Empurrei o Cullen pra dentro da loja.

- Olha Edward, esse óculos ficaria maravilhoso em você – coloque um óculos tipo Restart  nele, aquilo definitivamente não tinha nada a ver com o Cullen – Olha essa boina! – coloquei a boina vermelha na cabeça dele – E que cachecol lindo! – enrolei o cachecol amarelo fluorescente.

Foi então que eu percebi de em vez estar colocando um disfarce no Cullen eu estava fazendo ele de alvo.

- Claire voce esta bem? – ele perguntou completamente confuso tirando os acessórios.

- Não! Eu preciso usar o banheiro.

- Tem um no fundo da loja!

Ofereceu a vendedora que estava louca para que eu saísse de perto do Edward para ela dar em cima dele á vontade.

Aceitei nem ligando para o que ela iria fazer e me tranquei no banheiro.

- Seu Christopher, pelo amor do nosso querido Deus, apareça! – sussurrei nervosamente, e ele apareceu sentado na pia com um sorriso bobo nos lábios.

Respirei aliviada. Pelo menos ele tinha aparecido.

- Bella, Bella, Bella qual o motivo de tanto desespero?

Ah ele só podia tá de deboche com a minha cara né?

- Claire! – eu disse o obvio – O que ela faz aqui? E como sabe de tudo?

Ele deu uma risadinha.

- Eu te disse que o encantamento era apenas para a família Cullen!

Eu o fitei furiosa, já estava preparada pra dar umas boas palmadas nele.

- A Claire faz parte da família Cullen! – eu rosnei com os dentes travados. Estava prestes a ter um AVC será que ele não via isso?

- Não! – ele negou calmamente – Ela faz parte da família Sullivan! – ele disse como se eu fosse uma criancinha.

Balançou as pernas e continuou sorrindo.

- Seu Christopher, não faz isso comigo não. Por favor! – implorei me agarrando em seus ombros – Olha já esta bem complicada essa minha missão, e agora o que eu faço com essa garota?

- A questão não é essa Bella – ele disse sabiamente – A questão é: O que você faz com você.

Essa eu não entendi.

- Hein? – fiz uma careta confusa e o soltei. – Seu Christopher não me confunde mais do que eu já estou, por favor. Como vocês não me avisaram que ela apareceria, afinal, Deus sabe de todas as coisas!

- Exato! – ele disse como se estivesse chegado no ponto que ele queria – Bella, nós sabíamos que esse momento iria chegar! Agora diante de você tem dois caminhos e dependendo do qual você seguir, vai decidir o seu fim.

Senti um arrepio ao ouvir aquelas palavras.

-O meu fim? – perguntei quase sem voz.

- Sim – ele assentiu – A sua escolha vai decidir como você termina. E não se esqueça nunca Bella de que Deus não um fardo maior do que aquele que você pode carregar.

Ele iria embora. Eu senti isso e o agarrei pela manga de sua camisola.

- Seu Christopher você já sabe qual será meu fim não é?

Ele me olhou nos olhos, ele tinha um olhar amável e gentil.

- Não, Bella, eu não sei, mas Deus sabe e apenas Ele. Eu estarei por perto quando você precisar, entretanto não poderei ajudar nas suas escolhas.

Ele se soltou e desapareceu.

Eu sentia meu coração bater mais rápido, as coisas me pareciam mais sérias do que eu imaginava.

Me recuperei. E passei a traçar o plano.

Eu não podia me dar o luxo da Claire estragar tudo. Eu tinha passado por um bocado para chegar até ali. Edward tinha quase ma matado enforcada, eu tinha quase sido enterrada viva por criancinhas, uma tormenta psicológica acirrada sobre a minha capacidade de concluir a missão, eu tinha admitido erros e aprendido com eles. Claire não iria tirar isso de mim. Eu tinha chegado muito longe para agora fracassar.

Sai do banheiro lentamente. Edward ria sem graça para vendedora e Alice ainda comprava compulsivamente. De vagar eu fui saindo da loja. Sorrateira e disfarçadamente eu fui conquistando a minha liberdade.

Respirei fundo e disfarçadamente fui seguindo Claire, ela me procurava, mas não iria me achar tão fácil. Ela suspirou pesadamente, como se estivesse cansada, e começou a caminhar em direção ao estacionamento do shopping.

