Estúpido Cupido - Finalizada escrita por Luhluzinha


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Genteeeee espero que gostem! Será uma short- fic. É o que espero pelo menos! hahaha..



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PRÓLOGO

O amor. Ah o amor. O amor é fogo que arde e não se vê. É um contentamento descontente. É um suave veneno. Uma droga viciante. Uma doença que corrói todo seu ser e voce ainda se sente feliz por estar infetado.

Os humanos são os seres que mais são atingidos pelas flechas. O amor para eles é fonte de inspiração, fonte de vida e fonte de morte também. Muitos matam por amor. Muitos morrem pelo mesmo.

O amor é fogo que arde e não se vê. Camões um poeta “razoavelmente” conhecido no planeta terra está certo. A flecha do amor contamina o homem descontrolando todos seus sentidos, confundindo todos seus pensamentos, descompassando e acelerando seu coração e a criatura não percebe. Não vê. Não entende.

Tenho asas, aureola, uso uma espécie de camisola branca e carrego comigo um arco e flecha. Eu sou exatamente aquilo o que voce está pensando. Eu sou um cupido.

Mas eu sou um cupido com graves problemas: Não gosto do amor. Tenho uma péssima coordenação motora. A ação da gravidade tem um efeito sobrenatural sobre mim. Meu superintendente me detesta. E estou preste a perder minhas asas e meu arco e flecha para ir trabalhar na sala de arquivos.

Eu não tenho culpa de ser atrapalhada. Ou tenho?

- Bella, Christopher já pode te atender.

Sorri pra dona Nena uma linda anjinha já de idade e aparência avançada. Ela era encarregada de organizar a agenda dos superintendentes desde quando Caim resolveu matar Abel e ser expulso das terras de seu pai e criar seus descendentes lá do outro lado do oriente. Traduzindo, tem tempo neguinho, tem tempo que ela tá por aqui. Mas dona Nena não retribuiu o sorriso de sempre. O sorriso que decorou seus lábios foi triste carregado de pesar. Isso significava que eu estava muitíssimo ferrada.

Entrei na sala do meu superintendente Christopher, que não tinha nem o senso de disfarçar que me detestava mais do que criança detesta jiló. Ele estava com a cadeira virada para a janela olhando outras nuvenzinhas se formarem lá ao longe. Trinta segundos se passaram e ele na mesma posição até que eu casada de ficar de pé resolvi limpar a minha garganta. Pra chamar a atenção né?

- Isabella o que voce acha da Lauren Risadinha?

Arquei as minhas duas sobrancelhas a criatura ainda não tinha se movido um milímetro e me fazia um pergunta dessas?

- Ridícula assim como o próprio nome! – respondi a verdade, anjos cupidos não mentem!

Pensando bem? Talvez anjos cupidos deveriam mentir. Porque a cara do meu superintendente ao se virar era mais feia do que do cão chupando manga.

- Voce deveria medir mais a sua sinceridade. Sabe quem vai ocupar seu cargo? A própria!

Te juro que eu senti as nuvens evaporarem sob meus pés. Agradeci a Deus por eu ainda ter asas.

- Mas voce não pode dar meu cargo para ela! Lauren esta afastada por ter se envolvido com um humano! - Me sentei horrorizada. – Olha seu Christopher eu sei que sou um péssimo cupido, mas...

De repente eu não sabia o que dizer. Pretendia falar que ela era pior que eu, mas a minha ultima trapalhada me fazia a pior das piores.

- Mas? – sinicamente ele me instigou percebendo que a minha ficha tinha acabado de cair.

- Mas nada seu Christopher. O senhor tem toda a razão e todo o direito de me tirar do meu cargo. Eu não sou qualificada para ele, na verdade nunca fui. Não posso fazer algo do qual não entendo. Talvez Lauren se saia melhor do que eu. E arquivar será um ótimo passatempo.

Abaixei minha cabeça. Não existia nada pior do que voce se dar conta de que não serve pra nada.

