Mom s Diary escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 26
31 de junho, sábado.


Notas iniciais do capítulo

Queridos, aqui está mais um capitulo, mas vou logo dizendo que esse é o penúltimo ,dessa fic. Esse é bastante dramático, mas inevitável.
Espero que curtam.



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Filhos, meu lindinhos cute cute da mamãe, desculpem-me novamente, mas eu realmente ando tão cansada pra escrever... Sabia que vocês choram o tempo todo, tem um relógio biológico lá da China e só vão dormir de MANHÃ?!

Mas tirando isso, vocês são lindos e eu amo vocês de coração, amo ainda mais pelo fato de odiarem Mickaela, ou Lucy, como é seu nome verdadeiro descoberto recentemente por fonte seguras ( o pai de vocês me contou depois de ver a carteira de identidade dela),  pois toda vez que vocês são carregados pela loira de farmácia vocês abrem o maior berreiro. Adorei!

Mas também são uns belos de uns traíras, pois foi eu que engordei, eu que carreguei vocês toda a gestação, vi tudo meu inchar  e  vocês só calam as lindas bocas abençoadas com quem?! O papaizinho de vocês! É, uma puta de uma injustiça! Semana passada vocês ficaram chorando por três horas, isso mesmo, TRÊS horas seguidas, apenas por que o pai de vocês tinha saído com a namoradinha, pelo menos melou o jantar dele com a Lucy. E você Matt II, precisava ser tão parecido com o seu pai?! Até na personalidade! Só sabe comer e dormir... Há, essa eu gostei!

Mas enfim, hoje eu vou visitar meu pai. Sim, vocês leram direito. Foi por isso que Melanie, ou meia-irmã piranha se assim preferirem, veio falar comigo naquele dia. Sei que já devia ter ido há mais tempo, mas primeiro: Eu estava criando coragem. Segundo: Como eu iria sair pelas ruas com você tão tototinhos assim? Bom, agora acho que devo explicar como ela me pediu isso e o porquê eu devo ir, né?

Quando vi aquela... Criatura, eu juro que virei transparente, pois mais branca do que eu já sou não é possível, mas logo a raiva subiu em mim e vi tudo vermelho:

-Como ousa vir aqui? – Percebi que Matt deu passo pra trás ao ouvir meu tom ríspido.

-E-Eu só queria conversar com você... – Falou sem graça olhando para os próprios pés. –Você tá bem?

-Ótima. Era só isso? – Perguntei apontando para a porta.

-Anna. – Chamou-me como se puxasse todo o ar daquele peito cheio de silicone. – Sei que não me suporta, até tem suas razões – Falou para Matt e eu assenti. – Mas eu realmente preciso falar com você, é importante... É sobre o papai.

Nessa ela me pegou desprevenida, olhei para Matt e ele apenas sorriu fraco e murmurou um “vou ali”, saindo. Sentei-me na cama e cruzei os braços no peito esperando as facadas, quer dizer, as palavras.

-Estou ouvindo. – Falei dura, mas por dentro eu já estava chorando.

-Anna... – Ela se aproximou de mim com aquela mesma cara que o papai usou para dizer que minha mãe tinha morrido. – o papai está doente, doente mesmo. – Ela deu bem ênfase no mesmo, como se eu já não estivesse bastante abalada com a palavra “doente”. – Ele não saí da  há uns dois meses e só fica perguntando por você. Diz que eu não cuido dele como você cuidava. – e sorriu amarelo.

-Ele vai melhorar! – Eu falei numa falsa esperança que nem convenceu a mim imagine a Melanie. Ela simplesmente negou com a cabeça.

- Os médicos disseram que em qualquer momento, ele pode... – Ela não disse a palavra morrer, mas esse verbo ficou rondando a gente como se fosse uma nuvem negra em minha cabeça. – Anna, você tem que ir lá.

- Eu não... – Nessa hora, vocês entraram no quarto calando-me. – Meus filhos, eu não posso deixa-los agora.

Ela deu de ombros.

-Fiz a minha parte, agora é com você. – Falou de costas pra mim, mas voltou e observou: - Fofos. – Falou apontando para vocês e saiu.