Encostou-se irritada em um carro preto e tirou do bolso as chaves do veiculo e as fitou frustrada.

- Parece que alguém esta um pouquinho chateada! – sai do me esconderijo fazendo um biquinho falso.

Ela me olhou assustada. Seus olhos cor de mel adquiriram um brilho sombrio quando viu que era eu quem falava com ela.

- Ora, ora! Veja só quem decidiu parar de fugir!

Seu sorriso sarcástico fez com que a minha raiva borbulhasse dentro de mim.

- Fugir? – perguntei fazendo uma careta – Esta enganada, eu não sou um ser que foge de suas responsabilidades, muito pelo contrario, eu gosto de bater bem de frete com elas! – me aproximei perigosamente de seu rosto, éramos quase da mesma altura, o fato era que eu tinha um dedo a mais de vantagem.

- Não tenho medo de você! – ela disse com deboche.

- Pois deveria! – afirmei.

- Porque? – ela arqueou uma sobrancelha – Porque eu teria medo de uma pessoa que se passa por mim? Você não é original o suficiente para se garantir? – ela se afastou me rodeando – O intrigante é como você conseguiu essa façanha! Não somos parecidas em absolutamente em nada!

Eu ri. Ri grata daquilo ser uma extrema verdade.

- Realmente não somos parecidas – disse me virado pra ficar totalmente de frente com ela, ô garota venenosa – Porque ser vazia deve ser um fardo muito pesado para carregar. Acredito que por você não ter nada por dentro explica o motivo de ter humilhado Edward no baile de primavera.

Ela gargalhou maldosamente.

- Edward? Há muito tempo eu não me lembrava desse idiota! Como ele está? Continua o mesmo bobão de sempre?

Eu não sei como eu não voei no pescoço dela naquele instante. Acho que a conversa com seu Christopher ainda fervilhava na minha mente. As minhas escolhas determinariam o meu fim.

- Acho melhor você controlar seu veneno Claire! – soltei em forma de um rosnado – Edward não é nome de cachorro pra estar na sua boca!

-WOW! – ela levantou as mãos como se estivesse se rendendo e pedindo desculpa, mas não era o que sua expressão de escárnio dizia – Parece que alguém tem um ponto fraco por aqui! Não me diga que você esta defendendo Edward? Não se engane garota, ele nunca se interessaria por um ser tão comum como você! Ele prefere as loiras!

Ela piscou, balançou seus cabelos castanhos claros quase loiros e sorriu maldosamente pra mim.

Me lembrei imediatamente de Tânya. Ela era parecida com Claire, pele clara, olhos claros, cabelos loiros...

Engoli seco. Aquela cobra não poderia estar certa.

Ou estava?

E porque eu me importava com isso?

Só porque meus cabelos eram castanhos escuros e meus olhos cor de chocolate?

Tá os olhos eram castanho escuro, o chocolate era porque eu gostava muito de chocolate e meus olhos lembravam um pouco.

- Acho que a ficha de alguém esta caindo! – ele disse melodiosamente e rindo – Mas eu pouco me importo com você, só quero mesmo saber o porque você esta se passando por mim. Entenda a minha surpresa quando vim ver meu tio querido Carlisle para pegar uma mesadinha, e te vejo com ele e se passando por mim.

- Pra concertar um erro. – respondi seca sua pergunta subtendida.

- E que erro é esse posso saber?

Ela estava bem próxima de mim.

- Ter colocado você no meu caminho!

Enrosquei meus dedos em seus cabelos e sem dar tempo dela reagir acertei sua cabeça com toda a minha força no vidro do porta-malas do carro.

Claire caiu desacordada no chão.

Eu tinha realmente cometido esse erro. Se eu não tivesse usado o meu arco flecha, muitas coisas não estariam acontecendo agora.

Peguei as chaves do seu carro e desativei o alarme, arrastei seu corpo com certa dificuldade e a coloquei deitada no banco de trás do veiculo.

Olhei para o lado e meu superintendente me olhava chocado.

Sem dar importância a presença dele entrei no carro e dei partida. Não sabia se sabia dirigir aquela coisa, mas eu tinha que me livrar da Claire.

- Bella, o que esta fazendo? – Seu Christopher estava sentado no banco do passageiro completamente apavorado com a minha decisão.

