Ironia Do Destino escrita por AninhaSweet


Capítulo 26
Capítulo 25




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Ela não respondeu, só ouvi os estalos dos beijos que ela dava no Justin, ele parecia incomodado mas não dizia nada muito sério pra cortar com a onda da patricinha. Aquilo foi me dando um enjôo e eu peguei minhas moletas saindo dali com toda rapidez que eu podia.

- Sophia! - Justin me chamou.

- Nos vemos mais tarde quando nenhuma bola de pelo rosa vier nos atrapalhar - eu falei sem paciência e fui mancando pra casa do jeito que eu podia.

Ao chegar em casa o café já estava na mesa, o cheiro de bolo de milho perfumou o ar. Quando minha mãe me viu entrar ela sorriu, estava com o bule de café na mão e o colocou na mesa: 

- Mesmo toda machucada você não sussega não é? - ela sorriu - Desde pequena é assim..

- Pois é - eu me sentei na mesa com um pouco de dificuldade - A senhora está feliz por eu estar de volta.. - eu falei como se aquilo realmente me espantasse. Minha mãe sempre me deu provas de que me amava muito, mas eu não conseguia assimilar tão fácil essa idéia quando eu lembrava que por diversas vezes ela tentara me abortar.

- Claro que estou - ela fraziu o cenho - Porque não estaria? 

- Não é nada.. - eu sorri de lado, minha mãe se derreteu em meu sorriso e balançou a cabeça como se quisesse espantar os pensamentos ruins.

- Cadê meu pai? 

- Está pescando... - ela disse se sentando a minha frente - Ele disse que eu podia te dar essa notícia sem ele, é que eu estava muito anciosa e ele deixou - ela deu uma risada baixa.

- Que notícia? - eu mostrei meu olhar curioso, porque na verdade eu não fazia idéia do que se tratava.

Minha mãe pegou um papel amarelado - mas não de velho, era só a cor mesmo do papel - ela empurrou sobre a mesa pra mim e eu o peguei. Ele estava delicadamente dobrado e com uma letra desenhada escrita "Universidade de São Francisco". 

Eu encarei a minha mãe e lembrei que a uns dois anos atrás eu tinha feito uma prova pra Universidade de São Franciso, lá eu poderia me formar em arquitetura o que sempre foi meu maior sonho. Mas eu ainda não tinha idade pra poder ir pra lá e agora se é o que eu estava imaginando... Eu abri a carta devagar e com letras desenhadas pretas dentro do papel havia:

" Senhorita Sophia Moscovis, a direção da Universidade interna de São Francisco tem a honra de comunicá-la que a prova feita no ano de 2009 foi corrigida, e foi aceita por nossa instituição e gostaríamos de convidá-la para estar conosco em mais um ano letivo aqui em São Franciso. Com as passagens de vôo pagas, hospedagem no colégio, comida por conta do colégio, e liberação aos finais de semana para que volte na segunda-feira a estudar. Férias de 30 dias no meiado e no final de ano, e dependendo do desempenho, oferecemos cargos especializados no emprego escolhido. As aulas começam dia 04 de janeiro com o material completo já a sua espera na nossa universidade, esperamos poder contar com a sua presença, e caso ao contrário entre em contato com a gente e adie sua matrícula. Um Feliz ano novo e até ano que vem. Com satisfação, Universidade Interna de São Franciso " 

- Ahr - eu disse com um sorriso já estampado no rosto - Eu... eu vou para São Francisco... Pra universidade de São Francisco - eu repeti como se não acreditasse, minha mãe estava com os olhos marejando, se levantou e me abraçou me enchendo de beijos.

Eu sabia que esse era o seu maior sonho, que eu me formasse em uma das melhores universidades do mundo. Já que ela não poderia pagar, pelo menos se eu passasse em uma... e eu passei. Eu chorei junto com a minha mãe mesmo sabendo que aquilo era patético, mas eu estava muito, muito feliz. Por um momento tinha até me esquecido de Taluca, mas eu a levaria comigo mesmo que ela não pudesse ficar na universidade, ela iria comigo pra São Franciso.

Bom... isso era o que eu achava até falar com Taluca que se negou a ir, "eu quero ficar" ela insistia "eu gostei da sua mãe e do seu pai, eles não vão ficar sozinhos aqui". 

Até que por um lado eu gostei da idéia, meus pais iam ter pra quem dar carinho e cuidar, eu achei isso maravilhoso então não insisti. Eu só precisava de ajuda pra arrumar as malas, estávamos perto do natal, e eu precisava partir depois do ano novo. Minha mãe achava que ainda era muito cedo, mas eu estava muito, muito anciosa.

Passei o dia todo tentando equilibrar a dor das queimaduras com a minha ansiedade, coloquei o som alto e comecei a arrumar tudo que eu podia com a ajuda de Taluca e de minha mãe que toda hora vinha com um petisco para comermos.

