Mom s Diary escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 14
Segunda, 1º de outubro.


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpa a demora de novo, foi malz...
Mas dizem aí, Mom' Diary merece um segundo, quando os filhos já estão mais velhos um pouco?



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Filhos, tenho quase certeza que vocês vão nascer órfãos de mãe, pois eu tô morrendo de tédio!!!

Vocês acreditam que o linguarudo do seu pai abriu aquele buraco sem fim que ele chama de boca e contou ao doutor Henrique que nós dormimos juntos?!

Como era de se prever, ele praticamente me acorrentou no pé da cama e me proibiu de sair durante uma semana inteirinha e ainda me chamou de louca irresponsável e que eu devia estar presa numa camisa de forças num sanatório de segurança máxima!

Acho que quando o Matt morrer precisarão providenciar dois caixões, um pra ele e outro para aquela imensa língua!

Aff, até proibir que Matt dormisse na mesma cama que eu, ele proibiu. “Para não cair em tentações”. Argh! Eu não tenho ido à aula ou sequer andando! O meu único percurso é banheiro cama, cama banheiro. Acho que eu vou enlouquecer.

Anna me emprestou a série toda de Crepúsculo, já estou no final do último. Bella é feliz e não sabe... Veja só, casa com um cara que ama, tem um filho com ele, vira linda e imortal e ainda por cima se acha uma azarada! Quero a ver passar um dia sendo eu pra ela ver o que é ser uma azarada de verdade...

Matt está todo esquisito nesses dias, anda esquivo, mal veio falar comigo. Acho que é por que se sente culpado por eu estar trancafiada aqui. Ele jamais tocou no assunto “reconciliação” ou “Você disse que me ama”, eu agradeci de primeiro, mas já estava começando a achar estranho.

Ele também está super frio comigo, vem aqui fala sobre besteiras e senta o mais longe possível de mim como se eu tivesse uma doença contagiosa terminal.

 Ah, tem alguém abrindo a porta, torçam por mim que seja seu pai! Beijos, depois eu escrevo.

                                               

AI MEU DEUS!

Eu não sei se choro ou grito ou se consigo escrever nesse exato momento... Bom, deixa-me respirar um minuto e absorver a cena que aconteceu há poucos minutos.

Bom, era seu pai. Ele queria me contar duas novidades, todas duas horríveis, diga-se de passagem.

Primeira: Meu pai nos expulsou de casa, mas se você sair eu poderei ficar.

Segunda: Você vai se mudar, sem mim.

Argh! É com esse covarde filhinho de papai que eu vou ter vocês, onde eu fui amarrar meu burro...

Mas vocês devem estar se perguntando, como ele teve a coragem e cara de pau para me dar umas notícias dessas no meu atual estado de gravidez, pois, eu lhes conto. Foi o seguinte:

Matt abriu a porta hesitante, não sabia se entrava ou não. Eu sorri tentando incentivá-lo, mas isso o fez recuar ainda mais.

-Entre, querido.

Matthew chega estremeceu com a minha voz, mas andou até mim parando na beirada da cama onde se sentou, o mais longe de mim que conseguiu.

   -Como está? – Ele perguntou incerto.

   -Bem, quer dizer eu nunca estive mal para inicio de conversa, mas obrigada por perguntar. – Eu respondi ainda gentil, mas com uma pulga atrás da orelha.

Ele assentiu, recusando-se a me olhar.

-Conversei com meu pai hoje. – Ele comentou num tom de indiferença.

-Legal.

Ele ia assenti, mas desistiu e negou com a cabeça.

-Não, não foi legal. – Me corrigiu.

-Por quê? – Eu até sentei na cama me preparando pelo que poderia vir dessa conversa.

-Eu contei a ele que você está gravida de mim, de gêmeos. – Ele falou olhando para parede – Ele não gostou nada.

-Sério?! – Eu perguntei já tentando imaginar o que vinha a seguir.

-Ele quer que a gente saia nas próximas vinte e quatro horas. – Meus piores receios estavam se confirmando. – Mas ele deu uma opção.

-Qual?! – Por que ele fazia esse suspense todo?

-Se você for, ele me deixa ficar.

Eu bufei.

-Até parece que você vai concordar com essa opção...

Ele virou a cabeça na minha direção vagarosamente e seus olhos pediam desculpas antecipadamente pela sua decisão extremamente egoísta.

-Você vai me largar? – Eu perguntei incrédula.

-Não é bem assim. Eu vou te colocar num aparte e estaremos sempre juntos, mas...

-Eu não vou deixar uma casa perfeita dessas pra viver com umazinha que nem você. – Subentendi. – Que bela porcaria marido você é, pelo menos, o que você se intitula em ser.

- Iss... Não, isso não é verdade. Você é minha esposa e ponto. Mas eu não posso largar tudo por sua causa. –Admitiu.

-Grande marido você está se mostrando, hein? – Ironizei.

Lágrimas caiam do meu rosto como se meus olhos fossem torneiras abertas, jamais chorei tanto em minha vida, talvez no dia da morte da minha mãe...

Assenti levantando da cama e indo para fora, mas antes disse apenas uma última frase:

-Mas lembre-se de somente uma coisa: Eu larguei tudo por sua causa. – E bati a porta com violência.

Agora estou aqui chorando que nem uma bezerra desmamada porque um idiota me acha indigna do filho dele! Argh, ele vai ver quem é a indigna aqui.

Desci as escadas como um furacão, minhas pernas formigaram pela falta de prática, mas eu apenas conseguia enxergar uma pessoa na minha frente.

-Olhe aqui, seu imbecil de merda! – Eu gritei para o senhor que estava sentado no sofá tranquilamente. – Você pode se achar o bambambã só por que tem milhões no banco, mas saiba você não vale o quê o gato esconde!

-O que você disse garota insolente?! – Ele me perguntou surpreso com a minha ira.

-Que todos apenas te suportam por que você é rico, nem seus filhos querem conviver com você, só estão aqui por causa da mansão, nem sua esposa conseguiu te aguentar.

Ele já estava em pé e bem á minha frente, seu rosto não parecia nada amigável.

-Como ousa falar essas barbaridades pra mim, sua favelada?! – Ele berrou.

-Talvez a favelada aqui, seja a única que tem coragem de falar a verdade nessa sua cara! –Berrei mais alto ainda.

 O que aconteceu a seguir, não chocou somente a mim, mas à todos que estavam ao meu arredor. Ele teve a audácia de levantar aquela maldita mão e me esbofetear bem no meu rosto, fazendo-me cair estatelada no sofá.

Eu fechei meus olhos e toquei o meu rosto que ardia que nem brasa, aquele covarde misógino me bateu!

Os segundos que eu passei de olhos fechados foi o suficiente para a cena mudar completamente. Agora Sr. Black, estava no chão e Matt espumava de raiva. Ele olhou ainda pra mim com muita brutalidade, mas me agarrou pela cintura e pernas e me avisou autoritário:

-Vamos embora dessa maldita casa.

Filhos, quem sou eu pra contestar?


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Notas finais do capítulo

Mas dizem aí, Mom' Diary merece um segundo, quando os filhos já estão mais velhos um pouco?