Acho que isso tinha alguma coisa a ver com meu fim. E pelo visto, ele não seria muito bom.

- Dando um jeito na Claire! Ta na hora dela receber uma liçãozinha! – dizer aquilo me agradou muito mais do que deveria.

Sai do estacionamento na maior velocidade entrei em uma das avenidas principais.

- Bella, dá tempo de você voltar à trás!

Eu ri sem humor nenhum.

- Não tem porque voltar à trás! – minha voz saiu sombria, eu não estava no meu normal, e não me preocupava nenhum pouquinho com esse fato.

- Bella essa é mesmo uma atitude de um anjo? Quem é você pra decidir se ela merece uma lição ao não?

Eu dançava entre os carros, olhei para a placa que apontava para esquerda e dizia “Cais”. Os carros começaram a desaparecer e agora só tinha caminhões carregados fazendo da minha loucura um ato muito mais insano.

- Bella, você tem certeza? Isso nas leis humanas é tentativa de assassinato e seqüestro imagine nas leis divinas! – ele continuou tentando chamar a minha atenção completamente apavorado.

Olhei elo retrovisor avistando Claire. Sua testa tinha um corte e sua cabeça estava pendida. Entretanto eu não conseguia me penalizar com ela. Mesmo parecendo frágil e indefesa, eu sabia que ela não era.

Ela era capaz de fazer coisas piores do que a que eu fazia naquele momento.

Eu sabia que havia um motivo a mais além do sucesso da minha missão. E na verdade, a minha missão pouco me importava nesse instante e com essa minha escolha a missão estava indo por água abaixo, mas ela merecia e eu não conseguia olhar para seu rosto e ignorar o ódio que fluía de dentro de mim.

Era errado. Eu sabia. Mas eu não conseguia parar.

Era uma força maior que eu. O ódio me conduzia a fazer a aquilo tranquilamente, meus olhos não enxergavam uma humana que precisava de ajuda, mas sim um inseto que havia implorado muito para ser esmagado.

A forma como ela tratava a família Cullen o modo como se referiu a Edward, contava para a minha reação descontrolada.

Eu não podia parar, porque se eu parasse agora, quem iria parar Claire Sullivan no futuro?

Ela não estava morta e eu não iria matá-la. Apenas dar um sustinho, de leve. Um sustinho pra ela nunca mais esquecer.

- Bella você ainda não percebeu? Essa missão nunca foi pela família Cullen, essa missão se trata de você!

Desviei meus olhos da estrada escura para fitar seu Christopher.

- OLHA PRA FRENTE!

Ele gritou apavorado. Voltei pra minha pista antes de uma Scania nos esmagar.

- Se trata de mim? – cuspi as palavras eu estava furiosa - Eu sempre soube disso, mas o negocio é o seguinte, eu não me importo comigo!

- Mas têm que se importar! – ele rebateu rapidamente.

- E porque? – gritei descontrolada – Eu não sou boa em nada do que faço! Eu tomei partido nessa missão, porque eu simplesmente queria uma vez na vida acertar! – respirei fundo acelerando ainda mais – Só que tudo mudou! – terminei num sussurro.

Sim. Tudo tinha mudado. Eu não me importava mais comigo, mas sim com aquela família com aquelas pessoas. Eu não deixaria nada, absolutamente nada afligi-los novamente.

- Eu sei! – ele disse compreensivo.

- Seu Christopher, eu posso estar errando agora, mas eu não vou desistir!

Entrei com o carro no cais. Enormes contêineres estavam empilhados em volta dos navios só aguardando o dia amanhecer para serem transportados para outro país. A noite fazia daquele lugar um ambiente propicio para o que eu pretendia; um lugar silencioso e vazio. Apenas o calmo balanço das águas eram ouvidos e ninguém nunca teria provas que havia sido eu. Pelo menos os humanos.

Estacionei e sai do carro apressando em busca de cordas. Próximo a um container amarelo achei uma bem grossa, aquelas que realmente que se usava em alto mar.

Voltei para o carro e retirei Claire lá de dentro a encostando em tambor velho. Cuidadosamente fui a amarrando firmemente para que ele não escapasse de maneira nenhuma.

Peguei todos seus pertences de dentro do carro, junto tinha uma echarpe azul a qual eu usei para tampar a sua boca.

