Estúpido Cupido - Finalizada escrita por Luhluzinha


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Tá ai o primeiro capitulo! Espero que gostem:)



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CAPÍTULO UM

Se tinha uma coisa que eu não imaginava, e olha que eu imagino coisas demais, era que eu estaria hoje vestida como uma humana, caminhando como uma humana, agindo como uma humana, falando como humana, ou seja, eu nunca imaginei que eu estaria me passando por humana.

Eu tinha uma mala, e dentro dela tinha roupas e sapatos. Eu tinha uma bolsa, e dentro dela havia dinheiro, documentos e um nome falso. Claire Sullivan. Nominho estranho. Eles estavam judiando de mim isso sim.

O sol era terrivelmente quente, como os humanos suportavam? Meus olhos ardiam e a minha pele queimava com aquela radiação toda. Caminhei mais rápido e entrei no hotel. Era até aconchegante o estabelecimento que meu superintendente havia escolhido.

Através de um encantamento eu seria agora conhecida pela família Cullen como uma prima. Eu seria para eles a filha da irmã de Carlisle Cullen. E daí por diante eu que me virasse, mexesse meus pauzinhos, mas sem nunca passar por cima das leis celestiais. Mesmo eu tendo me humilhado, rastejado, implorado para eles não tirarem meus poderes que digamos já não era grande coisa, não tiverem piedade. Agora eu era uma humana acrescentando apenas o fato de que eu sabia muito mais do que eles reles mortais jamais saberiam.

Acomodei-me no quarto. Vasculhei a bagagem que me entregaram e percebi que teria que pensar muito antes de vestir alguma roupa. Mexi nas gavetas do banheiro pra ver o que tinha. Descobri como se usava aquele vaso com agua dentro depois de sentir uma vontade estranha de arrancar a roupa e sentar nele para eliminar um liquido amarelo que saiu de mim. Tomei banho e a sensação da agua escorrendo pelo corpo foi muito boa. Depois eu senti a minha barriga roncar e minha boca salivar todas as vezes que passava na propaganda da TV um tal de X-burger monster coberto de óleo, queijo, hambúrguer, presunto, picles, alface, tomate e acompanhado de um copo de coca cola e uma porção de batatas fritas.

Foi então que a minha ficha caiu. Além de agir como humana eu teria sensações de uma humana. Eu teria necessidades fisiológicas como ir ao banheiro, tomar banho, comer, dormir.

Teria sentimentos também?

Por que nesse exato momento eu com certeza estava experimentando o ódio! Meu superintendente que aguardasse, porque essa palhaçada teria volta. Ele iria me pagar por toda essa humilhação. Não bastava me arrancar do cargo e me enfornar em uma sala de arquivos? Não, ele tinha que pisar. Era a velha história de chutar o cachorro morto.

Depois de várias tentativas descobri como se usava o tal telefone. Pedi o X-burger monster e matei a fome e fui dormi tendo a consciência que todos os cupidos, anjos da guarda, arcanjos, serafins, querubins e o Grande Poderoso me assistiam.

O hotel era razoavelmente perto da casa da família Cullen. Era manhã de primavera e havia muitas crianças no trajeto brincando nas ruas com suas bolas, bicicletas, skates, bonecas. Fui acertada três vezes, mas respirei fundo lembrando que Jesus disse das criancinhas: A elas pertence o reino dos céus.

Paciência. Muita paciência dona Bella.

Apertei a campainha. A ultima vez que estive aqui a minha chegada não foi confortável. Mas pelo menos eu não tinha me machucado de verdade, em compensação dessa vez eu cheguei andando e sem cair só que cheia de manchas nas costas das boladas recebidas. Criancinhas, como elas poderias receber um elogio tão magnífico do Todo Poderoso?

Alice Cullen, a filha mais nova do casal que tinha os cabelos espetadinhos, atendeu a porta.

- Olá? – ela me olhou desconfiada.

- Oi! Lice lembra de mim? – disse já abraçando, era assim que eles faziam quando viam um parente não era?

- Ah, oi... – ela parecia confusa – Mas eu acho que não me lembro.

Ótimo eu teria que me virar para fazê-los acreditar que eu realmente era a prima deles.

- Sou a Claire! Sua prima! – por um instante eu não disse meu nome verdadeiro. Eu teria que me acostumar com esse Claire.