- Bella?- levantei meus olhos lentamente, ele me olhava com ternura – Acho que voce não sabe a principal lei do amor. Voce só implica, briga, discute, pune quem voce ama. Voce entende o porque eu pego tanto no seu pé? Porque eu sei que voce é diferente, sei que voce faz a diferença. Eu tento te ensinar porque eu te amo querida. Amo a todos que estão sob minha proteção. Mas o quanto mais eu tentei te ensinar a acertar voce só fez errar e o pior de tudo; não aprendeu com seus erros. Só que hoje, agora, nesse exato momento voce demonstrou que todo meu esforço valeu a pena. Voce assumiu que errou.

Olhei confusa para o cara que eu acreditava fielmente que me detestava. Ele estava falando serio?

- Olha, assumir que eu errei não apaga meu erro!

- Mas te dá à chance de concertar! – ele rebateu colocando um sorriso nos lábios e um gigante maço de papéis sobre a mesa – Aqui estão todos seus erros – ele tirou da outra gaveta uma folha – E aqui nessa folha estão seus acertos.

Uma dor de decepção percorreu meu coração. A sala de arquivos era realmente meu lugar. A minha proporção era de cada mil erros eu obtinha um acerto.

Ah Jesus porque eu não poderia ser ajudante de São Pedro em vez de uma semeadora da paixão?

- Que horror! – tampei meu rosto envergonhado com as mãos.

- Mas seus erros foram todos concertados, exceto o ultimo é claro. – separei meus dedos olhando através das frestas que se formaram para meu superintendente.

- Concertados? A missão foi repassada?

- Lógico! Ou voce acha de depois de tanto erros cometidos por voce se eles permanecessem a terra seria harmoniosa? O amor é um sentimento muito poderoso, ele pode destruir ou reconstruir uma vida.

Assenti ainda assustada.

- Mas e agora, o que vai ser de mim? Eu vou virar ajudante da dona Nena?

- Não! Voce vai ter uma ultima chance de não perder seu cargo. Isabella voce vai concertar seu ultimo erro. E espero realmente que voce use das leis celestiais para o beneficio geral e não as burle pra seu beneficio pessoal como está acostumada.

- Ok! E como eu concerto?

Ele sorriu malignamente e por um instante pensei que a coisa ruim tinha passado a perna nos arcanjos e tinha conseguido entrar no céu.

A cadeira fofa de nuvem começou a desaparecer sobre meu bumbum e antes mesmo que perceber o que estava a acontecendo eu caia em queda livre para a terra. Tentei bater as assas, mas eu não tinha assas.

O QUE? EU ESTAVA SEM ASAS?

Me esborrachei com tudo em um telhado de uma casa e sai rolando até cair de nariz na sacada.

Não tenho idéia de quantas vezes eu mordi a língua para não xingar o meu superintendente. Ele disse que me ama? To vendo esse amor!

Sentei massageando meu nariz. Ele só não tinha quebrado porque anjos não se machucam fisicamente. Eu também era grata a Deus por isso, pois se eu me machucasse a cada tombo, a cada tropicão, a cada trapalhada minha te garanto que já teria morrido.

Já recuperada do tombo de varias milhas de queda passei pela porta de vidro que separava o quarto da sacada. Ali dentro ocorria uma das conseqüências do meu erro.

Há duas semanas eu tinha um alvo. Naquele dia, entretanto acertei outra coisa totalmente oposta. Acertei um homem que era apaixonado pela esposa, que mesmo depois de vinte anos de casado ainda a olhava como se fosse a primeira vez que tinha a visto. Um homem que continha em seu coração a essência mais pura do primeiro amor. Com a minha péssima mira eu fiz o desfavor de contaminá-lo com uma flecha fazendo-o olhar para outra mulher e se apaixonar por ela. Agora ele estava ali no seu quarto discutindo com a sua esposa fazendo as malas e partindo deixando para trás a sua família e o coração de sua verdadeira amada em mil pedaços.

Carlisle Cullen saiu pela porta batendo-a com muita força e Esme Cullen sua esposa trancou a mesma e deslizou por ela em prantos. A mulher de rosto em formato de coração chorou a perda de seu marido. Pobre coitada; ela nem sonhava que a culpada estava a sua frente, no caso, euzinha.