- Você sabe as conseqüências? – Seu Christopher perguntou solenemente.

- Não todas, mas que vou receber muitos pontos negativos por isso, eu vou!

Ele suspirou pesadamente, ele sabia que não podia decidir por mim, mas poderia interceder por ela.

- Tem certeza?

Parei por um momento. Colocando tudo em uma balança. Respirei fundo olhando para garota desacorda a minha frente.

Aquela atitude era exagerada por demais, faria qualquer pessoa a minha volta querer morrer meu amigo.

Mas eu tinha de fazer, foi o plano mais louco, absurdo e ousado de todos que eu já havia construído.

Mas eu tinha mesmo que fazer?

Foi então que lentamente a minha capacidade de escolher entre o certo e o errado foi novamente se abrindo diante dos meus olhos e eu percebi a dimensão do absurdo.

Levei as mãos aos meus cabelos os puxando com tanta força que eu poderia arrancá-los se continuasse a puxar.

- Oh Deus o que eu estou fazendo?! Eu sou um anjo horrível! Eu sou a criatura mais desprezível desse universo! Eu enlouqueci!

Comecei a rodar sem sair do lugar. Eu tinha perdido todos os meus parafusos.

Essa era a única explicação. Como eu pude deixar o ódio me cegar daquela maneira. Claire era apenas uma humana e podia errar quantas vezes quisesse que de nenhuma forma caberia a mim corrigi-la ou não.

Olhei para Claire, ela foi recobrando os sentidos, abriu os olhos devagar e me encarou apavorada. Tentou se afastar desesperada, mas como estava toda amarrada não conseguiu sair do lugar e como estava com a boca tampada, não pode gritar.

Seu Christopher me olhava com compaixão e ao mesmo tempo aliviado.

Mas o fato que piscava em neon para todos que quisesse ver, era: Eu havia ficado LOUCA!

- Claire me desculpa! – implorei me ajoelhado ao seu lado. Seus olhos estavam arregalados – Eu vou te soltar, não sei o que em mim, eu não queria te machucar!

Comecei a desatar os nós, mas eu tinha amarrado ela tão bem que eu nem sabia mais desamarrar. Decidi começar destampando a sua boca.

- Você é louca! – ela bradou.

- Eu sei, eu perdi o controle! –ela ainda me olhava apavorada voltei a tentar a desamarrá-la- Mas você também não tinha nada de se referir ao Edward daquela forma! Como você consegue ser tão má e tão fria ao mesmo tempo? Você acabou com a vida do garoto, fez com que ele se tornasse amargo e desacreditasse no amor! – eu vi meu auto controle se esvaecendo novamente – Porque você fez isso? – eu praticamente gritei na cara dela.

Claire se encolheu diante do meu olhar que provavelmente deveria ser assustador.

- Pensei que você tinha dito não ter medo de mim! – falei rispidamente respirando fundo e voltando a tentar a desamarrá-la.

- Retiro o que eu disse! – ele murmurou baixinho e não consegui reprimir o sorriso.

- Vamos lá Claire, cadê a sua superioridade?

Puxei a corda com força e ela reclamou.

- Acho que você chutou o traseiro dela com muita força! – reclamou massageando seu pulso – Quem é você?

- Porque se importa tanto com essa resposta? – questionei desamarrando as suas pernas.

- Eu acho que é única coisa que importa na minha vida nesse instante.

- Saber quem eu sou? – perguntei incrédula.

- Sim! – ela disse um pouco envergonhada – Você fez eles gostarem de você. Conseguiu essa faceta passando se por mim. Justamente por mim! – ela parecia querer chorar, mas eu não sabia ao certo se isso era verdade - Tem idéia de que a família Cullen não queria nem ouvir meu nome direito? Tem noção que Carlisle só me dava dinheiro pra eu ficar longe deles? – ela respirou fundo e colocou seu cabelo de trás da orelha – Sabe qual e o meu problema? – ela voltou a me olhar – Eu nunca pensei que poderia precisar das pessoas. Precisar delas no sentido de...

Ela parou de falar. Pude assistir seu choro compulsivo.

Eu não tinha reação diante daquele ato. Eu queria abraçá-la e dizer que não era sua culpa, que tudo ficaria bem, mas eu não podia fazer isso. A situação dela era exatamente sua culpa e eu não sabia se ficaria tudo bem.