Claire, Claire, Claire... Meu nome é Claire!

Que ridículo meu Senhor!

- Claire? A prima do Alaska? NOSSA! Como voce está diferente! – ela me abraçou e me puxou pra dentro da casa me deixando assustada – MÃE! EDDIE!

Ela se virou para mim e começou a falar umas coisas desconexas, a mexer em meu cabelo, a me girar, a gesticular e a rir. Ela ficou falando e cutucando e remexendo que de repente eu estava perdinha, confusa demais para raciocinar. Essa garota era hiperativa. Eu tinha que levá-la em um psicanalista urgentemente.

- Mãe olha quem está aqui! A Claire!

Olhei para Esme que tinha um sorriso triste nos lábios e olhos sem vida. Ela me parecia bem pior que da ultima vez que a vi.

Ela me recebeu muito bem. Tentou o máximo se demonstrar feliz e entusiasmada, mas qualquer um poderia ver o quão abatida estava. Fingi não ver, agi como se estivesse morrendo de saudades. Aliás, eu não sabia direito o significado da palavra saudades. Eu via e ouvia humanos falando sobre a saudade e de como ela doía.

Uma vez eu vi um verso pichado em um viaduto, ele dizia assim: Vou escrever saudades em um tijolo, vou esperar voce passar, daí eu vou arremessar ele na sua cabeça para voce entender como a saudade dói!

Tá eu sei que o verso é sem rimas, mas eu fiz a experiência em um menino, arremessei o tijolo na cabeça dele. Bom ele chorou muito, saiu sangue, teve que ir ao hospital fazer exames e dar pontos no corte que abriu na cabeça dele. Foi desesperador. Então conclui que a saudade dói muito. E que é um sentimento que não pretendo sentir!

Esme apertou a minha mão e saiu dizendo que iria fazer um bolo de boas vindas pra mim. Aceitei né? Eu estava com fome mesmo!

Alice voltou a fazer perguntas até eu perceber que não estávamos mais sozinhas na sala. Olhei para o meio da escada e lá estava um garoto complemente diferente dos que eu já tinha visto.

Alto, eclético, cabelos cor de bronze, barba por fazer, usava uma calça jeans preta, jaqueta de couro, óculos escuro, tênis de marca e tinha nas mãos a chave de um carro. Todo o conjunto lhe dava um ar charmoso, másculo e totalmente irresistível!

Lentamente ele levou a mão ao rosto e retirou os óculos escuros deixando a mostra seus lindos olhos verdes.

- O que você está fazendo aqui?

Primeiro pensamento: ele não está falando comigo. Segundo pensamento: ele está falando comigo. Terceiro pensamento: Porque ele esta falando comigo e eu estou tendo a sensação de que a qualquer momento ele vai pular o meu pescoço e me matar esganada?

- Edward! Voce e a Claire já cresceram! Para com essa implicância infantil!

Disse Alice com uma carranca.

- Era só o que me faltava; ter essa praga aqui em casa!

Espera ai; ele estava se referindo a mim?

- Como? Olha eu sei que os homens nessa idade sofrem com a mudança que os hormônios causam, mas é as mulheres que tem a famosa TPM.

Alice começou a gargalhar e eu sem entender olhei para ela.

- Por um acaso ele é mulher? – eu estava confusa e precisava saber. Hoje em dia já não conseguíamos distinguir quem era quem, então vai que eu estava cometendo uma injustiça.

- Eu vou te espancar! – o ser humano veio na minha direção pronto para me dar uma surra.

- Eddie! Para! EDWARD!

Alice entrou no meio e eu que não sou besta e nem nada me escondi atrás do abajur.

- Violência gera violência, vamos agir pacificamente! – disse dando meu melhor sorrisinho de criança arteira.

- O que voce está fazendo aqui hein? Veio assistir a ruína da minha família?

Olhei para ele como uma doente mental. Porque ele estava pensando isso?

Droga! Na hora que eu mais preciso dos meus poderes, eles não estão funcionando!

Eu tinha que ler a mente desse individuo para saber o porquê de tanto rancor, ódio e magoa dessa tal prima Claire!

- Edward, porque pensa isso? E do que voce está falando? Eu realmente não sei!

- Continua a mesma cretina. Tem certas coisas que o tempo não muda mesmo!

Ele se soltou de Alice e foi para a cozinha.

