Acordei às duas da tarde com Jessica me empurrando.

-Senhor, não está na hora de levantar? – disse ela com gentileza.

-Já disse que me chamo Justin, Jessie. – disse virando para o lado.

-O Senhor chegou às três da manhã. Seu pai esta preocupado.

-Diz que eu to bem.

-Olha só isso! Meu Deus! Bebidas por todos os cantos do quarto! Imagine o trabalho que terei para limpar. – disse Jéssica, incrédula.

-Já entendi, Jessie, agora sai do meu quarto! – disse me levantando e a empurrando pra fora do quarto. Bati a porta e me deitei na cama.

-Perdi o sono. Ótimo.

Peguei meu celular e fui fuçar na lista de contatos.

-Hum... Katherine... – me lembrei da estressadinha do dia anterior.

Disquei o número e esperei...

-Pizza Hut. Em que posso ajudá-lo?

-Pizza Hut?!

-Sim. Posso ajudá-lo, senhor?

Desliguei o telefone e sussurrei:

-Vadia.

Vesti uma camisa e desci as escadas.

-Justin! Ontem você passou dos limites! Chegou às três da manhã com garrafas de Vodka na mão, cheirando a cigarro! – resmungou meu pai, Jeremy.

-Eu não fumo. As pessoas no lugar onde eu estava que fumam.

-Independente disso ou não, você tem que ser mais responsável se quer herdar UMA das minhas empresas. E ir pra noitada todo dia depois do colégio não está ajudando.

-Tá, pai! Eu paro! Não precisa fazer tanto drama. - Sentei-me na mesa de jantar.

-Ótimo e... Amanhã vamos conhecer a família da Sydney. Use um terno, por favor.

-Era só o que me faltava. E vai ser o quê? Um jantar? Um piquenique bancando a família feliz?

-Justin, por favor. Sem piadinhas.

-Ela tem uma filha né?

-Sim. E um filho mais novo. – ele disse enquanto Jessica nos servia o jantar.

-E a gente vai ter que morar junto?

-É claro que sim! Daqui alguns meses.

-Que maravilha! – disse, irônico. – Pelo menos quando eu fizer dezoito vou poder ir embora.

-Não vai não.

-Como é? – larguei os talheres no prato.

-Só vai para o seu apartamento em LA quando me mostrar que é um rapaz responsável e obediente.

-Responsável e obediente?! Pai! Você prometeu!

-Antes de você virar um garoto bêbado e irresponsável que só sabe tirar a virgindade de garotas de família!

Me levantei e saí porta a fora.

-Aonde você vai?

-Qualquer lugar longe daqui!

Bati a porta.

Sim, às vezes eu ajo como criança.

Fui até a primeira lanchonete que vi e tomei meu “café da manhã”.

-Justin? Cara, que coincidência ver você aqui! – disse Caitlin se aproximando de mim. Levantei e a abracei.

-Pois é. Uma coincidência e tanto... – respondi.

Nos sentamos e ela perguntou.

-Manhã difícil, eu suponho... Só vem tomar café aqui quando acontece alguma coisa...

-É. Comecei o dia com o pé esquerdo...

-É alguma coisa com o casamento do seu pai? Se for me fala, queria te ajudar se você precisar de alguma coisa... Um amigo pra desabafar... O que você quiser. – ela disse segurando minha mão.

-Ah, ta sendo meio difícil, sabe... Me sinto meio afastado do meu pai... – disse fingindo-me de coitado.

-Saiba que eu to aqui pra te dar apoio.. Pode continuar...

-Parece que ele esquece de mim e só fica falando nesse casamento... – menti. Eu não estava tão coitadinho assim. Só queria receber o “apoio” dela.

-Tadinho dele... – ela disse levantando-se e sentando do meu lado. – Você tem que entender que o seu pai é feliz com essa tal de Sydney. Não significa que ele te ame menos, entende, Biebs?

-Acho que entendi. – sorri.

-Vai na minha casa mais tarde se você se sentir sozinho... Meu irmão Christian também não fala com você faz tempo.

-Claro. – sorrimos.