Agora estou aqui, na frente do meu antigo prédio. O pai de vocês veio comigo para me ajudar com vocês, pois é ruim hein eu deixar vocês dois sozinhos com ele... Então, estamos os quatro aqui olhando para cima, até que eu disse:

-Vamos? – Matt só assentiu.

Subimos sete lances de escada até que estivéssemos em frente da porta do apartamento que agora parecia tão estranha e tão desconhecida ora mim que foi como se lá nunca tivesse sido meu lar.

Assim que eu entrei memórias nostálgicas invadiram minha mente e já estava comparando esse deprimente apartamento com o antigo hospital que minha mãe se tratou nos seus últimos e os meus primeiros anos de vida. Até o cheiro era igual!

Parecia que tudo ali estava abandonado e mesmo que vocês chorassem sem parar ninguém apareceu. Fiz sinal para que Matt ficasse com vocês enquanto eu via se tinha alguém dentro de casa. Já estava desistindo de procurar e ir embora, quando eu abri a porta do quarto do meu pai.

E lá estava ele.

Quieto, olhando para a TV muda, enquanto Melanie estava deitada dormindo desajeitadamente em um colchão inflável no chão ao seu lado. Ele aparentava estar mais magro e sua pele estava translúcida à luz do teto. Uma sonda ligada a ele fazia o único barulho em todo o cômodo e isso fez minha garganta se fechar.

-Pai? – Minha voz saiu mais baixo que um sussurro, mas com silêncio que estava ali, ele pôde ouvir perfeitamente.

Seus olhos assustados se encontraram com os meus, antes que lagrimas começassem a brotar não só em seus olhos, mas nos meus também. Corri até o seu encontro e o abracei apertado, mesmo que delicadamente. Ele riu rouco e tossiu seco.

 -Filha, que saudade... – Sua voz estava fraca e meio seca, como de alguém que não bebe água há bastante tempo.

-Pai! – Falei segurando seu rosto áspero. – O que foi que aconteceu?!

-O inevitável, minha filha. – Suspirou, tentando se sentar na cama e dar mais espaço pra mim. – Depois que eu te pus pra fora, minha vida virou um inferno! – Ele sorriu amargo eu não disse nada, apenas o esperei continuar. – eu comecei a beber compulsivamente e...

-Pai, você não podia ter feito isso! E seu fígado?! – Repreendi-lhe e ele sorriu.

-Deus, como eu senti falta das suas broncas! – Falou me abraçando e beijando o topo da minha cabeça. – Eu quis tanto que você voltasse...

-E por que não me chamou?

-Sabe como seu orgulhoso... E você viria?

-Eu não estou aqui, agora? – Perguntei e ele concordou vagarosamente. –Mas antes tarde do que nunca, né? – Tentei sorrir animada, mas não consegui. Foi nessa hora que o pai de vocês adentrou no quarto todo constrangido, com vocês no seu colo chorando feito uns loucos.

-Desculpe incomodar... – Começou falando com o meu pai, mas voltou a olhar na minha direção. – Mas está na hora deles mamarem.

Ele me entregou vocês e pedindo licença novamente, saiu. Ele não ficava no mesmo recinto enquanto eu estava amamentando, era estranho e eu não gostava. Eu sei que isso é besteira, mas ele respeitava minha vontade.

Percebi o olhar emocionado que meu pai lançava a vocês e sorri entregando Kathy a ele, que mesmo desajeitado, carregou. Alisou a cabeça e deu um beijo em sua testa, fazendo-a sorrir, provavelmente sentindo cócegas com a barba dele.

Fui amamentando Matt II, que parecia que estava chupando um canudo, pois fazia bastante barulho e meu pai riu e ao mesmo tempo começou a chorar que nem um de vocês.

-Que foi pai? – Perguntei, preocupada.

-Minha filhinha já é mamãe...- E de repente começou a respirar com dificuldade e eu rapidamente tirei minha filha de suas mãos e comecei a gritar histérica:

-SOCORRO! MEU PAI TÁ MORRENDO!


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Notas finais do capítulo

E aí que tal um pouco de reviews para deixar essa pobre escritora feliz, hein?



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