Fiquei desolada. Como assim? Por quê? O que eu fiz? De repente eu queria gritar: EU DESISTO! Não fazia nem dez minutos que a minha missão tinha começado e já estava desse jeito? Eu realmente era péssima. O cara só olhou pra minha cara e pronto. Barraco armado!

- Claire não liga pra Edward não! Ele esta assim por causa dos últimos acontecimentos!

Olhei para Alice.

- Que acontecimentos?

- Nossos pais estão se divorciando! – as palavras saíram tão amargas que eu mesmo já sabendo da noticia me senti horrorizada ao ouvir.

- Não pode! – disse num sussurro. Eu não imaginava que era tão agonizante sentir que sua família estava destruída.

- Já deram entrada nos papeis. – ela disse sentando-se ao meu lado.

- Alice a gente não pode deixar isso acontecer!

Ela riu tristemente.

- O que podemos fazer? Meu pai trocou a minha mãe por uma siliconada!

- Então nós estouramos o silicone dela deixando os peitos dela caídos e muchos.

Alice começou a gargalhar.

- Ai Claire, só voce pra me fazer rir em uma situação dessas.

- Mas Alice, não é piada! Eu estou falando serio, vamos mostrar ao seu pai que a mulher a qual ele realmente ama é aquela que sempre esteve ao lado dele. Nos melhores e nos piores momentos!

Alice me olhou nos olhos e eu vi um fio de esperança cruzar suas orbes verdes.

- Como fazemos isso?

Eu abri a boca para relatar a ela todo o meu plano quando...

- MÃE!

Edward gritou fazendo eu e Alice corrermos em direção a cozinha.

- Mãe o que voce esta fazendo? – a cara dele era de espanto.

Olhei para Esme e a assadeira de bolo estava preenchida de qualquer outra coisa, exceto bolo. Tinha casca de ovo, uns negócios amarelo e preto no meio, na verdade aparentava ser uma lavagem. Ela sorriu e caminhou com a assadeira em direção ao freezer.

- Estou fazendo bolo querido!

- Bolo se assa no forno e não no freezer!

Esme olhou para o conteúdo da assadeira e de repente soltou deixando aquela nojeira se espalhar no chão.

De uma coisa eu estava certa: eu nunca mais na minha vida teria coragem de provar qualquer bolo!

Ela começou a chorar e saiu correndo da cozinha. Ficamos em silencio ali. A coisa estava mais feia que eu pensava.

- Vai embora! – disse Edward abrindo a porta da cozinha para eu sair.

- Edward para com isso! Não vai não, Claire! – disse Alice.

- Eu vou sim! Se Edward não me quer aqui, não vou forçar a barra!

- Ah tadinha dela! Não tente se fazer coitada porque comigo não cola! – disse Edward irônico.

- Querido, a ultima coisa que eu sou é coitada! Eu tenho orgulho sabia? Então não vou ficar aqui esperando que voce me expulse mais uma vez! Passar bem voce e sua arrogância!

Sai da casa deixando para trás meu casaco e uma Alice me gritando.

Qual é? O garoto é um surtado! Se eu era de certa forma humana eu tinha orgulho certo?

Voltei para o hotel e comecei a trabalhar para aprimorar meu plano. Até esqueci que estava com fome. Quando dei por mim eu já tinha visita.

- Bella não se esqueça que você também tem prazo!

Continuei a encarar a TV. TV era uma coisa boa, eu estava já me viciando num seriado chamado Gossip Girl.

- Eu sei. Mas ei bem que vocês poderiam ter me falar o que essa tal Claire por qual estou me passando aprontou com o Bonitão revoltado.

Olhei para meu superintendente que estava sentado preguiçosamente na poltrona.

- Digamos que a Claire não é uma pessoa muito legal.

Sorri sarcástica.

- Ah sério? Te juro que eu ainda não tinha percebido! – rolei os olhos e voltei a olhar a TV. Eu já falei que GG era viciante?

- Edward e Claire já foram namorados, mas um certo cupido não fez seu dever direito...

Congelei.

- Por um acaso, só acaso – reforcei dando de ombros – esse cupido sou eu?

Ele riu.

- Sim!

- Mas você não disse que tinha repassado as minhas missões?

- Eu repassei, mas o coração de Edward estava muito amargurado e o de Claire nós acabamos descobrindo ser independente.