Não sabia nem se eu terminaria bem.

- Tudo o que eu fiz – ela voltou a falar – foi por medo de ser fraca. Sabe o que é viver a sua vida inteira vendo seu pai bater e maltratar a sua mãe e ela não dizer e não fazer nada para se defender porque ama aquele monstro? – ela puxou seus cabelos como se estivesse revivendo tudo aquilo – Diante dos outros, eles era um casal perfeito, mas dentro de casa minha mãe não passava de um saco de pancadas e tudo isso porque ela insistia naquele amor.

Me mantive calada. Eu nunca poderia imaginar que essa era a realidade dela. Claire também odiava o amor. E aquela constatação me deixou completamente desarmada.

- Foi auto preservação. Eu desacreditei nas pessoas. Pra mim nada importava mais do que eu mesma. Quando percebi que estava me apegando a Edward aquilo me deixou transtornada e a única maneira que eu vi de afastá-lo pra sempre de mim, foi aquela. - ela umedeceu os lábios e voltou a me olhar – Eu afastei todos que um dia eu me senti envolvida afetivamente, até que não sobrou mais ninguém a não ser eu e o meu vazio.

Sua voz saiu desfocada. Seus braços caiu ao lado de seu corpo.

- Me vi forçada a viver assim. Cheia de mascaras da arrogância, superioridade, orgulho... Porque se eu tirasse todas elas; sobraria isso que você esta vendo – ela me olhou como me pedisse socorro – Um lixo humano.

Engoli seco e me levantei caminhando até o carro. Debaixo do banco de motorista eu peguei o kit de primeiros socorros. Seus olhos sem brilho acompanhavam meus gestos.

- Voce não precisa mais de máscara Claire. – disse limpando seu corte na testa – Não precisa mais ter medo. Voce admitiu seus erros, isso mostra que você aprendeu com eles.

- Mas isso não muda o que eu fiz!

Paralisei. Eu estive errada durante todo o tempo. Eu e Claire éramos mais parecidas do que eu pensava. Eu podia me ver novamente diante da mesa do seu Christopher, envergonhada diante de todos os meus erros.

- Mas te dá a chance de concertar! – repeti as palavras do meu superintendente.

Mantivemos o silêncio. Eu a ajudei a se levantar ela ainda me olhava como se esperasse que eu dissesse quem eu era.

- Você é um anjo. – ela disse repentinamente fazendo quase eu cair das pernas – Não precisa afirmar ou negar. Pra mim você é um anjo. Você me salvou de mim. Sabe o que vou fazer agora? – ela sorriu docemente como se há muito tempo não fazia aquilo – Eu vou pra casa e vou colocar a minha mãe contra a parede para saber quem ela ama mais: ele ou ela. E não importa a resposta. Porque eu já vou ter tomado a atitude que há muito tempo eu deveria ter tomado. Demonstrado o meu amor.

Pegou seus pertences e caminhou calmamente até seu carro e antes de entrar voltou a me olhar.

- Obrigada! – murmurou e partiu.

Eu estava parada em meio ao cais perdida entre contêineres e não me preocupava com isso.

Saber como eu não sabia, mas eu estava chegando a casa dos Cullen. Entrei de supetão e Alice e Edward se levantaram rapidamente do sofá.

- Claire aonde se enfiou? Você desapareceu do nada e...

Tampei meus ouvidos descaradamente ignorando o que Alice dizia e subi ás escadas em direção ao quarto de hóspedes.

Tranquei a porta me jogando na cama e cobrindo meu rosto com o travesseiro abafando meus gritos e choro.

Eu poderia ter cometido um erro enorme sem precedentes se eu mandasse Claire dentro de um contêiner para outro país. Isso seria noticia mundial além de eu com os meus impulsos incontroláveis poderia ter matado a.

Não fisicamente, mas sim por dentro. Tudo que restava dela poderia ter se perdido.

Mas eu tinha aprendido. E tinha sido da pior maneira possível.

Nunca mais na minha existência eu voltaria julgar uma pessoa.

Porque hoje eu sabia que:

Por trás de toda lágrima, existe um motivo.Por trás de todo sorriso, existe um momento vivido. Por trás de toda frieza, existe um coração partido. Por trás de toda máscara,existe alguém com medo de ser decepcionado.

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