ainda estava lá, falando.

- O que ele tá falando? – perguntou Shade.

- Ele está possuído – disse Flint.

- Como? – perguntou May.

- O espírito de Amarant, o domador de dragões. É ele que está domando Arnadranoch, não o Nathan.  – explicou Vinícius.

- Oh. – disse Denki.

Então, Nathan voltou a si, e as chamas de seu corpo cessaram.

- O que aconteceu?  -perguntou.

Todos olhavam pra ele.

Arnadranoch estava ali, parado, quieto. Nathan estava montando em cima dele. Estava dominando-o.

Novo tremor.

Dessa vez, fortíssimo.

Os gritos das pessoas dentro do palácio eram altíssimos. O Rei sentia seu coração ser atingido por espadas afiadas ao ouvir esses gritos.

- Meu povo... Tenho que salvá-lo...

- Denki, May e Shade, subam em Arnadranoch com o rei. Fujam para leste. Eu e os outros vamos salvar o povo aqui. Rápido!

 Fizeram o ordenado. Mas Nathan estava desnorteado. Não sabia como manejar um dragão.

- Confie em si mesmo e no poder de seu ancestral. Só isso – disse Flint, antes de entrar no palácio com Vinícius e Fernanda.

Nathan respirou fundo.

- Segurem-se firme!  -disse.

Arnadranoch grito alto, como se anunciasse que iria partir. Simplesmente, deu um salto, e mergulhou para dentro da areia. A areia, como se o conhecesse, abriu um buraco, por onde o dragão de areia passava sem dificuldade. Depois, a própria areia soterrou a abertura.

...

As pessoas corriam de um lado pra outro dentro do palácio. Partes dele caíam no chão, o que tornava o lugar ainda mais perigoso por conta do tamanho da construção.

Flint pegou sua espada embainhada, e segurou-a com uma das mãos.

- Hexens, suas armas!

 Fernanda retirou rapidamente do bolso uma presilha em forma de flor. Fez u gesto, e a presilha alongou-se, dando forma a uma katana longa, de lâmina esverdeada, mas brilhante.

Vinícius retirou do pescoço um tipo de colar kotodama, e lançou-o no ar. Ele tomou a forma de um arco branco-azulado, grande, com detalhes. Segurou-o com uma das mãos.

Vinícius mirou numa parede. Uma flecha materializou-se no ar, brilhante, azulada. Ele atirou, e destruiu a parede.  As pessoas que estavam ali fugiram pela abertura.

- Mas e as pessoas que estão no andar de cima?  -perguntou Fernanda.

- Já desceram para cá, desde o último tremor – responder o Hexen do ar.

Chegaram a uma passagem bloqueada por pedras. Havia um pequeno contingente de pessoas lá. Ele então fez um gesto cortante, e um raio de energia saiu da espada e destruiu as pedras. Saíram.

Fernanda tomou mais à frente, e fez outro gesto cortante. Uma lâmina esverdeada, de energia, destruiu outra parede. Mais pessoas saíram pela abertura.

Chegaram ao salão principal, onde ficara o trono do rei, e o portão de entrada.

Havia mais algumas pessoas lá. Algumas aprisionadas por pedras e objetos de outro e prata de peso incalculável.  

Flint lançou outro raio da espada, destruindo tudo, sem ameaçar a vida das vítimas.

- Afastem-se - recomendou Flint às pessoas que ainda estavam ali perto.

- Fernanda, aqui! – Vinícius estava de frente para o portão. Havia pedras bloqueando a abertura. Tinham que tirá-las.

Fernanda ficou do lado dele. Como se soubesse o que fazer, começou a conjurar algo. O outro fez a mesma coisa.

- “Ergos vos invoco, vim magna imperi elementa”!

 Fernanda apontou a katana para o portão, assim como Vinícius mirou uma flecha na estrutura.

Uma onda de energia envolveu as armas, e foi canalizada em cada uma delas.

Fernanda fez um gesto cortante, violento, lançando uma lâmina verde de energia no portão.

– Terra inviolata!

Ao mesmo tempo, Vinícius materializou uma flecha gigante branca e atirou.

– Aera magnata!

A flecha de energia foi de encontro com a lâmina, e ambas de tornaram uma, formando um tipo de ataque em forma de míssil, muito forte.

Flint apenas ficou observando.

O míssil atingiu o portão, e destruiu-o completamente. Uma explosão.

Todos saíram, sãos e salvos. Atrás deles, o palácio perecia, cedendo aos tremores.

Dirigiram-se para o leste da cidade.

Lá, estavam os outros heróis e o rei, além de sobreviventes. Arnadranoch dormia, enquanto Nathan alisava-o, e admirava o dragão recém-domado.

Ao ver Flint e os Hexen, o rei levantou-se.

- Onde estão?- perguntou o rei.

- Os sobreviventes foram para a cidade. Lá, encontraram outras pessoas. Estão bem.

O rei respirou, aliviado.  – E o palácio?

- Destruído - disse Fernanda.

- O que há de mais importante num reino, majestade, não são as construções. São as pessoas que fazem parte dele. – disse Vinícius.

- Meu jovem, suas palavras estão certas. Meu reino vai se levantar, e voltará a ter seu brilho.

- Mas e agora? O que vamos fazer? - disse Denki.

- Já conheço o poder de dois de vocês – disse Flint.  – E eles são muito fortes, assim como seus ancestrais, Lakysa e Noroak, a “Az da vida” e o “Mestre Mental”.

- E Amarant? O que ele era?  - perguntou Nathan.

- O Dominador das feras. Amarant gostava muito de dragões, tinha preferência a eles por serem imunes a magias, com exceção a magia de dragão.  – disse Vinícius.

- Então quer dizer que nós temos ancestrais?- Perguntou Shade.

- Qual é o meu?  - perguntou Denki.

- E o meu?  -perguntou May.

- Acalmem-se. – disse Flint. – Acho que está na hora de vocês conhecerem um pouco sobre eles.


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Notas finais do capítulo

é a vez do Denki.



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