Mom s Diary escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 27
2 de agosto, segunda.


Notas iniciais do capítulo

Gente, esse é o ultimo cap dessa fic... Quero agradecer a vcs por terem lido, por terem deixado reviews e recomendações e em troca, eu juro que vou posta continuação logo, ok?



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Filhos, sinto muito em dizer, mas o avô de vocês morreu anteontem. O funeral foi ontem de manhã e por mais estranho que pareça, estou escrevendo isso dentro de um avião indo para LA. Calma, eu irei explicar o que está acontecendo, mesmo não entendendo muito o quê me espera lá.

Os paramédicos chegaram bastante rápidos, mas não o suficiente para salvar meu pai. Eu vi que eles tentaram de tudo, porém nada deu resultado...  Melanie, Matt e eu fomos para o hospital esperar o laudo. Só depois de quase duas horas eles me deram um pedaço de papel afirmando que meu pai morreu de parada cardíaca, mas o médico que veio falar conosco disse que isso foi apenas o estopim, pois todos os órgãos do meu pai já estavam falhando.

Depois disso foi um corre, corre pra fazer o funeral e chamar os parentes nada próximos da gente. Mas que praticamente se resumia a um tio que mora em Los Angeles e minha vó que mora lá na Itália, por isso não iria vir.

Tyler, que estava tão ocupado num congresso de sei lá o quê, foi comigo até o cemitério e me consolou durante todo o tempo, mas sei lá, desde que vocês nasceram, ele anda muito distante e meio que eu não me importei e sinceramente, não me importo da sua ausência.

O mais triste de tudo foi perceber que apenas eu, Melanie, Matt, Tyler, vocês e meu tio John, estavam presentes, alias, nós e o padre George. Foi o dia mais nostálgico da minha vida e também foi o dia em que me tornei órfã.

Matt estava ao meu lado e Tyler no outro, segurando-me para não cair, quando ouvi uma voz atrás de mim:

-Anna, posso falar com você um minuto? – Eu me virei e me deparei com o meu Tio John, que minutos atrás, falava no celular. Quando os rapazes fizeram menção de me seguir, ele comentou: - É particular.

Depois que ficamos um pouco mais distantes do pessoal, John me abraçou amigavelmente e com um sorriso de canto da boca, admirou-me:

- Tornou-se uma bela moça, Anna. – Falou sorrindo amigável e eu percebi que ele estava apenas puxando papo, por isso murmurei apenas um obrigado xoxo. – De nada, minha linda. Já pensou no que vai fazer agora que seu pai partiu?

Eu neguei dando de ombros, me sentando numa pedra perto de uma árvore gigante que dava uma vista de todo o cemitério, pude ver Matt ninando Katharina.

-Eu meio que já não vivia mais com meu pai há algum tempo e a partida dele não alterará muito minha rotina. – Constatei sorrindo sem humor algum.

-Ah. – Ele pareceu surpreso. –Mas eu não estava falando sobre isso...

-Então é sobre o quê? – Perguntei meio impaciente já mais preocupada em arrancar Katharina da mão daquele imbecil que a chacoalhava feito um globo de neve do que o quê um quase desconhecido queria falar comigo.

- Seu pai não lhe contou da sua herança? – Ele pareceu meio chocado, mas não ganhava pra mim, pois sabia que meu queixo estava agora roçando o chão. – Bom Anna, a família de sua mãe era dona de um grande hotel em LA , mas quando os seus avôs maternos morreram, naturalmente o hotel foi passado para sua única filha, Cynthia, que no caso, era sua mãe. Porém, nessa época, ela já estava doente e quando ficou no estado terminal, ela deixou em seu testamento para você. Como você e seu pai moravam aqui em NY, o advogado da família, para que ninguém tomasse posse do que é seu ou vendesse sem sua permissão, fez uma cláusula que diz que quando seu pai morresse ou quando fizesse dezoito anos, seu bem continuasse intacto e disponível para seu uso.

Quando ele terminou, eu precisei de um tempo para digerir essas novas informações. Eu era dona de um hotel. Em Los Angeles. Que loucura!

-E quando eu vou poder tomar posse dele?

-Quando quiser, está disponível agora pra você ir até lá. – Falou olhando para o celular. – Mas você deve querer falar com seu marido primeiro, né?

-Que marido? – Perguntei confusa.

-O loiro, ele não é o pai dos seus filhos...? – Agora quem estava confuso era ele.