Atravessei a parede a minha frente entrando em outro quarto. Este estava escuro e tinha o som altíssimo. Um abajur de luz azul que iluminava apenas a beirada da cama onde tinha um garoto deitado apenas de calça jeans e tampando o rosto com um travesseiro. A música era um rock pesado. O carinha que cantava aquilo teria sérios problemas de garganta no futuro e quem ouvia aquilo ficaria surdo em breve. Garanto!

Fiquei olhando aquele humano por um tempo. Ele não se mexia, parecia estar morto.

Quando eu ia pensar em cutucá-lo para comprovar a minha teoria a porta de seu quarto abriu e por ela entrou uma jovem menina de cabelos espetadinhos. Ela estava com olheiras enormes, usava um moletom dois números maiores que seu manequim e tinha em mãos uma caixa de lenços. Ela não hesitou em sentar na cama e deitar no peito do garoto.

- Ele foi embora! – ela disse com uma voz tão baixa que me vi obrigada a inclinar minha cabeça para ouvir. 

O garoto tirou um dos braços que mantinha pressionando o travesseiro e a abraçou. Ficaram assim por um grande período. Tão grande que eu desisti de ficar observando e fui olhar o resto da casa.

Estava toda organizada. Os livros em ordem de coleções, a cristaleira com diversas louças, os tapetes persas decorando a sala de visitas, peças exóticas das viagens que fizeram. Uma típica casa de um médico com família unida e perfeita. Mas logo tudo isso iria começar a se fragmentar pelo divorcio com separação de bens. E toda tragédia seria a minha culpa.

Sentei no sofá macio e encostei a minha cabeça no encosto. O que eu iria fazer? Eu não podia dar o meu jeitinho. Ou talvez pudesse. Eu poderia aparecer para eles dar uma de louca reverter toda a situação explicando o mal entendido e depois fazer parecer que tudo tinha sido um sonho muito doido! Isso! O plano perfeito!

- Bella se eu fosse voce pensaria um pouquinho mais!

Olhei pra frente dando de cara com meu malvado superintendente.

- Voce aqui?

- Não é meu espectro! – ele disse rolando os olhos – É claro que sou eu! Vim te dar as ultimas regras. Nada de planos mirabolantes, nada de arco e flecha, nada de auréola, nada de asas. Aliás, – ele disse dando uma risadinha sacana – Acho que voce já sentiu falta das asas.

Fechei a cara. Qual é? Ele estava curtindo legal com a minha pessoa!

- Tá o que mais eu estou terminadamente incapaz de utilizar? – perguntei cruzando os braços.

- A sua invisibilidade, a sua capacidade de atravessar paredes e seus poderes!

Fiquei encarado aquela criatura de Deus. Então comecei a rir.

- Nossa não sabia que voce sabia contar piada! Essa foi bem difícil de entender, mas olha foi muito boa! – me levantei e coloquei a mão em seu ombro – Agora falando sério, quais coisas eu estou proibida de usar?

Para a minha surpresa ele também começou a rir, ele riu tanto que até ficou um pouco vermelho e então parou bruscamente de rir.

- Não foi uma piada Bella. É serio. Voce irá se passar por uma humana e dessa vez não estrague tudo, porque é a sua ultima chance!

Cai sentada no sofá. Ele não tinha uma maneira pior de acabar com a minha raça? Espera. Essa era a maneira pior de acabar com a raça de qualquer cupido. Eu não iria conseguir, o meu sucesso beirava o impossível e agora o céu assistia meu fracasso e conspirava contra mim. Eu dramática? Que nada! Todos realmente queriam ver esse estúpido cupido aqui se ferrar legal!

Pois é. Por isso eu sempre achei que o amor é uma droga!

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Notas finais do capítulo

E aiiiiiiiiiiiii o que acharam??? Curiosa demais pra saber! Comentem a vontade e não se esqueçam de conhecer a minha original Estranhos no Paraíso. Muitooo boa pra quem ficou orfã depois de A Mediadora e tem saudade de um fantasma assombrando seus corações!kkkkkkkkkkkkk... Pelo menos foi que uma das minhas leitoras de lá disse :)
xoxo :*