- Cuma? – perguntei sem entender o que significava ter um coração independente.

- Incapaz de amar.

- CREDO! – gritei exasperada. Como uma humana tinha o coração incapacitado de se apaixonar? – Mas espera, se Claire era ou é incapaz de se apaixonar então a culpa não foi minha! – disse me dando conta.

- É... mais ou menos isso. – ele disse fazendo mistério.

- Tá e agora? Como foi que eles terminaram? – perguntei não dando credito ao charminho do seu Christopher.

- Ela o traiu e nunca mais se falaram. Simples.

Há, há, há! Simples? Eu já disse que o amor é uma droga? Já? Então eu repito: O AMOR É UMA DROGA!

- Não tinha ninguém pior por quem eu pudesse me passar não? – perguntei irônica.

- Ate tinha! Você poderia se passar como a nova faxineira. Mas como conhecemos seus dotes nada convencionais de organização e equilíbrio, decidimos não dar mais prejuízo aos Cullen.

Faxineira? Nada contra, mas eu não fui criada para ficar limpado a patente onde o Bonitão revoltado fazia suas necessidades fisiológicas. E para deixar claro, nem me senti ofendida dele citar a minha falta de equilíbrio. As vezes eu me perguntava se eu tinha sido criada com dois pés esquerdos.

- Tá! E não tinha ninguém melhor? Porque tipo vocês me colocarem na pele de uma pessoa odiada por um integrante da família não ajuda em nada! – reclamei voltando minha atenção para a TV.

- Querida, se passar pela Claire é o melhor que sua capacidade lhe permite!

Só eu acho que quando me chamam de “querida” isso soa terrivelmente irônico, sarcástico e zombeteiro da parte de quem chama?

- Hum... – disse irônica – Então agora me diga, como eu vou por os pés naquela casa sem ser expulsa ou correr o risco de perder a cabeça?

- Simples! Voce vai concertar o relacionamento da Claire com o Edward e então poderá realizar a sua missão.

- Ô SEU ESCROTO! NÃO FOI VOCÊ MESMO QUE DISSE QUE A LAMBISGÓIA É INCAPAZ DE AMAR?!

Ó céus! Ó terra! Ó meu Deus! Como eu consigo manter a calma com uma criatura dessas? É serio! Christopher era o superintende mais irritante de todo o universo. Ele me colocava em cada enrascada que só Jesus mesmo para me socorrer!

- Do que voce me chamou? – ele perguntou arqueando a sua sobrancelha e demonstrando um ar furioso.

Encolhi os ombros e dei meu melhor sorriso amarelo. Talvez, só talvez eu tivesse exagerado demais na minha performance de cupido estressado.

- De cuti cuti da mamãe? – sorri e engatinhei para a beirada da cama – Não me castigue Seu Christopher, por favor! Eu estou sofrendo dos efeitos colaterais de me passar por humana. Voce não tem idéia de como os hormônios alteram o meu humor!

Apelei legal. Mas eu não queria passar a minha noite em uma vala qualquer sendo ajudante de um anjo da guarda cujo protegido é um moleque usuário de drogas que fica morgando no cemitério a noite.

- Acho bom voce se controlar. Essa sua ofensa vai ser arquivada e vai contar com pontos negativos na sua empreitada.

Ele desapareceu.

Ótimo, como se eu já não tivesse pontos negativos o suficiente.

Peguei os chocolates do criado mudo e enchi a minha boca deles. Chocolates eram bons. Chocolates era a única coisa boa que tinha me acontecido nas minhas ultimas vinte quatro horas.

Eu me tornaria a ajudante obesa da senhora Nena.

Pelo menos eu teria uma alegria na vida. Essa seria chocolates. Mas espera. Se eu me tornasse uma ajudante eu não sentiria mais necessidade de comida.

OH EU NÃO POSSO FICAR SEM CHOCOLATES!

Espera de novo. Eu estava tendo crise por causa de chocolates?

Malditos hormônios.

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Notas finais do capítulo

eaiiiiiiiiiiiiii o que acharamm???
hahahahaha... eu morro rir com a Bella; ela tem umas crises muito hilárias!
Não sei quando será o próximo capitulo, ontem postei o prologo e hj o primeiro capitulo. Pretendo não demorar ok?
Comentemmm muitoo pra me deixar feliz e inspirada tá?
xoxo ;*