-Ah, e é. Mas ele não é meu marido. – Ele assentiu, mas eu complementei mesmo assim: - Por favor, nada de julgamentos.

Ele riu.

-Querida, eu sou gay. Eu provavelmente sou a ultima pessoa que irá te julgar, meu bem. – Eu sorri e ele pôs o braço nos meus ombros. – Então aquele pedaço de mau caminho é solteiro?

-Quase, ele tem namorada. – Falei rindo da cara de decepção do meu tio.

-Desperdício. Mas enfim... Você vem comigo pra LA, ou não?

Eu hesitei. Era como deixar uma vida toda para trás, mas Tyler e eu já não estávamos mais tão ligados assim, Matt já ia embora pra Harvard e bom, eu não tinha mais família nenhuma aqui, exceto por Melanie e vocês.

Que por falar nela, estava mais perdida do que cego em tiroteio. Ela não cursava nada e não trabalhava, ela também não tinha ninguém, pelo menos eu tinha vocês e ela? Ninguém.

Assim que eu contei sobre a novidade para os três quando estávamos no restaurante depois do funeral, Tyler apenas me apoiou, disse que era uma grande oportunidade e que torceria por mim e para minha nova vida, ou seja,“ tchau, querida. Foi ótimo te conhecer” e depois foi embora. Já Matt ficou mais chateado, mas murmurou um legal.

-E o que eu vou fazer agora?! – Melanie parecia desesperada.

-Sabe, eu provavelmente vou ficar bastante ocupada com o hotel e bom, irei precisar de alguém que eu conheço para olhar meus filhos e bom, se você quiser....

- Quando a gente viaja? – Perguntou com um sorriso grande, interrompendo-me.

Todos riram.

-Amanhã. – Tio John respondeu com o telefone pendurado na orelha.

-Já?! – Matt praticamente gritou e todos o olharam, céticos. – Eu pensei em daqui á um mês, sei lá.

-Um mês?! – Meu tio era um “pouquinho” dramático. – Ficou maluco?! Ela tem muita coisa pra fazer lá, garotão. Você acha que é facilzinho assim cuidar de um hotel cinco estrelas? Eu tenho trabalho no meu estúdio... Não posso esperar UM MÊS!

-Tá. Tá. – Falou com as mãos para o alto se rendendo. – Amanhã, que seja. É que eu vou sentir falta dos meus filhotes...

-Dos filhotes ou da mãe dos filhotes? – John perguntou erguendo uma sobrancelha.

-Dos três. – Admitiu meio sem graça.

Depois disso ficou um clima mega estranho entre nós e depois de comermos fomos logo para casa  já começando a empacotar tudo. Por incrível que pareça, eu tinha coisa pra caramba!

Quando chegamos ao aeroporto, Matt já estava em prantos, mas eu também não estava lá muito diferente. Ele abraçava vocês como se fosse a ultima vez que iriam se ver na vida. Ainda bem que eu os vesti com muitas roupas, sei lá que bactérias têm esses aviões..., por que senão estariam esmagados agora.

-Matt, assim que você se formar você vai pra LA, deixa de ser chorão! – Melanie falou revirando os olhos enquanto ele também me esmagava.

-Ave Maria, arrumem um quarto! – Tio John apareceu carregando uma mala verde bastante cheguei.

-Hum, tchau pra vocês então. – Falou todo constrangido, mas nos deu outro abraço.

 -E cadê o beijo? – Meu tio perguntou e foi a minha vez de ficar constrangida, sério, precisava ele dizer isso? Ou ter me jogado em cima de Matt?

Matt deu um beijo na minha testa, mas meu tio bufou. Deu um na bochecha, mas meu querido titio revirou os olhos e debochou:

-É assim que você quer que ela se lembre de você nos próximos três anos? – Eu o fuzilei com o olhar, mas ele apenas deu de ombros e Matt riu. – A beija com vontade, bonitão.

Matt beijou levemente meus lábios, quer dizer, não foi bem um beijo, foi mais um roçar de lábios, mas foi ótimo e me deu outro abraço e murmurou:

-Me espera, tá?

-Sempre. – Prometi-lhe, mesmo sabendo o quão vago e extremamente verdadeiro era. – Nós três esperaremos por você.

                                                                                             FIM.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Bom, eu gostei e quase chorei, mas é pq essa história é como um filho meu e agora está no final, mas ainda não chegou o fim de Matt nem de Anna ou muito menos dos pequeninos, muito longe disso!
Só para não quebrar a tradição, deixem reviews, meus amores!
Beijos e até a próxima!