Acho que a muito tempo eu não me sentia tão feliz em toda a minha vida, a tarde foi chegando e mesmo assim a empolgação não tinha passado. Mas eu já tinha deixado de arrumar as coisas porque eu estava me sentindo muito cansada.

- Sophia.. - meu pai entrou no quarto, seu olhar estava cansado mas ele parecia feliz de certa forma - Você tem visita.

- Eu? - eu disse me sentando devagar na cama e gemi um pouquinho de dor, meu pai correu pra me ajudar. - Quem é? - eu perguntei quando já me sentia bem.

- Justin - ele se levantou - Se não é incômodo, tem como conversar lá fora? Preciso buscar Taluca e sua mãe na feira e não quero você sozinha com este menino aqui dentro.

- Como se eu pudesse fazer muita coisa com ele no estado que eu estou, né pai? - eu sorri de lado e meu pai riu pegando minhas moletas, eu me levantei devagar e fui na companhia do meu pai lá fora.

Justin estava de costas pra minha casa, na posição que me lembrou o dia em que ficamos presos juntos. Ele estava com os braços pra trás, com a cabeça erguida pro horizonte e não pareceu notar os ruídos de quando tínhamos chegado.

Meu pai me beijou a testa e eu andei com dificuldade até Justin, parei do seu lado e olhei o horizonte com um sorriso torto: 

- E aí, noivado marcado? - tentei parecer mais simpática.

- Pra noite de natal - ele disse com um suspiro, como se fosse uma coisa muito ruim - No dia da comemoração da nossa chegada.

- Então vai ser domingo agora. - eu conclui olhando o horizonte.

- É.. - ele me olhou, viu minha roupa e passou a mão em meu cabelo hesitante - E você, como está se sentindo? 

- Ótima - eu dei um sorriso maior pensando na universidade, mas ainda não contaria ao Justin. Acho que ele não esperava pela resposta, ele se calou e fitou o horizonte mais uma vez - Pra que veio aqui? - perguntei.

- Porque... eu queria saber como estava - ele balançou os ombros.

- Estou me sentindo ótima como já disse - eu o olhei e desta vez nossos olhares se encontraram o que fez meu coração gelar. 

- Isso é um convite para que eu me retire? - Ele levantou uma sobrancelha e eu sorri pra descontrair.

- Claro que não.

- Hum - ele abaixou o olhar, eu sabia que Justin não estava bem, mas eu não sabia o porque de tanta tristeza. Eu me aproximei desajeitada dele e larguei uma moleta no chão e acaricei seu rosto meia sem jeito.

- O que está havendo, Justin? 

- Nada - ele tirou o rosto da minha mão.

- Você não está bem.

- Eu sei que não.. - ele engoliu a seco. Fiquei em silêncio reparando em Justin, seus olhos agora estavam mais tristes, seus músculos rígidos, e seus lábios contraídos com firmeza.

- Você não quer noivar... não quer comprometer seu futuro com uma mulher, se seu negócio é com todas elas... é isso?

- Eu não quero noivar, e muito menos me casar futuramente com uma mulher porque ela tem dinheiro, e a minha família me obrigue a casar com ela.

- Você queria o que então? - eu sorri com desdem - O seu tipo de garoto não se apaixona não é? Queria se casar futuramente por amor? 

- Sim.. - ele respondeu de imediato, o que fez meu sorriso irônico desaparecer. 

- Ah Justin, qual é.. - eu revirei os olhos - Desde quando você se importa com isso?! Se você está afim de noivar com uma menina menos fresca você fala com seus pais, há meninas riquíssimas em toda essa cidade.

- Eu sei que tem, mas como eu já disse, eu quero alguém que eu ame. - ele insistiu, mas sua voz não era teimosa, era decidida, certa.

- Você vai aprender a amá-la - eu engoli a seco, não esperava que Justin ligasse pro "amor".

- Não quero - ele suspirou - Você é cabeça dura demais..

- O que eu tenho a ver com isso? - eu disse alterando um pouco meu tom de voz.

- Será que você não vê o quanto eu estou... - ele disse tudo em um impulso, mas quando chegou na parte principal seus olhos hesitaram, ele engoliu a seco e procurou em meus olhos qualquer sinal de que ele poderia confiar em mim pra poder desabafar.


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Notas finais do capítulo

Oi amores *-*
Muito obrigada pelos reviews, pelo que eu vi, praticamente todas acertaram o que o Justin ia dizer pra Sophia. Eu não respondi porque estou muito ocupada, mas passei aqui pra postar mais um capítulo pra vocês! Espero que tenham gostado, e como sempre, me contem tudo! Adoro ler os reviews de vocês. Próximo capítulo terá muitas emoções, posso garantir! haha'
Nathalia14: Fiquei muito feliz com seu review, ainda mais por você não gostar tanto das fics do Justin e estar lendo a minha! Obrigada pelos elogios também (:
Agora vou indo meninas! Beijos ♥